A Sociedade Uruguaia de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) está difundindo com grande êxito seu livro Izquierdismo en la Iglesia, "compañero de ruta" del comunismo en la largo aventura de los fracasos y metamorfosis.
A tese central do livro [resumida em Catolicismo no. 312, de dezembro de 1976] desenvolve pormenorizadamente com base em mais de 300 documentos — as fases do grande "show" tupamaro montado pelo comunismo internacional para subjugar o Uruguai. Nesse "show", a quase totalidade dos Bispos e parte impressionante do Clero atuaram primeiramente como cúmplices do terrorismo e depois, quando este foi derrotado, passaram à ação sub-reptícia no sentido de criar um clima de distensão favorável à volta dos marxistas e a criar antipatias contra os anticomunistas.
Todos intuíam, mas ninguém ousava publicar
Como reagiu a opinião pública uruguaia diante do momentoso e importante livro?
A obra transformou-se logo em best-seller e já no primeiro mês vendeu-se a metade da primeira edição. O livro esta sendo distribuído por livrarias e bancas de jornais da capital uruguaia e do interior, além da venda efetuada pela própria TFP em sua sede. Esquerdismo na Igreja, "companheiro de viagem" do comunismo figura como a obra mais vendida nas pesquisas divulgadas pelas mais importantes livrarias do país como Feria del Libro, Papacito, Monteverde, Atenea, Libros Palace, Acali.
A repercussão extraordinária do livro fez que ele se tornasse assunto candente nos encontros sociais, gerando grande número de pronunciamentos, artigos e editoriais divulgados pela imprensa.
O homem da rua uruguaio, simples e silencioso, que considera o progressismo como um tumor enquistado na Igreja Católica e um perigo para sua Pátria, viu com alivio e satisfação a publicação do estudo objetivo da TFP. Prova dessa boa acolhida são as numerosas cartas de leitores estampadas nos jornais, bem como artigos sérios sobre a temática do livro.
Tais cartas — que refletem o sentimento de grande parte do povo uruguaio — em geral pedem que os Padres conservadores se pronunciem sobre a situação dos católicos junto a seus Bispos e demais hierarcas da Igreja do Uruguai. Ao jornal El Diario, de Montevidéu, uma leitora escreveu o seguinte: "A acusação da TFP é muito sólida e explica algo que todo mundo intuía, mas que ninguém se animava a publicar. Os fiéis esperamos uma palavra daqueles Sacerdotes que ainda não se comprometeram com o comunismo".
Cisma e heresia na Igreja uruguaia?
Um profundo editorial de El Pais, o major jornal do Uruguai, intitulado "Esquerdismo na Igreja, companheiro de viagem do marxismo", comenta os fatos narrados na obra e convida a "refletir sobre o fato indubitavelmente grave de que a Igreja continue sendo guiada em seus diversos níveis hierárquicos pelos mesmos maus Pastores que a arrastaram para a tolerância e cumplicidade em relação à revolução e ao terrorismo de origem externa". Num comentário publicado em outra ocasião sob o título "No banco dos acusados", El Pais afirma, sobre a obra da TFP: "Mas sua significação aumenta e não pode ser afastada quando se adverte que os hierarcas eclesiásticos nela mencionados, aos quais se atribui conivência com as forças que tanto mal fizeram ao pais, continuam nos postos supremos, da Igreja uruguaia".
"Nosso livro é uni verdadeiro desafio. Diante dele, a Conferência Episcopal Uruguaia tinha duas opções. O desmentido polêmico ou o silêncio. Diante da impossibilidade de responder, ela optou por calar, julgando que logo as acusações cairiam no olvido, dada a atonia e superficialidade que vêm evidenciando as massas contemporâneas. Resta saber se o povo uruguaio chegou a tais abismos de atonia". Com essas palavras, um dos membros da Comissão de Estudos da TFP uruguaia, autora de "Esquerdismo na Igreja, "companheiro de viagem" do comunismo" inicia entrevista exclusiva concedida a El Pais (6-2-77), sob o título de "Cisma e heresia na Igreja uruguaia?". O jornal observa que durante o diálogo com os autores do "livro-denúncia do momento", estes reafirmaram seu desafio, "não descartando que se tenha posto a descoberto um verdadeiro caso de cisma e favorecimento de heresia" no Uruguai.
O desabafo de consciências atribuladas
Por outro lado, numeroso público tem visitado a sede da TFP uruguaia para comprar o livro e em geral aproveita para narrar aos cooperadores da entidade tristes histórias de casos de colaboração de eclesiásticos com a barbárie marxista em suas paróquias. Pouco a pouco, uma interrogação vai tomando a alma dos uruguaios: Que nova crise provocará o comunismo ou o progressismo no futuro? Que fará o Clero demolidor para entregar a Pátria à tirania comunista?
Patrões e operários, professores e alunos, ricos e pobres encontram na TFP um desabafo para suas consciências atribuladas pelos desmandos do comuno-progressismo. Ouve-se queixas como esta: "Meu pároco esteve na marcha da Frente Ampla [coligação marxista que apresentou o candidato comunista Seregni para disputar as eleições presidenciais de 1971, tendo conseguido a votação insignificante de 18%] à qual o Padre comparecia para conferências".
Silêncio, ataque, adesões
Como reagiram os Eclesiásticos em relação ao best-seller da TFP uruguaia?
