ESCREVEM OS LEITORES
Revmo. Pe. Raul Motta de Oliveira, Caratinga (Est. Minas Gerais): ... esse admirável jornal".
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Revmo. Pe. Antonio Pimentel, Siriri (Est. Sergipe): " ... o excelente CATOLICISMO".
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Revda. Irmã Maria de Nossa Senhora da Gloria, Casa Matriz das Irmãs Carmelitas da Divina Providencia, Mariana (Est. Minas Gerais): "À brilhante e piedosa redação do jornal CATOLICISMO... orações e parabéns pelo progresso e bem que faz às almas, à Santa Igreja. "Ad muitos annos".
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Sr. Marcelo Troya Mena, Quito (Equador): "Recebi el número 98 de CATOLICISMO correspondiente al mes de Febrero del presente año, lo he leído con verdadera curiosidad e interés, encuentro que es una publicación católica extraordinaria, es ese el apostolado moderno que tanta falta hacía en América Latina, necesitamos tener una prensa de criterio católico que oriente el pensamiento cristiano de nuestros pueblos y creo que CATOLICISMO está llamado a llenar ese vacío.
Les sugeriría la idea de difundir CATOLICISMO mediante una edición internacional en idioma castellano entre los pueblos de América Latina, eso uniría a los católicos americanos en un solo espíritu y robustecería los lazos de amistad de nuestros países que están trabajando sinceramente por la realización de la Operación Panamericana. Esa unión contribuirá a fortalecer nuestra Religión y será una defesa segura contra el peligro internacional del comunismo que con sorpresa vemos que cada día se difunde más en nuestros medios. Lo más importante en estos momentos para la defensa de nuestra santa Religión es la prensa, la verdadera prensa, y creo que cualquier esfuerzo que hagamos por ella, será de positivo beneficio en el apostolado. CATOLICISMO es verdadera prensa, su difusión será bien recibida por los católicos latino americanos.
Sigan adelante en la hermosa misión que han escogido y Dios quiera que el pensamiento de CATOLICISMO se difunda por América y que ese periódico sea el abanderado de la verdad; eso esperamos nosotros".
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O Prof. José dos Santos Rodrigues, Catedrático de Língua e Filologia Portuguesa na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, escreveu a nosso colaborador Prof. Arnaldo Vidigal Xavier da Silveira a seguinte carta: "Li com imenso prazer o seu "Comentando" — "Grande data na história do mundo operário" publicado no CATOLICISMO n° 101. Porém dele, como professor que sou de Língua e Filologia Portuguesa na Faculdade de São Bento da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, uma coisa me regalou a alma: as palavras com que terminou, a modo de observação, o seu tão belo e verdadeiro comentário quando disse: "Descendo agora ao terreno da linguística, observamos, em algumas passagens do artigo, a presença reveladora da estranha expressão — o Cristo, tão contraria à índole da língua portuguesa, e que anda sendo posta em voga por certos católicos inovadores".
Muito bem, muito bem dito, e bem trazida a sua observação. Há quanto tempo (permita-me que o diga) não tenho eu condenado perante meus alunos, nas aulas, essa modalidade de falar que, de alguns anos para cá, se introduziu, não digo tanto nos meios católicos em geral, mas nos eclesiásticos dum modo particular, denunciando, quase que diria, total desconhecimento da delicadeza da Língua Portuguesa quando ela se refere a personagens de categoria ou de respeito, omitindo o emprego do artigo. Ora pergunto: quem mais de categoria, quem mais de respeito do que CRISTO? Repare-se que disse: do que Cristo, e não do que "o Cristo" como diriam os "certos católicos inovadores" segundo a expressão do meu nobre Amigo. Nunca, creio eu, alguém diria, incluindo esses mesmos senhores, por exemplo, a seguinte frase: consta que tal dia virá à São Paulo o Kubitschek; consta que tal dia chegará ao Brasil o Churchill com o Américo Tomaz, Presidente de Portugal, não querendo, é obvio, usar, antes do nome próprio, o qualificativo Presidente ou outro qualquer, conforme o personagem.
Porventura, não notarão esses senhores, que o uso do artigo, nestes e noutros casos semelhantes, é uma indelicadeza e falta de educação para com a pessoa a que se dirigem? Não notarão que é um emprego esse, "contrário à índole da língua portuguesa", à sua feição cavalheiresca e portanto educada? E se para esses personagens, a que antes me referi, como exemplo, não devemos usar o artigo pela posição que ocupam ou pelo respeito a eles devido, como há coragem de assim não proceder com o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores — CRISTO ? Quem mais, torno a repetir, digno de respeito e de maior categoria do que Cristo? Dirão: outras línguas o empregam, como, por exemplo, o francês dizendo: "le Christ, du Christ", etc. Fraca razão, se não for para ocultar qualquer descuido ou falha no conhecimento da língua própria, pois não creio que o façam (isto seria o cúmulo) por tê-lo ouvido a alguém e terem achado essa expressão interessante, bonita, uma "coisa nova", mesmo que afeie e deturpe a beleza do nosso idioma, não interessando isso para eles, pois, o que se tem em vista, é tornar-se interessante pela "novidade". Antes de mais nada, direi a esses senhores: somos brasileiros e temos uma língua que é nossa, muito nossa e só nossa: a bela e doce língua portuguesa, não necessitando, portanto, da francesa nem de qualquer outra para nos exprimirmos.
Ficará, como realmente fica, muito bem e muito belamente dito, no idioma francês; porém no nosso, é um galicismo que fere e ofende a delicadeza e o "gênio ou essência da língua portuguesa". Nem se diga que é mais frisante dizer-se: "o Cristo" em vez de simplesmente Cristo. Por esse raciocínio, teríamos de dizer também: "o Portugal" é belo; a história "do Portugal" é bela; "no Portugal" vive-se bem; em lugar de: Portugal é belo; a história de Portugal é bela; em Portugal vive-se bem.
