UMA SEITA MANIQUÉIA
Alfred Rosenberg, o famigerado teórico do nazismo, que tanta influência exercia sobre Adolf Hitler, mandou em 1931 e 1937 o alto iniciado Otto Rahn fazer pesquisas nas ruínas do castelo de Montségur, cidadela e templo dos cátaros, último refúgio dessa heresia maniquéia que assolou o Sul da França nos séculos XI a XIII. Ao mesmo tempo, o todo poderoso chefe dos S. S., Heinrich Himmler, fazia reconstruir o castelo de Wewelsburg, perto de Paderborn, na Westfália, e preparava nele uma câmara subterrânea de abóbada em ogiva, destinada a receber sobre um altar de mármore negro, marcado pelas letras "SS" de prata em alfabeto rúnico, o que os chefes supremos do nazismo esperavam encontrar em Montségur: o misterioso Gral, pedra-livro que conteria a tradição gnóstica. Nessa capela sinistra os S. S., tropa de elite do nacional-socialismo, deviam meditar tendo como "evangelho" o livro de Otto Rahn "A Corte de Lúcifer na Europa".
Esses fatos estranhos fazem entrever que, ao contrário do que supõe o grande público, o hitlerismo não constituiu antes de tudo um movimento político.
Na realidade, o estudo do nacional-socialismo à luz de antigas doutrinas esotéricas põe-nos diante de uma verdadeira seita religiosa de caráter gnóstico-maniqueu, cujas origens remontam aos cátaros medievais do Sul da França. Hitler, Hess, Himmler, Rosenberg e outros altos dignatários do Partido Nazista aparecem nessa perspectiva como iniciados de uma nova religião que tinha sua hierarquia, seus templos, seus ritos, seus dogmas.
Legendas: O castelo de Montségur, templo e refúgio dos cátaros da Occtânia
Jovem SS numa lúgubre cerimônia da religião neomaniquéia nazista