(continuação)
"sentire cum Ecclesia", e entre estes incluímos os nossos leitores, não é uma verdade de bom senso que o Brasil autentico anseia com todas as fibras de seu ser por movimentos políticos plena, coerente e destemidamente católicos?
Algumas ilustrações
OS católicos esquerdistas, na atual conjuntura internacional, empenham-se em evitar qualquer apoio de seus respectivos países à política externa norte-americana de resistência (tão frouxa e hesitante, entretanto!) em relação ao expansionismo soviético. Para isso procuram combater igualmente o capitalismo e o comunismo, e convidam a opinião católica a se fazer neutra na chamada guerra fria.
Eis aí uma esplendida ilustração para o que dissemos acima. Esses católicos falam e agem como se considerassem os comunistas de todo o mundo como pessoas bem intencionadas, e atribuíssem suas maneiras e sua política brutal e imperialista antes à barbárie russa do que à ideologia marxista. Assim, o problema comunista se desvaneceria no momento em que os partidos esquerdistas ocidentais passassem a orientar o comunismo internacional em lugar do Politburo de Molotov. Um mundo socialista, não só liberto da atual ditadura soviética e dos imperialismos ocidentais, como ainda governado por políticos altamente civilizados e pacíficos", do estilo Nehru e Tito, eis o ideal de certa esquerda católica.
Ora, essa posição é claramente contraria aos interesses da civilização cristã. O capitalismo, muito embora se tenha desviado não raras vezes dos bons princípios, não é visceralmente mau, enquanto que o comunismo o é. Ademais, os Estados Unidos lutariam pela liberdade de todas as religiões, e isso é um mal menor do que a perseguição especifica dos comunistas contra a Igreja. Acresce que o expansionismo soviético é devido muito menos às tendências imperialistas da nação russa, do que aos sonhos de revolução mundial intrínsecos à ideologia marxista; a brutalidade de Molotov não lhe vem de seu sangue eslavo, mas de seu ateísmo comunista.
Consideremos outra ilustração. Certos católicos veem no comunismo e no liberalismo adversarias porque sabem, que a Igreja os condenou. Essa consideração, porém, fica em regiões estratosféricas de sua mente e não desce para ser aplicada aos casos concretos. Assim, se a Rússia desistir de sua política de força e o mundo mergulhar na paz, eles se considerarão perfeitamente satisfeitos, embora o comunismo continue a se espalhar pela face da terra como um câncer devorador.
Esta atitude de espirito, se bem que não tão perigosa como a primeira, é também falsa e inaceitável. Desde a Idade Média as instituições políticas vêm decaindo no que se refere à sua consonância com os princípios católicos. Da estrutura orgânica medieval deslizaram elas para o absolutismo, deste para a república laica, daí para a democracia igualitária, e finalmente para os totalitarismos ditos de direita e de esquerda. Aos católicos cabe inverter essa marcha, e procurar não só exterminar a peste socialista, como revigorar o organismo social, eliminado os erros liberais, dissolventes e revolucionários que atualmente o contaminam
O Pontífice reinante, em sua alocução do Natal de 1944, descreveu magistralmente a participação do povo no governo em uma democracia organicamente diferenciada. Nesta, os homens, em sua vida social, não constituem elementos inteiramente iguais, e relacionados em si apenas por razões de interesse, compondo uma única sociedade indistinta e informe. Elementos profundamente diferenciados, formam eles sociedades naturais, cada uma com sua personalidade própria, interligadas, superpostas, constituindo sociedades maiores, as quais, por sua vez, unindo-se fazem a Sociedade. É por aí que se estabelece a já clássica distinção entre massa e povo. Em uma democracia orgânica todos participam da vida pública através de opiniões, apreciações e considerações com que podem contribuir, graças a uma influência pessoal nas sociedades intermediarias de que fazem parte. Verifica-se uma destilação e condensação das opiniões e conselhos de todos, dando origem a uma opinião coletiva autentica, vigorosa, e capaz de levar a nação com facilidade para onde ela deve orientar-se. A essa opinião coletiva, formada em um povo diferenciado e estruturado em numerosas sociedades intermediarias, é que se pode legitimamente chamar de opinião pública.
