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Forças conservadoras crescem nos EUA

Já no segundo dia da administração Reagan, 22 de janeiro, aniversário da funesta decisão da Corte Suprema norte-americana permitindo o aborto, dezenas de organizações conservadoras encheram as ruas de Washington, promovendo gigantesca manifestação.

Apesar do frio intenso, 200 mil pessoas, dentre as quais senadores, deputados federais e personalidades de expressão nacional, desfilaram pela grande Avenida Pensilvânia, saindo das imediações da Casa Branca em direção ao prédio do Congresso. No ano passado, manifestação semelhante teve a participação de 45 mil pessoas.

Convidada, a TFP norte-americana fez-se representar por numerosa delegação. Seus membros portavam as características capas rubras e conduziam os estandartes com o leão áureo sobre fundo vermelho.

Brados em defesa da família e contra o aborto irrompiam entre as estrofes do hino "Tradição, Família e Propriedade".

Os dirigentes do ato público prometeram continuar a luta até cessar nos Estados Unidos o aborto legalizado.

Nas páginas 4, 5 e 6, nosso colaborador Péricles Capanema analisa o fenômeno da Nova Direita, com informações exclusivas obtidas nos Estados Unidos. Na foto, estandartes da TFP americana tremulam diante do Capitólio, ao lado de faixas e cartazes de outras organizações.


Mártires das Missões Estrangeiras no Oriente

Eles não recuaram ante o martírio no Vietnã; enfrentaram torturas na China; remexeram cinzas e encontraram brasas para reacender a chama da Fé, agonizante no Japão havia dois séculos; e derramaram o sangue pela conversão da Coréia. São os mártires da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, cujas relíquias podem ser veneradas na capital francesa. A descrição de algumas cenas emocionantes do martírio desses heróis da Fé constitui o primeiro trabalho de nosso correspondente na França (página 2). Na foto, quadro representando o martírio do Pe. Dumoulin-Borie, em Tonquim (Vietnã). Nas vitrinas, objetos sagrados utilizados pelos missionários e instrumentos de suplicio.


Afeganistão: 500 mil mortos, 2 milhões de refugiados

NOVA YORK — Perto de meio milhão de pessoas já morreram no Afeganistão, enquanto outros dois milhões fugiram do país, especialmente para o Paquistão, segundo informações fornecidas por Sayd Bahaouddin Majrron, ex-professor na Universidade de Cabul.

A fim de quebrar a resistência da população, as forças soviéticas vêm empregando um gás que atinge o sistema nervoso, além de bombas incendiárias e minas disfarçadas em brinquedos. Em consequência, estas últimas vêm fazendo grande número de vítimas entre as crianças.

Por outro lado, Saddunin Shpoon, que trabalhou na representação da ONU em Cabul, afirmou haver muita esperança, entre as fileiras de resistentes afegãos, de vencer os russos. — "Precisamos de vossa ajuda, mas travaremos essa guerra com ou sem a vossa ajuda", disse Shpoon. Começam a circular notícias de que os soviéticos pretenderiam "afeganizar" a luta, deixando a cargo do pequeno exército comunista afegão o combate contra os resistentes antimarxistas.

Na foto, um grupo de resistentes, exibindo armas capturadas aos russos.