TENDO o capitão Ortún Velazco fundado, no século XVI, a cidade de Pamplona, na Colômbia, sua filha, Da. Madalena, ingressou, pouco depois, na Ordem das Clarissas, que possuía um convento na cidade de Tunja, onde fez seu noviciado.
Posteriormente, em 15 de agosto de 1584, instalou ela na casa paterna um mosteiro para as filhas de Santa Clara, que foi o segundo daquela Ordem religiosa fundado na Colômbia.
Ainda nos albores da nova fundação, seu pai deu-lhe de presente uma imagem do Menino Deus, que foi muito venerada pelas monjas, e considerado abade do Mosteiro.
Em 1644, houve um grande terremoto em Pamplona. As religiosas, para se protegerem, acorreram à horta do convento. Uma delas, encarregada do altar do Menino Jesus, lembrou-se de que a pequena imagem ficara abandonada e exclamou: "O Menino ficou órfão"... E correu para buscá-lo.
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Passado o cataclismo, e não tendo voltado a religiosa que partira à procura da imagem do Menino Deus, puseram-se suas irmãs de hábito a buscá-la entre os escombros, pois o convento e a cidade haviam ficado destruídos.
Encontraram-na falecida, vitimada pelo peso de uma viga, sobre a qual, de pé, o Jesus Menino olhava-a com misericórdia. Tendo movido suas mãos - que até aquele dia estavam em atitude de oração - a imagem abençoava a religiosa. A partir de então, passou a ser chamada "El Huerfanito" (O Pequeno Órfão).
Em 1944, cumpriram-se 300 anos do milagre e da definitiva consagração do Menino Jesus como abade do Mosteiro.
A imagem nunca saiu da clausura. Aqueles que a veneram, o fazem através das grades do locutório, atrás das quais encontra-se ela sobre uma coluna que lhe serve de pedestal.
O Pequeno Órfão é visitado por inúmeras pessoas que ali rezam, em silêncio, impregnadas pelo ambiente de recolhimento da vida contemplativa das religiosas clarissas.
Recentemente, alguns especialistas em arte examinaram a imagem e não souberam explicar como teria sido executada. Só constataram que ela é fundida em muito ouro e prata, mas não conseguiram entender como foi realizado esse trabalho.
Um médico ficou admirado ao observar que o Menino tinha na aparência uma vértebra deslocada, advertindo que se alguém propositadamente a tivesse feito daquele modo, teria conseguido uma perfeita representação anatômica da realidade.
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A TFP colombiana, em agradecimento por um favor recebido pela intercessão do Menino Deus numa grave e urgente necessidade, ofereceu-lhe um hábito de abade, inspirado nos trajes de cerimônia das TFPs. Na foto que ilustra esta matéria, vemos o "Niño Huerfanito" revestido daquele traje. A fisionomia da Menino Jesus, grave mas cheia de bondade, atrai a devoção do fiel, que a seus pés expande sua alma e d'Ele recebe uma bênção protetora.