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DENUNCIAM OS PROFETAS DO ATEÍSMO

(continuação)

extensas reportagens, refletindo o impacto produzido pela campanha.

Prefeito socialista defende a Igreja-Nova

Na, importante cidade de Linares ocorreu um fato sintomático. O "alcaide", conhecido marxista, militante do Partido Socialista chileno, foi o único a sair em defesa da Igreja-Nova e dos "grupos proféticos". Armado e cercado de capangas, quis impedir a venda de "Fiducia". Os militantes da TFP, com serenidade mas também com energia, defenderam seus direitos, no que foram apoiados pela massa popular que se aglomerara em torno deles. Um grupo de estudantes secundários que saia da aula aplaudiu igualmente os jovens militantes, e protestou contra a atitude ditatorial da autoridade. Em meio à repulsa popular, o prefeito não teve outro remédio senão retirar-se com seus ferrabrases, enquanto os propagandistas da TFP prosseguiam com êxito em sua campanha.

Gratidão e esperança de católicos angustiados

Ao longo de seu itinerário as caravanas da TFP foram despertando o aplauso e a gratidão de milhares de católicos que viam com angústia a infiltração de ideias revolucionárias e materialistas no seio da Santa Igreja. Cabe destacar especialmente a reação favorável à campanha por parte de elementos de numerosas associações religiosas, que demonstraram sentir ao vivo a traição comuno-progressista.

Assim, numa pequena localidade junto à Cordilheira, na província agrícola de Cautin, todo o povo afluiu às ruas para aplaudir os militantes e conversar com eles. Ao término da venda, e depois de haverem comungado, dispunham-se os jovens da TFP a seguir o seu caminho, quando encontraram à saída da igreja um grupo de senhoras da Legião de Maria. A presidente da associação acercou-se deles dizendo: "Viemos pedir-lhes o favor de fazerem uma reunião para nós, pois há muito tempo não ouvíamos expor a autêntica doutrina católica. Chegou aqui um jovem Pároco que ignora completamente nossa existência e que formou um grupo "apostólico" de tendências marxistas, igual ao que ocupou a Catedral de Santiago, tempos atrás. Estamos angustiadas com a situação".

Reações semelhantes se repetiram por toda parte e até nos mais afastados rincões. Populares mostravam-se agradecidos e grandemente esperançados ao verem a atuação da SCDTFP.

Em quase todas as localidades por onde passavam, as caravanas de propagandistas ouviam expressões como estas: "que beleza! que belo trabalho fazem os Srs. defendendo a Santa Igreja. Deus os abençoe"; ou então: "queremos a Religião como ela foi sempre"; "queremos respeito na Santa Missa"; "estou com a TFP em tudo. Continuem com sua luta!”, etc.

Numa cidade da Província de Valdívia, o Pároco convidou os militantes da TFP a entrarem na igreja com suas capas e estandartes, para as cerimônias tradicionais do Mês de Maria, que no Chile se comemora em novembro. Os jovens entoaram vários hinos religiosos, acompanhados pelo povo, e a cerimônia terminou com a "Salve Regina", cantada em latim pelos militantes, que se haviam postado com seus estandartes em torno de uma imagem da Virgem Imaculada. À saída, os fiéis esperavam para despedir-se dos integrantes da caravana, aos quais pediam que não deixassem de voltar àquela localidade.

Noventa cidades e povoados

Assim foi, desde Santiago até a província austral de Chiloé, em mais de noventa cidades e povoados visitados pelos militantes da Tradição, Família e Propriedade. Homens, mulheres, jovens, de todas as condições sociais, manifestaram sua consonância com a valorosa TFP andina, bem como sua determinação de permanecerem fiéis aos princípios católicos, repudiando do modo mais categórico os lobos com pele de ovelha que, no Chile como em todo o mundo, pretendem infiltrar na Santa Igreja o ateísmo e o materialismo.

No presente momento, as caravanas da TFP chilena dirigem-se às tórridas regiões do Norte, para levar até lá a difusão do número especial de "Fiducia", do qual já se esgotaram três tiragens, num total de 22 mil exemplares.

NA COLOMBIA

A trama secreta do IDO-C e dos "grupos proféticos" foi vigorosamente denunciada na Colômbia pelo GRUPO TRADICIONALISTA DE JOVENS CRISTÃOS COLOMBIANOS, de Medellin, em sucessivos números de sua revista "CREDO".