Contra o gênio duma língua, não há razões que se apresentem para defender disparates. Respeitemos, portando, o que de forma alguma deve ser alterado: a beleza, a fisionomia da doce língua de Camões, Vieira e Bernardes, de Castro Alves, Machado de Assis e Ruy Barbosa. Este meu apelo vai aqui particularmente dirigido aos Reverendos Sacerdotes para que não digam do alto dos nossos púlpitos ou das suas cátedras frases como: "o Cristo" assim falou; o Evangelho "do Cristo" assim nos ensina, etc.... fazendo-nos lembrar expressões vulgares, "igualitárias" e sem respeito como: "o Manoel" do empório, "o Gregório" da esquina, "o Joaquim" da tinturaria, e outras do mesmo teor.
Guardemos respeito a Cristo, para nós o que há de mais querido e sublimado nas nossas almas e corações, a única razão de ser da nossa vida, pois que é o nosso Deus, o nosso amantíssimo Salvador.
Cuidado, pois, com leituras de livros de outros idiomas, sabendo lê-los e entendê-los no original, não transplantando porém para a nossa, a linguagem que a eles só pertence e não a nós; e dum modo particular a francesa, pois, segundo Leite de Vasconcelos, é ela o inimigo n° 1 da portuguesa (Lições de Filologia de J. Leite de Vasconcelos, p. 357) . Ainda que não fosse mais do que por um pouco de patriotismo, deveríamos assim proceder, quanto mais, se essa maneira de falar, vem ferir, como já antes foi indicado, a delicadeza e fidalguia desta língua querida em que falou Nossa Senhora de Fátima, e que não tem, como outras, expressões blasfemas, e que de forma alguma também não quer faltar ao respeito a Cristo, como de fato se falta, se se continuar a dizer "o Cristo", "do Cristo", à moda francesa que nunca foi portuguesa e nunca o será por exigi-lo a essência e delicadeza da nossa tão linda, heróica e santa língua.
Queira o meu nobre Amigo desculpar-me este desabafo acerca do nosso querido idioma contra o qual tantos atentados se cometem, e, de novo, aceitar os meus parabéns pelo grito de guerra levantado em sua defesa.
Com a amizade e apreço de sempre".
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Há pouco noticiávamos nesta secção ter sido traduzida em francês pela revista "Marchons" e comentada pela "Acies Ordinata" a magnífica conferencia de S. Excia. Revma. D. Geraldo de Proença Sigaud, S. V. D., DD. Bispo de Jacarezinho, publicada pela primeira vez em CATOLICISMO (no 90, de junho de 1958) sob o título de "Estrutura e funcionamento mecânico, ou vida própria e colaboração orgânica?" Devemos acrescentar agora que o conceituado boletim "Nouvelles de Chrétienté", de Paris, em sua edição de 19 de março p.p., reproduziu integralmente a tradução francesa, fazendo-a preceder de uma introdução que diz: "Important discours sur l'Action Catholique. La Revue Marchons, des Coonérateurs Par. oissiaux, janvier 1959, sous le titre "Structure et fonctionnement mécanique ou vie propre et collaboration organique?" traduit une conférence de S. Exc. Mgr Geraldo de Proença Sigaud, Évêque de Jacarezinho publiée par la revue mensuelle brésilienne CATOLICISMO, n° 90, juin 1958. .".
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Sr. Antonio Mauro Frare, Jundiaí, (Est. São Paulo): "Muito me agradou o vosso mensário, apreciável pela apresentação externa, pelo conteúdo, e pelo renome dos que o escrevem".
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D. Bertha Eliza, Belo Horizonte (Est. Minas Gerais): " . esse ótimo jornal".
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D. Cecilia Spessotto, Franca (Est. São Paulo): "Desejo assinar o CATOLICISMO. Vi um número de anos atrás e gostei muito".
AMBIENTES, COSTUMES, CIVILIZAÇÕES
A grandeza do Rei dignifica o cozinheiro
Plinio Corrêa de Oliveira
Vista aérea do Castelo de Windsor. A primeira impressão é de um cenário para um conto de fadas. A imensidade do edifício, a maravilhosa variedade de suas partes, a delicadeza e a força que se afirmam em todas elas, tudo enfim sugere a sensação de que se está em presença de algo que supera de muito a realidade cotidiana. Este prédio, este fantástico conjunto de prédios é ao mesmo tempo, símbolo e escrínio de uma instituição: a realeza britânica.
Nesse símbolo - como em tantos outros da Inglaterra tradicional — as aparências ainda não trazem a marca do protestantismo, do liberalismo e do socialismo. O que nessas formas de granito se exprime é ainda o conceito medieval e católico da origem divina do poder público, da verdadeira majestade de que ele se deve cercar em qualquer regime político, e do cunho paternal que o deve caracterizar.
Cunho paternal, dizemos. Este castelo não visa exibir massa, mas talento; não foi feito para intimidar, mas para encantar; o súdito que o contempla não estremece à vista dele, não tem vontade de fugir, mas de entrar.
E isto por uma razão simples: o Rei é pai que chama afavelmente a si os súditos, e não carrasco que amedronta.
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As relações entre grandes e pequenos são influenciadas por este ambiente. A nobreza do senhor se transmite a seu servidor. E a imensa cozinha de Windsor, muito autenticamente cozinha, é indiscutivelmente uma alta, nobre e digna cozinha de castelo, que comunica algo da dignidade real à humilde atividade servil, e lhe dá um esplendor como que régio.
Porque na civilização cristã a grandeza do senhor não humilha o servidor, mas o eleva.