Eduardo Queiroz da Gama
Nova moda começa a ser insuflada na França. De início discretamente, mas com claros sinais de que pode se transformar em mania: é o que a revista francesa "L'Express" (4/ 10/ 80) denominou de "pais-galinhas".
Desaparece a respeitável imagem do pai de família para dar lugar a uma figura envilecida do homem. O marido aparece como candidato a dona-de-casa, deixando de lado o que os engajados no processo de "engalinhamento" chamam de "velhos preconceitos". As barreiras impostas pelo caráter tipicamente feminino de certos encargos domésticos já não são suficientes para impedir essa nova aventura rumo à degradação do homem e também da própria família. Em semelhantes ocupações, tais maridos e pais desenvolvem habilidades muito próprias às mulheres, como a faxina doméstica, preparação de alimentos infantis, canções de ninar e... afetos "maternos".
Tudo isto não impede que vá crescendo o número de "pais-galinhas". Pelo contrário, há os que sentem atração pelos afazeres de dona-de-casa.
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O trabalho doméstico é, de si, honroso. Pela ordem natural das coisas, entretanto, deve ser ele executado pela mulher, sendo admissível que somente em circunstâncias muito especiais o homem deles se ocupe. Compreende-se, por exemplo, que alguém com a esposa doente, e não podendo contar com o auxílio de terceiros, desempenhe tarefas de si inteiramente femininas, cozinhando em casa, e até mesmo cuidando do bebê.
Homens que se consagraram inteiramente a Deus encarregam-se eles mesmos de todos os trabalhos necessários à boa ordem do convento, sem com isto perder a dignidade própria da condição viril.
Neste artigo, tratamos da questão sob outro aspecto: a tendência revolucionária de inverter a boa ordem, transferindo ao homem o que normalmente deve constituir atributo da mulher e vice-versa.
Passaremos, pois, à consideração dos fatos.
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A cadeia francesa de televisão "Antenne" iniciou, em 17 de outubro do ano passado, a transmissão de um seriado inspirado no livro intitulado "Papa Poule" (Papai-galinha). Seu autor, o escritor Daniel Goldenberg, é ele mesmo um "pai-galinha" frustrado. Divorciado, não queria porém separar-se de seus filhos, pretendendo conservá-los consigo, no que foi contrariado pela esposa. Atitude compreensível, não fosse o estranho desejo de Goldenberg de se ocupar das funções próprias ao sexo feminino.
Curiosa coincidência — ou promoção publicitária mais ampla do que à primeira vista pareceria — fez surgir, nos Estados Unidos, quase concomitantemente com o livro de Goldenberg na França, o filme "Kramer contra Kramer". A película gira em torno de uma vida familiar fracassada. Por incompatibilidades, a mulher abandona o lar, deixando um filho aos cuidados do marido. Este, desejando se encarregar pessoalmente da educação da criança, realiza, além de suas tarefas normais, os trabalhos domésticos, transformando-se num "pai-galinha". Recusando qualquer ajuda alheia no atendimento da criança, dispensa a ela cuidados "maternais". Arrependida, a esposa retorna à casa, sendo prontamente repudiada por pai e filho como personna non grata.
Baseada na película e no livro, "L'Express" descreve, em reportagem de três páginas, de modo ao mesmo tempo simpático e jocoso, alguns casos de pais que tomam a si as ocupações caseiras, para encontrar nisso uma nova "dimensão da paternidade". Maridos que, tornando-se viúvos, ou divorciados com direito à educação das crianças, assumem totalmente os cuidados para com os filhos, mesmo recém-nascidos, negando-se a contratar uma babá ou confiar tais encargos a parentes do sexo feminino.
"Eu não era 'pai-galinha' no começo, mas essas crianças têm sido para mim uma revelação. [...] Elas moram comigo e não passam em casa de meus sogros senão o dia de domingo", declara o viúvo Philippe Mauge, de 40 anos. Seus dois filhos, Fabrice e Olivia, têm 6 e 3 anos de idade.
