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Virgem da Ternura Bem-estar na tristeza, no carinho e no recolhimento Plinio Corrêa de Oliveira Nesta foto do ícone de Nossa Senhora de Vladimir — de autêntico estilo bizantino — a Virgem Santíssima apresenta-se numa atitude de alma inteiramente voltada para o interior, em que Ela toma consciência profunda do estado de espírito de sumo afeto, suma proteção e, ao mesmo tempo, de tristeza; mas tristeza num estado de deleite de ser Ela mesma. Há dentro dos olhos d’Ela uma luz parecida com a que existe no interior de uma catedral — uma espécie de penumbra.
Esse estado de espírito o Menino Jesus o sente em comunicação com Ela, que o vai transmitindo ao Filho. Este deseja haurir muito mais tal estado de espírito aproximando seu rosto da face d’Ela, como quem diz “Isto é o que eu quero, dê-me mais”. A Mãe Santíssima se deleita em extravasar isso e Ele se deleita em receber esse afeto. Um fenômeno especialmente rico de uma intimidade intercomunicada, um bem-estar na tristeza, no carinho e no recolhimento. Todos esses aspectos ficam realçados pelo fundo dourado do ícone. Em meio à tristeza, há uma nota de esperança como uma estrela nascente. Isso caracteriza a temperança. Não é uma tristeza desesperada. É a Virgem da Ternura! Assim poder-se-ia denominar esse ícone. _________________________________________________________________ Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 10 de junho de 1976. Sem revisão do autor. |