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A IMPORTÂNCIA DAS ELITES TRADICIONAIS NA SOLUÇÃO DA CRISE HODIERNA

Plinio Corrêa de Oliveira

No último número de “CATOLICISMO” ( ), publicamos alguns tópicos admiráveis em que o Santo Padre Pio XII, dirigindo-se à Nobreza e Patriciado romanos por ocasião das audiências de Ano Bom de 1941 a 1952, afirmava a existência de uma missão importantíssima da aristocracia nos dias que correm, missão esta que, como acentuamos, é extensiva, por analogia, às elites tradicionais em nosso país.

Em continuação, reproduzimos hoje os textos que se referem mais especialmente às graves responsabilidades destas altas camadas sociais, dentro dos planos da Providência.

Estes tópicos são todos eles inspirados na idéia central de que, se um nome de família ilustre dá direito a honras e vantagens, ele também impõe graves obrigações, a que haveria injustiça e até felonia da parte do nobre em subtrair-se.

Tal como no artigo anterior, o número que acompanha entre parêntesis cada citação indica o ano em que foi pronunciado o discurso respectivo.

• Absenteísmo e omissão, pecado das elites

Um defeito que não é raro nos elementos das elites tradicionais consiste em isolar-se dos acontecimentos. Protegidos contra as vicissitudes por uma situação patrimonial segura, eles se alheiam da vida real, fecham-se em si mesmos, e deixam transcorrer os dias e os anos numa vida despreocupada, apagada, e sem objetivo terreno definido. Procurem-se os seus nomes nas lides de apostolado, nas atividades caritativas, na política, nas letras, na produção econômica: será em vão, estão ausentes. Até na vida social, seu papel é nulo. No âmbito do país, da província, da cidade, tudo se passa como se eles não existissem.

Porque este absenteísmo? Por um conjunto de qualidades e defeitos. Examine-se a vida destes elementos de perto: ela é digna, honesta, até modelar, pois se inspira em nobres recordações de um passado fundamente cristão. Mas este passado lhes parece não ter significado a não ser para eles. Apegam-se pois a ele com um afinco minucioso e se alheiam da vida presente. Não percebem que se no acervo de reminiscências de que vivem, muita coisa já não é aplicável a nossos dias (“voltou-se uma página da história, terminou-se um capítulo, pôs-se o ponto final que indica o termo de um passado social e econômico”, advertiu Pio XII em sua alocução de (1952), deste passado promanam valores, inspirações, movimentos, diretrizes, que hão de influenciar a fundo as “formas de vida bem diversas” (1952) do “novo capítulo que começou” (ibid.). Este conjunto de valores espirituais, morais, culturais e sociais, de grande importância na política como na esfera privada, esta vida que nasce do passado e deve dirigir o futuro, é a tradição. A nobreza e as elites tradicionais devem ter uma funda ação de presença na sociedade, para assegurar a perpetuidade deste bem inestimável que é a tradição.

• Só há progresso na linha da tradição

Porque? Porque o progresso só é real se ele constitui, não uma volta do passado, mas um harmônico desenvolvimento deste. Do contrário, a sociedade fica exposta a terríveis riscos: “As coisas terrenas fluem como um rio nos álveos do tempo; o passado cede necessariamente, o lugar e o caminho para o porvir, e o presente não é senão um instante fugaz que vincula um ao outro. É um fato, um movimento, uma lei; não é um mal em si. O mal seria se este presente, que deveria ser uma onda tranquila na continuidade da corrente, se tornasse uma tromba marinha, convulsionando todas as coisas como um tufão ou ciclone no seu avançar, e cavando com fúria destruidora e voraz um abismo entre aquilo que passou e o que está por vir. Tais saltos desordenados, que a história faz em seu curso, constituem então e determinam o que se chama uma crise, ou seja, uma passagem perigosa que pode conduzir à salvação ou à ruína irreparável, mas cuja solução ainda está envolta em mistério, dentro das nuvens negras das forças em choque” (1944).

