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(continuação)

PADRES OPERÁRIOS (conclusão)

(9) — Precisamente o que não deveria ter ocorrido. O Padre é Padre, não pertence a esta ou aquela classe, constitui uma classe à parte.

(10) — Como Padres só pertencem ao Clero.

(11) — Outra injuria: como se Roma ignorasse tudo quanto se passa na França.

(12) — Ou seja, o Vaticano não soube distinguir o joio do trigo, quanto aos Dominicanos: mais uma censura clara.

(13) — Em outros termos, tal é a incompetência e a cegueira com que o Santo Oficio se move neste assunto, que esteve na iminência de cometer esta verdadeira monstruosidade de fechar o Noviciado de Saulchoir. Mauriac, muito mais competente e clarividente que os pobres "Monsignori" de Roma, estremece só ao pensar nisto. Realmente, fica-se sem entender como é que, havendo no mundo um Mauriac, o Sumo Pontífice não lhe entrega a direção do Santo Oficio. Será o meio de evitar que o Sr. Mauriac "estremeça" na perspectiva de novas aberrações do Vaticano.

(14) — Segundo doutrina pacífica na Igreja, todos os noviciados do mundo estão sujeitos inteiramente ao Santo Padre, sem nenhuma restrição da parte de qualquer governo temporal. E isto é natural. As Ordens Religiosas realizam dentro da Igreja o ideal da vida evangélica perfeita. Manter em cada uma delas bem vivos os princípios em que se funda a noção de perfeição evangélica, assegurar a realização efetiva deste ideal nas diversas Ordens, é pois de uma importância fundamental para a própria vida da Igreja. Como se vê, esta matéria é toda ela espiritual e eclesiástica, situa-se inteiramente no campo de ação do Poder Espiritual, e não comporta qualquer ingerência do Poder Temporal.

Mas para Mauriac a Ordem Dominicana não está neste caso. Goza ela de direitos especiais: "tocar nos filhos do Padre Lacordaire" é um ponto em que "se delimitam mal os direitos imprescritíveis da Igreja e os não menos imprescritíveis da Nação".

Se pois a Igreja resolver agir algum dia contra os "filhos de Lacordaire", o Estado terá o direito de intervir, de discutir, de vetar, quiçá de decidir.

Assim, Mauriac chega a considerar legítimo um apelo ao Estado a fim de salvar de uma hipotética intervenção o Saulchoir. E é a isto — a esta atitude de franca revolta — que ele chama "brado de dor sem revolta"!

(15) — O Núncio Apostólico é mero representante da Santa Sé. Designá-lo é designar mal disfarçadamente a própria Santa Sé.

(16) — Sim, e que de mais natural? A terra francesa é uma terra cristianíssima, onde portanto o Papa pode e deve exercer toda a jurisdição que tem no resto do mundo.

(17) — Na França a Igreja está separada do Estado, e reduzida ao campo meramente espiritual. Para um escritor aclamado como católico, isto ainda parece demais. E ele sonha com meios de perseguir a Igreja até neste último refúgio.

(18) — Sim, porque a despeito de tudo a França é um país mais católico do que se diz no exterior. E tendências como as que transparecem neste artigo de Mauriac não criaram raízes na massa dos católicos franceses.

(19) — "Recurso" contra quem? A quem? Ao Estado, contra Roma, é óbvio. E isto não é galicanismo?

(20) — "Denuncias"... expressão reticente e pouco leal. Ficar à mercê do Vaticano, que dá ouvidos a estas denúncias e se deixa influenciar por elas. Eis o que Mauriac insinua.

(21) — "Ofensiva" de quem? Do Vaticano, é claro.

(22) — Aberração. Ou a Santíssima Igreja de França está ligada ao trono de S. Pedro como o sarmento à vide, ou não é coisa alguma.

