P.24-25 | CORRESPONDÊNCIA |

Escrevem os Leitores


Mesma linha

CATOLICISMO continua na mesma linha de sempre, isto é, defendendo a ortodoxia católica e alertando contra o perigo marxista. Parabéns pela perseverança, tão rara em nossos dias (Guilherme Pereira Cavalcante, Cabaceiras-PB).

Argumentos

Há muito tempo vinha desejando escrever-lhes para expressar os meus mais efusivos cumprimentos pela publicação regular da brilhante e intrépida revista que é CATOLICISMO. No meio do caos que se abate sobre a civilização cristã, CATOLICISMO é como uma luz que brilha nas trevas. E na quase, ou melhor dizendo, na total inexistência de boas leituras nessa nossa imprensa tão imoral, CATOLICISMO é lido com avidez. É nela que encontramos argumentos contra toda a sorte de assédio e pressões do mundo. Alimentamos nossa fé com os exemplos de coragem e virtude dos santos e ao mesmo tempo ficamos ao par dos descalabros de nossa sociedade (Maria Celina da Cruz Ribeiro, João Pessoa-PB).

TV

Aqui lhe envio este artigo que pode ser interessante para CATOLICISMO: o que acontece quando a população se vê forçada a observar uma "abstinência" de TV (Ernesto Burini, Buenos Aires - Argentina).

NOTA DA REDAÇÃO: Trata-se de uma reportagem publicada no jornal argentino "La Nación", 14/5/89, sobre a restrição forçada dos horários de TV, devido à crise energética que atingiu a nação irmã. Traduzimos a seguir alguns tópicos mais interessantes: "Mais de um consumidor de TV teve de refletir sobre a situação de dependência a que o sujeita o consumo diário de tantas horas de transmissão. A falta de televisão obrigou muitos telespectadores a modificar seus hábitos quotidianos, e a dar-se conta de que não sabiam como suprir a carência da imagem no vídeo ( ... ). 'Notou-se uma mudança - expressou Margarita Aphalo, da Livraria Letras de San Telmo - mais do que na venda, nos comentários de satisfação de clientes, mães de adolescentes, porque seus filhos se estão interessando pela leitura. Pôr outro lado, também muitos adultos reconhecem que, a partir da redução do horário de TV, recuperaram o hábito da leitura'. A psicóloga Lia Lerner enfatizou: 'O fato de não existir este terceiro membro que é a televisão, facilita a comunicação na familia'. Em nota publicada no último domingo em 'La Nación' refletiram-se alguns aspectos do prejuízo que ocasiona às crianças permanecer ante um televisor durante muitas horas: obesidade e aumento da agressão. 'Influenciou-me (a diminuição do horário da TV) de modo muito positivo - disse Nélida, dona de casa, 53 anos. Agora tenho muito mais tempo para ler, para ouvir música e para visitar parentes. Comprovei, enfim, que sem televisão me libertava de um hábito que já se tornava idiotizante'. Maria Rosa, dona de casa, 56 anos: 'A redução do horário de TV permite-me dedicar-me a costurar, tecer ou ler, atividades que eu já tinha bastante esquecidas'. Maria Clara, docente, 36 anos, mãe de duas filhas: 'Durante o verão (as crianças) se orientaram para outras atividades como leitura e jogos que não realizavam quando havia TV. Agora que estão no período escolar, (a ausência da TV) lhes permite ordenar as atividades da tarde sem estarem pendentes de que comece ou termine tal ou qual programa'. Para Ksiazenicer, 'nas crianças há atitudes de raiva e impotência porque não sabem com o quê substituir a TV. Ouço não só de menores, mas também de anciãos expressões como: sinto falta dela. Como se se estivessem referindo a uma pessoa'" .

"Turismo"

Recém-chegado da Europa, onde tive a oportunidade de permanecer por quase sete meses a trabalho, procuro, nas páginas desta Revista (da qual possuo diversos números antigos e recentes), relembrar com saudades os ambientes, os costumes, e a civilização com os quais pude conviver ( ... ). Antes mesmo de para lá ir pude preparar não só as malas, mas também o espírito crítico (pela leitura do trabalho "Revolução e Contra-Revolução" e outros artigos publicados por essa Revista) e o roteiro "turístico" (pela leitura das reportagens que ela periodicamente apresenta sobre locais dignos de visita: castelos e palácios, capelas e catedrais, bosques e jardins, lugarejos e cidades, e tantas outras coisas mais). Tendo a oportunidade de lá ficar por um período que não foi pequeno pude contemplar os diversos aspectos com os olhos outros que os de um simples turista ( ... ). Porém, muito mais que um simples consolo, a leitura atual retrospectiva das páginas desse Mensário contribuiu para enriquecer as impressões que me ficaram gravadas no espírito ( ... ). Resta-me, senhor Diretor, agradecer à equipe de CATOLICISMO pelas informações que obtive na leitura de suas páginas (Thales Gouveia Limeira, Vitória-ES).

