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DEVEMOS CONSIDERAR A "RERUM NOVARUM" EM TERMOS DE REVOLUÇÃO E CONTRA-REVOLUÇÃO, COMO A CONCEBEU LEÃO XIII

(continuação)

pseudo-sociólogos progressistas que, sob o manto de uma falsa neutralidade ou eqüidistância diante desses erros, na realidade aduzem água para o moinho totalitário de que se dizem ferrenhos adversários.

LIBERALISMO E SOCIALISMO, INSTRUMENTOS DA REVOLUÇÃO

Assinalemos, de início, um fato curioso. O socialismo que se dizia de direita, do qual o fascismo e o nazismo foram exemplos típicos, usava como um de seus "slogans" prediletos a afirmação de que o liberalismo corrupto e decadente era o aliado natural e principal fomentador do comunismo. Por sua vez o socialismo de esquerda, tendo à frente o comunismo, apregoava e até hoje ainda apregoa que o fascismo, o nazismo e seus congêneres eram meros subprodutos da plutocracia liberal. Não se tem dificuldade em dar razão a ambos esses extremismos quando mutuamente assim se acusam de conivência com o liberalismo.

E isto por uma razão muito simples: liberalismo e socialismo são frutos da mesma arvore má da Revolução. É esta uma das luminosas lições de Leão XIII para quem estuda com profundidade a "Rerum Novarum", mas sobretudo para quem situa esse extraordinário documento dentro do conjunto da obra desse Papa genial. O próprio Leão XIII nos convida a assim proceder ao declarar, na introdução da Encíclica que hoje celebramos, as razões que o levaram a tratar especificamente da questão social: "É por isso que, veneráveis Irmãos, aquilo que em outras ocasiões temos feito, para bem da Igreja e salvação comum dos homens, nas Nossas Encíclicas sobre a soberania política, a liberdade humana, a constituição cristã dos Estados e outros assuntos análogos, refutando, segundo Nos pareceu oportuno, as opiniões errôneas e falazes, julgamos dever repeti-lo hoje e pelos mesmos motivos, falando-vos da condição dos operários".

Tanto no campo dos princípios, quanto no da ação prática, e também no que se refere às respectivas forças que atuam no organismo social, à visão de águia de Leão XIII não escapou o caráter unitário dessa ciclópica Revolução que desde o século XVI vem corroendo as entranhas da Cristandade.

Em mais de um documento, ocupa-se o imortal Pontífice dos germes de rebelião trazidos ao mundo pela Pseudo-Reforma, para concluir que "daquela heresia nasceram no século passado o filosofismo, o chamado direito novo, a soberania popular e, recentemente, uma licença, insipiente e ignara, que muitos qualificam como sendo liberdade; tudo isso trouxe essas pragas, que não longe exercem seus estragos, e que se chamam comunismo, socialismo e niilismo, tremendos monstros da sociedade civil" (Encíclica "Diuturnum", sobre a origem do poder, de 28 de junho de 1881).

CABEÇAS DA MESMA HIDRA

Os erros liberais e socialistas se confundem, assim, na mesma hedionda origem, que são a Pseudo-Reforma e a Revolução Francesa. Nega o liberalismo os princípios fundamentais que regem a sociedade humana, e que decorrem da Revelação e da lei natural, das quais a Santa Igreja é guardiã. Seca-se, desse modo, a fonte de toda a honestidade e de toda a justiça. Perde-se a ciência do justo e do injusto. Prevalece a lei do egoísmo e do mais forte, ao lado da preocupação exclusiva com os bens deste mundo. Cai a humanidade no caos das idéias, na mais degradante corrupção dos costumes. "Vêm em seguida os princípios de ciência política. Neste gênero estatuem os naturalistas que os homens todos têm iguais direitos e são de igual condição em tudo; que todos são livres por natureza; que ninguém tem direito de mandar em outrem, e que pretender que os homens obedeçam a qualquer autoridade que não venha deles mesmos é propriamente fazer-lhes violência" (Encíclica "Humanum Genus",. sobre a maçonaria e outras seitas secretas, de 20 de abril de 1884).