Mauriac insinua aqui, que a Santa Sé está em vias de violar os direitos da Santíssima Igreja de França. Acusação gravíssima, que não pode passar por um "brado de dor sem revolta".

(23) — Por nosso amor carinhoso e comovido à França, fomos muitas vezes taxados de franco-maníacos. Somos pois insuspeitos para falar. A razão primeira de todas as glorias e todas as esperanças da "nossa" França armadíssima lhe vem das épocas em que primou por uma obediência humilde, sinceríssima, afetuosa, profunda, alegre, ao Papa. É porque esta virtude minguou em tantos de seus filhos, que ela hoje não é o que já foi. Se esta virtude viesse a desaparecer de seu solo, não haveria mais França.

(24) — Veja-se quanto dislate está em vias de praticar o Vaticano. Atingir "seus melhores filhos", há injustiça mais funda, erro tático mais pesado?

(25) — "Debate"... A Igreja é uma sociedade soberana e perfeita, que governa na esfera espiritual, sem ter de aceitar "debates" com ninguém.

(26) — Seria o Estado... um Estado em que o sistema representativo já levou ao poder inimigos notórios da Religião, e os poderá reconduzir desde que a isto se inclinem os vagalhões indecisos da opinião. Esse "debate" com socialistas, radicais, maçons seria vantajoso para a Igreja, sem dúvida para que esta renunciasse às atitudes que fazem estremecer o sr. Mauriac.

(27) — Expressão ácida e caluniosa. A Igreja não é um campo de concentração. Todos têm o direito de representar ao Pai Comum o que lhes parece conveniente. Mas a Igreja é uma família bem ordenada, na qual todos devem obedecer, quando o Pai decidiu em última instancia. Roma locuta, causa finita.

LEGENDAS:
NATURALISMO:

- Padres da Missão de Paris.

- Operário da Renault celebrando.

- Um Frade Dominicano.

- Para celebrar, usa-se batina.

LAICIZAÇÃO:

- O estivador à direita é Padre.

- Matriz de S. Luiz em Marselha.

- Um Sacerdote metalúrgico.

- Saída da fábrica: um Jesuíta.


VERBA TUA MANENT IN AETERNUM

O TEMPO DA SALVAÇÃO ESTÁ PRÓXIMO

B. PIO X: Tantos e tão insignes, benefícios concedidos por Deus às piedosas solicitações de Maria, no espaço de cinqüenta anos que estão para terminar, não nos devem fazer acalentar a esperança "da salvação para uma época menos distante do que houvéramos crido"? Pois é como que uma lei da Providência Divina — como a experiência no-lo ensina — que das extremidades do mal à libertação não medeia demasiado espaço de tempo. "Este seu momento está próximo a vir, e os seus dias não se prolongarão; porque o Senhor terá compaixão de Jacob, e reservará ainda para si alguns escolhidos de Israel" (Is. 14, 1). É, pois, com confiança ilimitada que esperamos poder exclamar dentro em pouco: "O Senhor despedaçou o bastão dos ímpios e a vara dos dominadores. Toda a terra está em descanso e em paz; ela se encheu de prazer e regozijo" (Is. 14, 5 e 7). — (Encíclica "Ad Diem Illum", de 2-11-1904).

