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VERBA TUA MANENT IN AETERNUM

• Predileção da Igreja pelas almas que cultivam as riquezas espirituais da viuvez

PIO XII: Nos primeiros séculos da Igreja a organização das comunidades cristãs atribuía às viúvas um papel particular. Jesus Cristo lhes testemunhava durante sua vida mortal urna benevolência especial, e os Apóstolos, depois dEle, as recomendam ao afeto dos cristãos e lhes traçam as regras de vida e de perfeição. São Paulo descreve a viúva como "aquela que depositou sua esperança em Deus e persevera noite e dia nas súplicas e orações" (1 Tim. 5, 5).

Embora não condene as segundas núpcias, a Igreja friza sua predileção pelas almas que desejam permanecer fiéis a seus esposos e ao simbolismo perfeito do sacramento do Matrimonio. Ela se rejubila de ver cultivar as riquezas espirituais próprias deste estado. — (Discurso As Organizações Internacionais Familiares, de 16-IX-1957).

• Quatro perigos mortais para a Igreja na América Latina

PIO XII: A situação da Igreja na América Latina se caracteriza por um crescimento rápido da população: esta, que em 1920 compreendia 92 milhões de pessoas, logo alcançará os 200 milhões. Nas grandes cidades a população se acumula em massas enormes: o progresso técnico e industrial avança rapidamente; em contrapartida, os Padres são em número insuficiente: em vez dos 160.000 que seriam estritamente necessários, existem apenas 30.000. Enfim, quatro perigos mortais ameaçam ali a Igreja: a invasão das seitas protestantes; a secularização de toda a vida; o marxismo, que se revela nas universidades como o elemento mais ativo, e que detém em suas mãos quase todas as organizações de trabalhadores; finalmente, um espiritismo inquietante.

Nessas circunstâncias, o apostolado leigo Nos parece incumbido de três responsabilidades principais: em primeiro lugar, a formação de apóstolos leigos para suprir a falta de Padres na ação pastoral. Em alguns países em que o comunismo está no poder diz-se que a vida religiosa pôde, após a prisão dos Sacerdotes, continuar de maneira oculta graças à intervenção dos apóstolos leigos. O que é possível em tempo de perseguição deve também sê-lo em época de relações pacificas. Faça-se esforço, portanto, inicialmente por formar de modo sistemático e lançar ao trabalho os apóstolos leigos nas paróquias gigantes, de cinquenta a cem mil fiéis, pelo menos enquanto durar a carência de Sacerdotes. Depois, introduzam-se no ensino, desde a escola primaria até a universidade, homens e mulheres católicos exemplares, como mestres e educadores. Em terceiro lugar, empenhem-se eles na direção da vida econômica, social e política. Lastima-se o fato de que na América Latina a doutrina social da Igreja seja pouco conhecida. Sente-se, pois, a necessidade de uma formação social aprofundada e da ação de uma elite operaria católica para disputar pacientemente as organizações de trabalhadores a influência do marxismo. Já presentemente, associações operarias católicas trabalham de maneira notável em diversos lugares. Nós lhes somos muito reconhecido. Seria necessário que isto não constituísse exceção, mas antes a regra num continente católico como a América Latina. — (Discurso ao 2o Congresso Mundial do Apostolado dos Leigos, de 5-X-1957).

• Manter distancia com relação ao Vigário de Cristo: causa importante de erros e desvios

PIO XII: O que concerne às relações dos estados de perfeição com o Vigário de Cristo e a Santa Sé não tem absolutamente necessidade de ser relembrado: as prerrogativas da Sé Apostólica, fundadas sobre a instituição do próprio Jesus Cristo, e que a Igreja no decurso dos séculos constantemente elucidou e precisou, devem permanecer inabaláveis e sagradas. Se todo fiel as respeita e a elas se conforma, os que se acham num estado de perfeição saberão a este respeito dar o exemplo a todos. Importa, pois, procurar e manter o contacto com aquela Sé. Na Encíclica "Humani Generis" ressaltamos que a vontade de evitar esse contacto e de manter distância foi uma razão importante dos erros e desvios que lá se encontram assinalados; e esta atitude lamentável foi em particular a de alguns membros dos estados de perfeição. Esse contacto, para ser eficaz, deverá ser cheio de confiança, sinceridade, docilidade. — (Discurso ao 2o Congresso Geral dos Estados de Perfeição, de 9-XII-1957).