Como se vê claramente, o Sr. Mauge é um "pai-galinha" por convicção. Com filhos tão pequenos e parentes que certamente poderiam auxiliá-lo, prefere ele desincumbir-se diretamente dos serviços do lar e dispensa a seus filhos um afeto "maternal". Entretanto, reconhece a necessidade da mãe numa família, ao declarar: "Eu não desejo, de imediato, casar-me novamente. Mas, sem mãe, falta às crianças um ponto de referência". Por que, então, não permitir que elas pelo menos gozem do afeto e cuidados das parentas?
Jean-Pierre Apparu defende opinião contrária. Jornalista, crê que "a pequena colmeia pode subsistir sem rainha". Vive só com seus dois filhos homens, de 10 e 12 anos, auxiliado de quando em quando pelos vizinhos, ao precisar se ausentar por necessidade de sua profissão. Não é, certamente, uma educação exemplar a que Jean-Pierre dá a seus pequenos, pelo que facilmente se deduz desta declaração de sua autoria: "Meus filhos me educam. Eles adquiriram mesmo direito de velar sobre minhas relações femininas".
Os casos acima citados foram todos eles causados pela viuvez. Entretanto, como esclarece "L'Express", essas situações se passam, por vezes, em outras circunstâncias, como em caso de separação dos pais ou mesmo na vida familiar normal.
A legislação que rege a separação do casal, comum a quase todos os países, é causa de frustração de muitos divorciados, candidatos a "pais-galinhas".
Um deles, Stéphane Ditchev, divorciado, 36 anos, gostaria de cuidar da educação de suas duas filhas, de 9 e 5 anos, mas elas foram confiadas à guarda de sua esposa. Não podendo realizar seu desejo, espera-as de tempos em tempos na saída do colégio. Como secretário-geral do "Movimento da Condição Paterna", Ditchev declara que não constitui exceção: "Na França, onde já se conta um divórcio por cinco casamentos, a guarda das crianças é concedida à mãe em 85% dos casos". Somente em 12% dos casos são confiadas à tutela dos pais, e sob condição de que a mulher esteja de acordo.
Com este novo e inesperado fenômeno da vida familiar, temos, ao lado da condenável frieza e relaxamento de certos pais que não se interessam pela educação de sua prole, outros que, por uma inclinação desordenada, tentam conquistar um terreno próprio ao sexo feminino.
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Curiosamente, simultâneo ao surgimento dos "pais-galinhas", dá-se algo que é aparentemente o oposto: o da "libertação" da mulher.
Não há quem não tenha ouvido falar de mulheres que requisitam para si — ó surpresa! — os mesmos direitos que certos "pais-galinhas" abandonam. Desejam as chamadas "feministas" acabar com a supremacia do homem sobre a mulher, com a dependência econômica desta ao marido, bem como ao lar (o que já é fato consumado, em alguma escala), e estabelecer igualdade de condições entre ambos — o que é antinatural —, de maneira que a mulher possa desempenhar qualquer função sem estar sujeita à "discriminação" de sexo.
É sob o influxo de tal mentalidade que vemos, cada vez mais, e por vezes de maneira alarmante, trabalhos próprios ao homem, bem como outros tradicionalmente realizados por este, sendo executados por mulheres. Na Alemanha, por exemplo — segundo o jornal "O Povo", de Fortaleza (24/ 2/ 80) — moças exercem a profissão de mecânicas. O governo alemão, em colaboração com empresários, abriu 150 vagas de mecânicos, que foram preenchidas por candidatas.
Enquanto isso, informa a revista norte-americana "Newsweek" (de 14 de abril de 1980) que rapazes adotam a profissão de "empregadas domésticas" em Paris, arrumando camas, cuidando do bebê da patroa, empunhando o espanador e o pano de lavar pratos...
