no saber como fazer, como agradar, o que dizer (savoir faire, savoir plaire, savoir dire).
No mesmo sentido, na alta nobreza que frequentava a corte de Luís XIV havia figuras de relevo no campo militar, como o fulgurante Príncipe de Condé (“le Grand Condé”) e o marechal Henri de La Tour d’Auvergne, visconde de Turenne, grande estrategista militar do Rei Sol.
Príncipe de Condé (“le Grand Condé”).
Plinio Corrêa de Oliveira acompanhando a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, em visita ao Brasil nos anos 70.
Tudo isso chamava a atenção de Plinio. Adulto, ele assumiu conscientemente os princípios da civilização cristã, para colocar-se a serviço da causa católica contrarrevolucionária.
Plinio Corrêa de Oliveira, como vimos, foi um cruzado de seu tempo, manuseando com destreza o gládio da fé. Foi igualmente brilhante na esgrima intelectual pelo “esprit de repartie”, seu agudo espírito de resposta, como escritor, polemista e orador. Ademais era extraordinário o atrativo de sua conversa.
De onde lhe provinha essa capacidade de ação? Ela não era espontânea, mas pensada e desejada com vistas a um objetivo: a formação de um movimento de católicos militantes, a serviço da Igreja e da civilização cristã. É fruto da contemplação.
Contemplação das verdades católicas, antes de tudo. Mas também das almas, da História, das sociedades, dos ambientes, costumes e das civilizações, dos santos e de grandes personagens. Ele acima de tudo contemplou de modo contínuo a luta entre bem e mal, entre a luz e as trevas, entre o Corpo Místico de Cristo e os asseclas de satanás.
A evolução dos inventos, das técnicas, dos trajes, da vida social, da linguagem, das mentalidades… Tudo isso despertava a atenção de Plinio em seus tenros anos. Mais tarde ele viu com clareza: uma força profunda e poderosa movia a sociedade, as próprias almas, sempre no sentido de destruir a civilização cristã que ele tanto amava! A essa força ele deu um nome: Revolução. E compreendeu que, para vencê-la, só as almas íntegras poderiam alcançar êxito. Por isso, escreveu no prefácio de seu livro Meio século de epopeia anticomunista (1980):
“Quando ainda muito jovem
Considerei enlevado as ruinas da Cristandade.
A elas entreguei meu coração.
Voltei as costas ao meu futuro
E fiz daquele passado carregado de bênçãos
o meu porvir…”
Aos 20 anos, engajou-se no movimento das Congregações Marianas. Seu apostolado atraiu os primeiros companheiros de luta na mesma causa. Tornou-se colaborador e mais tarde diretor de “O Legionário”, órgão oficioso da Arquidiocese de São Paulo. Orador brilhante, proferiu conferências em numerosas cidades do País.
Ele fez do combate à Revolução o ideal da sua vida. As ideias que professou estão explicitadas em Revolução e Contra-Revolução — livro de cabeceira de todos desejosos de segui-lo nesse combate.
Merece especial menção a influência que teve na vida de Plinio Corrêa de Oliveira a obra Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de autoria do grande missionário francês do século XVIII São Luís Maria Grignion de Montfort. A admirável devoção mariana como escravo de amor a Maria Santíssima, segundo a doutrina desse grande santo, constituiu traço saliente da profunda espiritualidade do Prof. Plinio.
Como líder católico, advogado, jornalista, deputado à Assembleia Constituinte de 1934, escritor, Plinio Corrêa de Oliveira batalhou continuamente no Brasil, particularmente em São Paulo, onde formou um grupo de discípulos. E mais tarde fundou a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP). Entidades autônomas e coirmãs formaram-se em outros continentes. Como dessas entidades, com suas histórias repletas de assinalados lances, nossos leitores já possuem um bom conhecimento, aqui dispensamos a narração.