• Lourdes: foco de prodígios diários para confusão da incredulidade moderna

S. PIO X: Deve-se acrescentar que, nem bem Pio IX havia declarado de fé católica a Conceição Imaculada de Maria, começavam na cidade de Lourdes maravilhosas manifestações da Virgem, o que foi — como é sabido — a origem desses templos erguidos em honra da Imaculada Mãe de Deus, obras de alta magnificência e de ingente trabalho, onde, por sua intercessão, prodígios cotidianos proporcionam esplêndidos argumentos para confundir a incredulidade moderna. — (Encíclica "Ad Diem Illum", de 2-II-1904).

• Mensagem de penitencia, de perdão e esperança a um mundo devastado pelo pecado

PIO XII: Estas lições (das aparições de Lourdes), eco fiel da mensagem evangélica, fazem sobressair de maneira surpreendente o contraste que opõe os julgamentos de Deus à vã sabedoria deste mundo. Numa sociedade que absolutamente não tem consciência dos males que a corroem, que vela suas misérias e injustiças sob aparências prósperas, brilhantes e despreocupadas, a Virgem Imaculada, em Quem jamais roçou o pecado, se manifesta a uma criança inocente. Com compaixão maternal percorre com o olhar este mundo resgatado pelo sangue de seu Filho, onde desgraçadamente o pecado faz cada dia tantas devastações, e, por três vezes, lança Ela o urgente apelo: "Penitência, penitência, penitência!" Gestos expressivos são mesmo solicitados: "Vá beijar a terra em penitência pelos pecadores". E ao gesto é preciso acrescentar a súplica: "Rezarás a Deus pelos pecadores". Assim, tal como no tempo de João Batista, tal como no princípio do ministério de Jesus, a mesma injunção, forte e rigorosa, dita aos homens a via do retorno a Deus: "Arrependei-vos! (Mat. 3, 2; 4, 17)". E quem ousaria dizer que este apelo à conversão do coração perdeu nos dias de hoje sua atualidade?

Mas como poderia a Mãe de Deus vir até seus filhos, senão como mensageira de perdão e de esperança? Já a água jorra a seus pés: "Omnes sitientes, venite ad aquas, et haurietis salutem a Domino" (Oficio da Festa das Aparições. lo Respons. do III Not.). A esta fonte, onde a dócil Bernadette foi a primeira a ir beber e lavar-se, afluirão todas as misérias da alma e do corpo. "Fui até lá, lavei-me e vi" (Jo. 9, 11), poderá responder com o cego do Evangelho o peregrino reconhecido. Mas, tal como para as multidões que se comprimiam ao redor de Jesus, a cura das chagas físicas aí constitui, ao mesmo tempo que um gesto de misericórdia, o sinal do poder que o Filho do Homem tem, de perdoar os pecados (cfr. Marc. 2, 10). Junto da gruta bendita, a Virgem nos convida, em nome de seu Divino Filho, à conversão do coração e à esperança do perdão. Escutá-lA-emos nós? — (Encíclica "Le Pélerinage de Lourdes", de 2-VII-1957).


ESCREVEM OS LEITORES

Em carta ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, escreve o Revmo. Pe. Michel, C.P.C.R., Casa de Retiros de Nazareth, Chabeuil (França): "Je continue à lire CATOLICISMO avec le plus vif intérêt et, j'ose dire, avec un non moindre profit. J'aime, dans les divers articles et, permettez moi de le préciser, dans les vôtres, et la vigueur, et la mesure, et la profondeur, et l'esprit surnaturel".

Sr. Francisco de Gomis, advogado, Barcelona (Espanha): "Efectivamente, el Sr. Serrano ha oído reiteradas veces los comentarios que yo hago de su magnífica revista, ante nuestros amigos de "Cristiandad", que Vd. tan bien conoce; y es que, para mí, han conseguido ustedes lanzar una revista integralmente católica, sin concesiones posibilistas, con erudición, brillantez, vibrante actualidad, y una tan acertada presentación desde el punto de vista periodístico, que la reputo como verdadero modelo en su género. Le diré solamente que no son pocas las veces que la leo absolutamente íntegra y encuentro en ella muchas ideas y sugerencias, que contrarrestan en mi los efectos tóxicos de la superficialidad y materialismo en que nos tiene envueltos el mundo moderno.

Esa lectura me ha familiarizado tanto con ustedes, que hoy su nombre de Vd. es para mi el de un buen amigo.