Numa época em que a extravagância e a loucura praticadas por pessoas que se diriam normais invadiram o quotidiano da vida, não é de se estranhar que mais este desvario apareça. E ninguém, em sã razão, pode garantir que ele não se espalhará rapidamente pelo mundo, uma vez que hoje em dia os procedimentos humanos mais capazes de se propagar são precisamente os mais desatinados. Vêm eles assistidos por uma misteriosa força propulsora, e uma estranha capacidade de repercutir em certos ambientes — sobretudo em alguns órgãos de comunicação social —, como em verdadeiras caixas de ressonância, que se torna difícil lhes tolher os passos.
Tivemos nos anos 60 a onda do "hippismo" que contagiou o mundo. Este aparentemente saiu de moda. Na realidade recolheu-se para concentrar seus efeitos maléficos e gerar um filho ainda pior: o "punkismo" dos anos 70. Jovens monstrificados, com feições intencionalmente desfiguradas, corpos retalhados ou mutilados, imersos num ritmo frenético, sucederam aos "hippies" sujos e vagabundos, perambulando sem eira nem beira.
Pelo seu próprio dinamismo, as paixões humanas tendem cada vez mais a seu próprio paroxismo. Dado o primeiro passo, depois de uma fase de "hibernação", explode mais adiante em uma outra extravagância ainda mais radical. Este dinamismo foi magistralmente descrito pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu livro "Revolução e Contra-Revolução" ("Catolicismo" n.° 100 — Suplemento — 1959, p. 24): "Essas tendências desordenadas se desenvolvem como os pruridos e os vícios, isto é, à medida mesmo que se satisfazem, crescem em intensidade. As tendências produzem crises morais, doutrinas errôneas, e depois revoluções. Umas e outras, por sua vez, exacerbam as tendências. Estas últimas levam em seguida, e por um movimento análogo, a novas crises, novos erros, novas revoluções. É o que explica que nos encontremos hoje em tal paroxismo da impiedade e da imoralidade, bem como em tal abismo de desordens e discórdias".
Por outro lado, a extravagância que hoje é praticada por uns poucos "ousados", amanhã será a regra para todos. Com vistas, pois, a lançar um brado de alerta a espíritos desprevenidos é que chamamos a atenção para um fenômeno que hoje podemos considerar uma extravagância entre outras, mas que, à força de a presenciar com frequência, amanhã poderemos tomá-lo como prática normal. E habituar-se ao que fere a ordem natural é voltar-se contra Deus, o Criador da natureza.
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Nesse vale de lágrimas, não são raras as vezes em que a tragédia nos bate à porta e desvia o curso de nossas vidas. Tal é a morte que tolhe ainda na juventude uma mãe, um pai, ou ainda uma irreconciliável briga familiar. É possível que se veja uma mulher na contingência de conseguir seu sustento, ou um homem na premência de executar trabalhos domésticos. Contudo, dois mil anos de civilização cristã provam que tais situações podem ser sanadas ao longo do tempo sem precisar tornar-se regra a inversão de valores e da ordem natural das coisas.
Não será, pois, a abolição de todas as leis ou normas de vida, de todas as desigualdades naturais existentes entre o homem e a mulher, que resolverá os problemas da sociedade moderna. Pelo contrário. Como vimos acima, concedidas tais "liberdades", logo outras serão reclamadas, o que nos conduziria, gradativa mas inexoravelmente, para o abismo anárquico desejado pelo comunismo.
D. Maria das Dores Vieira Braga, Juiz de Fora (MG): "Sou leitora de longa data de CATOLICISMO e aprofundo os meus conhecimentos com "Um peregrino em Belém de Judá", " Contrastes harmônicos na alma de um grande santo", "A fumaça de satanás no Templo de Deus", etc."
Dr. Alcy Gigliotti, Catanduva (SP): "órgão de evidente objetividade, com matéria variada e atraente. Apreciei a forma nova, de revista, dada ao mesmo."
Sr. Francisco Antonio de Almeida Monteiro, Recife (PE): "Continuem denunciando aos verdadeiros católicos a ação nefasta dos comunistas de batina."