RESULTA EM DETRIMENTO DA ARTE QUERER SEPARÁ-LA DA RELIGIÃO

PIO XII: Não é necessário que expliquemos a vós — que o sentis em vós mesmos, muitas vezes como nobre tormento — uma das características essenciais da arte, que consiste em certa "afinidade" intrínseca com a Religião e faz dos artistas, de algum modo, os intérpretes, das perfeições infinitas de Deus e particularmente de Sua beleza e harmonia. A função de toda arte é, com efeito, romper o círculo estreito e angustiante do finito, no qual está encerrado o homem enquanto vive aqui em baixo, e abrir uma janela ao espírito que aspira ao infinito. Resulta daí que todo esforço — em realidade vão —que vise negar ou suprimir qualquer relação entre Religião e arte, redundaria em detrimento da própria arte, pois, seja qual for a beleza artística que se queira tomar no mundo, na natureza, no homem, para exprimi-la por meio de sons, de cores, ou de um jogo de massas, não poderá ela separar-se de Deus, desde que tudo o que existe está ligado a Ele por relações essenciais. Como na vida, não há portanto na arte — quer seja entendida como expressão do sujeito, quer como interpretação do objeto — o exclusivamente "humano" o exclusivamente "natural" ou "imanente". A arte se eleva ao ideal e à verdade artística com tanto maior probabilidade de feliz êxito quanto mais claramente refletir o infinito, o divino. Quanto mais vive o artista a Religião, tanto melhor está preparado para falar a linguagem da arte, entender-lhe as harmonias, comunicar-lhe os frêmitos... — (Discurso aos Artistas da IV Quadrienal Romana, de 8-IV-1952).


CORRESPONDÊNCIA

Do Exmo. Revmo. Sr. D. Antonio Augusto de Assis, DD. Arcebispo-Bispo de Jaboticabal:

"Ao Exmo. Revmo. Bispo de Campos, Dom Antonio de Castro Mayer. — Trago a V. Excia. meus votos de Santo Natal, e gratidão e muita admiração pelo ilustrado jornal que estou recebendo com toda a regularidade: CATOLICISMO, da Cidade de Campos. †- Antonio, Bispo de Jaboticabal".

Do Revmo. Snr. Pe. Leopoldo van Liempt, M. S. C. (Bauru — Est. S. Paulo): "Tomo a liberdade de recorrer a V. S. a fim de obter uma informação que há tempo procuro. Acompanhando a linha corajosa de orientação católica, seguida pela revista que V. S. dirige, surgiu-me a esperança de obter de V. S. o pronunciamento que em vão pedi a diversas pessoas competentes.

Minha dúvida diz respeito à liceidade da pratica de esportes e ginástica por parte de moças, embora em trajes decentes, mas em público, com assistência.

Na Encíclica "Divini Illius Magistri", no fim da parte que trata do "Sujeito da Educação", o Santo Padre condena com argumentos, tanto a co-educação ou promiscuidade, como também a tendência moderna de igualar ou nivelar a formação de ambos os sexos. Apelando para a própria natureza que requer a diversidade de inclinações e aptidões (em vista da vocação da moça para sua futura tarefa na família), o Santo Padre conclui: "Estes princípios devem ser aplicados... em especial no período mais delicado da educação, qual é o da adolescência; e nos exercícios ginásticos e de esporte, atendendo de modo particular à modéstia cristã na juventude feminina, da qual desdizem gravemente a exibição e a publicidade..."

Estribados neste argumento sustentamos no ano passado enérgica campanha contra uma demonstração de cultura física de moças, considerando o traje inconveniente como agravante, e não como motivo fundamental de nossa atitude. Mas se nós aqui no interior não podemos contar com o apoio das capitais, ou ao menos com certa repercussão mais extensa de nosso movimento, perdemos a força.

Pergunto, pois, se andamos certo ao interpretar neste sentido as palavras citadas da Encíclica; e, em segundo lugar, se esta interpretação ainda vale para nossos dias. De nossa parte não temos dúvida em responder afirmativamente às duas partes da consulta, mas estamos dispostos a reconsiderar nossa opinião, ou ao menos a desistir da insistência por inoportunidade.

Qualquer pronunciamento de V. S. nos será motiva de gratidão".

R. CATOLICISMO já teve oportunidade de lembrar a doutrina da Igreja sobre a matéria, nesta mesma secção, em seus números 33 (setembro de 1953) e 37 (janeiro de 1954).

