Antes das viagens de Nixon a Pequim e a Moscou e da ida de Brezhnev a Washington, a opinião pública permanecia, grosso modo, na convicção de que os dois mundos — o ocidental e o comunista — estavam em luta ideológica. Mais do que a Cortina de Ferro e a Cortina de Bambu, erguia-se entre eles um muro psicológico de horror, produzido pela doutrina, pelos métodos e pela história comunista. A nova política de distensão, desenvolvida por Nixon e Kissinger, ao mesmo tempo que fortalece o adversário por meio de concessões descabidas, vai produzindo a queda das barreiras ideológicas e morais que detinham o avanço vermelho. Enquanto isso, um misterioso processo de autodemolição vai minando o Ocidente, privando-o das condições para reagir na eventualidade de uma agressão soviética. Também Daladier e Chamberlain julgaram afastar o perigo da guerra dobrando-se ante as exigências de Hitler em Munique. Essas concessões, porém, só tiveram por efeito ensoberbecer o Führer desvairado e precipitar a hecatombe...

A matéria que publicamos neste número foi preparada por Péricles Capanema Ferreira e Mello e Miguel Beccar Varela, com base — em larga medida — em artigos e conferências do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.

Do entendimento cordial entre Brezhnev e Nixon poderá vir a paz?

As concessões de Chamberlain a Hitler em Munique precipitaram a guerra

A "Ostpolitik" de Brandt consolidou o domínio russo na Europa Oriental