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ESCREVEM OS LEITORES

Revmo. Pe. Fridolino Beuren, Seminário Diocesano São José, Ponta Grossa (Est. Paraná): "Peço providenciar a remessa, para os meus seminaristas (salas de leitura), de duas assinaturas de CATOLICISMO e de um exemplar da segunda edição da Carta Pastoral sobre Problemas do Apostolado Moderno, de D. Antonio de Castro Mayer".

Seminarista Frei Leopoldo Maria de Paios, O . F . M . Cap., Convento da Pompéia, Belo Horizonte (Est. Minas Gerais): "... esta obra gigantesca e oportuníssima que é o CATOLICISMO".

Revda. Irmã Célia Leal, Colégio Coração de Jesus, Florianópolis (Est. Santa Catarina): " ... o ótimo CATOLICISMO . .

Sr. F. A. M. C. , Rio de Janeiro (D. Federal): "Lida a noticia ou anuncio de que houvera sido publicado índice de CATOLICISMO interessante aos anos de 1951 a 1955, dei-me pressa em encomendá-lo à administração. Atendido, vi-me entusiasmado desde que o recebi: trabalho de vulto e de bom quilate, valoriza minha coleção, aumenta-lhe a utilidade e o proveito. De parabéns o CATOLICISMO!

Senti, porém, atraída minha atenção ao número diminuto de artigos aditos a três verbetes que representam — fora preciso não ler o jornal para ignorá-lo — três das Pessoas mais caras ao CATOLICISMO. Os verbetes: PIO XII; MAYER, D. Antonio de Castro; SIGAUD, D. Geraldo de Proença.

Têm suas manias os velhos. Tratei de esmiuçar minha coleção daqueles cinco anos. Era o que eu imaginava: incompleto o índice dos três verbetes. Longe de mim criticar em trabalho vultoso, inevitáveis são as lacunas. A título de colaboração, ouso oferecer o "meu" índice, com todos os artigos e noticias versando a pessoa ou a obra do Pontífice Romano Pio XII e dos dois Antístites, analisando ou simplesmente reproduzindo documentos de sua produção (quanto a estes, omitidos os de Pio XII estampados em Verba tua manent in aeternum)".

É o seguinte o índice elaborado pelo Sr. F. A. M. C., o qual foi por nós conferido (os algarismos indicam o numero do jornal):

PIO XII

Importantes diretrizes para o apostolado leigo: 6

"Sua palavra era trovão, era espada, era balsamo": 7

O culto cego do número na sociedade contemporânea — Plinio Corrêa de Oliveira: 8

O mecanicismo revolucionário e o culto do número — Plinio Corrêa de Oliveira: 9

A sociedade cristã e orgânica e a sociedade mecânica e pagã — Plinio Corrêa de Oliveira: 11

A estrutura supranacional no ensinamento de Pio XII — Plinio Corrêa de Oliveira: 12

Pio XII dirime importantes questões relativas ao apostolado leigo: 1.2

O Santo Padre dita sabias normas aos pais de família: 13

Segurança social e coletivista (N.V.) — J. de Azeredo Santos: 15

Sem titulo: 15

Pio XII e a responsabilidade das elites: 16

Como transcorre um dia do Sumo Pontífice: 17

O Soberano Pontífice dá sábios ensinamentos sobre a formação da consciência cristã e condena a "Moral Nova": 18

A propósito da audiência pontifícia a quarenta pastores: 18

Discurso do Santo Padre à Federação Mundial das Juventudes Femininas Católicas: 19