O erro liberal leva à servidão totalitária, não por via de reação, mas diretamente, pela lógica interna de seus falsos princípios: "Quanto à coisa pública, a faculdade de mandar se separa do verdadeiro e natural princípio do qual toma toda a sua virtude para promover o bem comum, e a lei que estabelece o que se há de fazer e deixar de fazer é deixada ao arbítrio da multidão mais numerosa, o que é uma rampa que conduz à tirania" (Encíclica "Libertas", sobre a liberdade humana, de 20 de junho de 1888). Mais ainda: "Retirados os freios do dever e da consciência, só permanecerá a força, que nunca é bastante para conter por si só os apetites das multidões. Do que é suficiente testemunho a quase diária luta contra os socialistas e outras turbas de sediciosos, que tão porfiadamente maquinam por comover as nações até em seus fundamentos. Vejam, pois, e decidam, os que bem julgam, se tais doutrinas aproveitam à liberdade verdadeira e digna do homem, ou só servem para pervertê-la e corrompê-la completamente" (doc. cit.).

Como se vê, Leão XIII dá o socialismo como decorrência direta do erro liberal, e isto quando o liberalismo estava em seu apogeu, com o apoio dos católicos progressistas da época... Convém, todavia, acentuar que já naqueles tempos o liberalismo punha as unhas totalitárias completamente de fora, em face da Igreja e dos católicos autênticos: "Mas em meio de tanta ostentação de tolerância, são (os liberais) com frequência estritos e duros contra tudo o que é católico, e os que dão com profusão liberdade a todos recusam a cada passo deixar a Igreja em liberdade" (doc. cit.).

PREPARAÇÃO DO CAMPO PARA A DEMAGOGIA SOCIALISTA.

O Estado liberal foi um instrumento que a Revolução engendrou para preparar as veredas para o totalitarismo integral. Através de seus sectários, o liberalismo assaltou o poder nos vários países para implantar a decomposição social de que haveria de sair o socialismo como verdadeiro saprófito: "Ambicionam e por todos os meios possíveis procuram apoderar-se dos cargos públicos e tomar as rédeas do governo dos Estados, para poderem assim mais facilmente, segundo estes princípios, preparar as leis e educar os povos. E assim vemos que a cada passo se declara guerra à Religião Católica, de modo descoberto ou disfarçado, enquanto se concedem amplas faculdades para propagação de toda classe de erros e se põem fortíssimas travas à pública profissão das verdades religiosas" (Encíclica "Sapientiae Christianae", sobre os deveres dos cristãos, de 10 de janeiro de 1890). Eis o Estado liberal agindo, em pleno século XIX, nos moldes das republicas populares de Tito, de Kruchev, de Mao Tsé-Tung...

O liberalismo dá assim ao socialismo a liberdade de que este precisa para espalhar os seus erros. Concorda com ele no dogma revolucionário do igualitarismo político, econômico e social. Transforma a vida econômica em simples jogo de forças naturais e laiciza a vida social nos moldes do mais autêntico materialismo histórico. De modo que o ambiente liberal se presta às mil maravilhas para a proliferação da demagogia socialista: "Tão lamentável perturbação no terreno dos princípios fez germinar na classe popular a inquietação, o mal-estar e o espírito de rebelião, causando agitações e desordens frequentes, que são o prelúdio de mais graves tempestades. A condição miserável de uma tão grande parte da classe de baixo, certamente muito merecedora de restauração e alívio, serve admiravelmente aos desígnios de espertos agitadores, assinaladamente aos socialistas, que, por meio de loucas promessas à multidão, prosseguem na execução de seus temíveis propósitos" (Encíclica "Parvenu à la 25e Année").

