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para votar "não" no plebiscito por causa de temas de aráter moral, pois víamos que a família e a infância iam ser agredidas pela Ideologia de Gênero. Isso representou uma bofetada dos nossos pastores, aos quais estávamos objetando por razões morais e doutrinárias o acordo de Havana.
"Dois dias antes do plebiscito, o Papa Francisco fez declarações que desalentaram muitos leigos que estávamos pedindo para votar ‘não’ no plebiscito por causa de temas de caráter moral"
Catolicismo — A decisão do Presidente Juan Manuel Santos de não convocar outro plebiscito para a ratificação do novo acordo não parece ser muito correta. O voto no Parlamento pode ser legal, mas a autoridade não fica com isso em má posição?
Dr. Alejandro Ordóñez — O que o senhor diz é correto. Embora jurídica e institucionalmente se possa [ratificar pelo Parlamento], essa não é a discussão. Ela é moral e política. O Presidente se comprometeu com os colombianos que eles teriam a última palavra. E como o povo recusou o acordo, agora descumpre sua palavra. Ele usurpou do povo colombiano essa esperança, essa possibilidade que o mesmo [povo] lhe havia concedido, para que a última palavra fosse do Congresso. Um Congresso que foi derrotado no plebiscito, porque 90% dos senadores e 80% dos deputados foram derrotados. E eles, que foram derrotados, são os que vão aprovar o que o Presidente chama de novo acordo. Mas isso de novo não tem quase nada. No essencial, o acordo velho permanece.
Estamos em face de uma ameaça, porque a sociedade vai aprofundar sua fratura. Estamos ante o desconhecimento da ação majoritária dos colombianos. Para usar uma expressão colombiana, "nos están haciendo conejo" [estão nos enganando, roubando]. Isso deslegitima nosso sistema político, fazendo-o perder credibilidade e seriedade. Pretende-se reviver por essa via uma figura que exprime claramente que estamos em um governo autoritário, posto que, através da via de referendamento, o acordo pelo Congresso pretende reviver leis habilitantes que haviam sido outorgadas ao presidente pelo ato legislativo para a Paz. Este ato estava condicionado ao triunfo no plebiscito. Como no plebiscito ele foi derrotado, essas faculdades habilitantes não podem ser ativadas. Produzido o referendamento pelo Congresso, pretendem reviver essas faculdades, que são abertamente totalitárias. É como na Venezuela, onde o presidente assume funções legislativas privativas do Congresso.•
LEGENDA:
- O Papa Francisco recebe o presidente Santos no Vaticano.
LEITURA ESPIRITUAL
Para-raios da Ira Divina
Guilherme Félix de Sousa Martins
"Busquei entre eles um justo que se interpusesse como uma sebe, e que pugnasse contra mim em favor desta Terra, para eu não a destruir; e não o encontrei" (Ez. 22,30).
Assim exprime o Profeta Ezequiel os lamentos de Deus — que é, segundo o Salmista, lento em irar-se e cheio de clemência (Sl. 102,8) — sobre as infidelidades do povo eleito.
Com a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, a cólera divina encontrou por fim aquela "sebe" que procurava, e descarregou-se sobre Ele, o Inocente, poupando-nos a nós, os verdadeiros culpados.
Ao longo da vida da Igreja, o Divino Espírito Santo foi inspirando almas de escol a se associarem a essa missão de "para-raios" da justiça divina. Assim nasceram as várias Ordens contemplativas, exércitos de vítimas voluntárias que se isolavam do mundo a fim de se oferecerem de modo mais eficaz em resgate dos pecadores. Orações, clausura e penitências livremente consentidas — calibradas pela mesma inspiração do Divino Esposo — foram sempre suas armas.
Com seu holocausto contínuo, impetravam também de Deus a conversão dos mesmos pecadores, abrindo largas veredas para outro exército, o dos missionários, que iam assim colher a vasta semeadura da Graça.
Admirável exemplo de conversão obtida por uma religiosa
Em pleno século XX, quando a rejeição oficial das nações a Deus mais se patenteou, a atuação desses para-raios em meio a um dos castigos mais eloquentes do Deus Vingador sobre a humanidade pecadora — a II Guerra Mundial — constitui um exemplo entre muitos.
Quem no-lo conta é Frei Gereon Goldmann, O.F.M., no livro-biografia The Shadow of His Wings.1 No ano de 1939, ainda jovem seminarista, mal concluíra os estudos de filosofia quando é obrigado a alistar-se na Wehrmacht 2 nazista. Daí passa, em pouco tempo
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