Consagrado o povo russo ao Imaculado Coração de Maria: 21

O Santo Padre fala às Superiores Gerais de Ordens e Congregações Religiosas: 23

A ofensiva do sincretismo religioso: 23

Alocução pontifícia ao "Katholikentag" de Viena: 24

É nocivo que os seguros sociais sejam monopolizados pelo Estado: 24

Reflexões de Ano Novo sobre a luta entre a Igreja e Atila: 25

Autógrafo pontifício aos Gerais das Ordens Franciscanas: 25

Sem titulo: 27

O Papa adverte o mundo contra a crescente mecanização da vida: 27

Sem titulo: 30

"As CC.MM., uma vez constituídas, são de pleno direito A.C.": 33

A voz de Pio XII emocionou todo o Brasil: 33

A Igreja e os comerciantes (N.V.) — J. de Azeredo Santos: 36

A propósito do cambio negro (N.V.) — J. de Azeredo Santos: 37

Sem titulo: 39

Mais um florão de gloria no pontificado de Pio XII: 42

Discurso de Sua Santidade aos participantes do 5.o Congresso Nacional da União dos Juristas Católicos Italianos: 42

Desfazendo explorações maritainistas — Plinio Corrêa de Oliveira: 42

São Pio X: a paz interna da Igreja: 43

A comunidade dos Estados segundo as normas de Pio XII: 43

Tolerar o mal em vista de um bem superior e mais vasto — Plinio Corrêa de Oliveira: 44

A santa intransigência, um aspecto da Imaculada Conceição — Plinio Corrêa de Oliveira: 45

Cruzada por um mundo melhor — Cunha Alvarenga: 46

Alocução do Santo Padre aos brasileiros: 46

Discurso ao Congresso Mundial das CC.MM.: 47

A SSma. Virgem e a cruzada por um mundo melhor — Cunha Alvarenga: 47

Pio XII e a era de Maria — Plinio Corrêa de Oliveira: 48

Carta Encíclica "Ad Coeli Reginam": 48

Sem titulo: 49

O Sacerdócio e o governo na Igreja de Deus: 49 .

Sem titulo: 51

O reino de Maria, realização do mundo melhor — Plinio Corrêa de Oliveira: 55

"Reino de misericórdia, no qual toda suplica encontra acolhida": 57

MAYER, D. Antonio de Castro

A personalidade e a obra de um grande Bispo: 5

"Recebei o poder de oferecer a Deus o Santo Sacrifício": 23

Carta Pastoral sobre problemas do apostolado moderno: 31

Repercute em todo o país a Pastoral do insigne Bispo de Campos: 32

Acolhida com geral entusiasmo a Pastoral do Sr. Bispo de Campos: 33

Correspondência: 34

O êxito da Pastoral, uma nobre lição: 34

Reflexões a propósito da segunda edição da Carta Pastoral: 36

Uma Pastoral católica — Mons. Ascanio Brandão: 36

Para denunciar erros recentes: 41 Considerações sobre o apostolado mariano: 43

O reinado eucarístico de Jesus Cristo: 46

Campos renovada pela Sagrada Eucaristia: 54

Sacerdócio e Eucaristia: 55

Hoje como ontem, as verdades enérgicas empolgam: 58

Adoração diária, índice e causa do progresso de uma Diocese: 58

Pastoral sobre problemas do apostolado moderno:— Editada em italiano: 60

SIGAUD, D. Geraldo de Proença

A personalidade e a obra de um grande Bispo: 5

Pronuncia-se sobre a reforma agrária o Episcopado do Paraná: 32

Reforma agrária: 33

Correspondência: 35

A reforma agrária na Câmara dos Deputados: 43

Dr. P . V . X . S . , São Paulo (Est. São Paulo): "Interessará, decerto, aos leitores do nosso CATOLICISMO, saber que a magnífica revista de Barcelona, "Cristiandad", publicou o seguinte tópico em suas "Notas Bibliográficas" do numero de 1o de fevereiro p.p.: "REPERCUSSÃO NO BRASIL E NO EXTERIOR — Carta Pastoral sobre problemas do apostolado moderno, contendo um Catecismo de verdades oportunas que se opõem a erros contemporâneos — Boa Imprensa Ltda. — Campos (Brasil).