Informações

Gostaria de pedir informações sobre os seguintes fatos: a) Praça da Paz - braços cruzados ante a hidra comunista; b) Articulação comunista - "Chico Mendes"; c) Tufão ecológico - inversão de valores. Estendo saudações ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e rogo a Nossa Senhora do Bom Conselho que permaneça derramando graças na TFP para que esta continue com o espírito que a vem norteando até esses nossos dias de borrasca (Sebastião Aprigio da Costa Honório, São José dos Campos - SP).

NOTA DA REDAÇÃO: Sobre os trágicos acontecimentos de junho na China (Praça da Paz Celestial) o missivista encontrará dados no artigo "O drama da Igreja numa China em confusão" (N° 463, julho/89) e na Seção "A Realidade, concisamente" (N° 464, agosto/89). A respeito do caso "Chico Mendes", dado o caráter prevalentemente policial do mesmo, não está na índole de nossa revista dar-lhe maior espaço, embora não descartemos a hipótese levantada pelo missivista de uma possível articulação comunista ligada de alguma maneira aos fatos. Por fim, quanto à ecologia, temos em vista publicar proximamente um artigo a respeito. Podemos entretanto adiantar desde já que o atual "tufão ecológico", embora afirmando de permeio algumas verdades - como quando aponta certos males da civilização industrializada - em seu conjunto tem se mostrado um fator importante da "Quarta Revolução", descrita e denunciada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira na Parte III de seu admirável e famoso ensaio "Revolução e Contra-Revolução. "
| VERDADES ESQUECIDAS |

"Que é o amor, senão exagero?"

São Pedro Julião Eymard

"NOSSO SENHOR quer estabelecer em nós um amor apaixonado por Ele. Toda virtude, todo pensamento que não termina numa paixão, que não acaba por tornar-se uma paixão, nada de grande produzirá jamais. ( ... )

"O amor só triunfa quando é em nós uma paixão vital. Sem isso, podem produzir-se atos isolados de amor, mais ou menos freqüentes; a vida não é tomada, não é nada ( ... ).

"Nosso amor, para ser uma paixão, deve sofrer as leis das paixões humanas. Falo das paixões honestas, naturalmente boas; pois as paixões são indiferentes em si mesmas; nós as tornamos más quando .as dirigimos para o mal, mas só de nós depende utilizá-Ias para o bem.

"Ora, a paixão que domina o homem, concentra-o. Tal homem quer chegar a uma determinada posição honrosa e elevada. Só para isso trabalhará: dez, vinte anos, não importa. Chegarei, diz ele; faz unidade: tudo se acha reduzido a servir esse pensamento, esse desejo, deixa de lado tudo quanto não o conduzir a seu objetivo.

"Eis como se chega no mundo ao que se deseja; essas paixões podem tornar-se más, e ai! muitas vezes não são mais que um crime contínuo; mas enfim podem ser e são ainda honoríficas.

"Sem uma paixão, nada se alcança: a vida carece de objetivo; arrasta-se uma vida inútil.

"Pois bem, na ordem da salvação, é preciso ter também uma paixão que nos domine a vida e a faça produzir, para a glória de Deus, todos os frutos que o Senhor espera.

"Amai tal virtude, tal verdade, tal ministério apaixonadamente. Devotai-lhe a vossa vida, consagrai-lhe os vossos pensamentos e trabalhos; sem isso, nada alcançareis jamais, sereis apenas um assalariado, jamais um herói! ( ... )

"Ah! no Juízo, não serão tantos os nossos pecados que nos aterrorizarão e nos serão censurados; estão irrevogavelmente perdoados. Mas Nosso Senhor nos censurará por seu amor!

"Vós me amastes menos que às criaturas! Vós não fizestes de Mim a felicidade de vossa vida! Vós me amastes bastante para não me ofender mortalmente; mas não para viver de Mim! ( ... )

"Dizem: Mas é exagero tudo isso.

"Mas que é o amor, senão exagero? Exagerar é ultrapassar a lei; pois bem, o amor deve exagerar! ( ... )

"Vamos! Entremos em Nosso Senhor! Amemo-IO um pouco por Ele; saibamos esquecer-nos e dar-nos a esse bom Salvador! Imolemo-nos um pouco! Considerai estes círios, esta lâmpada, que se consomem sem deixar vestígios, sem nada reservar".

(São Pedro Julião Eymard, "O Santíssimo Sacramento", Coleção "Os grandes autores espirituais", na 24, Ed. Paulinas, São Paulo, 1956, pp. 27 a 32).

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