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ESCREVEM OS LEITORES

O Exmo. Revmo. Sr. D. José Mauricio da Rocha, DD. Bispo Diocesano de Bragança (Est. S. Paulo), honrou-nos com um exemplar de sua recente Carta Pastoral sobre o alistamento eleitoral (que oportunamente comentaremos para nossos leitores), fazendo-o acompanhar do seguinte cartão: "Com os cumprimentos de D. José Mauricio da Rocha, Bispo de Bragança, e felicitações a Cunha Alvarenga pelo excelente artigo ("Bom espírito, coragem e clareza na pena do Sr. Maritain") de CATOLICISMO de setembro último, que acaba de ler".

Irmão Bernardo, Colégio de La Salle, Buenos Aires (Argentina): "...CATOLICISMO, magnificamente presentado y con artículos de sumo interés. Felicitaciones!"

O Sr. Carlos Lobo de Oliveira, Secretario do Supremo Tribunal Administrativo e crítico literário, Lisboa (Portugal), iniciou, no "Diário da Manhã" daquela capital, uma serie de comentários a respeito do artigo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, "Passado esplêndido, futuro ainda mais belo", que publicamos em nosso n° de agosto pp. 0 Sr. Carlos Lobo de Oliveira começa seu trabalho com as seguintes observações, passando depois a fazer um substancioso resumo daquele artigo: "Ainda não acabaram de todo os ecos da viagem do Chefe da Nação ao Brasil.

Foi tal a grandiosidade e sentimento afetivo dessa extraordinária recepção por parte do Brasil, tanto do elemento oficial como da população, que não é de estranhar fique gravada para todo o sempre na memória coletiva. O Brasil vibrou com as raízes portuguesas da sua origem.

Mas onde aquele extraordinário acontecimento teve repercussão profunda foi nos meios católicos, e sobretudo nos meios intelectuais católicos.

Brasilidade e portugalidade são dois sinônimos que se podem aplicar indiferentemente, tal a sua exatidão.

Criação do espírito português, do nosso eterno espírito ecumênico, o Brasil tem, em todos os momentos da sua história de país com projeção no mundo, a sua memória avivada dum passado comum, duma expressão de vidas paralelas no decurso da história.

Portugueses e brasileiros sempre se encontraram, pelo tempo afora, unidos e ligados pela obra comum, e ainda hoje, em plena separação política, continuamos a mandar parte do nosso excedente demográfico para aquelas terras atlânticas, onde nossos lares se fixam e enraízam.

Num artigo admirável de vivacidade intelectual, Plinio Corrêa de Oliveira demora-se longamente a examinar e analisar o caso de Portugal na sua projeção em terras distantes e, principalmente, no Brasil.

Em CATOLICISMO, cuja colaboração e apresentação gráfica já tivemos ocasião de salientar, o culto por Portugal mantêm aceso e votivo, sem se poder distinguir se parte do coração ou da inteligência, tão unidos intimamente ambos se encontram nas suas manifestações.

"Passado esplêndido, futuro ainda mais belo", assim se intitula esse longo ensaio, e título mais expressivo, que é já uma síntese, não podia encimar este formoso trabalho intelectual de Plinio Corrêa de Oliveira''.

Prof. Aluino Meurer, Colégio Diocesano, Lajes (Est. Santa Catarina): "Leio o vosso mensário com muito prazer, há tempo, e só tenho palavras de louvor para o vosso excelente jornal (ainda que obra humana nunca chegue à perfeição ideal). Desejaria adquirir, aos poucos,... todos os números, desde a fundação".

Dr. G. M. V., São Paulo (Est. São Paulo): "Na tradução do "discurso do Soberano Pontífice aos Padres da Companhia de Jesus", que CATOLICISMO publicou em seu número de novembro, há um pequeno lapso de revisão. No fim do tópico subordinado ao subtítulo "Monárquica a forma de governo da Companhia", lê-se: "E esta Sé Apostólica... quer... que esta autoridade plena e monárquica (do Geral da Companhia), que não depende senão da autoridade suprema da Santa Sé, permaneça plena e inacabada..." Como é fácil de perceber, a palavra "inacabada" saiu em lugar de "inabalada".

R. — Só nos resta apresentar escusas pelo erro de revisão.

Livraria Cruz, Braga (Portugal): "Estamos muito interessados em que tão bela publicação possa espalhar-se por entre as gentes desta região tão crente e encontre o acolhimento que merece e que nós muito gosto teremos em ver concretizado em numerosas assinaturas".