Nosso Consulente tem toda a razão, como aliás se verifica pela simples leitura de sua carta. O motivo invocado pelos documentos pontifícios para vetar a participação de moças em exibições publicas de ginástica e esportes não procede propriamente das vestes usadas, que poderiam não ser contrarias ao decoro, mas da ordem natural das coisas, que impõe maior recato ao sexo feminino.

A Santa Sé não se baseia, portanto, em circunstâncias peculiares de uma época, ou região. Apela para a característica do sexo feminino, que determina todo o ambiente próprio da mulher em função de seu lugar na sociedade. A vocação da mulher e a feição peculiar de sua personalidade não lhe permitem certas maneiras de agir, certas atividades que, no entanto, nada têm, em si, de inconveniente quando praticadas por homens. No rol destas atividades, declara a Santa Sé, estão as exibições esportivas em público.

Em outras palavras: como o fundamento é permanente, assim as determinações têm vigor perene.

Por isso, achamos que o Revmo. Consulente fez bem em firmar seu procedimento nos motivos mais altos, e não em questões secundarias e transitórias, por importantes que sejam. As vestes merecem sempre cuidado especial, onde quer que a mulher se apresente. A decência, porém, do vestuário, só por si, não torna lícitas às jovens atitudes contrarias ao recato que sua condição exige e sua virtude reclama.

Aliás, há na legislação eclesiástica brasileira determinação sobre a matéria. Não é novidade, mas apenas insistência sobre as normas da Igreja Universal. Significa, no entanto, que as nossas condições estão a pedir especial atenção quanto a este ponto. Assim é que os atos do Concilio Plenário Brasileiro, promulgados em 1940, reproduzem, no apêndice XX, Instrução de 1929 da Sagrada Congregação do Concílio, relativa à modéstia feminina. Ai se dispõe que não se permitam às moças e meninas exibições públicas, como seriam desfiles, competições esportivas, etc. E se os responsáveis pelas jovens forem obrigados a tanto, cuidem que elas se apresentem com vestes que em nada ofendam ao pudor e à modéstia. Como se vê, o legislador distingue muito bem uma coisa e outra, a exibição pública, e a decência do traje. E a proibição daquela não está em função desta, mas vigora por motivo próprio: deforma-se a característica psicológica da mulher com essas exibições contrarias ao recato feminino.

O Revmo. Pe. Leopoldo van Liempt faz muito bem em inculcar o pensamento da Santa Sé, e em promover a aplicação das leis eclesiásticas.


Generoso leitor de Campinas, Est. de São Paulo, fez-nos donativo de importância correspondente a 57 assinaturas de CATOLICISMO. Segundo a intenção do benfeitor, essa quantia destina-se a favorecer Sacerdotes, Religiosos, Religiosas e Seminaristas que desejem receber nosso jornal e não disponham dos recursos necessários. Atenderemos os pedidos de assinatura na ordem em que nos cheguem às mãos. A Gerência.


AMBIENTES, COSTUMES, CIVILIZAÇÕES

O Maravilhoso, o real e o horrendo na literatura infantil

Plinio Corrêa de Oliveira

As histórias, todos o sabem, são os primeiros contatos das crianças com a vida. Através delas a inteligência infantil transpõe os limites do ambiente doméstico, e aprende as noções iniciais sobre a sociedade humana, com as inúmeras diferenciações que comporta, as atrações que oferece, os deveres que impõe, as decepções que traz, e o jogo complicado das paixões nos altos e baixos desta grande luta que é a existência. "Militia est vita hominis super terram", diz a Sagrada Escritura (Job 7,1). "Militia", sim, em que uns lutam por seus interesses pessoais, legítimos e ilegítimos, e outros lutam contra o mundo, contra o demônio, contra a carne, para a maior glória de Deus. As primeiras noções sobre esta "militia", as impressões mais fundas que o homem recebe relativamente aos aspectos essenciais dessa luta e à sua posição perante ela, recebe-as nos seus primeiros anos.

