"Experiências praticadas com entusiasmo demasiadamente fácil"
Traduzimos da excelente revista "Cruzado Español", de Barcelona, este oportuno documento da Sagrada Congregação dos Seminários e Universidades, publicado inicialmente no órgão oficial da Diocese de Bilbao, e de interesse não só para a Espanha:
"Roma, 14 de junho de 1958.
Aos Emmos. Srs. Cardeais e Exmos. Srs. Arcebispos e Bispos da Espanha.
Este Sagrado Dicasterio não deixou de seguir com a devida atenção as experiências que se iniciaram há alguns anos em várias Dioceses espanholas, em virtude das quais grupos de jovens seminaristas, em tempo de férias, e durante período mais ou menos longo, se empregam em oficinas, fábricas, ou em outros ambientes de trabalho.
Queremos precisar que não se põem em dúvida as boas intenções de quem promoveu ou autorizou tais experiências, nem se pode negar a sincera e efetiva vontade de diminuir os perigos do ambiente, que evidentemente não está em consonância com o desenvolvi-mento harmônico da vocação sacerdotal. Todavia, ao passo que subsistem serias dúvidas sobre a necessidade da fórmu-la adotada, para a consecução da finalidade desejada, um balanço sereno dos resultados obtidos aconselha, muito mais do que a continuação, o abandono do caminho escolhido.
Já na Carta Circular de 22 de agosto de 1957, N. Prot. 288/56, não sem clara alusão às novas experiências, esta Sagrada Congregação formulava suas reservas, declarando textualmente: "Deve haver um cuidado especial em tudo o que se refere aos contactos com o ambiente exterior ao Seminário. Certas experiências, fei-tas sobretudo durante as férias de verão, que vemos praticar com entusiasmo demasiado fácil, deveriam dar lugar a uma vigilância mais cautelosa por parte dos superiores responsáveis. Tenha-se presente que a vocação sacerdotal dos jovens requer uma proteção ilimitada: não se pode expô-los a perigos desproporcionados a suas forças, pois se corre o risco de lamentar amargas e desagradáveis surpresas".
Hoje, porém, com base em novos elementos e depois de atento exame dos diversos aspectos da questão, este Sagrado Dicastério, inspirando-se unicamente no supremo interesse da formação eclesiástica, se vê obrigado a convidar os Excelentíssimos Ordinários da Espanha a que proíbam a seus Clérigos qualquer experiência operaria.
Tal proibição não implica, certamente, na reprovação das iniciativas úteis e legítimas que possam conduzir à desejada finalidade de abrir e am-pliar o horizonte dos jovens seminaristas — especialmente os das últimas series teológicas — sobre o mundo do tra-balho e os múltiplos problemas concernentes ao mesmo, do ponto de vista pastoral. Seja-nos aqui permitido insistir em que no terreno teórico — isto é, no ensino da Ética, da Teo-logia Moral e, principalmente, no curso de Ciências Sociais - se procure dar aos candidatos ao Sacerdócio uma sólida e segura orientação inspirada na doutrina da Igreja e dos Su-mos Pontífices.
Mas no que se refere à iniciativa prática, devem proporcionar uma colaboração decisiva os Párocos e Sacerdotes com cura de almas, a quem, compete integrar de diversas maneiras a ação formativa do Seminário. Seguindo as regras de uma iluminada prudência, eles guiarão nos primeiros contactos pastorais os que constituem as jovens esperanças da Igreja, pondo-os gradualmente em presença da realidade e exigências do ministério, com o prestigio e autoridade que conferem a competência e a experiência vivida. Amparados por esta amorosa ajuda, os jovens Clérigos se acostumarão a fundir numa unidade fecunda a tradição e o progresso nos métodos da vida apostólica, sem os desequilíbrios ou, pior ainda, as rupturas que são prejudiciais à presença da Igreja na solução dos problemas de nosso tempo.
Queremos acrescentar, ademais, que, se se tem o maior cuidado na formação espiritual e cultural, tudo o mais vem automaticamente, como consequência natural e necessária. Os candidatos ao Sacerdócio de hoje serão então os sucessores capazes daquele Clero espanhol que escreveu páginas brilhantíssimas na historia da Santa Igreja: o amanhã será digno do passado, entre outras razões, porque terá sido preparado sem impaciências e sem intemperanças.
Aproveito esta ocasião para professar-me devotadíssimo em Jesus Cristo.
Cardeal Pizzardo, Prefeito, C. Confalonieri, Secretario".