Vemos assim que a opinião pública é autentica e poderosa na medida em que é fruto da elaboração complexa das opiniões que vigoram em sociedades intermediarias, as quais, por sua vez, têm origem nas opiniões particulares dos respectivos membros.
A força da opinião pública, por essa razão, é muito maior nos países em que ainda há ao menos resquícios da civilização orgânica que floresceu na Idade Média. Foi o que pudemos observar nos recentes acontecimentos: a revolta húngara ensinou-nos que a opinião pública de uma população aliás pouco numerosa é mais forte do que seus partidos políticos, do que seu exército, e mesmo do que o mais poderoso exército do mundo.
Cinco conclusões
RESUMINDO, podemos dizer que a gesta de Budapest deu-nos a todos nós, católicos, uma esplendida ocasião de recordar o que nos é necessário para inverter a evolução política do mundo, que o vai levando para o totalitarismo. A saber:
I — Formar movimentos políticos plenamente católicos, ostensivamente católicos e exclusivamente católicos II — Preconizar reformas radicais nas instituições políticas, sem temer que daí resulte impopularidade III — Favorecer a cristalização da opinião católica em torno desses movimentos IV — Não descansar enquanto a Cristandade não tiver sido reconstruiria e expandida por todo o mundo V — No momento atual incentivar os Estados Unidos na guerra fria, sem com isso aceitar o liberalismo e as aberrações de uma concepção de vida, materialista, e inteiramente despida de qualquer valor cultural transcendental, que muitas vezes se chama de americanismo. Sabemos que o Catolicismo é a religião que possui maior número de adeptos no mundo. Sabemos também que sua doutrina política é a única plenamente verdadeira, e que para aceitá-la e praticá-la os homens recebem de Deus um auxilio sobrenatural.
Enunciemos, pois, alto e bom som, e em sua integridade, essa doutrina, que certamente em torno dela se cristalizará a mais forte opinião pública que até hoje tenha existido.
O poder do comunismo internacional, e o morbus liberal que enfraquece os organismos políticos e sociais do mundo ocidental, serão incapazes de enfrentar essa opinião pública e seus dias estarão contados.
J. B. Pacheco Salles
ACABAMOS de receber o primeiro número da revista "Convivium", editada sob os auspícios da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Barcelona. Publicação destinada a estudos filosóficos, tem por objetivo servir e estimular a tradição filosófica daquela Universidade.
O que logo impressiona, na leitura deste número inaugural, é a indisfarçável presença, através de artigos acerca dos mais variados temas, de uma mesma inspiração central, discernível na quase totalidade deles. O leitor sente-se fortemente inclinado a perguntar se, por acaso, não se estará defrontando com uma escola, ou, pelo menos, com um grupo estruturado de filósofos, que partilham a mesma tarefa seguindo uma só orientação. Se assim for, só resta desejar que os germes doutrinários, que agora surgem à luz do dia, alcancem o seu pleno desenvolvimento
Com efeito, a crise do pensamento filosófico se acha muito distante de prenunciar o seu termo. E é preciso reconhecer que a maior parte dos pensadores de filiação, tomista se acha ainda mais distante de projetar uma luz segura sobre o estado caótico da filosofia contemporânea: não só não vem desempenhando o seu papel esclarecedor, mas se tem deixado invadir pela turbulência das filosofias não tomistas, abandonando-se à sedução das várias correntes dominantes.
O fato, que deve ser leal e objetivamente verificado, não deixa, no entanto, de ser estranho e até mesmo paradoxal; pois é indubitavelmente no tomismo que se encontram as bases para a correta solução dos problemas que mais agudamente se fazem sentir em nossos dias. Acontece, porém, que os princípios autênticos da filosofia de São Tomás não têm sido compreendidos em toda a sua profundidade, quando não acontece mesmo serem entendidos a contrassenso. O mais das vezes, são submetidos a uma indigna simplificação e a uma formulação inexpressiva.