Sr. Antonio Paulo Veiga, Ribeirão Preto (SP): "No entardecer dos derradeiros dias de nossa Civilização, que parece preste a deixar apagar suas últimas luzes, CATOLICISMO representa aos católicos sinceros, um autêntico farol que os ilumina no tortuoso e confuso caminho, trilhado atualmente por todos.
Quero deixar aqui gravada minha profunda indignação pelo conteúdo do livreto "Mês de Maria", apresentado no artigo "Progressismo distorce história sagrada", publicado pelo mensário na edição de setembro último.
A escuridão e abominação são hoje tão concretas que nos vêm à lembrança as palavras do Profeta Daniel: "Quando a abominação da desolação estiver posta no lugar santo..." Até quando os homens poderão zombar de Deus?
A insistência em demolir as mais sagradas verdades de Fé tornou-se obsessão dos homens comprometidos com o poder das trevas. Só podemos execrá-los do fundo da alma.
Ao contrário, claridade e profundo mergulho na Doutrina Católica está presente no artigo de Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, "Volta à torre de Babel?". Acredito ter sido aquele artigo o mais importante pronunciamento àqueles que meditam no grandioso mistério de Nossa Senhora. Suas palavras baseadas no texto de São Luís Grignion de Montfort são simplesmente ofuscantes por tanta luz derramada; trazendo-nos um tão grande bem-estar de alma, anima-nos a continuar na luta contra as forças do Mal.
Aos que tanto têm colaborado para sustentar os pilares da Fé Católica, nosso infinito muito obrigado assim como nossas preces constantes."
Na famosa província do sul de Portugal — pitoresca e característica como poucas — florescem modos peculiares de vida e de alma que mostram riquezas e virtualidades insuspeitáveis do homem.
O Algarve fica aquém do Mediterrâneo, numa região onde o horizonte se abre na amplidão do Atlântico. Ali os antigos atribuíam a seus insignes heróis Hércules e Ulisses a glória de haverem chegado. Nessas costas, já não se medita apenas, como entre as paredes do Mediterrâneo, mas sonha-se com grandes coisas. E isto contagia em graus diversos toda a população portuguesa que não se tenha deixado despersonalizar no decorrer dos séculos.
Nas costas do Algarve, a vida transcorre lenta e frutiferamente, entre o trabalho e o descanso, entre as durezas e as fantasias, forjando tipos humanos de lei.
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A primeira foto fixa o momento em que, depois de apanhar o atum, os pescadores se movimentam no auge do esforço. Levantaram-se de madrugada, partiram e lançaram certeiramente as redes nas águas salgadas; levaram de arrastão os enormes e agitados peixes, que fazem espuma com seu terror. Agora os algarvios lançam-se sobre as presas com a atenção, destreza e energia com que o Divino Mestre mandou os pescadores da Galiléia trazerem almas. Nesse rincão do Algarve, como se vê, a pesca foi abundante.
Trabalho e resultado pletóricos. A sesta também deve sê-lo.
Enquanto o sol se expande generosamente, e as sombras aos poucos se alongam, o homem se recolhe. Na alva casa de pescadores da segunda foto, há uma aparente inércia. No interior, obscuridade. Mas, como certas plantas, os sonhos se desenvolvem mais nas sombras. A casa está fechada. Aí o descanso se oferece inteiro e exuberante, depois da grande fadiga. Fora, silêncio, limpidez. Dentro, a fadiga e o contacto familiar com o Atlântico fazem sonhar. E o sonho, como nuvem invisível, sobe cotidianamente pelas paredes caiadas e, ao sair pela chaminé, se cristaliza em rendilhados de reminiscências arabescas.
O são contacto com a realidade produz o são contacto com o mundo dos sonhos. O equilíbrio, geralmente, rompe-se quando a primeira não é assumida apropriadamente em todo o seu impacto. Ir ao segundo sem caminhar pela primeira é como a ave que possuísse uma só asa. Quando, na verdade, o pensamento só voa com segurança pelos céus da metafísica quando equilibra a asa do sonho com a outra da realidade.