Trouxe a revista em seu número 6 (março de 1969) o texto integral do estudo de "Ecclesia" sobre a "corrente profética", precedido de uma nota lúcida e incisiva na qual se assinala que os falsos profetas "utilizam, modernas táticas publicitárias para produzir, através do emprego de certas palavras-talismã, uma baldeação ideológica inadvertida" no sentido do progressismo. O número seguinte (abril-maio) apresenta um paralelo entre o famoso Documento Comblin e o Manifesto de Golconda (deste, demos larga notícia em nossa edição de agosto do ano findo), apontando-os como exemplos concretos de irrupções "proféticas" em nosso continente. A mesma edição traz ainda uma reportagem sobre a campanha desenvolvida em 1968 pela Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, que coletou 1.600.368 assinaturas em todo o País para a Reverente e Filial Mensagem a Sua Santidade Paulo VI, pedindo medidas contra a infiltração esquerdista em meios católicos. Finalmente, o n.° 8 (junho-julho) de "Credo" transcreve os "Resumos analíticos" dos artigos de "Approaches" e de "Ecclesia", estampados em nossa edição de abri-maio, e reproduz em editorial as linhas gerais do artigo de apresentação daquele número duplo de "Catolicismo", de autoria do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.

Foi excepcional a acolhida dispensada a esses três números de "Credo", e especialmente ao número de junho-julho. Deste foram tirados 1.500 exemplares, e mil de cada um dos dois outros. É de se salientar que o Bispo de Sonsón-Rio Negro, Exmo. Mons. Alfonso Uribe Jaramillo, pediu 200 exemplares da edição de junho-julho para distribuir entre o seu clero, fazendo depois generoso donativo ao GTJCC para cobrir as despesas da campanha.

A entrada na liça desse valoroso grupo de jovens foi considerada altamente auspiciosa em largos círculos da nação irmã, os quais já se achavam aflitos com os desmandos da minoria progressista, cujos propósitos estão consubstanciados no famigerado Manifesto de Golconda. Em próxima edição nossos leitores encontrarão notícia sobre a mais recente iniciativa do Grupo Tradicionalista de Jovens Cristãos Colombianos: a publicação de um pronunciamento lúcido e vigoroso contra os chamados Padres de Golconda.

NO URUGUAI

É com alegria que "Catolicismo" anuncia a seus leitores o lançamento da revista "LEPANTO", pelo NÚCLEO URUGUAIO DE DEFESA DA TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE.

O número de apresentação, número zero, veio a lume em novembro, para incorporar-se à campanha promovida pelas TFPs coirmãs do Brasil, Argentina e Chile, a par do Grupo Tradicionalista de Jovens Cristãos Colombianos, contra a ação do IDO-C e dos "grupos proféticos", que tramam a subversão na Igreja.

Além do editorial em que explica seu programa de ação e a razão de seu nome, glorioso e combativo, reproduz "Lepanto" a matéria publicada (por "Catolicismo", "Fiducia", "Tradición, Familia, Propiedad" e "Credo", sobre a existência e atividade dos organismos denunciados por "Approaches" e "Ecclesia".

Razão do nome e objetivo da luta da novel revista

Lembra o editorial da novel revista que, no século XVI, foi a intervenção da Virgem que salvou a Europa, assegurando às tropas católicas a vitória contra o Crescente na batalha decisiva de Lepanto: "Lepanto, símbolo de vitória; Lepanto, sinal da Virgem; Lepanto, estandarte de sua glória". E prossegue o editorial:

"Hoje novamente o Ocidente está ameaçado. Hoje, mais do que no passado, a civilização cristã está prestes a perecer porque seus fundamentos foram minados, muitas vezes por aqueles mesmos que os deviam defender [...] Então, quando tudo parece perdido, eis de novo a Virgem que aparece nos céus de Fátima, E o sol empalideceu. E quando tudo parece destruído, quando a impiedade está no auge, e a desolação penetra até no lugar santo, então é a hora de olhar para o alto. É hora de esperar na promessa de uma nova Lepanto. É a hora de olhar para o alto, para clamar pela vitória. É hora de levantar os olhos, porque eis que surgiu no céu um grande sinal: a Mulher vestida de sol, tendo a lua sob os pés.

É o nome da Virgem da Esperança. Lepanto, estandarte de sua glória. Lepanto, promessa de nova vitória".

