FREIRAS COMO A IGREJA-NOVA
AS QUER - E COMO AS NÃO QUER
- Junto à linha ferroviária Paris-Lyon, uma funcionária controla a passagem de nível. É casada ou solteira? Que convicções, que modos de sentir e de viver tem ela? Nada o exprime. É apenas uma funcionária como outra qualquer. Este é o new-look das religiosas na Igreja-Nova, segundo as aspirações dos "grupos proféticos". É o "ideal" da dessacralização: nada de sagrado deve existir nem aparecer nas religiosas. Esta funcionária é Sóror Germaine, da Ordem Dominicana (esta foto e as duas primeiras da página 18 são da reportagem de Robert Serrou citada na nota 34).
Não há engano possível. Trata-se de uma autêntica religiosa, com toda a sua vida dedicada a afazeres especificamente religiosos, e pois, toda imersa num ambiente sacral. É uma irmã a dirigir crianças numa procissão paroquial em Paris. Os "grupos proféticos", nos quais fermenta a Igreja-Nova, detestam não só as aparências como o conteúdo espiritual de uma cena dessas.
EM ASCENSÃO TRIUNFAL
A HERESIA MODERNISTA
D. Antônio de Castro Mayer, Bispo de Campos
O cardeal Ruffini, sem favor, uma das figuras mais expressivas do Concílio Vaticano II, pela solidez da argumentação e pela elegância da linguagem, dizia, em uma dessas conversas de corredor, que o modernismo está hoje entronizado na Igreja.
O eminente Purpurado conheceu de perto a pessoa e a obra do maior Pontífice deste século. Sabia, portanto, bem o que afirmava.
E, realmente, apesar de esmagado pelo vigor apostólico de São Pio X, o modernismo jamais deixou de prosseguir sua empresa nefasta. Condenado, refugiou-se em sociedades secretas, segundo o testemunho do mesmo São Pio X (Motu Proprio “Sacrorum Antistitum”, de 1º de setembro de 1910), e de seus antros continuou a disseminar nos meios católicos, cautelosa e perseverantemente, o veneno de seu espírito destrutivo.
Assim todos os Sucessores de São Pio X tiveram que renovar junto aos fiéis as advertências contra o modernismo. Isso até Paulo VI, que o fez na sua primeira Encíclica, “Ecclesiam Suam”.
Por isso mesmo, e como eco aos ensinamentos do Magistério, surgiram entre os fiéis, resistências ao espírito inovador de sabor modernista que, aqui e acolá, por toda parte ia infeccionando as almas. Neste número deve colocar-se a inestimável obra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira “Em Defesa da Ação Católica”, que outra coisa não colimava senão premunir os núcleos de apostolado leigo oficial contra uma modernização que, no fundo, constituía uma nova igreja.
Nós mesmo, no governo de Nossa Diocese, sentimos a obrigação de alertar Nossas ovelhas contra uma série de teses que, na expressão da Sagrada Congregação dos Seminários, serpeavam entre os fiéis, e que em si condensavam todo o espírito modernista.
Atualmente, abusando da longanimidade do Santo Padre, a empresa de conciliação da Igreja com o mundo moderno, evolucionista e sensual, deixou os esconderijos das seitas secretas e aparece à luz do dia, encarnada na que chamam de Igreja “pós-conciliar”.
Os dois documentos que “Catolicismo” oferece aos seus leitores neste número duplo atestam o que acabamos de afirmar. Eles mostram em que sentido os inovadores entendem o munus profético que, segundo o Concílio, compete ao povo de Deus. Na realidade, como os modernistas, os grupos proféticos que pululam por toda a Igreja o que pretendem é a constituição de uma nova religião, a religião do homem que se endeusa e prescinde do Criador. Como infraestrutura, para sustentar e disseminar pelo mundo todo as ideias dos “grupos proféticos”, o IDO-C, como imenso polvo, estende seus tentáculos sobre os cinco continentes.
Como na guerra é de suma importância conhecer os planos do inimigo, “Catolicismo” presta imenso serviço à salvação das almas, publicando as intenções e indicando os órgãos de propaganda daqueles que, numa tentativa ousada, mas destinada ao fracasso, intencionam construir uma nova religião sobre os escombros da Igreja tradicional, dAquela que Jesus Cristo legou aos homens por meio de honrar a Deus e salvar a alma.
Julgamos obra benemérita de apostolado divulgar o mais amplamente possível os estudos que “Catolicismo” agora apresenta ao público brasileiro. Por isso recomendamos calorosamente sua leitura.
Numa casa de família em Houilles, na periferia de Paris, o sacerdote, em trajes civis, consagra pão e vinho comuns junto à mesa em que, logo após, será servida uma refeição. Essa é a maneira dessacralizada de celebrar a Missa propugnada pelos "grupos proféticos" da Igreja-Nova.