Com uma exceção, a resposta do progressismo foi o silêncio. E quem cala consente. O único pronunciamento eclesiástico foi de um Pe. Faget, em sermão na Missa de 19,30 h, do dia 19 de dezembro, na igreja paroquial de São João Batista. Segundo o Sacerdote, o livro da TFP só narrava calúnias de princípio a fim. A entidade foi notificada dos ataques por fiéis que telefonaram para sua sede indignados com o Padre, e manifestando solidariedade à TFP. Ante o injusto ataque, a Sociedade interpelou publicamente o Pe. Faget nos seguintes termos:
- "Se ele não disse o que se lhe atribui, que o DESMINTA;
- Se ele disse o que se lhe atribui, que PROVE;
- Em nenhum, em nenhum caso, que se CALE.
A TFP solicita também que o desmentido ou a confirmação lhe seja enviada por escrito fonte com a autorização para ser publicada.
Ao nos dirigirmos ao Pe. Faget desta maneira, baseamo-nos no preceito do Evangelho: "Seja pois vossa linguagem: sim sim; não, não" (Mt. 5, 38)".
Mas de dentro das fileiras tradicionalistas do Clero a TFP do Uruguai recebeu numerosas cartas de adesão, de Sacerdotes que sofrem no alijamento de seus cargos ou no silêncio temeroso das ameaças de sanções canônicas.
Repercussão na Europa
Com a publicação do manifesto de 1000 Padres Espanhóis, de apoio ao livro A Igreja do Silêncio no Chile, tema de meditação para os católicos espanhóis, editado em Madrid pela Sociedade Cultural Covadonga (ver Catolicismo no. 313, de janeiro de 1977), começou a repercutir na Europa o best-seller da TFP uruguaia. Pois na apresentação do referido documento, — publicado nos 25 maiores jornais da Espanha — a Sociedade Cultural Covadonga menciona Izquierdismo en la Iglesia, "compañero de ruta" del comunismo como importante comprovação do triste caminho empreendido pelos progressistas. Em consequência, numerosos espanhóis já manifestaram com avidez o desejo de conhecer a obra da TFP uruguaia.
Também na França associações de Sacerdotes anticomunistas franceses pediram o livro publicado por aquela entidade.
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Como vemos, o grosso da opinião uruguaia definiu-se calorosamente a favor do livro da TFP. Diante desse apoio estrondoso, torna-se cada vez mais patente o silêncio da Hierarquia Eclesiástica. Isto é uma prova fidedigna da carência de apoio popular do progressismo católico, infelizmente apoiado no país vizinho, pela quase totalidade do Episcopado.
Realizou-se em São Paulo, de 27 a 30 de janeiro, a XXX Semana Especializada para a Formação Anticomunista (SEFAC), promovida pela Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP).
O encontro reuniu nas sedes daquela entidade oitenta jovens dos Estados do Ceará, Pernambuco, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Na sessão de encerramento, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP, desenvolveu o tema "Atualidade do anticomunismo no mundo moderno", conclamando os jovens a servirem em seus respectivos ambientes os sagrados princípios da Tradição, Família e Propriedade, fatores básicos da civilização cristã.
As conferências e círculos de estudos foram realizados numa atmosfera de seriedade e fé, versando as palestras sobre aspectos da doutrina e da ação anticomunista, considerados à luz dos princípios cristãos, para a formação dos jovens em nossos dias.
Entre os diversos conferencistas, figuraram os Profs. Paulo Corrêa de Brito Filho e Antonio Dumas Louro, os Srs. José Lúcio de Araújo Corrêa, Nelson Fragelli, João Clá Dias e Lauro Quintiliano.
As SEFACs são organizadas periodicamente pela TFP, geralmente durante as férias escolares, para formar jovens que possam atuar junto aos colegas a fim de conter, por uma ação lógica e persuasiva, a expansão de ideologias desagregadoras dos princípios fundamentais da civilização cristã.
RETIFICAÇÃO DO SR. BISPO DIOCESANO
Campos, 5 de fevereiro de 1977.
Sr. Editor de "Extra"
Rua General Flores, 518/22
01129 — SÃO PAULO SP
Com atenciosas saudações, venho, como secretário do Exmo. Sr. Bispo de Campos, D. Antonio de Castro Mayer, pedir uma retificação ao que estampou a publicação "Extra", ano 1, no. 3, fevereiro de 1977, lançada pelas "Edições Símbolo" (São Paulo), na qual figura como titulo geral "Documentos da CNBB", sendo o título específico "Igreja e governo".
Apresenta "Extra" na última capa, como um dos signatários responsáveis pelos documentos publicados, D. Antonio de Castro Mayer. Essa informação não corresponde à realidade.
Grato pela atenção e certo de que V.S. dará publicidade a esta solicitação de D. Castro Mayer, subscrevo-me
(ass.) Gregório Vivanco Lopes
Secretário do Exmo. Sr.
Bispo de Campos
Com o título em epígrafe, publicamos em nossa edição de setembro de 1976 comentários de nosso colaborador Rodrigo Guerreiro Dantas sobre o livro Le Syndicalisme Politique en Accusation, de autoria do empresário francês Roger Le Beon. Por uma omissão que lamentamos, não foi mencionada, como é de praxe, a casa editora e respectivo endereço. Para uso dos leitores interessados, esclarecemos que Le Syndicalisme Politique en Accusation foi publicado pela editora
DIFFUSION DE LA PENSÉE FRANÇAISE
CHIRE-EN-MONTREUIL,
86190 - VOUILLÉ - FRANÇA.