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Flagrantes da homenagem ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, D. Geraldo de Proença Sigaud, Príncipe D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança e D. Antonio de Castro Mayer

Príncipe D. Bertrand, de Orléans e Bragança, D. Antonio de Castro Mayer, Bispo Diocesano de Campos, e Frei Jerônimo van Hintem, O. Carm.

Srs. Otto de Alencar Sá Pereira, Marcos Ribeiro Dantas, Plinio Vidigal Xavier da Silveira e Adolpho Lindenberg. Em segundo plano, Srs. Luiz Mendonça de Freitas, Luiz Nazareno de Assumpção Filho e João Sampaio Neto

HOMENAGEM POR UM LIVRO DE IMPORTÂNCIA HISTÓRICA

BANQUETE AO PROF. PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA

Para homenagear o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira por motivo do vigésimo aniversário de seu livro "Em Defesa da Ação Católica", seus amigos de São Paulo promoveram um banquete que teve lugar na sede social do Jockey Club de São Paulo no dia 23 de julho p.p. Os Exmos. Revmos. Srs. D. Geraldo de Proença Sigaud, Arcebispo de Diamantina, e D. Antonio de Castro Mayer, Bispo desta Diocese, e S.A.I.R. o Príncipe D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança foram à capital paulista especialmente para se associarem à homenagem.

Na ocasião fizeram uso da palavra SS. Excias. Revmas. e Sua Alteza Imperial e Real, bem como, em nome dos amigos de São Paulo, os Srs. Prof. Fernando Furquim de Almeida, Plinio Vidigal Xavier da Silveira e Orlando Fedeli, e em nome dos amigos do Rio de Janeiro e de Fortaleza o Sr. Henrique Barbosa Chaves. Os oradores ressaltaram os insignes serviços prestados à causa católica pelo homenageado, como pensador e como homem de ação, sua singular devoção a Maria Santíssima e ao Papa, sua intransigência em tudo o que se refere à pureza da fé e dos costumes. Lembraram de modo especial a graça que representou para o Brasil a publicação de "Em Defesa da Ação Católica", livro de importância verdadeiramente histórica.

Na oportunidade, o Príncipe procedeu à entrega ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira da cruz e placa de cavaleiro da Ordem Militar e Constantiniana de São Jorge, com que S. Sa. Fora anteriormente agraciado pelo pranteado Príncipe D. Fernando de Bourbon-Sicilias, Chefe da Casa Real de Nápoles. Como se sabe, essa é uma das mais prestigiosas Ordens equestres atualmente existentes, fazendo parte dela membros da Realeza e da mais alta aristocracia europeia.

Além das personalidades já referidas, participaram do banquete S.A.I.R. o Príncipe D. Bertrand de Orléans e Bragança e, de São Paulo, o Revmo. Frei Jerônimo van Hintem, O. Carm., os Srs. Paulo Barros de Ulhôa Cintra, José de Azeredo Santos, José Fernando de Camargo, Adolpho Lindenberg, José Carlos Castilho de Andrade, Prof. Paulo Corrêa de Brito Filho, Prof. Arnaldo Vidigal Xavier da Silveira, Giocondo Mario Vita, Luiz Nazareno de Assumpção Filho, Eduardo de Barros Brotero, economista Luiz Mendonça de Freitas, Alberto Luiz Du Plessis, Fabio Vidigal Xavier da Silveira, João Sampaio Neto, Celso da Costa Carvalho Vidigal, Caio Vidigal Xavier da Silveira, Tenente Carlos A. Espírito Poli; do Rio de Janeiro os Srs. Otto de Alencar Sá Pereira, Paulo Eugenio de Niemeyer, Joaquim Bento Ribeiro Dantas e Marcos Ribeiro Dantas; de Fortaleza o Prof. Carlos Augusto Garcia Picanço.

"Catolicismo", que conta o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira entre seus mais egrégios colaboradores, dedicou seu n.° 150, de junho p.p., à comemoração do vigésimo aniversário de "Em Defesa da Ação Católica".


VERDADES ESQUECIDAS

VAE FACIENTI; VAE, VAE CONSENTIENTI

De "O Arauto do Amor Divino",

livro das revelações de Santa Gertrudes,

Virgem da Ordem de São Bento:

A fragilidade humana se recusa por vezes a ouvir a verdade que sai de um coração todo ardendo em fervor. Assim, certo dia em que esta (Santa Gertrudes) tinha repreendido uma Irmã com palavras bastante duras, a Irmã, impelida por um movimento de ternura, suplicou ao Senhor que moderasse este zelo tão ardente. Mas recebeu dEle esta instrução: "Quando Eu estava na terra, experimentei também sentimentos e afetos ardentíssimos; tinha um ódio profundo a toda injustiça, e esta Eleita se assemelha a Mim por ai". — "Mas, Senhor, insistiu a Irmã, Vós não faláveis com dureza senão aos pecadores, ao passo que esta fere às vezes mesmo pessoas tidas por virtuosas". E o Senhor respondeu: "Os judeus, no tempo de minha vinda ao mundo, pareciam os mais santos dos homens. Foram eles, porém, os primeiros a se escandalizarem a meu respeito" (Livro I, cap. XII).

A correção demasiadamente severa se transforma em méritos para aquele que a suporta. Recitando aquele versículo: "As palavras dos maus" (SI. 64, 4), ela (Santa Gertrudes) compreendeu que se uma pessoa praticou uma falta em consequência da fragilidade humana, e recebe por isso uma correção demasiado rigorosa, este excesso de severidade provoca a misericórdia de Deus e alcança para o culpado um acréscimo de méritos (Livro III, cap. XXX).

Por aquelas palavras: "Onde está Abel, teu irmão?" (Gen. 4, 9), ela (Santa Gertrudes) compreendeu que Deus pedirá contas a cada Religioso das faltas que seus irmãos cometem contra a Regra, porque essas faltas poderiam ser evitadas se se advertisse o irmão culpado ou se prevenisse o Abade. Esta escusa de alguns: Não estou encarregado de corrigir meu irmão, ou então: Sou pior que ele, — não terá melhor acolhida da parte de Deus do que aquelas palavras de Caim: "Por acaso sou eu guarda de meu irmão?" (Gen. 4, 9). Porque, diante do Senhor, cada homem é obrigado a afastar seu irmão do mau caminho e excitá-lo ao bem. Sempre que alguém negligencia de ouvir nesse particular a voz de sua consciência, peca contra Deus. É em vão que pretexta não ter missão de corrigir seu irmão, porque sua consciência é testemunha de que Deus lha dá. Se negligenciar esse dever, terá que prestar contas, e talvez mais do que o superior que por vezes está ausente ou não notou a falta. De onde aquela ameaça: "Vae facienti, vae, vae consentienti — Infeliz daquele que pratica o mal; duas vezes infeliz aquele que consente nisso". Evidentemente consente no mal quem se cala quando bastariam algumas palavras para evitar uma ofensa à gloria de Deus (Livro III, cap. XXX).

("Le Héraut de l'Amour Divin — Révélations de Sainte Gertrude, Vierge de l'Ordre de Saint-Benoit — Traduites sur l'édition latine des Péres Bénédictins de Solesmes" — Maison Alfred Manze et Fils, Tours e Paris, 2a edição, 1921 — tomo 1, pp. 45, 216 e 218).