PERSONIFICAÇÃO PERMANENTE DA REVOLUÇÃO

Enfim, liberalismo e socialismo saem dos mesmos antros secretos. Liberais e socialistas querem o campo livre para suas maquinações e por isso não admitem a ação da Igreja em matéria político-social. Como ao tempo de Gambetta, ainda hoje se ouve o grito: "O clericalismo, eis o inimigo!" A Igreja quer usurpar as atribuições do Estado, sopram hipocritamente aos ouvidos do povo os sectários do liberalismo e do socialismo. Tais acusações, diz Leão XIII, constituem autêntica perversidade. E nesta obra perniciosa e desleal distingue-se uma seita tenebrosa, que a sociedade traz de há longos anos em seu seio, como uma doença mortal que lhe contamina a saúde, a fecundidade e a vida. Personificação permanente da Revolução, constitui uma espécie de sociedade às avessas, cujo escopo é um predomínio oculto sobre a sociedade, e cuja razão de ser consiste na guerra a Deus e à Igreja. Desnecessário se torna nomeá-la, pois todos reconhecem por estes sinais a maçonaria, da qual já falamos, de modo formal, em Nossa Encíclica “Humanum Genus”, de 20 de abril de 1884, denunciando-lhe as maléficas tendências, a falsa doutrina, a obra nefasta" (Encíclica "Parvenu à la 25e Année"). Ora, não somente na Encíclica "Humanum Genus", como também na "Quod Apostolici Muneris" Leão XIII mostra as origens maçônicas tanto do liberalismo quanto do socialismo.

Por tudo isto vemos que ao condenar, nas fulgurantes páginas da "Rerum Novarum", as injustiças derivadas da economia liberal, bem como o falso remédio do socialismo, Leão XIII não tinha em mente estabelecer um compromisso entre esses dois erros. Pelo contrário, combate ele o afã de novidades próprio do progressismo católico e prega o retorno da sociedade a uma ordem realmente informada pelos princípios da doutrina da Igreja. Segundo o pensamento do grande Papa, a Igreja não precisa livrar-Se do passado, "bastando-Lhe - como São Pio X formularia mais tarde, de modo tão preciso - retomar, com o auxílio de verdadeiros operários da restauração social, os organismos quebrados pela Revolução, adaptando-os, com o mesmo espírito cristão que os inspirou, ao novo ambiente criado pela evolução material da sociedade contemporânea" (Carta Apostólica "Notre Charge").

Com efeito, que diz Leão XIII na "Rerum Novarum"? — "O século passado destruiu, sem as substituir por coisa alguma, as corporações antigas, que eram para eles (os operários) uma proteção; todo princípio e sentimento religioso desapareceu das leis e das instituições públicas, e assim, pouco a pouco, os trabalhadores isolados e sem defesa têm-se visto, com o decorrer do tempo, entregues à mercê de patrões desumanos e à cobiça de uma concorrência desenfreada". E assim uma dessas restaurações preconizadas tanto por Leão XIII quanto por Pio XI e por Pio XII é a da organização corporativa da economia, não nos moldes intervencionistas do corporativismo do tipo fascista, que é uma contrafação, senão como fruto da atividade própria e espontânea dos grupos profissionais.

COMO SAIR DAS TREVAS PARA A LUZ

Mas não percamos de vista o principal em busca do acessório ou daquilo que nos será dado como acréscimo: a questão social é sobretudo uma questão religiosa e moral. Assim, por exemplo, diante das ruínas produzidas no mundo pelo liberalismo, aqueles que incoerentemente querem reduzir a "Rerum Novarum" a uma mera consagração da legitimidade da intervenção do poder público na economia, abstraindo de seus demais ensinamentos, e ao mesmo tempo sustentam o laicismo, ou neutralidade do Estado em face da Verdade revelada, concorrem para dar à Revolução novas armas contra a sociedade. Contra essa sociedade que se acha cada vez mais indefesa em face da ação totalitária dos detentores da máquina política e administrativa herdada da chamada democracia liberal.

