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GUERRA REVOLUCIONÁRIA A REVOLUÇÃO EM ARMAS

Fabio W. da Motta

1. Definição, objetivos e fases da guerra revolucionária

Uma das características da segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi não ter tido propriamente um fim. Passou-se, mais ou menos silenciosamente, da luta armada, formalmente declarada, a um outro tipo de luta, que por ser encoberto não foi menos real.

Era a estratégia, aplicada em âmbito mundial, da chamada "guerra fria". Esta guerra fria, que no sábio dizer do saudoso Pontífice Pio XII, só poderia gerar uma "paz fria", resultante mais do medo que da compreensão, foi como que se aquecendo lentamente e, sobretudo a partir de 1954 na África do Norte Francesa, as potências ocidentais vieram a defrontar-se com uma nova modalidade de guerra, agora verdadeiramente global e total.

Tal guerra é tão desconcertante nos seus métodos, tão arrasadora nos efeitos, tão fugidia na identificação dos objetivos militares, que vários oficiais, dos mais experimentados nas batalhas, chegaram até a duvidar de sua existência concreta. Por isso, um general francês definiu-a como "uma guerra abstrata, contra um inimigo inexistente".

Tal é a chamada "guerra revolucionária", a expressão armada da Revolução.

Não obstante certos ingênuos que duvidam de sua existência, a França é obrigada presentemente a manter na Argélia um exército de 500.000 homens, submetidos a uma campanha de desgaste físico e psicológico, cujos efeitos cumulativos já duram há mais de quatro anos. Este exército ainda não conseguiu travar uma única batalha, no sentido militar tradicional, porque o inimigo é "invisível". Ele não aparece em parte alguma e, no entanto, está em toda parte, surgindo como os fantasmas da lenda, para matar, aterrorizar e desaparecer inexplicavelmente, logo depois.

Na sua ação continuada, o inimigo gera um estado de tensão psicológica ("stress", em psicologia), que se irradia das tropas para as populações, resultando daí não só um moral combalido, como uma atitude de descrença em relação a autoridade constituída.

O adjetivo "revolucionário", proposto para essa espécie de guerra por Mao Tsé-tung, um de seus grandes teóricos, parece-nos bem adequado, principalmente quando se tem em vista a lúcida exposição feita sobre a Revolução pelo - Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu ensaio "Revolução e Contra-Revolução". Com efeito, o que a guerra revolucionária representa é, principalmente, uma estratégia subversiva, atuando tanto em profundidade como em superfície, e visando ao aniquilamento da Ordem, cuja expressão autêntica e eterna é a doutrina nascida no Calvário.

Tudo leva a crer que as formas subversivas de guerra (e muitas poderão ainda aparecer) sejam o elemento fundamental nos conflitos da era atômico-espacial. O poder destruidor dos novos engenhos e o medo recíproco com que os contendores se olham, tendem a incentivar os homens na busca de uma solução que os dispense de utilizar estas armas.

Por outro lado, o progresso das ciências sociais, e notadamente da psicologia, permite a penetração a um tempo violenta e rápida de infiltrações ideológicas, com caráter subversivo, servindo as aspirações populares como seu ponto de atração.

O objetivo da guerra revolucionária seria, pois, solapar o moral e, com isto, as condições psicológicas de resistência, de tal forma que quando a ação militar se fizer oportuna não encontre mais poder de resistência no íntimo de cada pessoa e no seio das sociedades em geral.

Um oficial francês, que se assina Ximenes, concluiu que o fim visado por esta guerra é "a conquista do poder, graças a uma participação ativa da população (conquistada física e moralmente), por meio de processos técnicos ao mesmo tempo de destruição e de construção, segundo um método precisamente adotado" ("La Guerre Révolutionnaire", Revue Militaire d'Information, n.° 281, fevereiro-março de 1957).

Técnicas destrutivas são as que se destinam à destruição do statu quo, da Ordem, portanto: Técnicas construtivas são as que visam à construção ideológica das populações conquistadas.