Assim, por exemplo, é muito fácil fazer do Ser o ponto de partida da especulação metafisica. Entretanto, uma simples reflexão nos fará perceber que, antes de constituir um cômodo, fundamento, o Ser suscita varias e gravíssimas questões, que não devem ser deixadas para trás. Por exemplo: — Como é possível o conhecimento do Ser? Qual o alcance, os limites, e o valor da ideia do Ser? Quais os vários níveis em que esta ideia se dá na consciência humana? A que realidade corresponde a nossa ideia do Ser? Em que sentido o Ser é o fundamento da metafisica e de todo o saber? Estas questões não podem ser elididas, nem admitem respostas improvisadas. São, Tomás estava intimamente cônscio de sua importância, como aparece claramente em vários textos. Citemos, exemplificativamente, o Proemio à Metafisica e as qs. V, art. 4.o, e VI, art. 1.o, do In Boethium de Trinitate, entre muitíssimos outros.
Aliás, em grande parte é nisto que consiste a originalidade do sistema tomista, que não é apenas um desenvolvimento, do aristotelismo, como vulgarmente se pensa. São Tomás realizou a síntese entre a filosofia de Aristóteles e, não propriamente o platonismo, porém mais precisamente o agostinismo. Ressaltar a importância da contribuição agostiniana na filosofia de São Tomás, eis uma tarefa que parece cada vez mais urgente, para elucidar o verdadeiro sentido do tomismo. Tarefa, contudo, não isenta de perigos, dado o parentesco entre o sistema agostiniano e o neoplatonismo. Ora, há dois artigos complementares, neste primeiro número de Convivium", que são uma garantia contra qualquer desvio, desde que se observem os seus sólidos funda mentos. Estes artigos são: Para una Metafísica de] sentimiento: dos modos del conocer", de Jaime Bofill Bofill, e El. Lumen intellectus agentis en la Ontologia dei Conocimiento de Santo Tomás", de Francisco Canais Vidal. Tais artigos anunciam um verdadeiro renascimento dos estudos tomistas.
Já era tempo de acabar com os diletantismos e divagações líricas acerca do Ser, da abstração, da intuição e outros assuntos sérios. Basta de simplificações arbitrarias e generalizações temerárias, em que o. esse, actualitas omnium actuum" era, sem nenhuma cerimônia, identificado ao élan vital de Bergson, senão a coisas ainda piores, de importação teosófica. Faz alguns anos, o Revmo. Pe. L.-B. Geiger, O.P., em seu excelente artigo Abstraction et séparation d'après Saint Thomas", publicado na Revue des Sciences Philosophiques e Théologiques" (tomo XXXI, de 1947), havia denunciado as contrafações da doutrina tomista da abstração, pondo agua na fervura dos delírios de uma certa ontosofia. Agora presenciamos a continuidade desta sadia reação, que antepõe a seriedade e a competência às vãs ostentações e às lantejoulas frívolas de uma fácil retorica. Estas poderão seduzir os espíritos mundanos do café-oscite", mas aquelas construirão um edifício austero e duradouro, para os que amam a verdade.
Lamentava-se, recentemente, o Emmo. Cardeal Alfredo Ottaviani da penúria da Teologia católica no século XX (in alocução ao Congresso dos Eclesiásticos encarregados da crítica de livros — cf. Catolicismo", n° 72, de dezembro de 1956, pag. 4). Evidentemente, não era possível edificar uma grande Teologia sem solidas bases filosóficas. O renascimento de que é penhor a revista Convivium" faz-nos augurar, contudo, melhores dias para o pensamento católico.
Plinio Corrêa de Oliveira
A discórdia é obra costumeira do demônio. No Céu, o Padre Eterno recebe o louvor dos Anjos, num ambiente de paz restabelecida. Pois acaba de ser expulso o germe da revolta e da desordem, que é o pai da mentira. Na terra, a árvore representa a organização social em que lutam entre si Rei contra Rei, Bispo contra Bispo, nobre contra nobre, burguês contra burguês, e plebeu contra plebeu. É que a causa da discórdia, que são as paixões humanas e o demônio, não foi vencida. Curiosa gravura do séc. XV, que nos ensina que não se luta pela paz senão vencendo os vícios e os erros, causa real da discórdia.
