T F P proclama:
1.600.368 contra minoria católica subversiva
A DATA de 17 de julho de 1968 ficará por certo marcada nos fastos da História brasileira: ela assinala o lançamento da vitoriosa e oportuníssima campanha que a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade promoveu, de norte a sul do País, contra a infiltração comunista em meios católicos.
Há tempos, observadores argutos vinham chamando a atenção para a penetração da ideologia e da agitação de extrema esquerda em importantes setores da Igreja Católica.
Esse fato gravíssimo trazia consigo dois riscos enormes e principais: de um lado, afetava a própria Igreja como instituição, e, de outro, ameaçava a estabilidade da ordem social e política..
Revolução na Igreja
A atuação de uma minoria de eclesiásticos e leigos, que se proclamam católicos, parecia arrastar a Igreja, inadvertida e passivamente, para uma posição diametralmente contrária à que Ela constantemente adotou nos vinte séculos de sua História. “Não entendo mais nada”, “acabo ficando louco”, eram expressões que em cada canto se ouviam, ora diante de inovações doutrinárias que se apresentavam sob a capa do Concílio Vaticano II, ora diante de fatos escabrosos como o de uma Congregação feminina que permitia que suas Freiras fossem fotografadas por uma revista de grande tiragem, postas em shorts e avançadíssimos maillots. Ou, ainda, diante do boletim "Telepax", publicado sob os auspícios da CNBB, em cujo n.° 125 o Revmo. Pe. Guido Logger, diretor da Central Católica de Cinema, afirma textualmente: "Admito o palavrão no Teatro, o nu no Cinema e a cena de alcova, quando isto tem sentido dentro da obra, uma necessidade da dramaturgia interior, da caracterização psicológica do personagem ou de uma situação. Existe um erotismo sadio, limpo, no Teatro e no Cinema. O "eros" faz parte da vida do homem, e onde se dá um retrato do homem, o "eros" tem que aparecer, senão a "image" do homem, contemporâneo ou não, não seria completa. Seria mentirosa e menos convincente".
O que tanta gente "não entendia", não podia conceber, era que a Igreja inteira tivesse mudado de posição quanto a princípios de doutrina e de moral até então proclamados eternos. Para largos setores da opinião pública, a face da Esposa de Cristo ia-se tornando inteiramente irreconhecível.
Subversão da ordem político-social
Por outro lado, a agitação contínua, promovida pela citada minoria, se dirigia igualmente contra as estruturas político-sociais vigentes, responsáveis, segundo se bradava, por uma situação de "violência institucionalizada" contra as massas subdesenvolvidas.
Desta premissa, que se procurava provar com argumentos falsos ou generalizações precipitadas, se concluía que ou as estruturas se haviam de reformar por bem, ou seria preciso lançar mão da força. O primeiro caminho, dos meios suasórios, parecia não estar dando certo, seja porque o costumeiro engodo do "ceder para não perder" não estava impressionando suficientemente os proprietários, seja porque as próprias massas a serem "redimidas" se mostravam apáticas. Restava, pois, o caminho da força: impunha-se desfazer a atual ordem legal, derrubando o governo e implantando em seu lugar uma ditadura férrea, que destroçasse as atuais estruturas sociais e econômicas. Era o confisco dos imóveis rurais e urbanos, das empresas industriais e comerciais, que se pretendia, tudo nos melhores moldes do tirano comunista de Cuba, Fidel Castro.
Não obstante essas opiniões e esses propósitos fossem claros aos olhos de um observador mais perspicaz, tomava-se o cuidado de não apresentá-los num quadro único e de uma só vez, de modo que o grosso da opinião pública não se dava conta do perigo que o País verdadeiramente corria.
O Pe. Comblin e seu documento-bomba
Foi o Padre belga Joseph Comblin, professor do Instituto Teológico de Recife, quem condensou todos os desígnios e aspirações progressistas num só documento. Não destinado à publicidade ao que se alega, transpirou ele para os jornais, estarrecendo a opinião nacional.