São estes os processos de destruição empregados: desmembramento: greves diversas, resistência passiva, etc.; — intimidação: terrorismo sistemático, guerrilhas, manejo de massas, etc.; — desmoralização: exploração dos revezes, negação das vitorias, ceticismo com relação à Justiça, intoxicação dos neutros, etc.; — eliminação: liquidação física dos "não-cooperadores", guerrilhas de aniquilamento, deportações em massa, etc. Os processos construtivos utilizados são: — seleção e formação básica: preparação de "líderes populares", formação doutrinaria de "catequistas", etc.; — semeadura: ação de nuclear e controlar os grupos simpáticos; — infiltração psicológica: criação de estímulos aos elementos simpáticos e uso de "slogans" de propaganda, etc.; — enquadramento: formação das "hierarquias paralelas"; — construção: organização das "bases de apoio", multiplicação destas "bases" e "libertação" das zonas correspondentes.

Tudo isso recebe o nome genérico de "cristalização", que é como os especialistas chamam a este primeiro tempo da marcha revolucionaria. O segundo tempo, chamado de "organização", usa como principal técnica operativa a criação e organização das chamadas hierarquias paralelas, sistema através do qual cada indivíduo é inserido no contexto geral, sendo facilmente controlável por diferentes meios: distrito, cantão, comitê e, finalmente, o partido. O terceiro e último tempo do processo é o da "militarização", quando se passa à rebelião plena e, depois, às operações militares no sentido clássico do termo.

Note-se, porém, de início as forças revolucionarias estão sempre em inferioridade técnica e de pessoal e, no entanto, frequentemente acabam por vencer as forças da Ordem. Em que se funda a superioridade que assim manifestam? Em dois pontos, acima de tudo: a — na conquista física e psicológica das populações; b — na ideologia revolucionaria que é infundida nas populações conquistadas.

Na verdade, o que o terreno representa nas operações militares tradicionais, a população representa para a guerra revolucionaria. O próprio Mao disse na sua "Estratégia da Guerra Revolucionária na China" (livro que se tornou fundamental na compreensão desta ação): "O que a água é para o peixe, a população é para o revolucionário. Em nossa guerra, o povo armado e a guerrilha, de um lado, e o Exército Vermelho, do outro, constituem os dois braços de um só homem. Um Exército Vermelho, força principal, sem o apoio da população em armas e da guerrilha, seria um guerreiro sem braços".

Para conquistar uma população e para infundir-lhe posteriormente uma determinada convicção ideológica, os revolucionários atuam por todos os meios, baseando-se nas seguintes linhas mestras: - conhecer a população-objetivo; - reforçar os antagonismos com as autoridades legítimas: intimidação, desmembramento e desmoralização; demonstrar as afinidades dos anseios da população-objetivo com a ideologia revolucionária: "slogans", favorecer o "nacionalismo", etc.; - controlar gradativamente a população: defensivamente, impedindo a volta da ordem legal e eliminando os resistentes; construtivamente, pela educação política das massas e pelas hierarquias paralelas.

Na tarefa de conquistar a população — fase que de certa forma o próprio Brasil está atravessando — todo o empenho é posto na captação dos chamados "neutros" e das elites intelectuais, liberais ou pertencentes a posições políticas mediatamente favoráveis à Revolução. Aqui se intensifica a pregação do que os especialistas chamam, de "ideologias intermediarias", cujo exemplo-padrão é o surto de "nacionalismo" exacerbado. São doutrinas de sabor popular que conseguem penetrar onde a ideologia comunista formal não teria senão uma pequena aceitação. Assim, através destas doutrinações intermediarias, se consegue uma atitude receptiva para com a "linha justa".

"Não sendo a ideologia comunista senão um guia para a ação, compreende-se facilmente que, agindo segundo métodos comunistas, é-se levado ao comunismo.

