(continuação)
publicada pelos Missionários Redentoristas de Caracas em 1988, esclarece em nota que Santo Afonso não afirma que todos os que morreram se condenaram eternamente, mas que com aquele prodígio a Santíssima Virgem quis mostrar que não tolera o pecado de quem profana o recinto sagrado.
Nos bons tempos em que a palavra do pastor era frequentemente usada para admoestar o rebanho, Dom Antônio Joaquim de Melo, grande bispo da cidade de São Paulo de 1852 a 1861, dizia que o abuso da Misericórdia de Deus condena mais almas que a sua Justiça. O Bom Pastor — exatamente Aquele que dá a vida por suas ovelhas — costuma ameaçá-las com perigos e castigos, e também com guerras.
Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, antes de partirem para os confrontos, muitos soldados procuravam os sacerdotes para se confessar. Quantos não perderam ali a vida terrena, mas provavelmente ganharam a vida eterna? Caso os evidentes perigos da guerra não os ameaçassem, tudo leva a crer que teriam morrido tranquilos em suas cidades, sem maiores preocupações com o destino eterno de suas almas. Quem ousaria negar que se trata aí de uma grande misericórdia? No entanto, esta se apresenta sob a forma de uma ameaça de castigo ou de justiça.
Dado o relativismo existente no mundo moderno, bem sei que este artigo poderá despertar antipatias e indignações . Só espero que estas não se voltem contra os Evangelhos, nem contra São Paulo, São Bento, Santo Afonso e os bons pastores... Nem contra Nossa Senhora, a Pedagoga incomparável que, no entanto, não hesitou em mostrar a três inocentes crianças o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores.
De quanto bem é capaz um linguajar severo, empregado na hora e na dose certas, para que as almas continuem no caminho da salvação ou se emendem do mau caminho sem se fecharem à graça de Deus! Em sentido contrário, quanto mal e perdição atraem todos aqueles que incentivam o abuso da misericórdia de Nosso Senhor ou omitem o ensinamento das verdades que Ele tão misericordiosamente nos deixou.
LEGENDAS:
- Santuário de Montevergine (afresco) – Paul Bril, séc. XVI.Cidade do Vaticano, Sala do Consistório.
- Imagem de Nossa Senhora no altar principal do Santuário de Montevergine
Profanações em Montevergine!
A abadia de Montevergine, no sul da Itália, foi fundada no século XII por São Guilherme de Vercelli. Trata-se de um edifício medieval situado numa região de montanhas, com vistas grandiosas, encantando os olhos e favorecendo a elevação das almas a Deus.
Entretanto, assim como em 1611 (conforme referência na p. 23), essa bela abadia foi novamente profanada, novo abuso da misericórdia de Deus.
Uma recente reportagem sobre essa abadia (link abaixo*) traz a informação de que, em 2002, incomodado com a atitude ostensiva de um Grupo LGBT que tocava pandeiros e castanholas dentro da Igreja, um sacerdote pediu que eles deixassem o recinto. Duas semanas depois, durante a festa da Apresentação do Menino Jesus no Templo (em italiano, festa da Candelora), centenas de homossexuais retornaram ao local com um famoso transgênero italiano e ex-membro do parlamento, apelidado Vladimir Luxuria.
Era o dia 2 de fevereiro, que passou a ser celebrado anualmente por homossexuais naquele santuário. Nesse dia, chamado por eles de Femminiello Pride, ainda segundo a referida reportagem, seus adeptos usam batom e boás de plumas. Quando a noite desce, mais de duas mil pessoas, homossexuais, lésbicas, bissexuais e transgêneros passam por este santuário católico para adorar o ícone que eles chamam de "Madonna da Transformação" (sic).
Tudo se mistura num sincretismo espantoso: Virgem Negra, Madonna da Transformação, deusa Cibele (antiga divindade pagã que existia naquele local, relacionada a danças sensuais) etc.
Abusam da misericórdia de Deus como se Ele não existisse, como se sua moral fosse relativa. Vale lembrar que essa região foi afetada terrivelmente por um terremoto devastador em 1980...
*http://roadsandkingdoms.com/2015/femminiello-pride/