ESCREVEM OS LEITORES
Revmo. Pe. José Luiz Marinho Villac, Reitor do Seminário Diocesano da Assunção, Jacarezinho (Est. Paraná): "No correr do mês de setembro, o diário "O Estado de São Paulo" publicou sucessivamente, em sua secção religiosa, três notícias a respeito de um movimento em prol da abolição da batina, e de sua repercussão nos meios eclesiásticos. Parecendo-me que a opinião católica merecia que se precisasse a formulação dessas notícias, escrevi nesse sentido àquele prestigioso órgão da imprensa paulista. Não tendo, infelizmente, sido atendido, venho recorrer ao nosso CATOLICISMO, solicitando-lhe que, para esclarecimento de seus leitores que tenham lido as notícias do "Estado", transcreva a carta que dirigi ao mesmo jornal".
É a seguinte a carta em apreço:
“Tenho aqui sobre a mesa três pequenos recortes do Jornal de VV. SS. que, publicados na coluna do “Movimento Religioso”, em dias do corrente mês, divulgam o modo de pensar pessoal de determinados eclesiásticos que ultimamente se têm manifestado em prol da abolição da batina. A notícia do dia 20 de setembro comenta que se trata de um movimento encabeçado “por Jesuítas do Rio Grande do Sul”, enquanto que a de três dias antes já avançava — e, creio, não impunemente — que “a opinião no meio eclesiástico é no geral favorável à medida, desde que, como é obvio, a Santa Sé a aprove”.
Em vista disso, e dada a formulação um tanto vaga e, pois, pouco aceitável das refe-ridas notícias, venho delicadamente solicitar a essa Redação que informe mais pormenorizadamente o público católico, e particularmente o Clero, a respeito do movimento "iniciado por Jesuítas", bem como nos forneça elementos estatísticos solidamente fundados, permitindo afirmar que “a opinião no meio eclesiástico é no geral favorável à medida”. Peço, outrossim, apelando para um sentimento de equanimidade, a publicação também do meu modesto parecer, ardorosamente desfavorável à abolição da veste talar tradicional, que, entre outras glorias, se ufana de, na pessoa do Sacerdote católico, tornar a Igreja de Deus marcadamente presente na vida pública do País. Parecer este que, julgo - não afirmo, mas digo “julgo”, para não resvalar no mesmo lapso que apontei acima - seja homologado por uma grande parte do Clero católico, e que por isso encarecidamente rogo seja também consignado no periódico de VV. SS. Reiterando minhas respeitosas sau-dações, no Senhor, etc...”
Prof. Rafael Gambra, da Universidade de Pamplona, Madrid (Espanha) : "Recibí yo también — y se lo he agradecido muy vivamente — el tomo con la colección de CATOLICISMO que me ha servido durante el verano pasado para consumir muchos ra-tos en lecturas cada vez más interesantes a medida que se penetra en el espíritu de la revista. Pienso que es una de las muy pocas que en el mundo actual se atreven a juzgar e interpretar los hechos y las tendencias desde una posición verdaderamente cristiana, libre de todo snobismo y de la sugestión de "lo actual" o de "lo social" etc. No tiene, ade-más, como otras publicaciones católicas un tono meramente crítico, deprecatorio y negativista, sino un espíritu muy concreto y sano que comprende las cosas con inteligencia y sabe oponerles su propia afirmación.
Esto mismo puedo decir de su excelente artículo "Beat Generation", que he leido con verdadero deleite. Su paralelo con las prácticas dionisiacas de la antigüedad, y la necesidad última de una disciplina que la sociedad actual niega a la juventud democrática, me parecen muy luminosos.
Por correo aparte recibirán un breve artículo mio titulado “La Puerta de Alcalá”, por si le encuentran algún interés par los lectores de CATOLICISMO".
R. — O artigo do Prof. Rafael Gambra está sendo publicado em outro local desta edição.
D. Maria Amelia R. Leal, Itatiba (Est. São Paulo) : “Sou assinante desse querido jornal, e gostaria que ele publicasse esta noticia sobre a Pia União das Missas de Ingolstadt:
- Não há meio mais eficaz do que o Sacrifício da Missa para se alcançarem duas graças de suma importância: uma boa morte, e a mais pronta libertação das penas do Purgatório. Por isso, fundou-se em Ingolstadt, em 1729, a Pia União de Missas, cujos asso-ciados se obrigam a mandar celebrar, cada ano, uma Missa nessa dupla intenção.
Contando a Pia União, atualmente, mais de um milhão de membros vivos, celebram-se ao longo de cada ano mais de um milhão de Missas, cujas graças se derramam sobre todos os associados. Essas Missas têm, ademais, a indulgência concedida aos altares privilegiados.
Para gozar dessas grandes vantagens espirituais é necessário, apenas, mandar celebrar a Missa anual — por qualquer Sacerdote, em qualquer dia do ano — e inscrever o próprio nome nos registros da Pia União. Maiores informações podem ser pedidas à União de Missas de Ingolstadt, Convento de São Francisco, Caixa Postal n.° 5650, São Paulo (Est. São Paulo)”.