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Em sua nova sede de Campos:

TFP HOMENAGEIA D. MAYER

Com a bênção das instalações pelo Exmo. Sr. Bispo Diocesano, Dom Antonio de Castro Mayer, foi inaugurada no dia 30 de agosto p.p. a nova sede da TFP em Campos, à rua dos Goitacazes, 197.

Dois dias antes, a TFP havia oferecido, no mesmo local, banquete em homenagem a D. Mayer, que completara, no dia 28 de agosto, 32 anos de profícua ação apostólica na Diocese.

Na ocasião, um dos cooperadores da TFP em Campos, Sr. Oberlaender Seixas Bianchini, ressaltou a nomeada mundial do insigne Prelado, por sua atuação em defesa das genuínas tradições da Santa Igreja Católica e por suas Cartas Pastorais. Várias destas alcançaram ampla repercussão internacional, tendo sido traduzidas para outros idiomas, em diversos países das Américas e da Europa.

Agradecendo a homenagem, S. Excia. Revma. salientou a dedicação desinteressada que a TFP sempre lhe proporcionou, especialmente na edição, propaganda e difusão do mensário da Diocese, "Catolicismo". — Não fora a cooperação da TFP, acrescentou D. Mayer, "nosso jornal não teria a penetração que alcançou no norte fluminense".

Destacou ainda o Sr. Bispo a firme e resoluta campanha de todos os dias empreendida pela entidade, no sentido de elucidar o povo sobre os erros e malefícios do comunismo. "É esta uma faceta saliente da TFP que, graças a Deus, também brilha em Campos", concluiu.

A seguir, S. Excia. Revma. aconselhou os cooperadores campistas da TFP a manterem sempre um procedimento retilíneo, sem desconhecer, no entanto, as mazelas dominantes na sociedade hodierna, a serem tomadas em consideração no planejamento de qualquer ação de apostolado.

Ao encerrar, o Sr. Bispo Diocesano deu uma bênção especial a todos os presentes.

D. Mayer benze as instalações da nova sede da TFP em Campos, ladeado pelo Revmo. Pe. Emanuel Possidente, Diretor Espiritual do Seminário Maior Diocesano e pelo Ten.-Cel. Pedro Marcant Jr., Comandante do 56.° Batalhão de Infantaria, sediado na cidade


O DESMENTIDO CATEGORICO DA TFP

Em vista de notícias sem fundamento, difundidas em cadeia por órgãos de imprensa dos mais diversos pontos do País, atribuindo à Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade — TFP, iniciativas irreais ou ações inteiramente alheias à entidade, o Serviço de Imprensa da mesma TFP emitiu em 2 de outubro corrente o seguinte comunicado:

"1. EM 1960, O BRASIL se achava ameaçado por vários movimentos de opinião voltados, todos, para o desmantelamento parcial ou até total da ordem socioeconômica vigente. E muito especialmente para a destruição dos três valores cristãos fundamentais: a tradição, a família e a propriedade.

Com o intuito de preservar esses valores, sem os quais nenhuma ordem pode ser qualificada de autenticamente cristã, idealistas abnegados — que já se haviam assinalado anteriormente em múltiplas atividades vanguardeiras, nas filas do laicato católico — fundaram então a SOCIEDADE BRASILEIRA DE DEFESA DA TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE (TFP).

Segundo o estatuído quando da fundação, o campo de ação da novel entidade deveria ser essencialmente ideológico. E seus métodos exclusivamente os pacíficos.

2. NO DECURSO destas duas décadas, a TFP se tornou conhecida em todo o País por sua ação doutrinária de alto nível, não só cortês em meio às mais árduas polêmicas, como pacífica mesmo ante as mais caluniosas difamações.

A TFP obteve êxitos notórios na defesa da propriedade rural contra a Reforma Agrária socialista e confiscatória, na preservação da indissolubilidade conjugal contra várias das campanhas em favor do divórcio, bem como no esclarecimento da opinião nacional acerca da infiltração esquerdista em largos meios católicos do Pais.

3. NO TÉRMINO desses vinte anos, a TFP acaba de lançar o livro "Meio século de epopeia anticomunista" (Ed. Vera Cruz, São Paulo, 1980, 464 pp.), em que historia todas as suas atividades. Da obra, que está recebendo do público lisonjeira acolhida, já se escoaram mais de 22 mil exemplares. Sua terceira edição está em curso.

4. ENQUANTO ASSIM veio lutando a TFP pela boa ordem e pela tranquilidade da família brasileira, a agitação ideológica de fundo comunista, bem como a violência e a subversão continuaram a abalar de modo incessante o País. Deu isto ocasião a que se avolumassem as correntes subversivas, e numerosos militantes destas últimas fossem detidos para investigação, ou para cumprimento de pena.