• A tradição é o contrário da revolta e da estagnação

A tradição evita a estagnação das sociedades, bem como o caos e a revolta: veja-se o tópico da alocução de 1944 que reproduzimos no último número sob a epigrafe de “Sentido e valor da verdadeira tradição”.

Esta tutela da tradição, a que alude Sua Santidade nessa passagem, é a missão específica da nobreza e das elites análogas. Disse-o o Pontífice em trecho que, embora já o tenhamos traduzido no número passado, permitimo-nos repetir aqui para não multiplicar as remissões: “A sociedade humana não é, porventura, ou pelo menos não deveria ser, semelhante a uma máquina bem ordenada, cujas peças concorrem todas para um funcionamento harmônico do conjunto? Cada qual tem a sua função, cada qual deve aplicar-se para um melhor progresso do organismo social, cujo aperfeiçoamento deve procurar, de acordo com suas forças e suas próprias virtudes, se tem verdadeiro amor ao próximo e tende razoavelmente para o bem e o proveito de todos.

“Ora, que parte vos foi consignada de maneira especial, queridos filhos e filhas? Que missão vos foi particularmente atribuída? Precisamente a de facilitar este desenvolvimento normal: o serviço que na máquina prestam e executam o regulador, o volante, o reostato, que participam da atividade comum e recebem a sua parte da força motriz para assegurar o movimento de regime do aparelho. Em outros termos, Patriciado e Nobreza, vós representais e continuais a tradição”. (1944).

Rompem com esta missão, não só as elites que se ausentam da vida concreta, mas outras que pecam pelo excesso oposto. Ignorando sua missão, deixam absorver-se pelo presente, renegando todo o passado. O que, no Brasil, é a tentação dos dois pólos econômicos das elites tradicionais, isto é, os riquíssimos e os paupérrimos. Os primeiros não raras vezes se cosmopolitizam, se paganizam, assumem toda a trivialidade de pensamentos e de maneiras ditos “modernos” e “democráticos”. Os últimos, por desespero, por revolta, por mediocridade, se proletarizam imaginando que a fidalguia não reside tanto no homem, quanto no ouro... que já perderam!

• As elites de formação tradicional têm visão mais profunda do presente

O nobre de espírito profundamente tradicional tem, na experiência do passado que nele vive, os meios para conhecer melhor do que muitos outros, os problemas do presente. Longe de ser um marginal, ele é um auscultador subtil e profundo, da realidade: “Há males da sociedade, como há males dos indivíduos. Foi um grande acontecimento na história da medicina, quando um dia o célebre Läennec, homem de gênio e de Fé, curvado anciosamente sobre o peito dos doentes, armado de estetoscópio por ele inventado, os auscultava, distinguindo e interpretando os mais leves sopros, os fenômenos acústicos apenas perceptíveis, dos pulmões e do coração. Não é então uma função social de primeira ordem e de alto interesse, a de penetrar no meio do povo, e auscultar as aspirações e o mal-estar dos contemporâneos, sentir e discernir o pulsar de seus corações, procurar remédio para os males comuns, tocar delicadamente as suas chagas a fim de as curar e salvar da infecção, que pode sobrevir por falta de cuidado, evitando de as irritar por um contacto por demais rude?

“Compreender, amar na caridade de Cristo o povo de vosso tempo, provar com fatos essa compreensão e esse amor, eis a arte de fazer aquele maior bem que vos compete realizar, não só diretamente aos que estão ao redor de vós, mas numa esfera quase ilimitada, empregando vossa experiência em benefício de todos. É, nesta matéria, que esplêndidas lições dão tantos espíritos nobres, ardente e alacremente prontos a difundir e a suscitar uma ordem social cristã!” (1944).

Como se vê, o nobre, autenticamente nobre, autenticamente tradicional, pode, e deve, conservando-se tal, amar sobrenaturalmente o povo, e exercer sobre ele uma influência genuinamente cristã.