O Pe. Comblin prega abertamente a tríplice reforma confiscatória, agrária, urbana e empresarial, faz o elogio das revoluções comunistas do México e de Cuba, preconiza a derrubada do governo e a revolução dentro da Igreja. Para chegar à realização de todos esses fins, o professor do Instituto Teológico de Recife aponta como medidas eventualmente necessárias, a desmoralização do governo, a dissolução das Forças Armadas, a distribuição de armas ao povo, a instituição de tribunais de exceção e a introdução de uma despótica censura da imprensa, rádio e televisão. Ao mesmo tempo, o Pe. Comblin se mostra favorável a uma campanha para incompatibilizar com o povo a maioria do Episcopado e do Clero, e para entregar a direção ditatorial de toda a Igreja no Brasil a um politburo de Bispos que assegure o apoio dEla à agitação comunista.
A maioria do povo brasileiro era certamente contrária ao sinistro plano do Sacerdote belga. Entretanto, como resultado de uma hábil propaganda do progressismo, secundado por um setor ponderável da imprensa, a opinião pública não se dava conta desse fato, ou tinha dele apenas uma consciência muito confusa.
Um espelho para a opinião pública
Tornava-se, pois, necessário que a opinião nacional se considerasse a si mesma como que num espelho, para que todos se rendessem à evidência de que os rumos para os quais o progressismo quer levar o Brasil e a Igreja são repudiados pela imensa maioria da população.
Representou um primeiro passo nesse sentido a carta que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira escreveu ao Arcebispo D. Helder Camara, da qual a TFP distribuiu, nos mais diversos pontos do território nacional, cerca de quinhentos mil exemplares, recebidos com calorosa simpatia. Nessa carta, o Presidente do Conselho Nacional da TFP pedia ao Sr. Arcebispo de Olinda e Recife a expulsão do Pe. Comblin do Instituto Teológico daquela Arquidiocese (ver "Catolicismo", n.° 211, de julho p. p.).
Seguiu-se logo depois a carta que SS. Excias. o Arcebispo de Diamantina, D. Geraldo de Proença Sigaud, e o Bispo de Campos, D. Antonio de Castro Mayer, dirigiram ao Emmo. Cardeal D. Agnelo Rossi, Arcebispo de São Paulo e Presidente da CNBB. Os dois ilustres Prelados pediam medidas enérgicas para expurgar os meios católicos das influências deletérias das quais o tristemente célebre documento do Pe. Comblin não era senão uma prova (ver também "Catolicismo", n.° cit.).
Mas faltava ainda algo para que o repúdio das teses propugnadas pelo Sacerdote belga fosse plenamente explicitado. Impunha-se oferecer ao público o ensejo de um verdadeiro pronunciamento.
"Reverente e filial mensagem a Sua Santidade"
É ao Vigário de Cristo que cabe o poder supremo de resolver os assuntos internos da Igreja. Por outro lado, a presença do Papa Paulo VI no Congresso Eucarístico Internacional de Bogotá, sendo a primeira vez na História que um Papa visitava o continente latino-americano, oferecia uma feliz oportunidade para os católicos brasileiros formularem diretamente ao Soberano Pontífice as suas apreensões e os seus pedidos.
Decidiu assim o Conselho Nacional da TFP, por iniciativa do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, dirigir uma mensagem a Sua Santidade, implorando medidas contra a crescente infiltração esquerdista em meios católicos, e ao mesmo tempo pedir que com essa mensagem se solidarizassem os brasileiros de todas as classes sociais.
Para obter a expressão dessa solidariedade, os sócios e colaboradores da TFP se empenharam, em 229 localidades do País, numa campanha de coleta de assinaturas ao longo da qual um milhão e meio de brasileiros subscreveram a "Reverente e filial mensagem a Sua Santidade o Papa Paulo VI".
"Vocês entram sempre na hora certa"
Quando o primeiro estandarte rubro com o leão áureo foi alçado, às 9 horas da manhã do dia 17 de julho, pelos militantes da Tradição, Família e Propriedade, numa das extremidades do Viaduto do Chá, em São Paulo, já se podia antever o modo pelo qual o público brasileiro receberia a nova campanha da TFP.