"Muitas pessoas de boa fé (sic) não puderam escapar a esta evolução fatal. Aceitaram um objetivo também visado pelos comunistas ou estabeleceram alianças táticas com estes. Certos nacionalistas do Vietnam, certos líderes operários da França e uma parte dos católicos da China fizeram a experiência desta cooperação e, em sua maioria, acabaram por ingressar no comunismo (Boulnoie, "La Guerre Révolutionnaire").

Mais uma vez, esta conclusão de um renomado especialista, o comandante Boulnoie, harmoniza-se perfeitamente com as repetidas advertências de "Catolicismo" em relação a certo tipo de católicos partidários da política da "mão estendida".

A ação revolucionária, porém, só atinge seu apogeu após a criação e expansão das "bases de apoio", que possibilitam o aparecimento das "zonas liberadas", onde finalmente se instala o "governo revolucionário". A FLN da Argélia, ainda uma vez, serve como exemplo desta ação. No alargamento destas zonas, a luta já é aberta, e usa como operação militar mais adequada a tática de guerrilhas, na qual, segundo prescreve Mao Tsé-tung:

- se o inimigo avança, nós nos retiramos;

- se o inimigo se entrincheira, nós o inquietamos;

- se o inimigo está esgotado, nós o atacamos;

- se o inimigo se retira, nós o perseguimos;

- se o inimigo se entrega, nós o liquidamos.

Vencida a luta, surge um simulacro de governo, a "democracia popular", onde, naturalmente, "el paderón" ocupará lugar de destaque...

Mas ainda não está completa a ação. As populações vencidas ainda oferecerão resistência, a menos que adquiram uma ideologia revolucionária. Torna-se necessário reeducar politicamente as massas, "livrando-as das crendices do capitalismo e dos fanatismos da religião". Aqui entra em cena o monstruoso processo chamado de "lavagem do cérebro", instrumento terrível de violação da intimidade psíquica da personalidade.

A campanha da Indochina, mais que qualquer outra, foi um vasto laboratório de experimentação para os psicólogos do mundo inteiro.

2. As soluções contra-revolucionárias

Coube, até hoje, ao exército francês o maior peso da guerra revolucionária. Mais do que outros países, a França tem sentido na própria carne os efeitos deste tipo de guerra.

Era natural, portanto, que as primeiras tentativas de neutralização sistemática partissem dali.

A falta de preparação filosófica nos quadros militares talvez tenha sido o fator responsável pela divisão interna que o impacto da guerra revolucionaria causou entre os oficiais franceses. Há os que exigem uma reformulação completa da doutrina militar, preparando os oficiais e subalternos através de um sistema de doutrinação, chamado de "ação psicológica". Outros veem nesta ação uma tática comunista às avessas, e se insurgem contra o que consideram uma luta com os mesmos recursos que a consciência ocidental visa a combater. Uma terceira corrente insiste em ver, nesta guerra, apenas uma evolução da estratégia militar normal.

Assim, enquanto a França milenar vai se desgastando internamente no debate apaixonado do problema, a Revolução continua a avançar impiedosamente, não só na Argélia, no Laos, ou na Europa Oriental, como na própria terra de São Luís, em Cuba e, quem sabe, no resto da América.

Dentre as várias soluções possíveis, têm sido ensaiadas as seguintes: repressão formal e direta (obviamente incapaz de conter este tipo de guerra), pacificação (impotente, também, pois serve apenas para permitir reforços aos revolucionários), defesa em superfície (combates isolados e ocupação de pontos-chave, medidas ambas ineficazes), etc.

Um balanço da experiência militar francesa propõe as seguintes medidas gerais: — nunca tratar de igual para igual com um movimento revolucionário; — isolar todo território onde se verifique uma revolução armada; — tentar bloquear o processo revolucionário o mais cedo possível: quanto mais tardar a ação contra-revolucionária, tanto mais difícil será ela; — empregar todos os meios na luta anti-revolucionária: políticos, psicológicos, administrativos, econômicos, sociais, culturais, militares; — efetivar a destruição da "organização" revolucionária; — reconquistar moral, física e psicologicamente as populações libertadas; — esgotar as forças armadas da Revolução e dar-lhes combate sistemático.