• A verdadeira dignidade das elites não está na inércia

Mas, dir-se-á, ingressando nos postos de direção da vida atual, a nobreza não se vulgariza? E seu amor ao passado não a tornaria um obstáculo ao exercício das atividades atuais? A este respeito ensinou Pio XII: “Não menos ofensivo é para vós, não menos nocivo seria para a sociedade, o infundado e injusto preconceito que não titubeasse em fazer crer e insinuar que o Patriciado e a Nobreza empanariam sua própria honra e a dignidade de sua classe ocupando e exercendo funções e cargos que os inserissem na atividade geral. É bem verdade que em outros tempos, o exercício das profissões não era ordinariamente havido como digno dos nobres, exceção feita da carreira das armas, mas mesmo então, não poucos deles, tão logo a defesa armada os deixava livres, não hesitavam em se consagrar a trabalhos intelectuais, ou ao trabalho de suas mãos: Assim, hoje em dia, nas novas condições políticas e sociais, não é raro encontrar nomes de grandes famílias associados a progressos da ciência, da agricultura, da indústria, da administração pública, do governo; observadores tanto mais perspicazes do presente, e seguros e ousados pioneiros do porvir, quanto mais se apegam com mão firme ao passado, prontos a tirar proveito da experiência de seus maiores, atentos em se resguardar das ilusões ou dos erros que já foram causa de muitos passos errados e nocivos.

“Guardiães, como quereis ser, da verdadeira tradição que ilustra vossas famílias, cabe-vos a missão de contribuir para a salvação do convívio humano, preservando-a quer da esterilidade a que a condenariam os melancólicos contempladores por demais zelosos do passado, quer da catástrofe a que a levariam os temerários aventureiros ou profetas alucinados de um falaz e enganoso porvir. Em vossa obra aparecerá por cima de vós e em vós, quase a imagem da Providência Divina, que com força e doçura dispõe e dirige todas as coisas no sentido do seu aperfeiçoamento (cap. 8, 1) a não ser que a loucura do orgulho humano venha a se pôr de través em seus desígnios, sempre por outro lado superiores ao mal, ao imprevisto e à fortuna. Com tal ação também sereis preciosos colaboradores da Igreja, que, mesmo em meio às agitações e conflitos, não cessa de promover o progresso espiritual dos povos, cidades de Deus sobre a terra, que prepara a Cidade Eterna” (1944).

Quanta demagogia se teria evitado no Brasil se nossas elites tradicionais tivessem entendido este dever!

Como a nobreza pode exercer sua missão dirigente

pluralidade de funções diretivas é naturalmente muito vasta: “Em uma sociedade desenvolvida como a nossa, que deverá ser restaurada e reordenada após o grande cataclisma, a função de dirigir é assaz variada: dirigente é o homem de Estado, de governo, o homem político; dirigente é o operário, que, sem recorrer à violência, às ameaças, à propaganda insidiosa, mas com o seu próprio valor, soube granjear autoridade e crédito na sua roda; dirigentes, cada qual em seu campo, são o engenheiro e o jurisconsulto, o diplomata e o economista, sem os quais o mundo material, social e internacional seria arrastado pela corrente; dirigentes são ainda o professor universitário, o orador e o escritor, que têm em mira formar e guiar os espíritos; dirigente é o oficial, que inculca no ânimo de seus soldados o sentimento do dever, do serviço e do sacrifício; dirigente é o médico no exercício de sua salutar missão. Dirigente é o Sacerdote, que mostra às almas a trilha da luz e da salvação, prestando-lhes auxílio para nela caminharem e avançarem seguramente” (1945).

A nobreza e as elites tradicionais têm a função de participar dessa direção, não neste ou naquele setor determinado, mas com um espírito tradicional e próprio, e de maneira exímia, em qualquer setor condigno: “Qual é, nesta multiplicidade de direções, vosso lugar, vosso encargo, vosso dever? Ele se apresenta sob dois aspectos: missão e dever pessoal de cada um de vós, missão e dever da classe a que pertenceis.