Sr. Antonio Guimarães Correia, Campina Grande (Est. Pernambuco): "Conhecendo hoje, através de um exemplar, esse jornal, venho pressurosamente pedir-vos informar-me... no sentido de que possa eu fazer a devida assinatura... (e) para que eu possa obter assinaturas de outras pessoas..."

Dr. E. S. P. L., São Paulo (Est. São Paulo): "A propósito do excelente e oportuníssimo artigo do Sr. Cunha Alvarenga sobre a projetada reforma do ensino (CATOLICISMO, dezembro de 1957), lembrei-me de que em meus guardados havia o incluso recorte do "Diário de São Paulo" de 28 de agosto de 1955, com curioso e significativo tópico de um artigo do Sr. Napoleão Mendes de Almeida, intitulado "A verdadeira importância do latim". É o seguinte o tópico referido:

"Chegados ao Brasil, três eminentes matemáticos, de renome internacional, Gleb Wataghin, professor de mecânica racional e de mecânica celeste, Giacomo Albanese, professor de matemática, e Luigi Fantapié, professor de analise matemática, que vieram contratados para lecionar na Faculdade de Filosofia de São Paulo, cuidaram, logo após os primeiros meses de aula, de enviar um oficio ao então Ministro da Educação, que na época cogitava de reformar o ensino secundário. Vejamos o que, mais de esperança que de desânimo, continha esse oficio:

"Chegados ao Brasil, ficamos admirados com o cabedal de fórmulas decoradas de matemática com que os estudantes brasileiros deixam o curso secundário, fórmulas que na Itália (os três professores eram catedráticos de diferentes Faculdades italianas) são ensinadas só no segundo ano de Faculdade; ficamos, porém, chocados com a pobreza de raciocínio, com a falta de ilação dos estudantes brasileiros; pedimos a V. Excia. que na reforma que se projeta se dê menos matemática e mais latim no curso secundário, para que possamos ensinar matemática no curso superior".


VERBA TUA MANENT IN AETERNUM

• Cegueira e loucura desprezar as fórmulas dogmáticas da Igreja e só exaltar o sentimento religioso

S. PIO X: Ora, sendo instável esta força e sorte das fórmulas dogmáticas (segundo os modernistas), não é de admirar que os modernistas as façam objeto de tanto escárnio e desprezo, enquanto que, pelo contrário, nada mencionam, nada exaltam tanto quanto o sentimento religioso e a vida religiosa. Por isto, também acusam, com extrema audácia, a Igreja de andar extraviada, pois, dizem, não faz distinção alguma entre a força moral e religiosa e a significação externa das fórmulas e, apegando-se com vão esforço e suma tenacidade a fórmulas carentes de sentido, faz com que se dissolva a própria Religião. "Cegos e condutores de cegos" (Mt. 15, 14) que, inchados com o soberbo nome de ciência, chegam a tal extremo de loucura que pervertem a eterna noção da verdade e o genuíno sentimento da Religião, com a introdução de um sistema novo em que, "por temerário e desenfreado afã de novidades, não se procura a verdade onde ela realmente se encontra e, desprezadas as santas tradições apostólicas, se invocam outras doutrinas vãs, fúteis e incertas e que a Igreja não aprovou, sobre as quais homens estultíssimos crêem estar apoiada e manter-se a própria verdade" (Gregório XVI, Enc. "Singulari Nos" de 25-VI-1834). — (Encíclica "Pascendi Dominici Gregis", de 8-IX-1907).

• Dever dos países católicos, defender pelas armas a ortodoxia dos povos fiéis à Igreja

CLEMENTE XIII: Grandemente preocupado com os perigos que ameaçam a fé católica na Polônia, e desprovido de reforços para socorrer aquela nação, reputamos dever-Nos dirigir a Vossa Augusta Majestade, cuja missão é proteger a Igreja Católica, e queremos presentemente excitar Vossa piedade a tirar aquele povo das gravíssimas provações sob as quais está no momento esmagado.

Não ignorais, caríssimo Filho Nosso em Cristo, os ardis dos dissidentes contra a Religião Católica, nem que desastre se deveria temer para a verdadeira piedade e o culto fiel de Deus, se os esforços deles (Deus não o permita) viessem a triunfar. Não contentes, com efeito, de serem tratados com clemência e humanidade segundo as leis ancestrais, levaram a audácia ao ponto de querer impor a todo o Estado leis novas, desastrosas para os católicos, e de esforçar-se principalmente por suprimir naquele país livre e ortodoxo todas as vantagens que os Príncipes hostis à fé romana recusam aos católicos em seus próprios Estados.