Sobretudo, a insistência demagógica na aplicação de certos princípios liberais, como o igualitarismo social, encontra no socialismo seu coroamento lógico: dela se passa praticamente sem transição, como no cumprimento de um programa, para a ação socializante do Estado que hoje calca aos pés os direitos mais elementares, como o de propriedade e de livre iniciativa, sob pretexto de promover melhor distribuição da riqueza, esquecendo que os defeitos atuais desta são amargos frutos da própria Revolução. Os que batem palmas a esse crescente intervencionismo totalitário do Estado, agem como alguém que achasse natural confiar aos delinqüentes uma reforma das instituições policiais.

Leão XIII nitidamente entreviu as nuvens que se acumulavam no horizonte. E se considerarmos a "Rerum Novarum" em termos de Revolução e de Contra-Revolução, como o fez o imortal Pontífice, veremos que as medidas ali preconizadas para solução da questão social não passariam de coisas de pagãos (cf. Mat. 7, 32) se — por absurdo — abstraíssem o aspecto fundamental, decisivo do problema, que é a volta da humanidade ao seio maternal da Santa Igreja.

As trevas cobriram a face da terra quando o Filho de Deus foi crucificado. Da mesma forma o mundo de hoje se acha mergulhado na escuridão da apostasia como resultado da conspiração movida pelas forças do mal contra a Santa Igreja. Trabalhemos e rezemos para que, pela intercessão da Mãe de Deus, seja vencida a hidra da Revolução e desponte de novo sobre a humanidade sofredora o sol de Justiça que é Nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo ontem, hoje e para todo o sempre (cf. Hebr. 13, 8).


Revolução e Contra Revolução em 30 Dias

Plinio Corrêa de Oliveira

Depois de vários meses de inteiro silêncio, alguns órgãos da imprensa católica - como que à uma - publicaram artigos de oposição ao livro “Reforma Agrária - Questão de Consciência”. Temos conhecimento de críticas desse gênero estampadas nas seguintes folhas: “Pax et Bonum” (nº de março pp.), artigo “Reforma Agrária - Consciência da Questão”, por Renato Rocha (o texto contém afirmações opostas às do livro, e o título é uma evidente alusão a este último); “Jornal do Dia”, de Porto Alegre (nos. de 22 e 24 a 29 de janeiro pp.), série de sete notas de autoria da redação; “Mensageiro do Carmelo”, de São Paulo (nos. de março e abril pp.), dois artigos do Revmo. Frei Domingos Fragoso, O. Carm. Pelo muito apreço que temos à imprensa católica, e para manifestar nossa cordial simpatia aos referidos órgãos, gostaríamos de responder a cada um deles por meio de um artigo especial. Esta tarefa seria entretanto impraticável pelo volume de trabalho em que importaria. De outro lado, nos artigos em que um dos autores do livro, com a anuência dos três outros, redarguiu às críticas do Sr. Gustavo Corção, se encontram de um ou outro modo, implícita ou explicitamente, os argumentos essenciais com que responderíamos àqueles órgãos. Pois a argumentação dos setores agro-reformistas católicos contra “Reforma Agrária - Questão de Consciência” pode ser resumida em alguns leitmotivs que se repetem em todos os artigos que se seguiram aos do Sr. Corção. Assim, pedimos aos interessados que leiam “Reforma Agrária — Questão de Consciência: livro odioso como a invasão da Hungria?” e “Reforma Agrária — Questão de Consciência — livro que o Sr. Gustavo Corção não leu”, em “Catolicismo”, nos. de abril e maio, se desejarem conhecer nosso pensamento sobre os principais pontos da controvérsia.

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Pelo particular respeito que merece seu autor, o Exmo. Revmo. Sr. D. Fernando Gomes, Arcebispo de Goiânia, o artigo “Reforma Agrária”, publicado na “Revista da Arquidiocese”, de Goiânia (nº de fevereiro pp.), será objeto de um estudo especial a ser estampado nesta folha. Este estudo será da lavra do ínclito bispo de Campos, D. Antonio de Castro Mayer.

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Não queremos passar a outro assunto, sem antes defender de uma increpação injusta os confrades que de nós dissentem em matéria de agro-reformismo.

Tem causado estranheza a certas pessoas o fato de que órgãos católicos se manifestem em desacordo com um livro escrito, não só por dois católicos, mas também - e aqui está o ponto sensível - por duas figuras do Venerando Episcopado Nacional.

