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ESCREVEM OS LEITORES

Exmo. Revmo. Sr. D. Frei Candido Penso, O.P., DD. Bispo Diocesano de Goiás (Est. Goiás): "Aqui vai minha assinatura para 1957. Apesar de muito pobre, quero fazer parte da família dos Benfeitores. Queira apresentar meus votos de felicidade, e meus parabéns pela mensagem aparecida no no de janeiro, ao Exmo. Sr. D. Antonio. Recomendo-me a suas orações e prometo fraternalmente as minhas".

Revmo. Pe. Michel, C.P.C.R., Superior da Casa de Retiros São José, Les Mées (França): "... CATOLICISMO, que je lis toujours avec intérêt et profit. D'autres Peres le lisent aussi et je montre toujours à la Communauté, en résumant le commentaire donné, les photographies de la page "Ambientes, Costumes, Civilizações". Je vous souhaite non seulement de continuer mais de prospérer".

Revmo. Frei Pio, S.D.N., Diretor da revista "Luzes", Dores do Indaiá (Est. Minas): “... nosso conceito a respeito desse jornal é o melhor possível. Apenas lamentamos não ter tempo suficiente para fazermos por ele a campanha que merece".

Dr. J. de Azeredo Santos, S. Paulo (Est. S. Paulo) : "Pessoa de minhas relações fez-me chegar às mãos o no 91, de julho de 1956, da revista "Latinoamerica", editada no México. Na secção de "Bibliografia" encontra-se a inclusa apreciação a respeito da tradução espanhola da Carta Pastoral sobre Problemas do Apostolado Moderno, do Exmo. Revmo. Sr. Bispo dessa Diocese, D. Antonio de Castro Mayer". É o seguinte o texto referido:

"Noble propósito el de este valioso documento: lanzar unidas y disciplinadas todas las fuerzas católicas a la conquista del mundo moderno. Ofensiva general que no será eficaz sino cuando dichas fuerzas conserven todo su vigor, manteniéndose totalmente incontaminadas de cuales quiere errores. La preservación de la fe integra y pura es disposición indispensable para la implantación del Reino de Cristo.

La tentación contra la fe es siempre la misma en sus elementos esenciales, pero en cada época se presenta con aspecto distinto conforme a su estilo peculiar: y en cada generación obra con intensidad diversa, según los puntos débiles que ataca. A veces consigue arrastrarla a la apostasía declarada; a veces sin arrancarla del seno de la Iglesia, logrará dañarla lastimosamente. Bien podrá esta seguir asintiendo a las fórmulas explicitas de la fe, pero desmentirá en la práctica su sentido católico, y su conducta se asemejará a la de los herejes, de los agnósticos y de los indiferentes.

En todas las épocas de la historia de la Iglesia se han observado malsanas tendencias a introducir componendas entre la verdad y el error. En nuestros días la herejía llamada por San Pio X "Modernismo", aunque muy a tiempo tronchada en su raiz por el excelso Pontífice, trata de reaparecer en malignos retoños dentro del campo de la Iglesia. Enérgicamente delata este peligro S.S. Pio XII en su discurso a los predicadores cuaresmales de Roma el ano de 1944. "Un hecho que siempre se repite en la historia de la Iglesia es el siguiente: que cuando la fe y la moral cristiana chocan contra fuertes corrientes de errores o apetitos viciados, surgen tentativas de vencer las dificultades mediante algún compromiso cómodo, o apartarse de ellas, o cerrarles los ojos".

Pues teniendo en cuenta estas advertencias, con tino certero el Excelentísimo Señor Obispo de Campos, en Brasil, ha señalado los más importantes brotes de la moderna herejía. Los ha ordenado en un especie de "nuevo syllabus" que llama "Catecismo de verdades oportunas que se oponen a los errores contemporáneos". Está dispuesto con un método admirable por su claridad y precisión. Presenta en fórmula concreta la proposición falsa o al menos peligrosa. Paralelamente a ella pone la fórmula correcta, y abajo, en párrafo separado, aduce las pruebas de dicha fórmula en una breve "explanación" que encierra sintéticamente argumentos teológicos y enseñanzas pontificias. Con este orden ha catalogado ochenta proposiciones bien seleccionadas. Para completar tan importante trabajo añade al fin un tratado compendioso que llama "Directrices", en el que añade, en forma muy persuasiva, útiles consejos acerca de la manera de proceder en la corrección de los errores apuntados.