“O dever pessoal pede que vós, com vossa virtude, vossa aplicação, vos esforceis por tornar-vos dirigentes na vossa profissão. Bem sabemos que a juventude hodierna de vossa nobre classe, cônscia do obscuro presente e do ainda mais incerto porvir, tem a plena persuasão de que o trabalho é não somente um dever, mas também uma garantia individual de vida. E entendemos a palavra profissão no seu sentido mais lato e compreensivo, como já tivemos ocasião de indicar no ano passado. Profissões técnicas ou liberais, mas também atividades políticas, sociais, ocupações intelectuais, obras de toda a espécie, administração acurada, vigilante, laboriosa de vossos patrimônios, vossas terras, de acordo com os métodos mais modernos e experimentados de cultura, para o bem material, moral, social e espiritual dos colonos ou populações que nelas vivem. Em cada uma dessas condições deveis pôr todo o cuidado para alcançar êxito como dirigentes, seja por causa da confiança que em vós depositam aqueles que permaneceram fiéis às sadias e vivas tradições, seja por causa da desconfiança de muitos outros, desconfiança essa que deveis vencer, granjeando a amizade e o respeito deles, à força de vos esmerardes em tudo na posição em que vos encontrais, na atividade que exerceis, qualquer que seja a natureza do posto ou a forma de atividade” (1945).

Mais precisamente, o nobre deve comunicar a tudo quanto faz, as qualidades humanas relevantes que sua tradição lhe dá: “No que deve, então, consistir esta vossa excelência de vida e de ação, e quais são os seus principais caracteres?

“Ela se manifesta antes de tudo pelo acurado de vossa obra, seja técnica, científica, artística ou outra semelhante. A obra de vossas mãos e de vosso espírito deve ter aquela marca de requinte e de perfeição, que não se adquire de hoje para amanhã, mas que reflete a finura do pensamento, do sentimento, da alma, da consciência, herdada de vossos antepassados e incessantemente fomentada pelo ideal cristão.

“Ela se mostra, também, no que se pode chamar humanismo, quer dizer, a presença, a intervenção do homem completo em todas as manifestações de sua atividade, mesmo especial, de tal forma que a especialização de sua competência nunca seja uma hipertrofia, não atrofie nunca e nem vele a cultura geral, da mesma forma que em uma frase musical a dominante não deve quebrar a harmonia nem encobrir a melodia.

“A excelência de vossa vida e ação se mostra, outrossim, na dignidade de todo o comportamento e de toda a conduta, dignidade essa, porém, que não é imperiosa, e que, longe de ressaltar as distâncias, não as deixa transparecer quando necessário, senão para inspirar aos outros uma mais alta nobreza de alma, de espírito e de coração.

“Ela aparece, afinal, sobretudo no sentido de elevada moralidade, de retidão, de honestidade, de probidade, que deve informar cada palavra e cada ato” (1945).

Mas todo o requinte aristocrático, tão admirável em si mesmo, seria inútil e até nocivo, se não tivesse por base um alto senso moral: “Uma sociedade imoral ou amoral, que não sente mais na consciência e não demonstra mais nos atos a distinção entre o bem e o mal, que não mais se horroriza com o espetáculo da corrupção, que a desculpa e que a ela se adapta com indiferença, que a acolhe com favor, que a pratica sem perturbação nem remorsos, que a ostenta sem rubor, que nela se degrada, que se ri da virtude, está no caminho da ruína.

“A alta sociedade francesa do século XVIII disto foi, entre muitos outros, um trágico exemplo. Nunca uma sociedade foi mais requintada, mais elegante, mais brilhante, mais fascinante. Os mais variados prazeres do espírito, uma intensa cultura intelectual, uma arte finíssima de agradar, uma requintada delicadeza de maneiras e de linguagem, dominavam aquela sociedade externamente tão cortês e amável, mas onde tudo - livros, contos, figuras, alfaias, e adornos - convidava a uma sensualidade que penetrava nas veias e nos corações, em que a própria infidelidade conjugal quase não surpreendia nem escandalizava mais. Assim ela trabalhava para sua própria decadência, e corria para o abismo cavado pelas suas próprias mãos.

