AINDA A PROPÓSITO DO "NOVO CATECISMO" HOLANDÊS
AGORA CIRCULA COM UMA ERRATA DE 87 PÁGINAS
Cunha Alvarenga
Cumprindo promessa feita na parte final de nossos comentários ao Novo Catecismo francês ("Catolicismo", n.° 243, de março p.p.), voltamos hoje a tratar do Novo Catecismo holandês. A edição brasileira dessa obra ("A Fé para Adultos / O Novo Catecismo", Editora Herder, 1969) foi precedida de um comunicado dirigido aos fiéis por Sua Eminência o Cardeal Agnelo Rossi, então Arcebispo de São Paulo e Presidente da Comissão Central da CNBB, vazado nos seguintes termos: "A declaração oficial da Comissão Cardinalícia (15-10-1968), à qual damos integral apoio, exige modificações no texto original deste Catecismo. Apreciaríamos que os autores e responsáveis pelo Catecismo, dos quais depende, por direito, a efetivação destas emendas, as introduzissem no próprio texto. Daríamos, então, de bom grado, o "imprimatur", cuja concessão somos obrigados a procrastinar. A preocupação pastoral nos levou a solicitar da Editora Herder a inserção do parecer para o "nihil obstat". Nele, todas as modificações assinaladas pela Comissão Cardinalícia são breve mas fielmente expostas e explicadas pelo censor. Recomendamos aos fiéis a leitura atenta deste parecer, que os ajudará a desfazer equívocos possíveis" (pág. sem n.°).
De fato, a seguir é publicado um "Parecer para o "nihil obstat" e "imprimatur", de autoria de Mons. Dr. Roberto Mascarenhas Roxo. Infelizmente, como mostramos de modo exaustivo em nossos comentários publicados nos n.os 224, 228 e 231 de "Catolicismo", respectivamente de agosto e dezembro de 1969 e março de 1970, tal "parecer" se mostra muito pouco fiel às observações que a Comissão Cardinalícia fez sobre a obra; pelo contrário, constitui ele uma clara tentativa de justificar esta última justamente nos pontos criticados pelos Emmos. Cardeais. Por exemplo, quando a Comissão exige que os Autores restabeleçam a verdade do dogma católico sobre o pecado original, diz o parecer de Mons. Roxo: "O Catecismo não ignora estas verdades de fé, embora as simplifique demais sob uma denominação genérica de "pecado do mundo" (pág. sem n.°). Ora, o "Novo Catecismo" holandês não "simplifica", mas simplesmente nega pontos fundamentais do que a Igreja ensina sobre o pecado original, pois entre outras coisas declara: "Também quanto ao próprio homem, não devemos supor que, no princípio, tenha havido para ele um estado de integridade paradisíaca e de imortalidade" (p. 314). Como não ignoram os leitores, esse privilégio da integridade e da imortalidade constitui ponto da doutrina católica de que não é lícito abrir mão.
1444 linhas a substituir
Devemos esclarecer que a Declaração da Comissão Cardinalícia era apenas um resumo do que devia ser emendado no "Novo Catecismo" e não encerrava todas as indicações já anteriormente feitas para uma revisão daquela obra. É, portanto, muito de se lamentar que a edição brasileira haja sido liberada sem sequer trazer, para orientação dos leitores, a íntegra da Declaração, publicando em seu lugar a glosa de Mons. Mascarenhas Roxo, que somente pode concorrer para aumentar a confusão no espírito dos fiéis.
No início do ano passado, sob o título de "A FÉ PARA ADULTOS / O NOVO CATECISMO / SUPLEMENTO", a Editora Herder de São Paulo publicou um opúsculo de 87 páginas precedidas pela seguinte nota de Sua Eminência o Cardeal Rossi: "Tendo os responsáveis pelo "Novo Catecismo" ou "Catecismo holandês" acatado as modificações do texto elaboradas sob responsabilidade da Comissão Cardinalícia, considera a Santa Sé encerrado o debate sobre a referida obra. As novas edições do citado Catecismo deverão, portanto, incluir tais modificações. A fim de resolver o problema das edições já publicadas, foi aceita pela Santa Sé a sugestão de um opúsculo separado, a modo de "corrigenda" e contendo os textos modificados. Este opúsculo, de responsabilidade da Santa Sé, tem obviamente o "IMPRIMATUR"; e porque corrige todas as partes controvertidas do "Novo Catecismo" este "IMPRIMATUR" passa a estender-se a toda a obra desde que o opúsculo de "corrigenda" lhe seja anexado como parte de um todo".