Como hace constar en el prólogo la misma prestigiosa Editorial brasileña que publica este folleto, vió en tres meses agotarse el primer tiraje de la magnífica Pastoral, que no contaba menos de 4.000 ejemplares. La conmoción que el magistral Documento del venerado Obispo de Campos, Rvdmo. Dr. Don Antonio de Castro Mayer; produjo en los medios culturales católicos del Brasil, y la repercusión pronto alcanzada en el exterior, donde se hicieron ediciones en diversas lenguas, motivó los más calurosos comentarios en la prensa y una copiosa correspondencia. Así, el Episcopado, como varias destacadas personalidades del mundo católico, rindieron ferviente homenaje al Ilustre Prelado por el meritísimo trabajo, el cual, si en expresión de la misma Editorial católica "está ya incorporado en lugar eminente en la historia religiosa del país", constituye un insigne beneficio para toda la Iglesia en la lucha contra los errores modernos.

El presente folleto recoge estos eminentes juicios y los ofrece como el más completo y excelente comentario, que expresa, en su cálido y sincero elogio, todo el importante alcance de doctrina de la admirable Pastoral".

Marqués de Valenzuela, Madrid (España): "... pido a Dios Nuestro Señor derrame sus Bendiciones más abundantes sobre Vd., la publicación magnífica que dirige y sobre todos sus colaboradores".

Dr. Waldomiro Girard Jacob, Mogi Guaçu (Est. S. Paulo): "Tenho recebido o CATOLICISMO. Grande jornal. Para ser lido, guardado e consultado".

Sr. Adelmir Figueiredo, Ouro Preto (Est. Minas Gerais): "... desejo manifestar minha profunda admiração pelo CATOLICISMO, pelo seu combate ao materialismo e heresias ..."

Sr. Nicanor Leal Teixeira, Petrópolis (Est. Rio): "Leitor de há muito de CATOLICISMO, gostaria de saber a verdade sobre a real ou imaginaria existência do "Curé" Meslier. Ele passa como o fundador do comunismo revolucionário, isto é, bolchevista; muitos negam sua existência, alegando que Meslier é uma invenção de Voltaire (no que pessoalmente acredito).

Gostaria de saber se de fato existiu ou não o tal Cura Meslier".

R. Klimke, em sua História da Filosofia (Historia de la Filosofia . - tradução espanhola de Federico Klimke, S. J. — ed. Labor, 1947, lib. IX, IV, art. 2, parag. 2o). registra a existência do Pároco rural Jean Meslier, cuja obra póstuma, "Le Testament de Jean Meslier", editada em 1864, "professa um materialismo mais claro e mais cru que o do próprio Holbach". — Mais adiante, o antigo professor da Universidade Gregoriana assinala novamente a presença de Meslier, ao tratar das idéias revolucionarias (lib. XI, I, art. 2, parag. 2o). Diz o seguinte: "O socialismo teórico antigo teve, nos começos do século XVIII, um precursor no Pároco católico francês Meslier (1664-1730), cuja obra, conhecida já pelos enciclopedistas, foi editada em 1864, com o título "Le Testament de Jean Meslier", por R. Charles, de Amsterdam, em três volumes".

A nota bibliográfica que o Grande Dicionário Larousse dedica a Meslier (ou Mesliers, ou mais corretamente Meslier, como diz) o faz Cura de Eirepigny na Champagne, Arcebispado de Reims. Tratando-se de homem de má doutrina, o dicionarista — cujo facciosismo anticatólico é notório - procura valorizá-lo, apresentando-o como "bom, caridoso, de costumes puros e grande sobriedade". É forçado, porém, a narrar um fato que manifesta seu orgulho, sua falta de obediência e respeito à Autoridade Eclesiástica, e seu ódio aos ricos. Igualmente, vê-se constrangido a registrar a hipocrisia com que esse Padre fingiu crer, até o fim de sua vida, numa Religião cuja fé perdera, e sua covardia confessada de "não ter esclarecido seus fiéis, porque sabia não poder fazê-lo impunemente".

Também não é sem interesse consignar que sua biblioteca era reduzida: a Sagrada Escritura, alguns Padres da Igreja, Montaigne e pouca coisa mais. Outro dado: Meslier era filho de artesãos, e declara, em seu testamento, que se deixara ordenar para fazer a vontade de seus pais.