La Pastoral, el Catecismo y las Directrices las expidió el celoso Prelado para su Diócesis Brasileña, pero es un trabajo tan bien elaborado en forma universal que puede prestar preciosos servicios en cualquier país, sin necesidad de particular adaptación. Así lo ha comprendido la obra "Cooperación Parroquial" de Madrid, divulgándolo en su colección "Fe integra". Bien pudiéramos titularlo: "Reglas actuales para sentir con la Iglesia". — A. Méndez Medina — Mexico".

"A Voz de Bragança", Bragança Paulista (Est. S. Paulo), publica em seu no de 26 de janeiro p. findo, sob o título "Estamos em boa companhia" e assinado B.B., artigo de que extraímos estes tópicos: "CATOLICISMO, o excelente mensário editado em Campos, Estado do Rio, ..., em seu no 73, do corrente mês, traz artigo oportuníssimo e merecedor de ampla divulgação. É seu título: "Como aproveitar a grande lição que a Hungria dá à Cristandade".

Na impossibilidade de transcrevê-lo por inteiro, vamos respigar aqui seu principal conceito. Firmado, como sempre, na sã ortodoxia da Igreja, cujo fundamento é o Papa, expõe seu ilustre autor, com clareza, doutrina, cuja prática, apesar de impor-se com urgência, ainda é incompreendida por não poucos entre nós.

... A parte, para nós, de mais importância, urgência e necessidade, por mais consentânea com o nosso modo de ver as coisas, é a que se refere à Política (Política com P maiúsculo), que não compreendemos como se acha tão abandonada, relegada a coisa de somenos, quando é ela elemento vital para a nação.

... Ou os católicos organizam-se convenientemente politicamente para salvação do Brasil, ou, mais cedo ou mais tarde, continuando as coisas como vão, teremos a sorte da mártir Hungria, isso porque não quisemos aproveitar-nos dos exemplos que de sua atual situação nos advêm.

... Voltando ao citado artigo, diz ele: (segue-se a transcrição de tópico relativo à necessidade, no mundo, de movimentos políticos plena e ortodoxamente católicos).

Verdades de clareza meridiana, que somente ainda não foram postas em pratica porque os filhos da luz são menos vigilantes do que os filhos das trevas.

... Fazemos nosso totalmente os luminosos conceitos do valente mensário em seu mais que oportuno artigo.

Quando Patriarca de Veneza, o Cardeal D. José Sarto, hoje São Pio X, organizou os católicos seus diocesanos, com o fim de vencer as eleições que se aproximavam.

Venceu.

Mais tarde, eleito Papa, nunca perdeu de vista a política, ...

Estamos em boa companhia.

"O Lampadário", Juiz de Fora (Est. Minas Gerais), transcreve em seu no de 14 de fevereiro p. passado, sob o titulo "Duas grandes sombras de 1956 — e coerência de CATOLICISMO", a mensagem do Exmo. Revmo. Sr. Bispo Diocesano, publicada em nossa edição de janeiro. E acrescenta estas palavras: "Recomendamos a revista CATOLICISMO, modelo de ortodoxia nas idéias, de energia de caráter nos colaboradores, de vigor e fortaleza cristã. E aproveitamos esta oportunidade para felicitar seu orientador, D. Antonio de Castro Mayer".

Comendador Reinaldo Amarante, Poços de Caldas (Est. Minas Gerais): "... não obstante pouco ler, com vista fraca nos meus 91 anos, apreciei esse defensor da Religião Católica, a que pertenço com amor e dedicação, ... querendo auxiliar sempre, no possível, a imprensa católica, tomarei uma assinatura de seu jornal, desejando que me informe do quantum a pagar"

Sr. Nicolau José Rached, S. Paulo (Est. S. Paulo): "... o catolicíssimo e interessantíssimo jornal CATOLICISMO. Não sei como retribuir os benefícios que se auferem de sua leitura. É um tesouro vedado a quem não o lê. Não poupo tempo para aproveitá-lo inteirinho, nem que roube tempo do meu sono...

