P.04-05 | EDITORIAL |

Carta do Diretor

Caro leitor,

Nesta edição de outubro, mês em que tradicionalmente publicamos matérias em memória do inspirador de Catolicismo, apresentamos aos nossos leitores uma descrição, em rápidos traços, do ambiente no qual Plinio Corrêa de Oliveira se formou — a capital paulista de então.

Nosso colaborar Gabriel J. Wilson procura ressaltar a tônica desse ambiente em São Paulo no início do século XX, penetrado inegavelmente pela influência preponderante da cultura francesa.

Discorrendo sobre a ancestralidade do Prof. Plinio, o articulista ressalta a conjunção providencial da tradicional família Ribeiro dos Santos, à qual pertencia sua mãe, e a de seu pai, da família Corrêa de Oliveira.

Na época da infância de Plinio, a instituição familiar era sólida no Brasil; o divórcio ainda não havia sido introduzido na legislação, e era inimaginável uma loucura chamada Ideologia de Gênero, que seria tida muitíssimo mais do que hoje como inaceitável, execrável e antinatural.

A matéria cita reveladoras declarações do conhecido político francês Georges Clemenceau, publicadas em 1911, nas quais ele expõe suas impressões sobre a cidade de São Paulo. Elas poderiam se resumir em dois pontos: 1) O fazendeiro paulista era como “um senhor feudal imbuído de pensamento europeu”; 2) A sociedade paulista apresentava “o duplo fenômeno de se orientar de modo resoluto para o espírito francês e de, paralelamente, desenvolver todos os traços da individualidade brasileira”.

Em face desse duplo fenômeno, Plinio assumiu em toda a sua integridade os princípios da civilização cristã, dedicando-se de corpo e alma à causa católica contrarrevolucionária. De onde ele ter sido a justo título cognominado “O Cruzado do século XX”.

Homem de pensamento, luta e ação, sua capacidade de agir acertadamente visando à vitória dos princípios católicos era fruto de uma contemplação dos valores eternos, não só considerados em si mesmos, mas enquanto refletidos nas pessoas e coisas deste mundo. Plinio tinha sempre em vista a História, os santos, os grandes personagens da sociedade temporal, os ambientes, costumes e civilizações, assim como o combate do “Corpo Místico da Igreja” contra o poder das trevas.

Desejo aos prezados leitores uma profícua leitura dessa importante matéria.

Em Jesus e Maria,

Paulo Corrêa de Brito Filho

Diretor


Página seguinte