Em nosso último artigo, mostramos, com exemplos tirados de textos do Santo Padre Pio XII, que, quando existem erros entre os católicos, a verdadeira conduta dos defensores da Igreja deve consistir em os denunciar, com a serenidade, a força e a objetividade de que são modelos os documentos pontifícios.
Àqueles textos, aduzimos outros, de dois Prelados da mais alta categoria, os Emmos. Srs. Cardeais Alfredo Ottaviani, Pro-Secretário da Suprema Sagrada Congregação do Santo Ofício, e Angelo Roncalli, Patriarca de Veneza.
Só à Santa Sé cabe condenar os erros que lavram entre os fiéis?
Mas, dirá alguém, o argumento não colhe. O Santo Padre tem a plenitude do magistério eclesiástico. Como tal, compete-lhe ensinar todos os fiéis. Mutatis mutandis, o mesmo se pode dizer de Prelados colocados por assim dizer nos degraus do trono pontifício. Mas censurar erros existentes nas fileiras católicas é tarefa de tanta responsabilidade que, por sua própria natureza, não quadra bem no âmbito de ação de um bispo, menos ainda de um sacerdote... ou de um simples fiel.
A tese se apoia em dois pressupostos errados e haveria dezenas de argumentos irrespondíveis a lhe contrapor. Para evitar delongas, vamos diretamente a tais pressupostos.
Antes de tudo, não há erro que, por sua natureza, esteja fora da alçada do magistério episcopal. Em segundo lugar, não é verdade que esse magistério só se exerça sobre os fiéis no sentido de ensinar as verdades que estes ignorem, e não de condenar os erros que professem. Compete ao Bispo condenar o erro, e qualquer erro, desde que lhe pareça isto útil para sua grei. A este propósito importa precisar outro ponto. É falso que o campo de ação do magistério episcopal se restrinja às doutrinas errôneas que existem única e exclusivamente na respectiva Diocese. Os erros “interdiocesanos” só poderiam ser condenados pelo Episcopado de um país, ou pela Santa Sé. Basta que um erro exista entre seus súditos, para que o Bispo tenha o poder de o condenar. Agiria com zelo o pastor que, até na simples previsão de que certo erro viesse a penetrar em sua Diocese, o condenasse. Pois a função do pastor não consiste apenas em expulsar o lobo dentre as ovelhas, mas em impedir que ele entre no redil.
Privativo do papa e dos Bispos o combate ao erro infiltrado na Igreja?
Quanto ao Sacerdote, sua missão natural consiste em difundir a boa doutrina e combater o erro. Não é ele a luz do mundo? Será luz apenas para os fiéis, e ficará obrigado a deixar, com os olhos e os ouvidos fechados, e os braços cruzados, os erros circularem entre os fiéis?
Analogamente, o mesmo se pode dizer da posição dos leigos, em face de seus irmãos transviados. Uma Encíclica, uma Pastoral, explanando pontos de doutrina, visa o mais das vezes não só o clero, mas também os fiéis. E o objetivo habitual desses documentos consiste não só em instruir os que os leem, mas em os incitar a que difundam as verdades em que se instruem, e combatam os erros opostos. Como seria ridículo imaginar um Papa ou um Bispo dizendo o seguinte: “Caros fiéis, em Deus há três Pessoas, mas se aparecer entre vós alguém que diga que há quatro, não deveis contradizê-lo. Pois quero que ele receba a verdade de meus lábios, ou senão prefiro que fique no erro”. Quando publiquei em 1943 um livro para preservar a Ação Católica Brasileira de numerosas doutrinas ou tendências errôneas que nela observara, houve quem me fizesse esta censura: um leigo não tem jurisdição sobre outro leigo e, portanto, não tem autoridade para condenar os erros deste. Claro está que condenar uma doutrina é ato exclusivo do Magistério. Mas considerar a sentença de um fiel à luz de um ensinamento da Igreja, e afirmar a incompatibilidade daquela com este, é coisa que qualquer leigo pode - e em muitos casos deve - fazer.