Que os pontos a serem corrigidos não eram poucos nem leves, é coisa de que os leitores poderão capacitar-se à vista da simples enumeração dos temas abordados pela Comissão Cardinalícia e que servem de epígrafe para as emendas do texto do "Novo Catecismo" apresentadas pelo "Suplemento": "I. A criação; II. O pecado original; III. O nascimento de Jesus da Virgem Maria; IV. A satisfação que Jesus fez ao Pai; V. O Sacrifício da Cruz perpetuado no Sacrifício da Missa; VI. A presença Eucarística e a Transformação; VII. A infalibilidade da Igreja e o conhecimento dos Mistérios; VIII. O Sacerdócio ministerial e a autoridade da Igreja; IX. Diversos pontos de Teologia Dogmática e, finalmente, X. Diversos pontos de Teologia Moral".
Ao todo são 51 os tópicos que o "Suplemento" manda substituir em diferentes partes do "Novo Catecismo", perfazendo 1444 linhas no texto primitivo que devem ser trocadas por novos textos, ou simplesmente supressas, além da inclusão em outros locais de trechos julgados necessários para o esclarecimento do assunto; os textos novos (substitutivos aditivos) somam 2204 linhas. Compreende-se a perplexidade em que se encontrarão as pessoas que hajam adquirido um exemplar do Catecismo neerlandês, diante da necessidade de observar todas essas emendas para que ele escape às censuras da Comissão Cardinalícia. Com efeito, ainda que, conforme a nota do Emmo. Cardeal Rossi, o "imprimatur" do "Suplemento" passe a estender-se a toda a obra desde que o opúsculo de "corrigenda" seja anexado a esta como parte de um todo, é bem de ver que não será suficiente para tanto a mera contiguidade física dos dois volumes. Os textos errados da edição originária continuam errados e além da anexação do dito opúsculo ao volume do Catecismo, indispensável se torna fazer a consulta ao texto daquele para verificar se se pode confiar ou não no que se leu neste. Acontece que as emendas não aparecem no "Suplemento" na ordem numérica das páginas ou na sequência dos capítulos do "Novo Catecismo", mas de acordo com a ordem em que foram abordados os assuntos pela Declaração da Comissão Cardinalícia. Assim, por exemplo, o primeiro texto que o "Suplemento" indica dever ser substituído se acha às páginas 553-554 do "Novo Catecismo", vale dizer, no seu penúltimo capítulo. O segundo texto se acha à página 283, isto é, bem no meio da obra. E assim por diante. Por onde se vê como se sentirá embaraçado diante desse sem número de corrigendas, mesmo quem estiver bastante familiarizado com o fastidioso trabalho intelectual de cotejo de textos. E terão conhecimento da publicação desse "Suplemento" todos aqueles que adquiriram a edição eivada de erros do "Novo Catecismo"?
Nem todos os erros foram corrigidos
Embora se tenha afirmado que a Santa Sé considera encerrado o debate sobre o Catecismo dos teólogos de Nimega, vamos — não com o intuito aliás legítimo de polemizar, mas levados pelo desejo de bem informar os nossos leitores — vamos dar alguns exemplos para mostrar que nem todas as correções necessárias foram feitas. De resto, já pelas próprias palavras dos autores do "Suplemento" vemos que este não esgota o assunto no que diz respeito aos erros que encerra o "Novo Catecismo" holandês. Com efeito, nas "Observações preliminares" do citado opúsculo, lemos: "Diversas correções de pormenores a serem inseridas numa nova edição da obra foram excluídas, porque são supérfluas numa publicação avulsa de uma série de modificações" ("Suplemento", p. 1). Perguntamos: serão assim tão supérfluas ou despiciendas as correções omitidas? Tomemos ao acaso alguns exemplos.
Entranhadamente evolucionista e modernista
Entranhadamente evolucionista e modernista, repisa o "Novo Catecismo" holandês, ao longo de suas páginas, a "imperfeição primitiva" (p. 73) vigente no Antigo Testamento. A Bíblia não seria um livro “de piedade e edificação, ou seja, um livro em que só sejam apresentadas coisas boas. Tal esperança fica logo decepcionada. De início, nas narrativas patriarcais contam-se, com a maior franqueza e tranquilidade, atos e fatos grosseiros, cruéis e, para o nosso sentimento, até imorais. Temos de lembrar-nos, então, de que a Bíblia não é livro de piedade e edificação, e, sim, a expressão inequívoca da realidade nua e crua. Deus em caminho com a humanidade primitiva. [...] às vezes, o próprio Deus parece estar atrás de certos casos, como, por exemplo, na fraude de Jacó, ou — pior ainda — na exterminação radical dos habitantes de Canaã: aqui se diz até que Javé o mandava. Como interpretar-se isso? Tais casos devem também ser vistos como imperfeição primitiva” (pp. 72-73).
Embora estejamos no Novo Testamento, período histórico de plenitude da graça, é inegavelmente liberal a seguinte afirmação do "Novo Catecismo", a qual dá a entender que contra os inimigos de Deus não é lícito lutar senão com armas espirituais: "Se, no Antigo [Testamento, alguém] lê sobre combate contra o inimigo, já sabe que Cristo o transformou em combate espiritual contra o mal" (p. 76).