Cremos que essas notas bastam para nosso consulente inteirar-se da existência e do caráter desse "precursor do bolchevismo revolucionário".


AMBIENTES, COSTUMES, CIVILIZAÇÕES

Figuras que encarnam

concepções de vida

Plinio Corrêa de Oliveira

Ocupa a revolução inglesa do século XVII um lugar saliente na história trágica do Ocidente.

Começou esta crise no século XVI, com a explosão religiosa igualitária que foi o protestantismo. Deste nasceram diversos movimentos ideológicos que, favorecidos por fatores de várias ordens, culminaram no século XVIII, numa nova explosão igualitária, a Revolução Francesa. Esta realizou na esfera político-social o triunfo das mesmas tendências niveladoras que o protestantismo havia afirmado no campo religioso. Da Revolução Francesa brotou por sua vez, através das agitações e das crises do século XIX, o comunismo, que haveria de encher a história do século XX.

Dos movimentos que serviram de elo entre a crise religiosa do século XVI e a crise político-social do século XX, nenhum, talvez, tenha tido a importância da revolução inglesa. Os problemas em trono dos quais a luta entre os partidários do Rei Carlos I e os da revolução se travou, são, implícita ou explicitamente, os mesmos que opusera na primeira Constituinte francesa "direitista" com Maury e Casalèz a "esquerdistas" como Mirabeau ou Bailly. Em ambas as revoluções, os problemas religiosos se entrelaçavam intimamente com os políticos, e os partidários do Rei, geralmente afeitos à religião dominante ( na Inglaterra o anglicanismo, arremedo natimorto do Catolicismo ), se defrontavam com adversários penetrados do espírito de dúvida e de "simplificação" do dogma. Em ambas, por fim, os atores dos primeiros lances foram pseudomoderados, postergados em seguida por exaltados que chegaram até o extremo do regicídio.

Neste sentido, com as variantes que sempre existem quando a história como que se repete a si mesma, Carlos I é bem uma pré-figura de Luís XVI, Cromwell um precursor de Robespierre ou Saint-Just, e a revolução inglesa uma "avant-première" da Revolução Francesa.

* * *

Esta descrição muito sumária de algumas perspectivas da crise da civilização ocidental, visa apresentar em seus verdadeiros quadros históricos dois personagens típicos das idéias a que serviram de bandeiras Carlos I e Cromwell.

Em nosso clichê, Oliver Cromwell, segundo miniatura de S. Cooper. Em seu tempo, a couraça já estava em vias de ser abandonada. Nos retratos oficiais dos generais e chefes de Estado era ela de rigor para efeitos de aparato. Infelizmente, o uso desse elemento decorativo prejudicou a naturalidade de não poucos quadros, pois a couraça, mesmo num militar como Cromwell, impedia a transparência de certos elementos carregados de significação psicológica, como o porte espontâneo, o traje, etc. Assim, esta miniatura nos revela a alma do personagem principalmente pela face, emoldurada por uma simples gola de linho e uma copiosa cabeleira.

O famoso cabo de guerra está na força da idade e do talento. Seu nariz proeminente dá uma impressão de audácia. Seus lábios rasgados e crispados parecem manifestar resolução. O queixo possante deixa ver uma obstinação habituada a exercer-se. A fronte alta, o sobrecenho franzido, parecem povoados de idéias, de preocupações e de projetos. Os olhos são particularmente dignos de nota. Há neles a luz de quem tem a alma acostumada às altas esferas do pensamento, o calor de quem está penetrado até as últimas fibras pelo hábito e pelo gosto da polêmica e da luta, a força de quem transformou em segunda natureza o exercício do mando em todos os seus aspectos, governo, administração, e até inspeção férrea de pormenores miúdos. A seriedade do personagem não é de todo inautêntica. Mas também não é de todo autêntica. Há, difuso na fisionomia, um lampejo de velhacaria, há na carnadura uma intensidade de vida vegetativa que impressiona, talvez não à primeira vista, mas em uma segunda análise. Há qualquer coisa do felão e do trocista ruidoso e pesado de botequim, no que chamaríamos a segunda camada psicológica desta face em que se espelha, sob todos os aspectos, uma personalidade hercúlea.