É conhecido o caso do Rei da Espanha que morreu queimado junto à lareira, na presença de alguns cortesãos, inertes porque o único dignitário que poderia intervir em tal circunstância se achava ausente. O fato foi controvertido entre os historiadores, pois houve quem suspeitasse que tamanho formalismo procedia do velado desejo de que o rei perecesse nas chamas. Em todo o caso, não agiria de modo diverso o fiel que cruzasse os braços diante da crise de um irmão, e o deixasse soçobrar no erro, só porque naquele braseiro apenas o vigário ou o bispo poderia tocar.
Um Cardeal condena gravíssimos erros sobre Liturgia
E vamos agora aos exemplos.
Sua Eminência o Cardeal Gerlier, Arcebispo de Lyon, tendo conhecimento de que certos Sacerdotes, sob pretexto de fervor litúrgico, se permitiam gravíssimas irregularidades, em apêndice a uma Carta Pastoral não duvidou em tornar público o fato nos seguintes termos:
“É absolutamente necessário que qualquer desvio (em matéria de Liturgia) cesse.
“Consciente de meu dever, e desejando a todo preço que a discrição de minhas intervenções não pareça, aos que as ignoram, uma como que indulgente cumplicidade, lembro que a introdução consciente e deliberada de uma modificação na ação litúrgica constitui pecado formal e por vezes grave. Pronuncio-me assim em nome de meu múnus pastoral, e dirijo-me a todos os sacerdotes seculares e regulares que habitam nesta Diocese”.
E o Purpurado acrescenta: “Soubemos com verdadeira dor que, sob a influência de certas doutrinas absolutamente estranhas ao ensinamento da Igreja, um ou outro Padre permitiu a fiéis cônscios de ter cometido pecado mortal, que comungassem sem se confessar... Soubemos também que certos sacerdotes, sob a influência das mesmas doutrinas, são levados a exagerar as deficiências da responsabilidade, e a considerar, de modo geral, os pecados contra a pureza como não constituindo subjetivamente pecados mortais. Somos obrigados a lembrar-lhes que, agindo dessa forma, em lugar de se basearem no ensinamento autêntico da Igreja, oneram gravemente sua consciência e tornam seus penitentes incapazes de se corrigir, aproveitando verdadeiramente do Sacramento da Eucaristia”.
O Boletim Religioso da Diocese de Marselha, em data de 22 de abril do ano findo, transcreveu este importantíssimo documento.
Uma série de artigos como esta não poderia deixar de tratar do famosíssimo caso Maritain. Se esse filósofo fosse elogiado por algum bispo em qualquer das mais remotas dioceses da terra, estaria dentro dos hábitos dos maritainistas, apoiados na propaganda farfalhante de que tão fartamente dispõem, inundar com notícias a este respeito o Brasil e o orbe católico. Entretanto, todo o Episcopado de uma nação vizinha, uma nação irmã, uma nação das mais cultas e ilustres da América Latina, publicou em outubro de 1955 um documento com indiscutível conexão com a doutrina de Maritain... e, apesar de decorridos um ano e três meses, a grande massa do público brasileiro ignora o fato. Isso se explica. É que essa Pastoral Coletiva, sem mencionar o nome do Sr. Maritain, faz suculenta análise de um falso ideal de humanismo integral, que lembra invencivelmente as longas tiradas literárias daquele pensador francês.
Dirigindo-se ao Clero secular e regular e a todos os fiéis da Argentina, depois de exprimir sua satisfação pela magnífica atitude dos católicos por ocasião da queda do governo Perón, a Pastoral diz: “Há, no atual ambiente de nosso país, algumas tendências que devemos assinalar à vossa consideração e reflexão, para evitar erros graves. Poderíamos qualificá-las por um de
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