En esta encrucijada de la historia que nos ha tocado vivir, mi pensamiento va con mucha frecuencia a aquel otro momento histórico en que la barbarie amenazaba con anegarlo todo y llega por fin a la misma Roma para dejarla destruída. Nosotros los europeos, somos acaso la Roma de entonces? Está bastante cerca para nosotros el momento de la aniquilación y del castigo? Viven ustedes quizás en aquella otra orilla del mar, como Cartago, para que puedan presenciar con el mismo espanto que expresa luego San Agustín, los efectos de la providencia de Dios sobre estos pueblos? Un pensador español del siglo pasado, Donoso Cortés, atalayando con su genial penetración los derroteros tomados por esa Europa supercivilizada, nos dice que "a los pueblos sucede lo que a los individuos, que cuando faltan al sentido de su vocación, Dios muda su sexo, les despeja del signo público de la virilidad, les convierte en pueblos hembras, y les envía conquistadores para que les quiten la honra". Dónde se encuentra hoy la vocación de Europa, cuya intelectualidad todo lo pervierte con la negación de Dios y buscando demostrar su inexistencia? No ve Vd. cómo se pierden de día en día las más entrañables virtudes cristianas, y ese afán materialista, en su sectarismo, llega a extremos en contra de la ley natural, que no habían podido sonar los antiguos paganos? Recuerda Vd. que fué en Fátima, hace treinta años, que se nos anunció un terrible castigo por mediación de Rusia, si la humanidad no se convertía, y desde aquella fecha el mundo no ha cesado de apartarse de la vida cristiana; y Rusia, la más débil y atrasada de todas las naciones europeas, no ha cesado de crecer hasta aparecer hoy como un gigante avasallador que no respeta frenos ni principios que puedan razonablemente poner coto a su ambición? El cristianismo de hoy, en la mayor parte de los casos, está a lo sumo en el papel, pero no se convierte en vida, ni social ni individualmente. En la práctica casi todos tenemos el contagio protestante, con todas sus secuelas.

Perdone Vd. mi pesimismo; desgraciadamente creo que no es pesimismo sino la consideración escueta de una realidad, que se muestra cada día más desarraigada y torpe; de una humanidad que pronto no tendrá otro freno que el del temor, ni otro estímulo que la apoteosis individual de cada hombre en un ansia infinita de gozo y bienestar; la realización en suma de aquella rebelión, "ser como Dios", que desgraciadamente parece llegar a su paroxismo en nuestros triste días.

Pero para mí no todo es tristeza o pesimismo, no lo crea Vd. Se suscitan ahora nuevos valores: los esenciales, que cobran de nuevo todo su imperio. Lo accidental queda barrido por este huracán desintegrante, y frente al caos o frente al anticristo marxista, se prepara para la Iglesia un seguro renacer, en el que sea posible realizar lo que dice el Papa, "rehacer el mundo desde sus cimientos", pero según una Ley de Vida. En suma creo que va a resucitarse para el mundo la antigua idea de la Cristiandad. No fué acaso Ernesto Pschiari, el nieto de Renan, el que dijo que para él, Patria, era el sitio donde podía rezar mejor?

... Ustedes con su revista están haciendo "Patria". Entre sus escritos yo me siento en mi propia patria, en la Cristiandad, y les doy las gracias por ese faro potente de esperanza que ustedes levantan con su revista. El mundo vive todavía en el momento de los sofistas, pero eso se acaba; son como modistos, que al igual que sucede a las mujeres siguiendo la pauta de la moda, que llegan al "dos piezas" de la playa, así también despojan al hombre moderno de sus prendas intelectuales y morales, levados por un afán de novedad y de llamar la atención, hasta quedar literalmente en "un dos piezas" o aún sin ellas. Pero, y después?"

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Exmo. Revmo. Mons. Francisco de Sales Brasil, Salvador (Est. Bahia): "Ao ilustre Dr. J. de Azeredo Santos, o mais profundo reconhecimento pelo artigo corajoso, claro, verdadeiro divisor de águas, que, contra certo catolicismo aguado, escreveu em defesa de meu livro". ("Comunismo para crianças", CATOLICISMO, n° 83, de novembro de 1957).

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Da. Hilde N. Francesconi, Caraguatatuba (Est. S. Paulo): "Li recentemente ... um número do jornal CATOLICISMO, ficando encantada com a matéria publicada, pois, a meu ver, CATOLICISMO é, sem favor algum, uma fonte inesgotável de magníficas lições por intermédio dos trabalhos publicados. Esta é minha opinião sobre o grande CATOLICISMO".

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Sr. Nestor Augusto do Nascimento, São Luís (Est. Maranhão): "... o brilhante órgão da imprensa, CATOLICISMO".