CARTAS DOS LEITORES
Eco da Sorbonne nos dias atuais
A explosão da revolta estudantil da Sorbonne, em maio de 1968, continua ecoando 50 anos depois, disso não tenho dúvida. Um exemplo: as modas igualitárias de nossos dias, roupas esfarrapadas, trajes unissex, etc — isso agora é “normal”. Podemos citar também a linguagem vulgar, que começou em maio de 68 e hoje se tornou “normal”. Aquilo que era visto como escandaloso, hoje é “normal”. Digo isso com conhecimento de causa, pois em 68 eu criticava os eventos moralmente escandalosos e todos concordavam, mas hoje fica difícil falar de escândalo, pois muitos não os consideram assim, acham que não passam de eventos comuns, “normais”. Os costumes, a imoralidade, o trato dos filhos com os pais e dos alunos com os professores — tudo de lá para cá foi sendo modificado para muito pior, e se tornou “normal”. Com a penetração dos erros da Sorbonne, até o bom povinho ficou prejudicado, massificado; perdeu suas características, que eram tão ricas e diversificadas de uma região para a outra. Termino com o mais grave, e que o artigo bem apontou: as ideias da Sorbonne dentro da Igreja, dentro da cabeça de muitas autoridades eclesiásticas... É a destruição da hierarquia! É a sorbonização demagógica da Igreja! (J.A.L.J. — SP)
Tobogã de horrores
Da revolução da Sorbonne nasceu a revolução tribalista. Vejo isso até em restaurantes, onde se vai perdendo a compostura ao comer, come-se como selvagens. [...] Um bom exemplo do é proibido proibir! Eu não posso proibir o “selvagem” moderno de se comportar como animal. Ai de mim, se exigir dos meus próprios comensais que se comportem à mesa com elegância, provavelmente seria eu o expulso do restaurante... Continuando a descer nesse tobogã, aonde se chegará? Será o fim da civilização? Parabéns à publicação de Catolicismo, dando destaque de modo inteligente a esse importante acontecimento. Os grandes jornais que folheei não souberam dar o verdadeiro destaque e o devido valor. (W.T. — PE)
Olhar prospectivo
O Doutor Plinio, grande inteligência apoiada por Deus, sempre analisou a situação com sábio olhar prospectivo. É o que se pode constatar em seu comentário sobre a Revolução da Sorbonne, como sendo um “assalto do igualitarismo comunista”. (M.H. — RJ)
Combate ao progressismo católico
Fiz o depósito de minha próxima assinatura da revista Catolicismo, que assino desde o tempo do seminário, e já estou com quase 40 anos de sacerdócio. Parabéns pela publicação. Ela está cada vez melhor. Leio de fio a pavio. Trata-se de vigoroso combate contra o progressismo católico, que infelizmente invadiu a nossa Santa Igreja! Salve Maria! (P.J.B.A. — SP)
Não prevalecerão
Mais uma vez, o Monsenhor José Luiz Villac me surpreendeu com sua excelente resposta sobre a existência do Inferno. Esclareceu muito bem a polêmica recente sobre a declaração atribuída ao Papa Francisco, que nada tem a ver com o ensinamento da Igreja Católica. A declaração divulgada pela imprensa sobre a não imortalidade da alma é condenável, por isso é difícil acreditar que tenha sido feita realmente pelo Papa. Conheço pessoas que, mesmo não sendo católicas, ficaram escandalizadas e perguntaram-me por que o Vaticano não lança um desmentido. Expliquei-lhes que tudo isso faz parte da confusão introduzida na Igreja após o Concílio Vaticano II, com o progressismo “católico”, que defende até teses heréticas. Mas tenhamos confiança, sabemos que tais teses não vencerão. Lembremo-nos sempre de Fátima. (V.D.F. — MG)
Sim, o inferno existe
É preciso começar a acreditar na existência do Inferno desde o capítulo XII do APOCALIPSE, versículos 7 a 9 (que relata o que não está precisado no GÊNESIS, capítulo XII, 7): “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos, mas não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo. Sim, foi atirado para a terra, e com ele os seus anjos”. Ora, se existe o demônio, e ele é um puro espírito como os demais anjos, ele pratica desde então o mal, e em algum lugar ele permanece… (N.A.T.G.P. — PR)