O que sobretudo nos mostram os Livros Sagrados em passagens como a da punição dos cananeus vem a ser a seguinte verdade: as bênçãos de Deus para os que ouviam sua voz, e o castigo para aqueles que dEle se afastavam. Não é o que também vemos na vigência do Novo Testamento, em épocas de apogeu da Cristandade, quando chovem do céu as bênçãos de Deus, e em épocas de decadência e de volta ao vômito do paganismo, quando não faltam os castigos para os povos impenitentes?
Ademais, a propósito dos justos da Antiga Lei não devemos esquecer o que em belíssima linguagem nos diz São Paulo ao mostrar a força da fé em Abel, em Henoc, em Noé, em Abraão, em Isaac, em Jacó, em José, em Moisés, terminando por esta glorificação dos justos do Velho Testamento: "E que mais direi ainda? Faltar-me-ia o tempo, se eu quisesse falar de Gedeão, de Barac, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel, e dos Profetas, os quais pela fé conquistaram reinos, exerceram a justiça, alcançaram as promessas, fecharam a boca dos leões, extinguiram a violência do fogo, evitaram o fio da espada, convalesceram de enfermidades, tornaram-se fortes na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros; mulheres houve que recobraram ressuscitados os seus mortos. [...] E todos estes, louvados [por Deus] com o testemunho prestado à sua fé, não receberam [imediatamente] o objeto da promessa, tendo Deus disposto alguma coisa melhor para nós, a fim de que eles, sem nós, não obtivessem a perfeição da felicidade" (Heb. 11, 32-40).
Essas passagens do "Novo Catecismo" não foram corrigidas. Por outras palavras, não foi completa a extirpação dos erros contidos no livro de Nimega.
Lutero, doutor e profeta da Igreja-Nova
Todo católico de mediana formação intelectual sabe que espécie de calamidade desabou sobre o mundo cristão como resultado da Pseudo-Reforma. Vejamos como se refere o Catecismo holandês ao heresiarca que iniciou esse terrível incêndio: "Um homem de eloquência profética e de coração profundamente religioso, desencadeia, em 1517, um movimento, que não consegue ficar dentro da Igreja universal: Martinho Lutero" (pp. 261-262). Mais adiante afirmam os Autores que a comunidade católica, no século XVI, "não podia passar sem Lutero, como doutor e profeta seu. A falta é sentida ainda mais, porque a Igreja se mostrou muito hesitante em abraçar certos grandes valores, precisamente porque a Reforma os ressaltava: determinada espiritualidade bíblica, determinada autonomia no culto (uso da língua vernácula), determinada liberdade e responsabilidade pessoal na fé, e até determinada música: o cântico evangélico e comunitário" (pp. 377-378).
Em um Catecismo que pretende ensinar "a fé para adultos", fazem-se esses inqualificáveis elogios ao protervo negador da autoridade da Igreja e ao pregador de erros como o do livre exame, que tantos estragos vêm causando às almas.
É o caso de se perguntar: faltaria à Esposa de Cristo alguma nota para torná-La capaz de sua divina missão de dispensadora dos frutos da Redenção? Vejamos o que dizem os autores do "Novo Catecismo": "Assim, de um lado, é doloroso vermos como falta à Reforma a verdade da Igreja Católica. Mas, de outro também, que faltam a esta certas verdades e outros valores da Reforma. "Por causa disso, torna-se para ela mais difícil expressar, na realidade da vida, a plenitude da catolicidade, em todos os seus aspectos" (Concílio Vaticano II, Decreto sobre o Ecumenismo, 4). E por que não dizê-lo claramente: por causa disso, a Igreja não apresenta ainda, no momento, fisionomia tal que seja capaz de assumir em si a Reforma. Todos juntos devemos crescer na direção de uma nova Igreja Católica, isto é, universal. Não uma Igreja, na qual se tenha misturado água no vinho da verdade de Cristo. Mas, sim, uma Igreja em que sejam refundidas formas e concepções, que não são essenciais. Possamos aprender, gradualmente, a alegria de não somente comunicar a verdade uns aos outros, mas também de vê-la nos outros e de recebê-la dos outros" (p. 378).
O mínimo que se pode dizer de tudo isso, é que é perigosamente vago e confuso. Ao mesmo tempo em que se afirma que a Igreja, em seu estado atual, não é capaz de "assumir" a Pseudo-Reforma protestante, sendo necessário para isso uma nova Igreja universal, sustenta-se que não são essenciais as formas e concepções que devem ser refundidas para que isso se dê. E ficamos inteirados de que faltariam também algumas verdades na Igreja Católica, pois se diz que Ela deve recebê-las dos outros, isto é, dos reformados. Não poderiam os Autores dizer que "verdades" seriam essas que a Igreja deve receber, além dos "valores" atrás enumerados?
