No dia 20 de agosto de 1914 — há sessenta anos, portanto — morria o Papa São Pio X. Seu pontificado foi marcado por lances como a luta contra o modernismo, "compêndio e síntese de todas as heresias". Esmagado pelo vigor apostólico do grande Pontífice, o modernismo refugiou-se em antros secretos, prosseguindo às ocultas sua obra nefasta. Em nossos dias, ele deixou os esconderijos das seitas, e hoje o vemos entronizado na Igreja, segundo o testemunho do falecido Cardeal Ruffini, a promover a misteriosa "autodemolição" de que fala Paulo VI. Peçamos a São Pio X que — do alto dos Céus — nos conceda a sagacidade, o vigor e a constância que ele revelou na luta contra tão perigoso inimigo.
São Pio X em seu leito de morte, no dia 20 de agosto de 1914. Com a fisionomia rejuvenescida e uma expressão serena, o Santo parece antes dormir.
Já há algum tempo, o mundo vem assistindo a tentativas, ora de um setor, ora de outro, de reconduzir Cuba ao seio da comunidade americana.
A questão é atual: deve a ilha do Caribe voltar ao convívio das Américas? Quais as razões que determinaram seu afastamento? Não seria melhor para o povo cubano que cessassem as discriminações políticas e econômicas contra o regime de Havana?
Essas e outras perguntas vêm respondidas na matéria que hoje apresentamos, preparada por Péricles Capanema Ferreira e Melo, e dividida em três partes. Na primeira, nosso colaborador recapitula os antecedentes da revolução castrista, as manobras que conduziram Fidel ao poder e os meios pelos quais nele se mantém. Na segunda, refuta os principais argumentos alegados pelos advogados da reintegração de Cuba no sistema americano, demonstrando que tal reintegração apenas agravaria a opressão em que vive o povo cubano, pois consolidaria a ditadura castrista, e liquidaria as esperanças de libertação desse sofrido povo. Por último, Péricles Capanema aduz uma série de fatos desconcertantes que ilustram como o regime de Fidel continua tão despótico como sempre, e como, apesar disso, continua a receber apoios de pessoas e entidades das quais deveria esperar oposição: círculos governamentais e empresariais dos Estados Unidos, setores da Hierarquia e do Clero cubanos, tendo à frente o representante do Papa em Havana, Mons. Césare Zacchi.
Apresentamos ainda, neste número, a entrevista que Mons. Eduardo Tomás Boza Masvidal, ex-Bispo-Auxiliar de Havana, ora exilado na Venezuela, concedeu a nossos enviados Pedro Morazzani Boschetti e Francisco Javier Tost Torres. S. Excia. mostra como não existe verdadeira liberdade religiosa na Ilha, apesar de algumas igrejas permanecerem abertas ao culto.
Fidel Castro e outros elementos do regime que oprime Cuba participam distendidos de uma recepção na Nunciatura Apostólica em Havana, por ocasião da sagração episcopal de Mons. Césare Zacchi, então Encarregado de Negócios do Vaticano (à direita do ditador), em dezembro de 1967. Na foto aparecem ainda outros Prelados cubanos e Mons. Emanuele Clarizio, Delegado Apostólico no Canadá (de batina branca). Sem o apoio do Clero, Castro estaria no poder?