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MONS. CASAROLI DEU NOVO FUNDAMENTO À DECLARAÇÃO DA TFP

O desmentido de Mons. Agostinho Casaroli, a propósito de suas declarações de que "os católicos e em geral o povo cubano são felizes sob o regime socialista", dá novo fundamento ao documento em que a TFP define seu estado de resistência em face da política de aproximação com os regimes comunistas, desenvolvida pela Santa Sé. Foi o que declarou a entidade em comunicado distribuído à imprensa no dia 18 de maio.

Eis a íntegra do comunicado da TFP:

"O Sr. F. Alessandrini, porta-voz do Vaticano, em entrevista à imprensa internacional, pôs expressamente em causa a Declaração A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas / Para a TFP: omitir-se? ou resistir?, publicada em São Paulo no dia 10 de abril, e depois, sucessivamente, na Argentina, no Uruguai e demais nações sul-americanas. Dada a impressão inexata que as asserções do Sr. Alessandrini podem causar no público, vemo-nos na contingência de divulgar desde logo, sobre a matéria, algumas considerações.

Para tanto, tomamos como base o resumo da entrevista do porta-voz do Vaticano publicado sexta-feira em matutinos de São Paulo e da Guanabara. Entrementes, telegrafamos ao Sr. Alessandrini, pedindo que nos envie o texto integral de suas afirmações. Recebido este, voltaremos eventualmente ao assunto.

Em síntese, nossa Declaração de 10 de abril manifesta respeitoso, mas profundo desacordo em relação à política de aproximação do Vaticano com os regimes comunistas, e afirma o propósito que nos move, de resistir a essa política, no espírito com que São Paulo resistiu a São Pedro.

A fim de documentar e caracterizar tal política, nossa Declaração mencionou vários fatos da mais alta importância, que não é possível deixar de atribuir à augusta Pessoa do Pontífice, e além destes uma entrevista de imprensa de Mons. Casaroli sobre sua visita a Cuba.

De toda essa massa de fatos, Mons. Casaroli só desmentiu duas das afirmações que fez relativamente a Cuba. Como se vê, em matéria de desmentido dificilmente poderia ser menos.

Além disto, o próprio desmentido de S. Excia. dá novo fundamento à Declaração das TFPs.

Com efeito, S. Excia. negou haver dito que "os católicos e em geral o povo cubano são felizes sob o regime socialista". Quando todo o mundo sabe que eles lá são infelizes, atrozmente infelizes, o alto dignitário vaticano, em lugar de protestar contra essa situação, parece comprazer-se em afirmar aos olhos do mundo que absolutamente não a denunciou. Por quê? Obviamente para não desagradar a Castro, embora com isto deixe entregues à sua sorte as desditosas ovelhas do Bom Pastor.

Ainda asseverou S. Excia. não ter dito que "os católicos e em geral o povo cubano não têm nenhum problema com o governo socialista". Ora, o normal era que S. Excia., ao sair da Ilha concentracionária, protestasse aos olhos do mundo pelo fato de que os católicos estão, ali, crivados de problemas. Por que deixá-los assim desassistidos de um protesto que Pio XII, por exemplo, faria tão patético e vigoroso?

Sempre a mesma razão: confiança em que, à força do silêncio, resignação e recuo dos católicos, os dirigentes comunistas — bons no fundo do coração — amoleçam.

Dessa confiança não participamos. Nessa bondade não cremos. A política da confiança no comunismo nos parece pôr todos os trunfos nas mãos deste, com sumo risco para a Igreja e a Cristandade.

É o que, por ora, a TFP tem a dizer ao público. Fá-lo com profunda tristeza, renovando a expressão de seu mais entranhado respeito e amor ao Papa e a Santa Sé".

Mons. Agostinho Casaroli


A TFP DESFAZ CONFUSÃO A RESPEITO DO URUGUAI

A propósito de acontecimentos que envolveram sua congênere uruguaia, a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade divulgou em São Paulo, no dia 8 de maio, o seguinte comunicado de imprensa:

"Mais de uma emissora desta Capital publicou informação segundo a qual militantes da TFP uruguaia, em campanha de difusão, em Montevideo, de sua revista "Lepanto", teriam provocado um incidente, em consequência do qual o governo suspendera as manifestações públicas daquela sociedade. Estamos em condições de informar com precisão, qual a realidade dos fatos ocorridos.

Estavam os militantes uruguaios fazendo a campanha com as características de cortesia e respeito à ordem, próprios à entidade, quando deles se aproximaram alguns soldados que, em termos injuriosos, se referiram à SUDTFP. Os militantes responderam de maneira pacífica, tentando dar explicações.

O episódio não teria tido a menor significação se um anônimo, inteiramente desconhecido da TFP uruguaia, não tivesse tomado a iniciativa de agredir de modo violento um dos soldados.

Esta ação censurável provocou a reação de outros militares que por coincidência se encontravam no local, dentro de uma viatura oficial.

Assim, os militantes que se encontravam em campanha foram levados à polícia para prestar esclarecimentos, e mais tarde liberados. Não consta que o agressor anônimo tenha sido detido.