Tudo isso, porém, fica condicionado a certas premissas: 1 — manter firme a vontade de vencer, para o que se deve ter bem vivo um sistema de valores que represente fielmente as aspirações de quem luta; 2 — atuar contra-revolucionariamente em todos os sentidos e por todos os meios, tendo sempre presente que a unidade de crenças é fundamental; 3 — crer firmemente na realidade desta guerra e estar atento à sua evolução e a seus agentes; 4 — conhecer os processos e a técnica operacional da Revolução.

3. A guerra revolucionária é, apenas, parte da Revolução

O problema político-militar da guerra revolucionária mostra-se bastante fácil de identificar, nos seus fundamentos filosóficos, para os católicos.

Esta guerra não passa de um aspecto — importante sem dúvida, mas apenas um aspecto — de um processo geral e mais profundo, chamado Revolução. A Revolução, enquanto movimento progressivo e gradativo, antecede e ultrapassa a guerra revolucionária.

Apenas, em função de oportunidades oferecidas pelos fatores geográficos e culturais, o movimento geral da Revolução encontra uma forma particularmente eficaz de ação na chamada guerra revolucionária.

O que é triste, porém, é verificar a grande desorientação ainda existente entre as forças da ordem, a qual não lhes permite uma ação mais eficiente em profundidade. Por incrível que pareça — e isso nunca poderia acontecer aos que souberam ler "Revolução e Contra-Revolução" — ainda há quem discuta a existência desta Revolução e desta guerra revolucionária; outros, aceitando a existência desta última, interpretam-na mais como uma racionalização do orgulho militar francês diante das derrotas sofridas; e ainda outros encaram tudo sob o ponto de vista exclusivo do interesse regional da África ou da Ásia. Os próprios norte-americanos, tão diretamente interessados, ainda não valorizaram devidamente a questão, assumindo uma atitude que poderíamos chamar de indiferença simpática, enquanto têm crises nervosas ante a ameaça de um atraso na corrida espacial.

A guerra tradicional, ou mesmo a nuclear, é em última análise o resultado de duas forças que se chocam militarmente. A guerra revolucionária é muito mais profunda, porque é o resultado do entrechoque de duas concepções de vida, intrinsecamente irreconciliáveis.

Só pelo exame de suas causas profundas se poderá chegar a uma ação verdadeiramente decisiva contra esse tipo de guerra.

4. A defesa autêntica contra a guerra revolucionária

Em vista do aqui exposto dentro dos limites de um artigo de jornal, não padece dúvida que a guerra revolucionária é, em si mesma, anti-religiosa. E isto porque é a Religião, como fundamento da Verdade, a última e mais temível barreira para as forças do Mal.

Parece-nos — mesmo independente de convicção religiosa, à luz da mera análise psicológica — não haver defesa eficaz contra este tipo de guerra sem se revitalizarem, robustecerem e exaltarem os valores pelos quais devemos lutar.

Um homem ou uma nação que não sabem o que querem defender já estão derrotados. Os povos ocidentais, que, bem ou mal, ainda são os herdeiros das tradições da civilização cristã, cujo apogeu foi a sociedade orgânica do sistema feudal, têm uma filosofia de vida que encerra um sistema de valores.

Bem sabemos que, em certo sentido, à apostasia progressiva desses povos é que se deve a facilidade da penetração ideológica do credo de Moscou e Pequim. No conjunto, porém, ainda é a tradição cristã do Ocidente a grande barreira contra o comunismo apátrida e ateu.

Acontece que tal sistema de valores raramente é conhecido do homem da rua, ao menos na sua formulação explícita. Isto é: sabemos mais aquilo que não queremos, do que aquilo que nos convém.

Para garantir, pois, a defesa profunda contra a marcha da Revolução, a primeira tarefa dos governantes e das elites será a de uma educação geral, autenticamente cristã, que vitalize e torne conhecidos nossos valores.