Com meus mais sinceros agradecimentos por essa jóia rara, com que VV. SS. alertam o espírito e aquecem o coração dos católicos, é a Deus e à Virgem que peço retribuírem-lhes os pesados trabalhos e enormes sacrifícios".

Sr. José Renato de Araujo Gomes, Juazeiro (Est. Bahia): "Como aprecio sobremaneira esse valoroso e excelente jornal, não quero ficar privado de um número sequer, para não ficar interrompida a coleção que conservo carinhosamente e não raro consulto".

Sra. Lygia Lopes Porto, Rio de Janeiro (D. Federal): "Chegou-me às mãos um número de seu jornal, gostei imensamente do seu teor.

... confiante de, no CATOLICISMO, encontrar o amigo de que necessito, peço-lhe o favor de enviar-nos uma assinatura desse jornal".

Sr. José Ferreira Gonçalves, Belo Horizonte (Est. Minas Gerais): "... nosso valente jornal CATOLICISMO.

Pedindo a Deus que CATOLICISMO possa prosseguir nesta bela estrada..."

Sr. José Oswaldo de Araujo, Fortaleza (Est. Ceará): "... grande admirador de seu brilhante periódico, ..."

Um leitor, Mogi das Cruzes (Est. S. Paulo): "A clareza e desassombro com que esse mensário católico trata de problemas atuais, leva-nos a recorrer a essa redação para a definição de problema que reputamos importante e a respeito do qual nos sentimos perplexo.

... Sempre tivemos por líquido e curial, desde os tempos de catecismo, que o mal deve ser afastado dos católicos. Por isso, aceitávamos como justo o confinamento das meretrizes.

Não foi sem surpresa que lemos, num jornal católico, artigo da pena de um Religioso, batendo-se contra a "regulamentação"; depois, com maior surpresa ainda, deparamos num conceituado diário com representação, contraria ao confinamento do meretrício, de uma associação cujos membros se recrutam em geral no laicato católico.

Sem acreditar no que líamos, abrimos nosso "Thesaurus Confessarii" (Busquet-Garcia Bayon, Madrid, 1940) e tentamos refazer-nos do espanto; à página 196, encontramos o que sempre tivéramos por doutrina provável: "Permitti possunt meretrices in magnis civitatibus tantum, dummodo: I — in viliore et remoto loco collocentur, tamquam sentina civitatum, II nec permittantur die ac nocte per civitatem vagari, vel aliter scandalo esse" (opinião de Santo Afonso).

Diante de atitudes tão opostas, gostaríamos de que CATOLICISMO se pronunciasse por uma delas, ajudando-nos a ver com quem está a razão.

Juntamos, para sua consideração, os artigos contrários ao confinamento".

R. O meretrício é um estado de pecado, pecado torpe, vergonhoso, que a autoridade pública admite, a titulo de tolerância.

Invocando o princípio de que o mal nunca deve ser promovido ou aprovado, moralistas há, que julgam obrigação do Estado reprimir até a abolição total esse modo de vida ignominioso.

Seria ótimo. Acontece, porém, que a perseguição ao meretrício é absolutamente inútil, ou melhor, de todo ineficaz, máxime quando se toleram usos e costumes que de si incentivam as relações sexuais fora do casamento. Que diriam os moralistas intransigentes na aplicação do princípio de que não se podem tolerar os pecados públicos, diante de uma sociedade em que, por todos os modos — cinemas, rádio, televisão, bailes, publicidade, esportes, etc. — se alimenta um ambiente sensual, punindo-se a liberdade sexual apenas quando se reveste da forma de meretrício?

Em primeiro lugar teriam escarnecido de uma autoridade tão incoerente. E teriam proclamado a inutilidade, senão a nocividade, das leis contrarias ao meretrício.