O descanso é como a arte. Mas nem sempre os antigos souberam ensiná-la às gerações posteriores, como se transmite de pai a filho o ofício de um artesão.
Trabalhando ou descansando demasiado — ou demasiado pouco —trabalha-se mal e se descansa mal. A boa administração das horas e das forças economiza tempo e rende vida.
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Nessa matéria ainda se encontram no Algarve magníficos exemplos. Abundam os personagens populares com a maturidade e o viço das frutas de árvores que absorveram seiva, sol e sereno durante anos, respeitando o processo protetor das estações e os ritmos da natureza.
Uma árvore é uma árvore, mas na fruta madura oferece naturalmente o melhor de si, com algo que se diria participante de uma ordem superior. Na fruta, a árvore como que sonha. Assim o homem em relação à atividade que realiza.
Analisemos dois algarvios característicos, que ilustram melhor do que qualquer teoria a respeito.
O primeiro (terceira foto) tem uns cinquenta anos e seu rosto mostra uma singular harmonia entre os perfis angulosos e avultados. Experimenta vida árdua, mas não perdeu sua afabilidade. Embora sua postura indique certo cansaço, seu espírito é vivo e empreendedor. Está pronto para a faina, como para a boa conversa. Dá a conhecer também sua constância, tenacidade, sem que estas o dispensem de prever algum perigo ou alguma brusca mudança de circunstâncias: a experiência o preparou para as eventualidades.
É agudo no observar e recordar. No cachimbo, como nas mãos, calosas, parece levar um caudal de experiências inesgotáveis, aptas a serem consideradas e reconsideradas em qualquer momento livre. Sua agudeza e reflexão lhe conferem um fundo de certa ironia na observação das coisas, não faltando desconfiança e perspicácia típicas, diga-se de passagem, do algarvio.
Sua pobreza notória desaparece ante a riqueza de sua personalidade. O chapéu apresenta-se como uma auréola de sua perícia.
Em nosso segundo personagem (última foto) destaca-se a dignidade sobranceira. Embora mais idoso que o primeiro, irradia um frescor — bastante sadio — que adorna sua indiscutível autoridade de velho lobo-do-mar. Os ombros e o busto lhe conferem a postura de um autêntico dignitário do mar. As maçãs do rosto e o nariz brilham com o fulgor da aventura. Ele sabe quem é — nem mais nem menos — e tem consciência de que pode ensinar no plano em que se tornou mestre. Mas, sempre guiado pela prudência, não se mete naquilo que não conhece.
Atingiu um grau de dignidade própria, que ostenta sem dificuldade nem afetação alguma. Identificou-se com o sonho de sua meninice, e o alcançou.
No ombro esquerdo leva um saco como se fosse um manto. E nele parece carregar o acervo de suas peripécias marinhas, como um tesouro de honra. Seu chapéu, modelado adequadamente pelos ventos da proeza, projetam sombra num olhar sério, respeitoso para consigo e para com o próximo, e com a superioridade de quem fez aquilo com que sonhou, a ponto de converter-se em legenda para as gerações futuras.
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Na legenda, a realidade e o sonho como que se confundem. O labor diário, duro e ordenado, os momentos de espairecimento de espírito nas densas e profundas pausas, vão combinando por um lado a experiência e a apreciação da realidade, e por outro, expandem as fronteiras do idealizável e do possível.
O trabalho bem dirigido converte, em certo sentido, o sonho em realidade. A realidade converte em sonho o labor. O do lobo-do-mar, por exemplo. O sonho transforma o descanso em realidade vindoura. E a realidade materializa o sonho no trabalho... A questão é seguir a ordem natural das coisas.
Realidade, honra, heroísmo. Quantas páginas de epopeia escreveu na História o Portugal dos sonhos e das realidades! Mar, costas marítimas, embarcações, descobrimentos. Grandes sonhos que se condensaram em grandes realidades. Uma destas chama-se Brasil.
As fotos comentadas nesta página foram extraídas da evocativa obra "Algarve", de Artur Pastor (Lisboa, 1965)