Esse palavreado, que não foi corrigido, somado aos erros doutrinários gravíssimos que continha "O Novo Catecismo" holandês como o conceberam seus autores, nos faz pensar na Igreja-Nova, desmitificada, dessacralizada, desalienada, igualitária e gnóstica, com que sonham os novos "profetas" e os membros do IDOC.
Enormidades em matéria moral
No que diz respeito a "Diversos pontos da Teologia Moral", nenhuma referência encontramos no "Suplemento" quanto à justificação do homossexualismo esboçada pelo "Novo Catecismo" (pp. 444-445), nem quanto à complacência mostrada por ele para com o vício solitário (pp. 471-472). As enormidades que o livro diz sobre esses dois temas foram expostas nos comentários que publicamos à página 6 de "Catolicismo", n.° 231, de março de 1970.
Guardemos o depósito de nossa Fé
Pelas amostras que damos acima, vemos que continua "O Novo Catecismo" holandês a ser uma obra deletéria, que não deveria ter curso entre os fiéis, e muito menos entre a juventude de nossos dias, tão inexperiente e ávida de novidades.
Diante de tamanha falsificação da doutrina católica em livros, como esse Catecismo holandês e seu epígono francês, destinados justamente ao esclarecimento dos espíritos, vêm-nos à memória as palavras de São Paulo a Timóteo: "Ó Timóteo, guarda o depósito [da Fé], evitando as novidades profanas de palavras, e as contradições de uma ciência de falso nome, professando a qual alguns se desviaram da Fé" (1 Tim. 6, 20-21). Tomando para nós esse conselho do Apóstolo, de todo o coração dizemos: com tanto mau espírito está concebido o "Novo Catecismo" de Nimega, que a mais elementar prudência nos aconselha que dele nos afastemos, se quisermos guardar intacto o depósito de nossa Fé .
Oh mais forte que todos os exércitos!
Frei Tomé de JESUS
Formosa Cruz, mais resplandecente e rica, com o sangue deste divino Cordeiro, que formosos rubis. Tu foste o cabo de seus trabalhos, tu o começo de seu repouso, tu a vitória de sua batalha, tu levantamento de seu degredo, tu entrada de sua glória e posse de seu reinado.
Toda ficas manando em rios, que por ti correram de seu precioso Sangue, e toda banhada nele. Tu és a minha herança, tu a minha rica partilha, que deste Senhor me ficou. Pobre morreu em ti de tudo desapegado, só contigo abraçado e em ti cravado. Toda te deixou a todos os seus e toda a cada um dos que O amam. Adoro-te, abraço-te, recebo-te por mesa rico tesouro. Oh mais formosa que todas as estrelas, mais forte que todos os exércitos, triunfadora de todos os inimigos!
Oh como ficas no campo poderosa, sem poder ser derribados, saem vencida!
Já te reconheceu o Céu, já treme de ti o inferno, já te há medo o mundo, já conhece o inimigo que O que em ti morreu, é verdadeiro Filho de Deus. Já honras os que até aqui abatias, pois pudeste fazer do corsário ladrão, cidadão hoje do Paraíso. Tu és minha coroa, minha glória, minha riqueza, e todos os bens por ti os tenho. A ti me acolho, a ti me abraço, em ti quero viver e morrer. Já perdeste tua dureza, já ficas suave jugo, já penhor certo da glória, já começo de reinar, já descanso e alivio dos que a ti se acolhem. Adoro-te, árvore de vida, adoro-te fonte da sabedoria, adoro-te, muro forte contra os inimigos, adoro-te, forno que ficas ardendo em fogo do divino e amoroso Cordeiro. Recebe-me em teus braços, neles me sustenta e santifica, por ti me receba O que em ti me redimiu, e em ti por mim cheio de meu amor morreu. Ó Madre de Deus sacratíssima. Rainha dos Anjos, gloriosa estrela do mar e guia dos pecadores; que ficais toda cheia de dores, e saudades deste Senhor, que gerastes, e cheia de fé, e esperança de O ver daqui a três dias ressuscitado. Fazei-me com Ele ser crucificado: fazei-me de suas mãos ser recebido; fazei-me delas, e por Vós ser sempre amparado, para que dEle, e para Ele viva, e nEle morra e com Ele reine. Ó Corte celestial, que tendes lá este divino Cordeiro imortal, contentes de O possuir e seguros de O perder, ajudai a este desterrado filho de Eva, a viver por Ele sempre crucificado, e de seu amor sempre abrasado, para que mereça por Ele convosco ser para sempre coroado e glorificado. Amém.
De "TRABALHOS DE JESUS". Ver nota biográfica na pág. 5.