Um homem carregado de embrulhos, atraído pela visão do estandarte tremulando ao vento, e ouvindo os slogans esclarecedores bradados pelos jovens da TFP, apressa-se a se desenvencilhar cuidadosamente de seus pacotes, amontoando-os sobre a balaustrada do Viaduto. Quer assinar uma das listas, e para isto vai acenando com uma das mãos, chamando a atenção dos coletores, ainda um tanto desambientados no começo dos trabalhos.
Esta cena, que se produziu nos primeiros minutos da campanha, numa das extremidades do Viaduto do Chá, junto ao Edifício Matarazzo, retrata o que foi, do começo ao fim, a acolhida dispensada à iniciativa da TFP pelo grande público: num ambiente de simpatia generalizada, era fácil obter assinaturas, que amiúde eram oferecidas espontaneamente, antes mesmo que os coletores tivessem tempo de solicitar uma adesão.
"Vocês entram sempre na hora certa", "era isto o que estava faltando", "vocês tardam mas não falham", foram expressões frequentes junto às bancas de assinaturas, denotando que incontáveis brasileiros se sentiam confortados pelo fato de a TFP ter saído novamente às ruas, com uma finalidade que correspondia às aspirações da esmagadora maioria da população. Era o Brasil que recebia de braços abertos os denodados moços da TFP, empenhados, sob a direção do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em mais uma batalha em defesa dos valores básicos da civilização cristã, em nossa Pátria
1.500.000 assinaturas em 58 dias — em 229 localidades
Com esta disposição de espírito por parte do público, compreende-se que em apenas uma semana de campanha o número de assinaturas tenha atingido o impressionante total de 300 mil, em 54 localidades do território nacional.
Esse número foi crescendo num ritmo sempre vigoroso, ultrapassando 500 mil ao cabo de treze dias, e chegando à cifra altamente significativa de um milhão de adesões em trinta dias. Este total assinala a marca alcançada, em cinquenta dias, na anterior campanha da TFP contra o divórcio.
Superado este limite, a coleta passou a se desenrolar um pouco mais lentamente, seja pela natural exaustão dos coletores, que impunha uma redução do seu horário, seja porque se tornava sempre maior o número de pessoas que, ao serem abordadas, já tinham assinado, circunstância que diminuía o rendimento do trabalho. Por outro lado, a fim de proporcionar à população de outras localidades a ocasião de se manifestar também sobre problema tão candente da vida nacional, os moços da TFP deviam deslocar-se para pontos mais distantes, reduzindo desse modo o tempo útil de coleta de assinaturas.
Assim foi que no dia 12 de setembro, 58.° da campanha, se atingiu a meta de 1.500.000 assinaturas, tendo sido consultadas 229 localidades em 21 unidades da Federação. Estes números são eloquentes em sua simplicidade aritmética: eles falam por si, e dispensam comentários.
Será que muitos sabiam o que assinavam?
Tirar da cabeça uma ideia falsa, há tempo entranhada, é, na verdade, uma tarefa muito árdua.
Antes de relatarmos as reações enraivecidas das hostes progressistas e esquerdistas em geral, e as repercussões favoráveis que a iniciativa da TFP suscitou nos mais variados ambientes nacionais, convém registrar uma objeção — ou antes, uma dúvida — que, por estranho que pareça, nasceu em meios simpáticos à campanha.
Todos os que assinavam estariam realmente cientes da questão de que se tratava? Não estaria a população assinando simplesmente "contra o comunismo"? A infiltração comunista em meios eclesiásticos e católicos em geral era, de fato, objeto de atenção e de rejeição por parte do público?
Dúvidas desse gênero assaltaram, no início da campanha, numerosos espíritos nas classes mais intelectualizadas, que não queriam acreditar nos próprios olhos. Habituados a achar que as multidões andam sôfregas de reformas e de comunismo, por um lado, e, por outro, sentindo em si mesmos uma surda relutância em convencer-se da evidência da infiltração esquerdista dentro da Igreja (se ela existe, lá se vai o idolatrado sossego.), não podiam admitir que as classes mais simples tivessem tão presente a problemática levantada pela campanha da TFP.