Dentre estes valores, naturalmente, a unidade da fé e a edificação de Cristo em cada alma constituirão o alicerce profundo. "E tudo o mais vos será dado por acréscimo", como dizem os Evangelhos (Mat. 6, 33, e Luc. 12, 31).

Só assim se cumprirá a doce promessa de que "por fim o Imaculado Coração triunfará!"


AMBIENTES, COSTUMES, CIVILIZAÇÕES

"Estímulo à cortesia e à dignidade da vida"

Plinio Corrêa de Oliveira

"Eis porque o melhor que se possa desejar é a fidelidade a essa tradição que se chama a cultura cristã, quando se adotam as formas modernas para a tornar acessível: esplendor do culto conservado na linha severa e muito pura, robustez jurídica e moral das instituições civis, e enfim amor do belo artístico, que confere uma nota poética às aldeias mais humildes, dando-lhes um estímulo à cortesia e à dignidade da vida" ( Alocução de 30 de abril de 1961, a peregrinos de Bérgamo, in "Osservatore Romano", edição semanal em francês, de 1º de maio de 1961 ).

Com essas palavras de ouro o Santo Padre João XXIII define as condições para que as obras de arte produzidas em nossos tempos possam ser consideradas conformes à "tradição que se chama cultura cristã". Não devem elas ser o contrário, chocante, berrante, cacofônico, amoral e extravagante, do passado cristão. Mas uma produção nova, na arte religiosa e civil, que contenha em constante ascensão os valores perenes da civilização católica: senso moral, amor ao belo, esplendor severo e puro, próprio tudo ao "estímulo da cortesia e da dignidade da vida".

Quem lê estas frases e pensa no amoralismo cínico e no ódio ao belo de tantas obras cuja "modernidade" consiste em apresentar formas disparatadas e cores delirantes, em induzir o espírito a divagações loucas, ou em produzir nele impressões chocantes e desequilibradas, não pode deixar de reconhecer quanto discrepam do sentido verdadeiro da tradição cristã, como foi no passado e como se conserva, viva, em nossos dias.

* * *

Destes altos e olvidadíssimos princípios o Santo Padre desceu a um exemplo concreto: a poesia de aldeias humildes, que contribuem para proporcionar ao povo os valores de "cortesia e de dignidade de vida" que numa civilização católica não são o privilégio da aristocracia, mas que a arte animada pelo espírito cristão deve favorecer em todas as classes sociais no modo que é próprio a cada uma delas.

Por toda a Europa florescem - não há outra expressão - aldeias assim, a um tempo fontes, relicários e sementeiras de uma vida de alma admirável, própria a um povo que não foi transformado em massa. Como teriam a lucrar na consideração destes exemplos tantas das cidades de nosso interior, às quais a penetração do espírito revolucionário, todo materialista e utilitário, privou desde o nascedouro do encanto de São João del Rei, de Congonhas do Campo, em Minas, de M'Boy, em São Paulo, etc.!

Stein am Rehin - simples "Pedra junto ao Reno" - é uma cidade minúscula na Suíça, mas cheia de poesia, onde, como se vê na foto, tudo convida à existência cristã digna e cortês, de que fala o Papa. A pequena praça do mercado, afável, tranquila, marcada a fundo pela seriedade do Paço municipal do século XVI, representa o aspecto citadino da encantadora localidade. Porém, como toda aldeia verdadeira ( e Stein am Rhein é mais uma aldeia que uma cidade ), ela deve ser vista não só em si mesma, mas também em função do campo. O segundo clichê no-la mostra como elemento integrante da paisagem bucólica, que seu campanário altaneiro domina, enquanto as habitações populares, confortáveis e alegres, parecem aconchegar-se filialmente junto à igreja, e mirar-se, satisfeitas de si, da paisagem e do Criador cheio de bondade, na placidez límpida das águas tio Reno.

Arte, poesia, dignidade e amenidade da vida, frutos exímios dessa "tradição que se chama a cultura cristã"... tradição que não é apenas um vestígio do passado, mas u m valor perene, a inspirar o presente e o futuro.