5. QUASE AO TÉRMINO dessas duas décadas, generalizou-se no País, aliás com ardoroso apoio de esquerdistas de todos os moldes e graus, a convicção de que uma política de larga confiança e de perdão, visando a libertação tanto dos suspeitos como até dos culpados, abrandaria as tensões, pacificaria os espíritos e restabeleceria a paz no Brasil. Veio, então, a abertura.

6. E COM A ABERTURA veio a democratização, cuja característica é a instauração da liberdade para todos de difundirem suas ideias, no debate sereno e elevado, sem o qual a palavra democracia não passa de ficção.

7. CESSADO para a esquerda e até para a extrema-esquerda o perigo do silenciamento pela repressão policial, eis que — em estranha contradição com tudo isto — dos mesmos meios da esquerda e do centro-esquerda, ontem ainda pregoeiros da impunidade da subversão, e da confiança na inocuidade dos subversivos, começa a surgir uma campanha visando a detração, o desprestígio e por fim o silenciamento dos lidadores ideológicos e pacíficos do anticomunismo, agrupados na TFP. Com o que fica desfigurado o debate doutrinário sereno e elevado indispensável para a democracia.

Vai assim tendo curso a difamação sistemática da TFP, através de órgãos da grande imprensa, como entidade suspeita da prática da violência e até da subversão. Ontem, eram veiculadas sus peitas de participação da TFP nos atentados contra as bancas de jornais. Mal haviam caído ao solo essas suspeitas, por inteira falta de provas ou indícios, ressurgem elas, igualmente infundadas, a propósito de episódios locais em Teófilo Otoni (MG) e Santana do Livramento (RS).

''Contra a TFP fica mais ou menos implícito que se devem voltar assim, desconfiados e sanhudos, os rigores da lei e da repressão policial. Isto é, precisamente os mesmos rigores cuja cessação, em favor da esquerda, era há meses atrás exigida como um postulado da democracia.

Liberdade assim para o comunismo e repressão para o anticomunismo, eis para onde deveria rumar a democracia ipso facto teria então deixado de ser genuinamente democrática, para se transformar em mero instrumento de libertação de quanto favorece o comunismo, e de destruição de quanto a este se opõe. Ou seja, em um processo de sovietização de nosso País.

8. EXEMPLO mais recente disto é a repercussão que vem sendo dada, em órgãos da grande imprensa diária, à notícia de que, segundo jornalzinho local, a publicação "Plateia", impresso na simpática cidade de Santana do Livramento (RS), cooperadores da TFP leriam angariado há dias donativos para a compra de armas destinadas a lutar contra o comunismo.

A notícia da referida publicação, gotejando aliás também outras inverdades vem desacompanhada de qualquer prova. 0 que não impediu que repercutisse ato contínuo em órgãos da imprensa de São Paulo, do Rio e até de Recife, Fortaleza e Belém do Pará.

9. QUANTO À NOTÍCIA referente à cidade de Santana do Livramento e, ao que parece, também a outras localidades do Rio Grande do Sul, a TFP tem a dizer que:

a) Realmente dois cooperadores seus coletaram donativos naquela cidade para custear a atuação pacífica e legal, tão característica da entidade. Está no direito incontestável da TFP fazê-lo, como, aliás, de toda entidade idealista e desprovida de patrimônio.

b) É absolutamente falso que estes donativos tenham sido pedidos para a compra de armamentos. Como também é falso que a TFP possua armamentos ou cogite de comprá-los. Sua luta contra o comunismo, como foi dito, é exclusivamente doutrinária e legal. Igualmente não tem o menor fundamento a afirmação de que a TFP tenha qualquer nexo ou colaboração com entidades que, segundo o jornalzinho, se auto intitulam "Falange Pátria Nova", etc.

c) Os detratores da TFP estão na obrigação de provar suas acusações, sob pena de incidir sobre si mesmos o descrédito que pretendem lançar contra ela.

10. QUALQUER suspeita de que a TFP tenha caráter paramilitar rui ante as afirmações em contrário, de altas personalidades militares das áreas federal e estadual, já oportunamente dadas a público. Entre estas cumpre lembrar a prova de confiança e amizade dada à TFP pelo falecido General Souza Melo, ex-Comandante do II Exército, quando dias depois de deixar o cargo de Ministro-Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, inaugurou solenemente o auditório da TFP; as declarações categóricas e decisivas do então Secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, o falecido Coronel Portinho; e análoga declaração do ex-Secretário da Segurança de São Paulo, Deputado Erasmo Dias. Ademais, possui a TFP em seus arquivos 2.400 atestados de autoridades policiais e municipais das mais diversas localidades do País, certificando o caráter inteiramente pacífico das campanhas efetuadas pela TFP.

11. NADA DISTO tem sido realçado por certos órgãos da imprensa diária, que agora pretendem sobressaltar o Brasil com o noticiário do jornalzinho de Santana do Livramento.

12. A TFP, CERTA de que essas versões difamatórias por sua vez cairão no vazio, desde já alerta a opinião pública contra outras que presumivelmente lhes sucederão."