No dia 12 de outubro p.p. a TFP inaugurou seu novo auditório em São Paulo, na R. Dr. Martinico Prado, n.° 246, com a presença do General Humberto de Souza Mello, ex-Ministro Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e ex-Comandante do II Exército, sediado na Capital paulista. Compareceram ao ato inaugural altas autoridades eclesiásticas, civis e militares, personalidades de destaque na vida pública e social paulista, além de numeroso público e de sócios e militantes da TFP vindos de todo o Brasil, bem como de representantes das sociedades coirmãs de vários países americanos. Em seguida, o Conselho Nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade homenageou o General com um cocktail.
O General Souza Mello chegou ao local às 17h, recebendo as homenagens da Banda de Música do Regimento "Raposo Tavares", do II Exército, sob aplausos dos sócios e militantes da TFP e do público que o aguardava. Conduzido a uma das salas do edifício, recebeu os cumprimentos do Conselho Nacional da TFP e das autoridades convidadas.
Teve então início a cerimônia inaugural. Conforme o programa estabelecido, o rompimento da fita simbólica devia ser feito pelo General Souza Mello, o qual convidou para participarem do ato o Exmo. Sr. D. Antonio de Castro Mayer, o Prefeito Miguel Colasuonno e o Prof. Plinio. Corrêa de Oliveira. Logo depois o Sr. Bispo de Campos celebrou a Santa Missa e procedeu à bênção do auditório, que recebeu o nome de São Miguel.
Começou, em seguida, a sessão cívica no decorrer da qual o Coronel Tomasz Rzyski, Ministro de Assuntos Sociais do Governo Polonês no Exílio, impôs ao General Souza Mello a Grã-Cruz da Ordem da Polônia Restituta, a mais alta condecoração daquele Governo.
Falou primeiramente o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, que fez o elogio do General Humberto de Souza Mello e do Sr. Bispo de Campos, saudando também as demais autoridades presentes.
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira começou por enaltecer a figura do General Souza Mello:
"Expansivo como verdadeiro nordestino, discreto como um homem de Estado autêntico, começou ele a atuar entre nós de tal maneira que, aos poucos, a subversão material foi regredindo e São Paulo pôde voltar à ordem.
Contudo, seu olhar atento e vigilante não se restringiu a essa esfera. Soube ele discernir a ação de sapa das ideologias nefastas e, sempre dentro das suas atribuições, como Comandante do II Exército, soube criar um ambiente infenso ao pior aspecto da atrocidade subversiva: a do ideólogo revolucionário sem coragem nem lealdade, que insufla a revolta em aulas, em cursos e conferências e depois se deixa ficar comodamente na penumbra e na retaguarda, enquanto os jovens por ele persuadidos arriscam a vida. E não só o General Souza Mello opôs diques à subversão nas mentes, mas soube também distinguir o joio do trigo, ver onde estavam os verdadeiros amigos da ordem. Assim notou desde logo, e com simpatia, a presença da TFP no cenário paulista e nacional, nascendo daí uma amizade que é para nós um florão de glória e é uma lembrança cheia de honra e de saudade".
E prosseguiu o Presidente do Conselho Nacional da TFP:
"Eu trairia meu propósito de ser breve se dissesse tudo quanto penso acerca de outra personalidade que enche com o esplendor da dignidade episcopal este auditório, S. Excia. Revma. D. Antonio de Castro Mayer, Bispo de Campos. Há quarenta anos é ele um dos mais insignes batalhadores contra a subversão que primeiro se esgueirou na Igreja,
-------------------------------------------
Estas foram as palavras do General Souza Mello:
"Ilustres e dignos membros componentes desta Mesa, que dirige esta solenidade, Autoridades civis, militares e eclesiásticas, senhoras e senhores, colônia polonesa aqui presente.
É motivo de especial satisfação eu ser distinguido pelo ilustre Presidente do Conselho Nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, Prof. Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, com um convite para participar desta cerimônia da inauguração do auditório de tão importante e conhecida entidade.
Confesso que, ao penetrar nesta colmeia de obreiros do Cristianismo, na fidelidade aos seus ideais, com decisivo propósito de lutar com destemor, fé e entusiasmo, na preservação dos sagrados fundamentos que sustentam a edificação da Pátria, senti o ritmo emocionado do meu coração, de intenso civismo na vibração harmônica com o coração da juventude e intelectuais alistados espontaneamente e por convicção, nesta Sociedade, para empenhar-se, de corpo e alma, na luta bendita sob o signo da Cruz, que resplandece da forma incandescente sobre os destinos gloriosos da humanidade cristã. É, pois, com justificado sentimento de grandeza cristã e de fortes anseios e esperanças de maior grandeza das conquistas morais, das tradições nacionais, e da valorização da família, que dou por inaugurado este magnífico auditório!