Nada melhor do que o respeito à Hierarquia. Contudo, mesmo as melhores coisas, quando levadas ao exagero neste triste vale de lágrimas, a partir do ponto em que são exageradas deixam por isto mesmo de ser boas.

Há entre nós uma tal carência de princípios claros e seguros, nesta matéria, que causa assombro.

Uma personalidade católica altamente respeitável, tendo sido perguntada sobre o que pensa de “Catolicismo”, não duvidou em o qualificar de péssimo. E deu desembaraçadamente o motivo: ataca expressamente um Bispo. Fomos tirar a limpo do que se tratava: eram certas apreciações publicadas na série “Os católicos franceses no século XIX”, acerca de Monsenhor Dupanloup, Bispo de Orléans. Assim, nem o historiador, cuja principal obrigação é a de dizer a verdade, só a verdade, e toda a verdade, teria o direito de se expressar com respeito, mas com franqueza, sobre as figuras do Episcopado que já entraram para a História!

Neste caso, seria necessário queimar a “História dos Papas” de Pastor, que, nada ocultando das falhas e das fraquezas de determinados Pontífices Romanos, é entretanto um verdadeiro hino de glória ao Papado.

Para se defenderem de acusações deste tipo, os impugnadores de “Reforma. Agrária - Questão de Consciência” bem poderão servir-se do esplêndido “Esclarecimento” do Revmo Padre Secretário do Bispado de Campos, publicado nesta folha em seu nº 121, de janeiro pp., e transcrito pela imprensa diária das principais cidades do País.

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Ainda sobre “Reforma Agrária — Questão de Consciência”, parece interessante registrar que os artigos do Sr. Gustavo Corção causaram júbilo não só em certos setores católicos, como igualmente nos arraiais comunistas. Sobre eles se pronunciou, subitamente incendido em zelo pelo decoro da Igreja de Deus, o órgão bolchevista do Rio de Janeiro, “O Semanário” (nº 251, de 9-16 de março de 1961), que até pede contra aquela obra providências algum tanto inquisitoriais da parte da Autoridade Eclesiástica, “a fim de não servir (o livro) de arma aos inimigos da Igreja”.

É a seguinte a “Nota da Redação” que precede em “O Semanário” a transcrição do primeiro artigo do Sr. Gustavo Corção: “N.R. — Havíamos solicitado de nossos especialistas em reforma agrária uma análise desse monstruoso livro subscrito por dois bispos, um dos quais até chegou a ser promovido a arcebispo, pelo Vaticano, após esse feito extraordinário em favor das classes mais anticristãs.

“Ainda não tínhamos recebido de nossos colaboradores a encomenda e eis que no Diário de Notícias de 22 de janeiro de 1961 aparece um oportuníssimo comentário subscrito pelo líder católico Gustavo Corção - homem da intimidade do Cardeal Dom Jaime, isto é, da ala mais reacionária e ultramontana da Igreja e homem da intimidade da Companhia Telefônica.

“É, pois, um exame definitivo sobre um livro que envergonha o clero católico e que deveria ser rapidamente recolhido das livrarias, a fim de não servir de arma aos inimigos da Igreja”.

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Esta folha timbrou sempre em se manter à margem das disputas partidárias. Assim, seus pronunciamentos sobre este ou aquele tema da atualidade nacional, como recentemente a “Reforma Agrária”, jamais tiveram em vista favorecer ou combater qualquer personalidade ou partido político.

É neste espírito que tecemos alguns comentários sobre o reatamento das relações diplomáticas

(continua)

A Constituição do Estado da Guanabara, recentemente promulgada, recusa quaisquer subvenções ao ensino particular, destinando enormes recursos ao ensino público, que é laico. A população escolar daquela unidade da Federação fica assim exposta aos gravíssimos inconvenientes de uma formação intelectual e moral de que Deus estará ausente. Que reação contra o ateísmo comunista poderão apresentar essas gerações novas educadas longe de Deus?