A justiça, é verdade, impõe a cada um suportar corajosamente as próprias provações. Mas neste caso um interesse superior exige a atenção dos Príncipes católicos, e a vossa em primeiro lugar, caríssimo Filho Nosso em Cristo, pois se as forças e o poderio dos dissidentes aumentarem, a Religião Católica será abatida e, por fim, aniquilada.

Eis porque, a Vós que ocupais o primeiro lugar na Cristandade e que fostes estabelecido como guardião e vingador da Igreja Católica, Nós suplicamos no Senhor, Nós conjuramos a dirigir todos os vossos desígnios, vosso zelo, vosso trabalho e toda a vossa diligencia para libertar naquele reino o rebanho do Senhor das fauces e das presas da heresia. Sim, por certo, vossa dignidade reclama isso de Vós, mas também o faz vossa grandeza de alma, que não poderia adquirir mais belo louvor do que socorrendo aquela nobre nação. Enfim, e particularmente se por zelo pela salvação eterna do próximo Vos constituirdes defensor e arauto da verdadeira fé, obtereis para Vós mesmo uma garantia mais firme de vossa própria salvação. — (Carta "De periculis", de 30-IV-1767, ao Imperador José).


AMBIENTES, COSTUMES, CIVILIZAÇÕES

Na era dos avós meninos

Plinio Corrêa de Oliveira

Salão decorado com certa gravidade. Móveis pesados, grande cortina, quadros e adornos que parecem ter valor. Tudo indica um interior calmo, de gente já madura, e economicamente farta e organizada. O físico dos dois personagens mais velhos é coerente com esta impressão. Num espaçoso sofá, estão duas senhoras ainda jovens, que devem ser as mães das seis crianças que se encontram na sala. Dir-se-ia uma plácida reunião de uma plácida família num plácido ambiente. Mas nesta reunião a excitação da vida moderna penetrou através da televisão. Todos se entregam inteiramente ao gosto de ver, sentir, quase tocar com as mãos a cena do vídeo. As fisionomias indicam o prazer de sentir a imaginação à larga, enquanto o controle da inteligência cessa inteiramente e a vontade dorme na mais profunda inércia. É o homem reduzido, por uma miserável involução, à condição de um bebê que vive de sensações. Quando uma alma chega a tal estado, adeus lógica, coerência, seriedade. Para ela todo esforço intelectual se torna penoso. Toda atitude enérgica, insuportável. É o extremo para o qual são arrastados tantas vezes não só os moços, mas ainda os velhos.

Afundado numa poltrona, um menino que, por um singular fenômeno, ainda gosta de ler, causa apreensões. Sua mãe diz à visita: "Estamos muito preocupados com o Guilherme". Que pequeno esquisito! Gosta de se concentrar, de ler, de abstrair! Se isto continuar, será preciso levá-lo ao psiquiatra. Este, por certo, se alarmará diante da "marginalidade" deste menino esquisito. E não sossegará enquanto não tiver feito dele um adorador da televisão.

É por estes e outros meios que os mais velhos, responsáveis pela manutenção do pouco que nos resta de bom senso e equilíbrio, pactuam tantas vezes com os vícios de nossos dias, e se transformam em agentes eficazes da imensa derrocada mental do século XX.

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Exagero de um caricaturista! Como fazer sobre ele qualquer comentário serio?

Bastaria ir às praias e às "boites", para ver como a "charge" é justa, pois os mocinhos e mocinhas de sessenta anos ou mais tomam a vanguarda da modernização.

Na fotografia, trabalhistas ingleses dançam numa reunião partidária. Seria possível ostentar mais claramente tudo que há de débil, "gauche" e desgracioso na velhice? Seria possível estar mais desnudo da respeitabilidade, da gravidade e da poesia ( no bom sentido deste termo tão ambíguo ) que são seu único adorno?

Até a velhice parece ter desertado muitas e muitas vezes de seu posto.

Na Sagrada Escritura se lamenta a sorte das nações cujo Rei é um menino ( Ecle. 10,16 ).

Hoje há poucos Reis. Mas temos avós-meninos. E a desgraça parece muito maior...