Como a sociedade moderna está muito longe de apresentar um mínimo de moralidade, que seja um convite para a austeridade cristã dos indivíduos, indispensável para uma vida pura generalizada, é natural que outros autores julguem, de fato, impossível nos grandes centros modernos a supressão total desse comercio infame. Perseguido o ostensivo, que pode ser regulamentado, o clandestino 'infeccionará toda a extensão da cidade.

Essa a opinião moderada, mais objetiva, que nosso missivista aduz corroborada pela autoridade do grande Doutor da moral, Santo Afonso de Ligorio. Poderia citar igualmente um outro Doutor da Igreja, bom conhecedor da sociedade pagã, pois esteve em íntimo contacto com suas misérias. Santo Agostinho, que soube enaltecer o brilho e as excelências da virgindade, viu todo o mal que adviria para o convívio social com a proscrição do meretrício: "Aufer meretrices de rebus humanis, turbaveris omnia libidinibus". Em outro lugar, explana seu pensamento, comparando a prostituição às cloadas, cuja existência impede que se empeste todo o palácio: "Tolle cloacam, et replebis foetore palatium".

Parece-nos, pois, que a contingência, em que se encontram o moralista e a autoridade, de escolher entre dois males, os obriga a preferir o menor: no caso dada a impossibilidade de extinguir a simples fornicação, o confinamento compulsório do meretrício.

Compreendemos o zelo que move muitos adeptos da extinção da prostituição. Quereriam eles que o Estado pusesse seus enormes recursos a serviço da causa da pureza. Mas será muito mais acertado exigir dos poderes públicos um combate a fundo contra as causas da impureza, do que contra um mal que não é senão mero fruto da corrupção geral.

Sr. M. A. S., Rio de Janeiro (D. Federal): "A revista editada em Roma pelo Secretariado Central das Congregações Marianas, "Acies Ordinata", publica em seu no de novembro-dezembro do ano p. findo, interessante consulta e resposta, sob o título: "A respeito do mandato ou missão nas CC.MM." Tomo a liberdade de oferecer-lhes uma tradução desse documento, feita por mim sobre o texto latino". É a seguinte a tradução aludida:

"Consulta: Li recentemente um estudo sobre as diversas formas de apostolado dos leigos. Nesse estudo, as Congregações Marianas estão colocadas no seu devido lugar, no capitulo "Ação Católica Geral". Entretanto, as Congregações também figuram entre as associações que "nem sempre gozam do mandato da Ação Católica". Em outras palavras, o autor daquele estudo julga que podem existir Congregações Marianas com ou sem mandato da Ação Católica. Que se deve pensar sobre isso?"

"Resposta: 1) É verdade que, genericamente, as CC.MM. podem ser legitimamente denominadas "Ação Católica Geral": pois a grande maioria delas se encontra hoje nas paróquias, servindo aos Sacerdotes em todos os trabalhos de cura de almas. Não se deve, entretanto, esquecer que, em sua origem, as CC.MM. foram aquilo que hoje se chama "Ação Católica Especializada", e que ainda agora existem muitas Congregações verdadeiramente "especializadas" para profissionais, estudantes, operários, enfermeiros, etc. (cf. Regra 4 das Regras Comuns).

2) A distinção entre CC.MM. com e sem mandato não nos parece, de modo algum, certa, se se fala das associações cujo "status" jurídico foi estabelecido na Constituição Apostólica "Bis Saeculari", de 27 de setembro de 1948.