O exame médico oficial do soldado agredido não revelou qualquer ferimento.

No dia seguinte, a Presidência da República difundiu uma resolução, suspendendo as manifestações públicas da TFP uruguaia, sob a alegação de que a matéria contida na revista tinha caráter extremista.

A este respeito, as dignas autoridades do país amigo se equivocaram, e disto facilmente pode dar-se conta o público brasileiro. Pois a matéria de "Lepanto" é exatamente a mesma contida no n.° 274/276 de "Catolicismo", prestigioso mensário de cultura católica, editado em nosso País, sob a égide do insigne Bispo de Campos, D. Antonio de Castro Mayer. Esse jornal acaba de ter larga divulgação em vários Estados de nosso País, através de sócios e militantes da TFP brasileira, sem dar azo a qualquer incidente, nem ser tachado de extremista.

E não poderia sê-lo. Pois contém apenas uma reportagem serena e objetiva sobre o malogro político e econômico do regime marxista no Chile.

A TFP uruguaia, ainda segundo estamos informados, confia em que oportunos esclarecimentos levarão o Governo a anular a medida da qual os únicos beneficiários reais são os elementos esquerdistas, especialmente os chamados esquerdistas católicos.

A TFP brasileira se apressa em comunicar ao público a realidade dos fatos, prevenindo as distorções e o estrondo publicitário de inspiração esquerdista que habitualmente se seguem entre nós, quando notícias destas são apresentadas ao público sem os pormenores que lhes dão a verdadeira fisionomia".


Formação para operários em São Paulo e Belo Horizonte

"A falsidade da doutrina comunista a respeito do operariado" foi um dos temas da Semana de Estudos para Operários, que a TFP promoveu em São Paulo e Belo Horizonte, nos dias 11 a 14 de abril p.p. As conferências e círculos de estudos foram realizados nas sedes da entidade, versando sobre aspectos da doutrina e da ação anticomunistas, considerados à luz dos princípios cristãos. Na capital paulista, os participantes do certame foram recebidos na sede do Conselho Nacional da TFP, à Rua Maranhão, n.° 341, pelos Srs. Plinio Corrêa de Oliveira e Fernando Furquim de Almeida, respectivamente Presidente e Vice-Presidente do mesmo Conselho.

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e o Prof. Fernando Furquim de Almeida recebem os operários na sede do Conselho Nacional da TFP, em São Paulo, ao término da Semana de Estudos.


N. SENHORA DE FÁTIMA NA ÍNDIA E EM BANGLADESH

Diversos bispos da Índia e de Bangladesh estão incentivando a devoção a Nossa Senhora de Fátima, segundo informação da revista católica "Rally", de Singapura. Esses Prelados têm intenção de consagrar suas Dioceses ao Coração de Maria, após uma preparação nas paróquias, escolas e demais setores; em seguida, consagrar, em ato solene, os dois países ao Coração Imaculado.

Vai também ser realizada uma peregrinação de uma imagem de Nossa Senhora de Fátima desde Bangladesh até Goa, a antiga província portuguesa na Índia, forte reduto católico, e onde repousa há quatrocentos anos o corpo incorrupto de São Francisco Xavier.

Este apostolado tornou-se especialmente necessário em virtude da investida ideológica russa contra o subcontinente indiano. (ABIM — Agência Boa Imprensa).


CRESCE NA POLÔNIA A "FOME DE DEUS"

As autoridades comunistas da Polônia mostram-se cada vez mais impotentes para conter a chamada "fome de Deus", que cresce na alma daquele nobre povo sofredor e escravizado.

No ano de 1972, 95% dos alunos das escolas primárias e superiores do país apresentaram-se para receber ensino religioso católico.

Calcula-se também que quase 100% dos alunos, participam dos cursos de catecismo, preparatórios para a primeira comunhão.

Eis uma significativa manifestação da fraqueza do comunismo: ele impôs seu domínio pela força, em diversos países, mas não conquistou as almas nem as mentes. (ABIM —Agência Boa Imprensa).


Virtudes esquecidas

CASTIGAR O CRIME TAMBÉM PARA ESCARMENTO DOS MAUS

SÃO BERNARDO

De uma carta a Bruno II, Arcebispo de Colônia:

Embora haja duas razões poderosas que vos movam a castigar esse horrível crime que se cometeu, quais sejam, a obrigação que vos impõe vosso cargo e a autoridade apostólica que vos manda; não obstante, não creio que seja inútil, dada a importância do negócio de que aqui se trata, que a elas se acrescente a recomendação de um amigo. Pois bem, o aviso que vos desejo dar, como o daria a um amigo e a um pai, é que o castigo que se imponha ao culpado, seja imposto com o zelo e a diligência que a coisa exige; de forma que não só fique castigado o presente crime, senão que também sirva de escarmento aos maus, de sorte que não ousem jamais cometer outro semelhante. —["Obras Completas del Doctor Melifluo, San Bernardo, Abad de Claraval", trad. do Pe. Jaime Pons, S. J. — Ed. Rafael Casulleras, Barcelona, 1929 — vol. V, "Epistolario", p. 62, carta X].