Maus pastores infiltram erros na Igreja
Gostei muito da entrevista com o jovem Bernardo Pires Küster, condenando o que os sacerdotes não alinhados à Teologia da Libertação deveriam condenar. Uma vez que não vemos tais sacerdotes, é bom ver um leigo defendendo a doutrina verdadeira da Igreja. Muitos fiéis ficam perplexos ao ver eclesiásticos com ideias comunistas, como os “freis” Beto e Boff da vida. Não devemos temer. Podemos e até devemos denunciar os erros infiltrados em nossa Santa Igreja por maus pastores. Sim, podemos e devemos corrigi-los; temos até mesmo essa obrigação. E quando isso não é possível, podemos criticá-los até publicamente, mas sem faltar com o respeito. Isso não é manifestação de revolta, mas de amor à ortodoxia católica. Manifestação de revolta foi o ato das Comunidades Eclesiais de Base em Londrina. Aquilo lá não tem nada de católico, parecia uma seita pentecostal. (H.I.S. — PR)
Lamentável “Acordo de Paz”
O caso da Colômbia é lamentável, pois tudo indica ter havido uma farsa no processo de paz conduzido pelo governo de Juan Manuel Santos. Além de terem sido perdoados os crimes das FARC, atualmente seus “ex-membros” permanecem os maiores produtores de cocaína das Américas, e quiçá do mundo. Foi-lhes permitido concorrer às eleições, e várias cadeiras lhes foram concedidas de mão beijada, nem precisarão disputá-las em eleições. Assim, as FARC poderão chegar a dominar a política do país… (J.A.P.C. — SP)
Orações pelos cristãos perseguidos
Devemos intensificar nossas orações em favor dos cristãos perseguidos nos países comunistas e islâmicos — verdadeiros cristãos — pela dificuldade de professar a fé. Oremos também pelos cristãos ocidentais que também são perseguidos, perdendo o emprego ou sofrendo abuso de poder sob a alegação desse maldito “politicamente correto”. Rezemos pela Santa Igreja, por santas vocações sacerdotais, religiosas e leigas. Oremos por Dom Zhuang e pela Igreja, onde realmente ela estiver. (E.B.S. — BA)
IN MEMORIAM
(Alejandro Rómulo Ezcurra Naón)
Nascido em tradicional família de Buenos Aires, faleceu no dia 4 de maio último em Lima, no Peru, aos 76 anos de idade, o Sr. Alejandro Rómulo Ezcurra Naón, fervoroso militante católico. Na juventude conheceu o fundador da TFP brasileira Plinio Corrêa de Oliveira, e dedicou sua vida ao ideal contra-revolucionário nas fileiras da TFP. Membro fundador da Sociedade Argentina de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, participou nas lutas da entidade em sua Argentina natal. Dedicou-se também a divulgar os ideais contra-revolucionários no Uruguai, Colômbia, África do Sul, e finalmente no Peru
Seu porte e modos aristocráticos contrastavam com a vulgaridade moderna, elevando o nível dos contatos sociais dos quais participava. Eram notáveis suas qualidades intelectuais, destacando-se de modo muito especial um acurado senso estético. Amou com suma veneração a beleza da Santa Igreja e da Civilização Cristã, pelas quais lutou ardorosamente.
Formado na escola de pensamento e ação do Prof. Plinio, foi também arguto escritor, com vários livros e artigos sobre temas polêmicos em defesa de posições ideológicas tradicionais. Destacamos em especial o seu estudo sobre a colonização e evangelização da América, publicado por ocasião do Quinto Centenário do Descobrimento. Como caricaturista de fino senso psicológico, em muitos trabalhos de divulgação tornava claras e acessíveis ao grande público as posições anticomunistas, sob a forma de histórias em quadrinhos.
Após longa e dolorosa luta contra um câncer, Alejandro Ezcurra entregou sua alma a Deus pelas mãos de Nossa Senhora. Confortado com a administração dos Sacramentos e toda a assistência religiosa, fechou os olhos com uma expressão de muita paz. A Santíssima Virgem terá acolhido sua bela alma naquele momento e conduzido ao Céu.