O fato é que o estrondo publicitário produzido — mau grado as restrições e a hostilidade de certa imprensa — em torno da campanha mostrou à saciedade qual era o problema de que esta tratava. E as multidões continuaram acorrendo com entusiasmo às bancas de assinaturas para dar sua adesão...
Assim, mesmo nos espíritos mais céticos, a dúvida esboroou-se ante os fatos: o povo brasileiro, de todas as classes sociais, de norte a sul do País, estava chocado com muita coisa que via e que não sabia explicar. A mensagem da TFP ao Papa Paulo VI dava a todos a oportunidade de manifestar a sua estranheza e consignar a sua repulsa por um estado de coisas que se pretendia implantar sob o pretexto de que a maioria o desejava.
Amostragem, e não plebiscito
Mal devemos nos deter sobre uma objeção que não faz honra à lucidez de uns poucos que ousaram timidamente levantá-la: a campanha da TFP obteve apenas um milhão e quinhentas mil assinaturas num País que tem (segundo o IBGE) 50 milhões de habitantes maiores de 15 anos. Logo, não foi senão uma minoria que se pronunciou... Essa massa de assinaturas impressiona, por certo, o grande público, mas não os observadores solertes.
Certas objeções são tão insignificantes, que o melhor seria passar por cima delas. Entretanto, para não negligenciarmos nenhuma dúvida que possa enlear algum espírito muito desprevenido, digamos umas poucas palavras: se a coisa é assim, se é tão fácil angariar uma quantidade de assinaturas capaz de impressionar o grande público, por que os progressistas não organizam um imenso contra-abaixoassinado desmentindo a TFP? Não. Os seus mentores conhecem de sobejo as reações da opinião pública para se arriscarem a tanto...
De mais a mais, o que a TFP fez foi coisa muito diferente de um plebiscito em que todos os eleitores são obrigados a votar. No total, ela solicitou assinaturas em apenas 229 localidades, em dois meses de campanha, com um número limitado de coletores, tendo sido impossível atingir muitos centros importantes. Dispusesse a entidade de mais tempo e maiores meios, e muitíssimo maior teria sido o número de assinaturas.
Enfim, qualquer pessoa sabe que o método de amostragem tem valor científico. Os observadores políticos analisam atentamente os resultados das pesquisas de "Gallups" e "Ibopes" que se propõem determinar as tendências da opinião pública através da consulta a algumas centenas de pessoas. O que a TFP fez foi uma amostragem de um e meio milhões de transeuntes abordados na via pública de duas centenas de cidades.
Os coletores de assinaturas
Estudantes secundários e universitários, comerciários e operários, com idades variando de 16 a 30 anos, foram os abnegados jovens que dedicaram todo o seu tempo disponível, sacrificando principalmente os dias de repouso dos fins de semana, para colher o impressionante total de 1.500.000 adesões para a mensagem a Paulo VI.
A lenda espalhada pela máfia comuno-progressista, de que os coletores ganhavam 20 cruzeiros novos por dia, ou, segundo outra versão, mil cruzeiros antigos por assinatura (o que daria, em muitíssimos casos, 300 cruzeiros novos por dia!) não conseguiu impressionar ninguém. O público brasileiro é bom observador, e no contato direto que manteve com os jovens percebeu nitidamente o seu absoluto desinteresse pessoal na campanha em que estavam empenhados. De resto, quem estaria em condições de remunerar a essa base o milhão e meio de assinaturas angariadas?
A única coisa que os coletores receberam, e isto apenas nas cidades maiores, onde não convinha almoçar em casa pelo tempo que se perdia no percurso, foi um lanche sumário à hora do almoço, fornecido pela própria Sociedade, quando não oferecido por famílias generosas.
Um retrato da opinião pública de norte a sul do País
Se quiséssemos relatar todas as repercussões que os coletores da TFP cuidadosamente anotaram, ao fim de cada dia de campanha, seriam precisos alguns volumes. Vamos nos restringir, pois, às mais típicas, significativas ou pitorescas.