Um Hércules, por certo. Nunca, porém, um Hércules à maneira da Renascença, burilado, lavado, estilizado, e penteado com arte discretíssima.

Há nele um desalinho geral que só não amarrotou a couraça. Quanto ao mais, tudo parece posto em desordem por um sopro que vem - coisa curiosa - de uma turbulência e uma rusticidade interior fundamental. Cabelos, gola, carnes, tudo está amarfanhado e convulsionado. Tudo lucraria em ser lavado: os cabelos sebosos, o linho da gola, o próprio rosto. Uma desordem que exprime o movimento impetuoso da alma. Uma desordem que é o efeito natural de uma situação interna. Uma desordem em que o personagem se deleita e encontra o complemento de si mesmo. Uma desordem rústica que ele ama também por ser rústica, e em cujo desalinho e rusticidade ele vê, não um mal, mas um bem, e até a nota que deveriam ter todas as coisas, para que o universo fosse simpático e habitável.

Um universo tumultuoso, inestético, convulsionado, mais parecido com o inferno do que com o Céu. Um universo revolucionário. Um herói triunfante, de uma revolução em marcha, a serviço da inversão da ordem e da hierarquia dos valores.

* * *

Três posições do Rei Carlos I da Inglaterra, pintadas por Van Dyck.

A cabeleira, de um suave desalinho aparente, está na realidade magnificamente estudada. Uma esplendida gola de rendas e uma roupa de seda realçam o que há de extremamente delicado e poético neste varão que, se não faz pensar no Hércules da mitologia, lembra de algum modo Apolo, ou um príncipe de contos de fada.

Nesta figura de uma elegância e de uma delicadeza tão extrema que para um crítico conformado com a brutalidade de nossos dias poderia parecer algum tanto feminina, há no fundo um mosqueteiro à d’Artagnan. A longa linha do rosto, que vem do alto da fronte até a barba em ponta, quase diríamos pontiaguda, exprime obstinação. O perfil faz ver a linha do nariz, em ponta também, a indicar por sua conformação especial, espírito de aventura e de mando. O olhar é profundo como um lago que reflete todo um firmamento de tradições, cultura e princípios. Mas um lago cheio de surpresas, cuja superfície apresenta por vezes tonalidades de ironia e de crueldade.

Um herói, por certo, feito para despertar, por sua superioridade inata, dedicações sem limite. Feito para arrastar ao ataque e à morte brigadas inteiras de cavaleiros ébrios de fervor guerreiro. Feito para pôr em delírios de entusiasmo as multidões. Modelado enfim por uma longa e admirável tradição, para contemplar com a mesma superioridade serena, um pouco misteriosa, afável quase até a meiguice, mas absolutamente inacessível, um baile, uma batalha, ou seu próprio patíbulo.

Um grande homem, ele também. Grande por uma força interior vinda de uma alta consciência da dignidade régia, e feito para figurar no centro de um mundo plasmado para a ordem, a hierarquia, e uma forma solene mas natural, plácida mas variegada e viva, triunfante mas amena e meiga, de beleza. Um mundo que visa ser solene, plácido e triunfal como o Céu.

* * *

Como o Céu? Sim e não. Para um misto de Céu e Olimpo talvez. Falta a nota sobrenatural nesta figura. A heresia passou por aí, e deixou sua marca. Há uma hipertrofia do indivíduo nesse homem, uma adoração de si mesmo, uma falta de devotamento a algo do superior a ele - ao Vigário de Cristo, a Deus - que não leva ao Céu, antes prende à terra.

Um perfeito Príncipe católico teria todas estas qualidades, é certo. Mas teria outras ainda... e não teria estes defeitos.