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A épica campanha da TFP

Nos anos 60, uma vasta e hábil propaganda levada a efeito através da imprensa, do rádio e da televisão, e até do púlpito de certas igrejas, procurava apresentar as massas latino-americanas marchando irreversivelmente em busca de reformas de estrutura cada vez mais socializantes e radicais. Uma minoria de eclesiásticos e leigos justificava sua própria atuação esquerdizante como decorrência do não atendimento do clamor de justiça que se estaria erguendo em todos os quadrantes do continente. Procuravam ainda dar a entender que a própria Igreja estava engajada no processo de derrubada das estruturas atuais, e na substituição destas por um regime profundamente igualitário. Não se apresentavam eles como uma facção aninhada dentro da Igreja, mas pretendiam falar em nome d'Ela, como se a Esposa de Cristo fosse a vanguardeira do movimento revolucionário.

O público se dava conta, embora de modo difuso, de que o perigo comunista crescia graças à agitação contínua de uma minoria de eclesiásticos e leigos que se proclamavam católicos. Era um dar-se conta vago, inexplícito; e continha uma recusa, mas ainda não expressa. Proporcionava assim ao "esquerdismo católico" o ensejo de, sem ser contraditado, gloriar-se de ter do seu lado a imensa maioria católica do continente [...].

Esta era a situação quando um fato novo mudou a face dos acontecimentos. [...] Em um documento destinado a divulgação restrita, o Pe. Comblin preconizava, como meios válidos para fazer cair as estruturas sociais vigentes, a revolução na Igreja, a subversão no País, a derrubada do Governo, a dissolução das Forças Armadas, a instituição de uma ditadura socialista férrea, com tribunais de exceção e aparelhada para reduzir ao silêncio, pelo terror, os descontentes.

O Documento Comblin conferia nova precisão ao panorama anterior, por apresentar com clareza absoluta, num quadro único e numa só apologia, as tendências, opiniões e propósitos subversivos que afloravam esparsamente aqui e acolá em ambientes comuno-"católicos". E deu ensejo a que, a partir de 17 de julho de 1968, a TFP brasileira desencadeasse em todo o País uma campanha de coleta de assinaturas para uma Mensagem a Paulo VI, pedindo respeitosamente medidas eficazes contra a infiltração esquerdista nos meios católicos.

Foram dias memoráveis os dessa campanha, nos quais choviam as adesões do público. Ao mesmo tempo que demonstrava sua fidelidade à Igreja, o Brasil católico pedia ao Supremo Pastor que afastasse o lobo ávido por devorar as ovelhas [...]. Numerosas personalidades pronunciaram-se favoravelmente à campanha, demonstrando que, sob o silêncio que até então se mantinha nesta matéria, ocultava-se uma profunda preocupação face ao perigo que representa a infiltração esquerdista no Clero.

(Cfr. Um homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs a Plinio Corrêa de Oliveira – Edições Brasil de Amanhã, Artpress, São Paulo, (1989), Parte II, pp. 246-249.
https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Umhomemumaobraumagesta.pdf)

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LEGENDA:
- Em setembro de 1968, a TFP comemora, na Casa de Portugal em São Paulo, o término de sua campanha, em que 1.600.368 brasileiros pediam providências a Paulo VI contra a infiltração comunista na Igreja.