É nessa perspectiva, e tendo como base doutrinária o ensaio "Revolução e Contra-Revolução", do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, que "Lepanto" entra em combate. Combate que já começou brilhante, que já teve seus primeiros lances heroicos.

A campanha de difusão de "Lepanto"

Logo no início da campanha pública de difusão da revista, tiveram os membros do Núcleo Uruguaio de Defesa da Tradição, Família e Propriedade ocasião de enfrentar corajosamente a sanha intolerante dos comuno-progressistas. Estes últimos, investindo contra os jovens militantes, tentaram impedi-los de difundir pacificamente sua publicação de índole doutrinária, destinada ao esclarecimento da opinião católica.

Apesar do furor dos baderneiros, mais de 1.500 exemplares da revista esgotaram-se rapidamente nas ruas de Montevidéu e, posteriormente, outros tantos foram vendidos no interior do país em poucos dias de campanha.

1.620 km em 10 dias

No dia 21 de novembro uma caravana composta por catorze militantes da Tradição, Família e Propriedade deixou Montevidéu em dois automóveis, equipados com alto-falante, um dos quais levava a reboque um "trailler". Em dez dias visitaram os propagandistas oito cidades, começando pelas barrancas do Rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, chegando depois até a divisa com o Brasil e dali fechando o circuito até a Capital, num percurso de mais de 1.600 quilômetros.

A acolhida nas localidades visitadas foi de modo geral excelente, tendo sido vendidos perto de 1.500 exemplares de "Lepanto". Uma nota original foi introduzida pelos jovens uruguaios no método de venda: um militante a cavalo, com sua vistosa capa vermelha e levando um estandarte da mesma cor, encabeçava um desfile de propagandistas a pé, que era encerrado por um dos automóveis, cujo alto-falante ia anunciando ao público os objetivos da campanha. Entre o cavaleiro e o automóvel, os militantes formavam duas filas e abordavam os transeuntes de uma e outra calçada, ou, então, batiam de porta em porta. Nas localidades menores nem era preciso bater às portas das casas, pois toda a população afluía às ruas para presenciar o espetáculo. Em uma das cidades em que estiveram, incorporaram os jovens ao cortejo um tambor, o que conferiu ainda maior vivacidade à campanha de difusão do número inaugural de "Lepanto".

A receptividade popular, como dissemos, foi muito boa, de modo geral. Numerosas foram as manifestações de cálida simpatia. Em certa cidade de 7 mil habitantes, um homem, além de pagar o almoço aos militantes, encher-lhes gratuitamente o tanque dos automóveis e oferecer-lhes um donativo em dinheiro, foi ainda buscar em casa sua velha mãe para que também ela pudesse presenciar aquele espetáculo de dedicação e desassombro a serviço da Fé. Em uma localidade do centro do Uruguai, um professor anticomunista apoiou entusiasticamente a iniciativa, apesar de não ser católico. Conseguiu o cinema local para ali um dos militantes proferir uma palestra, à qual compareceram perto de duzentas pessoas; depois, fez com que seus alunos percorressem residências e estabelecimentos comerciais para obter donativos a favor da caravana. É interessante observar que ao longo de toda a viagem colheram os propagandistas repercussões de suas anteriores campanhas, especialmente a de coleta de assinaturas para a mensagem ao Papa contra a infiltração comunista em meios católicos.

Carta do Bispo de Maldonado-Punta del Este

Em data de 5 de novembro, por ocasião do lançamento da edição inaugural de "Lepanto", o Exmo. Revmo. Mons. Antonio Corso, Bispo de Maldonado-Punta del Este, uma das mais importantes Dioceses uruguaias, dirigiu aos Srs. Aquilino José Ferraro e Miguel Curbelo, diretores da revista, uma significativa carta de apoio.

Louvando a atuação dos denodados jovens do Núcleo Uruguaio de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, o antigo Administrador Apostólico de Montevidéu afirma ser para ele "uma satisfação abençoar vossa empresa de autênticos cavaleiros cristãos". E termina com esta exortação: "Os ideais de Tradição, Família e Propriedade, conservai-os intactos e puros porque, tendo suas raízes na própria natureza do homem e da sociedade, são esteios que deterão a avalanche da Revolução "progressista" clérico-laical, de infecção teilhardiana e gnóstica, a serviço do materialismo ateu do comunismo".

[NOTA: O índice dos números 217 a 228 que ocupa a página 7 deste número não será digitalizado, devido à complexidade de sua estrutura. Consultar a própria imagem da página, caso pretenda usá-lo.]