A república de Israel tem todas as características dos Estados ferrenhamente totalitários. Até as mulheres estão sujeitas a serviço militar, e a existência quotidiana se tem dividido ali em duas fases: guerra e expectativa de guerra. Em tal regime, a Religião Católica não podia deixar de ser tão perseguida quanto na Alemanha nazista ou na Rússia comunista.
A FARSA DA LIBERDADE RELIGIOSA EM ISRAEL
Para informação de nossos leitores, transcrevemos, sem comentários, o seguinte trecho de um artigo do Revmo. Fr. Alberto Barrientos, O.C.D. sobre aquilo que hipocritamente se denomina a liberdade religiosa no Estado de Israel. Tal artigo saiu publicado na revista "Ecclesia", órgão da Direção Central da Ação Católica espanhola, número de 14 de janeiro deste ano:
"A Igreja Católica em Israel — temos que dizê-lo por amor à verdade e por amor aos nossos irmãos que ali sofrem — está passando por um período muito amargo. Oficialmente há tolerância religiosa, oficialmente há liberdade de cultos, etc., etc., mas tudo isto não é mais que uma mentira oficial desse Estado débil e necessitado, para obter o apoio o reconhecimento dos países católicos.
Que o digam os Irmãos das Escolas Cristãs; que o digam os Carmelitas Descalços do Monte Carmelo, que o digam as Congregações femininas de ensino. Conheço pessoalmente muitíssimos casos de pais de família que se viram forçados a tirar seus filhos dos colégios católicos e mandá-los às escolas mistas e laicas do Estado, sob pena de perder o emprego. Muitas pessoas perderam sua posição social pelo mero fato de tratar com Sacerdotes católicos. Nem se fale dos que chegaram a receber o batismo, alvo da constante e injuriosa propaganda anticlerical e anticatólica da imprensa diária, na qual se misturam a mentira e a calunia com as caricaturas mais grosseiras.
Violências e profanações
Os fatos violentos são muitos à luz do sol e da lua. Não faz muito tempo, as revistas espanholas davam notícia do que ocorreu no Monte Carmelo no dia de Santo Elias, festa celebrada com a máxima solenidade pelos católicos do país. Queremos consignar aqui um fato que é tão expressivo quanto ignorado. O "Boletim Oficial do Patriarcado Latino de Jerusalém" o referiu nos seguintes termos:
"Depois do estabelecimento do regime israelita, muitas tropelias, sacrilégios, profanações de igrejas e cemitérios católicos se cometeram, sem que os culpados tenham sido jamais descobertos. Que nem uma única vez se haja podido encontrá-los, é certamente demasiado para que alguém possa crer na boa fé das autoridades responsáveis.
"Muito recentemente, durante a Semana Santa, no cemitério católico-melquita de Haifa foram encontradas quebradas umas cinquenta cruzes de madeira, de pedra, de ferro e de mármore. Depois de buscas e de inquéritos, a policia pretendeu haver apanhado os culpados... apresentando como tais a dois meninos, um de nove e outro de seis anos! Todas as comunidades católicas de Haifa, que haviam enviado enérgicos telegramas de protesto contra esta profanação, reputaram muito justamente que tal resposta das autoridades era um escárnio.
"Organizou-se então um ato silencioso de reparação e protesto que, saindo da Catedral melquita e passando pelas ruas mais frequentadas da cidade, se dirigiu ao cemitério profanado. Dessa demonstração participaram SS. Excias. Mons. Hakin, Arcebispo da Galileia, e Mons. Vergani, representante do Patriarcado latino, os Párocos maronitas e numerosos membros de todas as comunidades de Haifa: latinos, melquitas, maronitas... Uma grande multidão de judeus contemplou o desfilar interminável do mudo cortejo.
"Até quando — conclui o Boletim do Patriarcado — os cristãos de Israel se verão obrigados a protestar contra estas violações sistemáticas de seus Lugares Santos, cometidas sempre por desconhecidos e irresponsáveis?"
VERDADES ESQUECIDAS
Os hereges sabem urdir tramas e representar comedias
* Santo Atanásio *
Da "História dos Arianos para os Monges
Os hereges (arianos) concertaram com o Imperador Constancio que este, acobertado pelos Bispos, ataque e persiga a quem lhe aprouver, sem ser tido por perseguidor, e que por sua vez os hereges, apoiados na autoridade imperial, armem ciladas a quem quiserem, a saber, a quem não participa de seus ímpios sentimentos. É de ver como representam essa comedia, tal como num palco, onde aqueles que se intitulam Bispos desempenham o papel de histriões, e Constancio trabalha pelos interesses dos mesmos, dando-lhes o prometido como Herodes a Herodiades. (Migne, P. G. 25, 755-756, apud Joannes Lo Grasso, S. J., "Ecclesia et Status", Tip. da P. Universidade Gregoriana, Roma, 1939, p. 9).