Eis alguns argumentos:

a) Essa Constituição declara que as CC.MM. são "Ação Católica pleno jure". Ora, Ação Católica sem mandato não é, de nenhum modo, "Ação Católica pleno jure", e nem sequer existe.

b) Uma Constituição Apostólica é lei universal para toda a Igreja. Nenhum Ordinário está obrigado a admitir Congregações Marianas em sua Diocese. Entretanto, se o faz, deve admiti-las tais como são: como uma forma de Ação Católica "pleno jure". A própria Constituição "Bis Saeculari" não faz, em parte alguma, distinção entre CC.MM. com e sem mandato.

c) Mais ainda, a Constituição declara solenemente que, "por Nossa autoridade apostólica", todas as Congregações têm mandato: "Entre as finalidades primarias das Congregações está o apostolado onímodo... que exercem por mandato da própria Hierarquia Eclesiástica..." (A.A.S. 40, 402).

d) A carta autografa do Sumo Pontífice de 2 de julho de 1953, pela qual são aprovados os Estatutos da Federação Mundial, sustenta isso explicitamente: "As Congregações, uma vez legitimamente fundadas pela Hierarquia, devem ser ditas Ação Católica ipso jure e pleno jure" (A.A.S. 45, 494).

e) A mesma Carta declara de modo ainda mais explicito a mesma coisa: "As Congregações, que não necessitam de nenhuma nova missão ... para que, sob a chefia dos Pastores Sagrados, possam exercer o apostolado onímodo, já não privado, mas por mandato (A.A.S. 40, 402) da Igreja..." (A.A.S. 45, 494).

f) Todos os juristas por nós consultados sustentam a mesma sentença aqui exposta.

Note-se que esta questão é puramente jurídica. Se, por exemplo, uma Congregação devidamente ereta e agregada à Prima Primaria do Colégio Romano, não observa, pelo menos no essencial, as Regras Comuns, é certo que age contra a lei da Igreja, mas juridicamente permanece no "status" em que uma vez se estabeleceu: portanto, continua a ser Ação Católica, embora deformada. O mesmo acontece, por exemplo, em algum núcleo da Ação Católica Italiana que não viva segundo os Estatutos: de modo algum deixa de ser Ação Católica".


AMBIENTES, COSTUMES, CIVILIZAÇÕES

Miniatura de Rei, e protótipo de servo

Plinio Corrêa de Oliveira

Uma situação modesta. Trata-se de um soldado, veterano de guerra, do exército inglês.

Mas esta situação modesta tem suas glórias. O mérito de uma existência inteira transcorrida no serviço da pátria, e num serviço que tem a peculiaridade de ser luta. Luta cheia de riscos, que comportam o sacrifício da saúde e até da vida.

Todas estas glórias se refletem no traje, modelado por uma longa tradição para ser o símbolo dos altos valores morais que uma carreira militar, ainda que modesta, contém em si.

As medalhas lembram serviços, e perigos enfrentados em prol da Inglaterra. Os galões indicam uma graduação que, se bem que inferior merece ser assinalada. O tecido excelente da farda, seus belos botões, seu corte distinto exprimem quanto a sociedade reconhece e admira esta modesta situação. O tricórnio solene e elegante acentua esta impressão. Assim apresentado, o personagem se sente digno, calmo e feliz. Seu olhar e seu porte exprimem o hábito em que está, de ser respeitado. A fisionomia tem algo de sobranceiro, que a venerabilidade da barba alva ainda marca mais. A considerar o rosto, pensa-se vagamente em Jorge V. E de fato este modesto militar é, no fundo, uma minúscula imagem do Rei.

* * *

Um chefe de Estado, déspota temido e incontrastável de todas as Rússias. Cabelo desgrenhado, bigodeira vulgar, face grosseira e brutal, gesto impetuoso e violento, traje carente de qualquer elevação ou distinção. Nada o diferencia de um servo, de um desses servos que modelaram sua alma na freqüentação dos botequins, e são botequineiros em todas as camadas mentais ou físicas seu ser.

Nada, nele, indica qualquer coisa de elevado, nada exprime a grandeza e a dignidade do poder supremo. Ou, mais simplesmente, a grandeza e a dignidade de um homem correto.

* * *

Modesto soldado, elevado a uma situação que é a miniatura de um Rei: beneficiário feliz de uma civilização que foi outrora católica, e em cuja alma está o instinto de tudo elevar e engrandecer.

Poderoso ditador, rebaixado, como apresentação e como pessoa, ao nível do último servidor: símbolo de uma ordem de coisas satânica, que por adoração à igualdade tem por instinto rebaixar e degradar tudo!