O conjunto de comentários e atitudes que apresentamos a seguir fornece um verdadeiro retrato da opinião pública brasileira em relação ao tema que nos ocupa.
Com referência aos episódios que mencionamos, estamos em condições de fornecer todos os seus detalhes: local, condição social dos protagonistas, idade presumível, etc. De modo geral, entretanto, preferimos omitir tais indicações, para não sobrecarregar inutilmente o texto.
Aludimos, às vezes, a fatos mais ou menos semelhantes ocorridos em diversos lugares. Cremos que, deste modo, o leitor poderá como que tomar a temperatura do ambiente que cercava os angariadores de assinaturas e perceber como as reações se repetiam. Fique, não obstante, entendido que dezenas de outros casos análogos poderiam ser incluídos neste rol de repercussões, o que não foi feito por parecer desnecessário ao objetivo que nos propomos.
Na Argentina, Chile e Uruguai
A Sociedade Argentina de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, a Sociedade Chilena de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, e o Núcleo Uruguaio de Defesa da Tradição, Família e Propriedade promoveram, em seus respectivos países, abaixo-assinados semelhantes ao da TFP brasileira. Os resultados obtidos foram também brilhantes: a TFP argentina obteve mais de 280 mil assinaturas, a TFP chilena mais de 105 mil, e o Núcleo uruguaio 25 mil.
Reservamos para o próximo número um amplo noticiário a respeito.
■ Foram numerosos os católicos que se mostraram desanimados com a omissão de certas Autoridades Eclesiásticas ante a infiltração esquerdista dentro da Igreja. E assim perguntavam se o abaixo-assinado da TFP ia adiantar alguma coisa. Alguns acabavam subscrevendo a mensagem; outros estavam de tal modo desalentados, que se abstinham de assinar.
■ Foram muitos os casos dolorosos — e por certo censuráveis — de pessoas que confessavam estar com a sua fé abalada em virtude de tudo o que viam acontecer dentro da Igreja. Uns haviam deixado de assistir à Missa, outros estavam a ponto de deixar. Uma senhora disse: "Há três meses que desisti de comungar, por causa das barbaridades que está havendo na Igreja". Essas pessoas, em geral, mostravam-se reconfortadas com a campanha.
■ O número de transeuntes que se dizem chocados com o comportamento escandaloso de certos Eclesiásticos e Freiras, bem como com a posição assumida por alguns Bispos em face da questão social, é enorme. Essas pessoas vêm contar aos militantes casos desconcertantes de que têm conhecimento e que profundamente as consternaram.
■ Um ou outro comentava, ao ser abordado: "Vocês são sempre do contra! Agora que os Padres estão ficando uni pouco mais progressistas, vocês já estão contra!"
■ Um certo número declarava-se favorável a D. Helder Camara 'e recusava-se a assinar. Outros, em muito maior número, mostravam-se contrários à posição assumida pelo Arcebispo de Recife.
■ Não faltou quem proclamasse: "Sou católico apostólico romano e sou comunista".
■ Em fins de julho, e portanto em plena campanha da TFP, houve uma série de debates e entrevistas na televisão paulista, no'. quais Bispos e Padres sustentaram posições extremadamente progressistas. O Exmo. D. José Maria Pires, Arcebispo de João Pessoa, por exemplo, declarou-se adepto da tese marxista da mais-valia e disse ser defensável o marxismo enquanto teoria de interpretação da realidade. O efeito dessas declarações foi alarmar ainda mais o público, que em consequência acorreu mais numeroso a assinar a mensagem da TFP ao Papa.
■ Foi total o repúdio dos comunistas à campanha. Por outro lado, manifestaram abertamente o seu apoio ao Clero progressista, declarando-se favoráveis ao casamento dos Padres, à abolição de toda e qualquer veste eclesiástica, às Missas iê-iê-iê, e ao "aggiornamento"
(continua)
LEGENDAS:
- Bancas de assinaturas na placidez de uma manhã carioca.
- Cartaz no centro da cidade, em Florianópolis.
- Feirantes assinam, debaixo de chuva, em São Paulo.