“Muito diferente é a verdadeira fidalguia: esta faz resplandecer nas relações sociais uma humildade cheia de grandeza, uma caridade escoimada de qualquer egoísmo, de qualquer preocupação com o próprio interesse. Não ignoramos com quanta bondade, doçura, dedicação e abnegação, muitos, e especialmente muitas, de vós, nestes tempos de infinitas misérias e angústias, se curvaram sobre os infelizes, souberam irradiar em torno de si, em todas as formas mais adiantadas e eficazes, a luz de seu caridoso amor. E este é o outro aspecto de vossa missão” (1945).

“Humildade cheia de grandeza”... admirável expressão, tão oposta ao granfinismo fútil quanto à chulice das maneiras, do estilo de vida, do modo de ser ditos “democráticos” e “modernos” por muitos!

• O cavalheirismo aristocrático, vinculo de caridade

Mas então o nobre com suas maneiras cavalheirescas e superiormente distintas, não representa e não representou sempre um elemento de divisão?

Nunca. O cavalheirismo aristocrático bem entendido, é um elemento de união que penetra de doçura todas as classes sociais com que, em razão de sua profissão ou de suas atividades, o nobre tenha contacto.

Este cavalheirismo mantém as classes “sem confusão ou desordem”, ou seja, sem nivelamentos e igualitarismos, mas torna amistosas suas relações.

• As elites tradicionais, guias da multidão

A multidão precisa hoje em dia de guias idôneos: “... a multidão incontável e anônima é fácil de se agitar desordenadamente; ela se abandona cegamente, passivamente à torrente caudalosa que a arrasta, ou ao capricho das correntezas que a dividem e a extraviam. Uma vez tornada joguete das paixões ou dos interesses de seus agitadores, não menos que de suas próprias ilusões, não mais sabe ela tomar pé sobre a rocha, e nela firmar-se para constituir um verdadeiro povo, quer dizer, um corpo vivo, com os membros e os órgãos diferenciados de acordo com suas formas e funções, mas todos concorrendo juntos para sua atividade autônoma na ordem e na unidade” (1946).

Essa função de guia, as elites a devem desempenhar. E entre as elites não se pode negar um lugar muito importante às que mantêm a tradição. Cabe à nobreza um luminoso apostolado: “Uma “elite”? Vós bem o podeis ser. Tendes atrás de vós todo um passado de tradições seculares, que representam valores fundamentais para a sadia vida de um povo. Entre essas tradições, das quais a justo título vos ufanais, contais em primeiro lugar a religiosidade, a fé católica viva e operante. A história já não provou porventura, e cruelmente, que toda sociedade humana sem base religiosa corre fatalmente para sua dissolução, ou termina no terror? Êmulos de vossos antepassados, deveis, portanto, brilhar diante do povo com a luz de vossa vida espiritual, com o esplendor de vossa fidelidade inconcussa a Cristo e à Igreja. - Entre aquelas tradições, contais também a honra imaculada de uma vida conjugal e familiar profundamente cristã. De todos os países, pelo menos daqueles de civilização ocidental, se eleva o brado de angústia do matrimônio e da família, tão lancinante que é impossível não ouvi-lo. Nisto também, em toda a vossa conduta, colocai-vos à frente do movimento de reforma e de restauração do lar doméstico.

Dentre as mesmas tradições, incluís ademais a de ser para o povo, em todas as funções da vida pública a que possais ter sido chamados, exemplos vivos de inflexível observância do dever, homens imparciais e desinteressados que, isentos de qualquer anseio de ambição ou lucro, não aceitam um lugar senão para servir a boa causa, homens corajosos, que não se deixam intimidar nem pela perda do favor do alto, nem por ameaças vindas de baixo.

“Entre essas tradições colocais afinal a de um calmo e constante apego a tudo quanto a experiência e a história convalidaram e consagraram de um

(continua)