Na posição de simples cidadão, neste ato de condecoração, mais se engrandece o meu espírito quando elevo o pensamento na simples condição humana para reconhecer a grandeza do gesto de homens lutadores pela liberdade contra o comunismo internacional que domina pela força para destruir a integridade, a soberania e a independência de sua pátria — a Polônia. É pois no reconhecimento ao passado de uma vida de autêntico e constante combatente em defesa da civilização do mundo ocidental, cristã e democrática, na preservação dos valores culturais e tradicionais de uma sociedade multissecular, que o Presidente dos milhões de poloneses livres emigrantes políticos nos países ocidentais, Conde Julius Sokolniki, resolveu outorgar-me no seu mais elevado grau a Grã-Cruz da Ordem da "Polonia Restituta", instituída no ano de 1921 para rememorar a bravura do povo polonês tendo à frente das suas tropas aguerridas o ínclito Marechal José Clemente Pilsudski, que derrotou os exércitos comunistas, alcançando memorável e inédita vitória na guerra de 1918-1920. É pois com imensa satisfação, e até mesmo orgulho, que recebo tão alta distinção, ao alinhar-me entre singulares vultos projetados na História mundial: o Duque de Kent, Lord Mountbatten, General Montgomery, Marechal Foch, General de Gaulle, General Eisenhower, e entre outros o ardoroso e tenaz anticomunista Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, aqui presente. Não poderei deixar de assinalar que portar esta condecoração identifica os seus recipiendários, nos anseios e aspirações convosco, na evocação das glórias polonesas por vós mantidas para exaltação do passado, emulação das gerações contemporâneas e o despertar das vindouras. Ainda mais me sensibiliza esta cerimônia receber a venera das mãos de um ex-combatente da segunda Guerra Mundial, Coronel Aviador Tomasz Rzyski, que comandou o famoso Grupo de Caça 303 das Forças Aéreas Polonesas junto à RAF, e ser realizada em salão suntuoso e sóbrio da intimorata organização Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, verdadeira fortaleza a resistir às investidas ideológicas, sob diversificadas formas de penetração e de proselitismo, que o movimento comunista internacional utiliza como forte instrumento de ação no quadro da sua guerra única e permanente para conquistar e escravizar os povos livres. Conclamo a todos os cidadãos brasileiros, particularmente a juventude pátria, aqui representada na juventude da TFP, e demais patriotas de todas as nações do mundo, que se firmem na fé do Cristianismo e se fortaleçam nas tradições da formação histórica de liberdade e independência de suas nacionalidades, para enfrentar com determinação a luta ao marxismo-leninismo, dando continuidade às ações em vigilância e nos combates.
Sr. Presidente Plinio Corrêa de Oliveira, Sr. Coronel Tomasz, as palavras dos discursos de V. Excias. muito me desvaneceram com os honrosos conceitos emitidos pela fidalga generosidade. E quis V. Excia., Sr. Coronel, integrar-me no forte espírito de seus compatriotas, no sofrimento deste transe duro e penoso, a exigir sacrifício de toda natureza e grande esforço para sobreviver.
Creio que bem compreendi o apaixonado drama que vivem os milhões de poloneses no exílio. Resta a todos orarmos a Deus, rogando pela sua divina justiça que poderá tardar e jamais falhará.
Ao renovar os meus agradecimentos, nestas poucas palavras, o faço no penhor da minha satisfação e por sentir-me honrado em ser incluído na dignificante Ordem da "Polonia Restituta". Muito obrigado".
O General Humberto de Souza Mello, o prefeito Miguel Colassuono, o prof. Plinio Corrêa de Oliveira e D.Antonio de Castro Mayer desatam a fita simbólica inaugural.
O Sr. Bispo de Campos celebra a Santa Missa no novo auditório, tendo como acólitos os Srs. Prof. Paulo Araujo de Brito Filho e Luiz Nazareno Teixeira de Assumpção Filho, diretores da TFP.
O público presente ao ato lotou completamente o auditório São Miguel, como se vê neste aspecto parcial. A decoração, que aliou o conforto moderno com motivo de inspiração medieval, é do Eng.o Adolpho Lindenberg.
Antes da cerimônia inaugural: Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, D. Antonio de Castro Mayer, Desembargador Gentil do Carmo Pinto, General Humberto de Souza Mello, Sr. Paulo Macedo de Souza, Prefeito Miguel Colasuonno, Deputado Januário Mantelli Neto e Coronel Tomasz Rzyski.
No "cocktail" oferecido ao Gen. Souza Mello: Sr. Álvaro Amaral, Des. e Sra. Gentil do Carmo Pinto, D.a Beatriz Barros de Ulhôa Cintra. - Prefeito Miguel Colasuonno e Gen. Franco Pontes.
Príncipe D. Luiz de Orleans e Bragança, o Encarregado de Negócios do Vietnã do Sul Sr. Nguyen Van Ngoc, Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança, Sr. Caio Vidigal Xavier da Silveira.
O Presidente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo e Sra. Gualter Godinho, General Humberto de Souza Mello. - Coronel e Sra. Mário Castro Pinto, D.a Marília Souza Mello.