Daí haver importância essencial, para uma civilização católica, em proporcionar às crianças uma literatura profundamente e sadiamente religiosa. Não falamos apenas do curso de Catecismo e História Sagrada, que deve ser o centro de tudo, mas de histórias que fossem como que o comentário, o prolongamento, a aplicação do que a Religião ensina.

Isto é, em termos de boa doutrina, o normal. Quanto é evidente, porém, que a caudal da literatura infantil moderna está longe disto!

Nesta caudal inteiramente leiga - e só por isto má - há ainda distinções a fazer. Pois de há muito tempo o laicismo não é o único mal da literatura infantil de nossos dias.

Quando falamos da literatura infantil, incluímos evidentemente nesta designação genérica as ilustrações que ela comporta legitimamente, e de que se faz um uso muitas vezes exagerado.

Desejando tratar hoje da literatura infantil nesta secção, que não é de crítica literária, fazemo-lo analisando algumas dessas ilustrações.

* * *

Antes de tudo, uma composição de Walt Disney. É a Cinderela que vai com seu Príncipe rumo ao castelo encantado. É o maravilhoso na literatura infantil.

Haveria restrições a fazer. Em princípio, o que se oferece à criança deve tender a amadurecê-la, sob pena de não ser inteiramente são. Ora, nesta composição há certas simplicidades, deliciosas para olhos de adultos como interpretação delicada da fantasia infantil, mas não ajudam essa maturação. Alguma coisa no cocheiro, no lacaio, na estrutura do morro e dos edifícios dá idéia de coisa feita, não só para crianças, mas por crianças. E isto se nota, embora menos claramente, nos outros elementos da cena.

Mas, feita esta reserva, como não elogiar o gosto, a delicadeza, a variedade, desta composição? O maravilhoso, indispensável nos horizontes infantis como meio de apurar o senso artístico, elevar o espírito, abrir o descortínio, estimular sadiamente a imaginação, está aqui expresso com um tato e um gosto notáveis.

* * *

Passamos agora do maravilhoso para uma representação da vida quotidiana, com seus aspectos calmos, caseiros, simpáticos: outro elemento essencial nos horizontes da literatura infantil, para despertar a atração, o interesse, pela realidade e pela virtude.

Aqui está uma conhecida ilustração do Juca e Chico. No alto do telhado, os dois meninos das "sete travessuras" estão "pescando" as galinhas da Viúva Chaves.

Junto ao fogão, ladra assustado o fiel cãozinho. Em baixo, a viúva, entregue a afazeres domésticos, nada percebe. Os "dois meninos malcriados, estes dois endiabrados" que "põem toda a gente maluca", representam com real expressão a traquinagem tão frequente na vida caseira. Traquinagem tratada, aliás, no livro não sem uma exemplar severidade: "lede esta história e vereis a sorte dos dois". Exceção feita dos traquinas - e talvez nem isto - tudo evoca a atmosfera feliz, calma, modicamente farta, da vida doméstica popular. Louçania de alma, temperança, largueza, bem estar sensato na própria mediania, tudo aí se exprime.

* * *

Vem depois a literatura malfazeja.

Apresentamos um exemplo entre mil. Murros, tiros, assaltos, agressões, vibração exagerada, narração melodramática, corre-corre, sangue, morte, "super-homens" que voam, que transpõem muralhas, que manipulam raios: toda uma sinistra e ridícula contextura de inverossimilhanças, de crueldades, de grosseiros artifícios de sensacionalismo. E isto não é uma história só: é todo um gênero "literário" que enche páginas inteiras de revistas, revistas inteiras avidamente seguidas pelas crianças.

Que horizontes assim se abrem para a infância? Os do crime. Que prazeres? Os da excitação nervosa tendente em certos casos quase ao delírio. Que ideais? Os da força bruta, e da vida de aventura sem eira nem beira.

Com isso não se forma um homem, e muito menos um cristão. O produto próprio desta literatura é o neobárbaro...