excluídos do assentamento, foi compartilhada por vinte e sete outros colegas que, na denúncia já mencionada, condenam "o autoritarismo dos principais diretores e técnicos-agrônomos que agem como autênticos ditadores".
Segundo depõem os assentados, se alguém reclamasse contra o autoritarismo dos diretores do assentamento, logo vinha a resposta: "Quem achar que não está bom, o portão está aberto". Na foto, portão de entrada da área I.
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Essa é a descrição da verdadeira fisionomia do Assentamento Pirituba.
Os leitores podem julgar, pela voz dos próprios assentados, quanto é desastrosa para os pretensos beneficiários a implantação da Reforma Agrária no País. Pirituba não é um assentamento agro reformista qualquer, pois foi insistentemente apresentado como modelo a ser imitado em todo o Brasil. Modelo, ele o é. Só que não de sucesso como apregoava a propaganda, mas de vergonha, de injustiça e de opressão, que brada a Deus pedindo reparação.
"Catolicismo" colheu, nesta reportagem, um verdadeiro clamor dos infelizes assentados. Esse clamor deveria ser ouvido pelas autoridades em geral e também por certas lideranças rurais que, inexplicavelmente, insistem em afirmar que são favoráveis à Reforma Agrária, desde que realizada em terras improdutivas. Adeptos de táticas entreguistas - expressas em "slogans" tais como "ceder para não perder", ou "é preciso ter jogo de cintura", - essas lideranças patronais se comportam como "companheiras de viagem" da Reforma Agrária socialista e confiscatória. E, assim, colaboram com os verdugos que já hoje oprimem milhares de famílias de trabalhadores rurais iludidos pelas falsas promessas da Reforma Agrária.
PARIS - Foi espetacular o movimento de piedade e de renovação espiritual ocorrido na França, em plena II Grande Guerra Mundial, conhecido por "Grand Retour" (Grande Retorno).
Iniciado em 1943 durante a ocupação nazista do território francês, com as peregrinações simultâneas de quatro cópias da imagem de Nossa Senhora de Boulogne-sur-Mer (um dos mais antigos centros de peregrinação marial da Europa), esse movimento durou cinco anos, sempre com o mesmo fervor e enlevo, sempre arrastando consigo populações entusiasmadas.
Já vimos o histórico do Grand Retour e muitos de seus efeitos peculiares sobre as almas (l). Hoje daremos alguns exemplos mais prototípicos dessa epopeia mariana.
Convém, de início, insistir em um ponto. Visto que durante o Grand Retour "milhares de paróquias (l6.000) foram sacudidas por um prodigioso estremecimento espiritual", e que "milhares de almas voltaram às fontes da água viva"(2), uma pergunta pode vir ao espírito do leitor: que nova forma de apostolado ou que hábil manipulação da piedade popular, conduzida por especialistas em opinião pública, foi utilizada para se chegar a esse tão impressionante resultado, há apenas pouco mais de quarenta anos?
A resposta é decepcionante para os que são ávidos de novidades. Tudo foi feito no mais tradicional estilo: "Nenhuma pregação erudita; a prece, a mais popular de todas, a Ave-Maria. Os cânticos, conhecidos por todos. Os gestos, os mais elementares e expressivos: braços em cruz, caminhada com os pés descalços.
Um apelo feito a todos, sem exceção, para ornar as Igrejas e montar guarda no santuário. As procissões largamente abertas e muito numerosas, ninguém de fora. E o povo gostou disso" (Mons. Terrier, bispo de Bayonne, p. 154).
Tratava-se simplesmente de "uma imagem que passa, multidões que há meses a seguem, pés descalços, braços em cruz, o coração simples ... um fluido inexplicável passava transformando as almas. Sem teorias sobre a prece, rezava-se. Sem a teologia da penitência, ela era vivida" (p. 120).
"O Grand Retour não se colocava de nenhum modo no plano das opções temporais; ele se situava estritamente no plano religioso, ascético e místico. Ele se aparentava às missões, aos retiros, aos recolhimentos e às peregrinações" (p. 121). "Se se pergunta o que pôde obter tão surpreendentes resultados, é necessário constatar imediatamente a ausência total de qualquer meio humano ou natural... é pura e simplesmente a 'loucura da Cruz' em si" (p. 84) de que fala São Paulo.
Concluindo, "uma das grandes lições do Grand Retour foi mostrar que os meios estritamente sobrenaturais são mais necessários do que nunca. Nenhuma técnica, nenhum progresso do homem os substituirão" (p. 120).
É óbvio que os inimigos de Deus e de Sua Igreja tentaram fazer o que puderam para impedir essa onda de piedade reafervorante em meio a um mundo já tão paganizado.
Porém, "desprendia-se, com efeito, dessas vias mariais que palmilhavam a França em todos os sentidos, uma tal piedade, uma tal convicção religiosa, um tal poder espiritual, um tal élan de preces, que nenhuma oposição se podia manter". E tudo foi tentado: "organizaram-se dancings, bailes; fez-se vir circos para contrarrestar essa manifestação religiosa. Curiosamente, com a chegada da Virgem, dancings, bailes, circos se esvaziavam como por encanto. Nossa Senhora se tomava a irresistível atração" (p 26).
Alguns exemplos:
* Em Evreux, o prefeito socialista proíbe qualquer manifestação de rua. O Bispo lhe faz saber que ou a Virgem entra solenemente ou não virá, pois não quer recebê-la em sua cidade episcopal "pelas portas do fundo". Uma polêmica se desencadeia inflamando a população, o que obriga o prefeito a voltar atrás. E é numa cidade mais engalanadas