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CONCESSÕES AO COMUNISMO: SOBREVIVÊNCIA HOJE, MORTE AMANHÃ

Com o título "A resistência concessiva ante o comunismo: sobrevivência para hoje, morte para amanhã — Reflexões da TFP sobre a situação de El Salvador", a Sociedade Venezuelana de Defesa da Tradição, Família e Propriedade lançou manifesto dedicado ao problema da luta entre o governo e os guerrilheiros na República de El Salvador. Apresentamos a seguir os pontos essenciais desse documento.

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Na aparência, não deveria ter a TFP venezuelana a preocupação de se debruçar sobre questões da política interna de outro país. Os fatos, porém, determinam o contrário, como adiante se verá.

Realmente, depois que a Nicarágua foi brutalmente transferida para a esfera do domínio de Moscou, o caso de El Salvador torna-se mais claro e suas consequências mais do que previsíveis: a implantação de um regime comunista nesse pequeno país. É o que pretende alcançar a guerrilha ali desencadeada artificialmente. Mas como a ambição imperialista de Moscou é ilimitada, o que sucederia depois da eventual queda de El Salvador seria, naturalmente, a tomada do poder na Guatemala, Honduras e toda a região centro-americana, até chegar à Venezuela e aos outros países da América do Sul.

Origens da revolução salvadorenha

Assim, declara a TFP venezuelana que o objetivo de seu manifesto consiste em alertar a opinião pública para o processo que deu origem à revolução de El Salvador.

"Essa nação centro-americana —ressalta o documento — vem sendo traumatizada [...] por circunstâncias não destacadas pela imprensa internacional como fatores que produzem o caos".

"Com efeito, aplica-se em El Salvador há mais de um ano um galopante programa que inclui maciça Reforma Agrária confiscatória e coletivista, assim como uma prejudicial nacionalização dos bancos e do comércio exterior de importantes produtos. Tudo isto, por superior determinação ditatorial", acrescenta.

Tais reformas — prossegue o manifesto — "foram intoxicando a opinião pública, induzindo-a a aceitar um socialismo crescente, e destruindo assim suas resistências antimarxistas". Por outro lado, "estimularam de um modo indireto diversas formas de violência: a dos próprios afetados pelo confisco [...] e a dos elementos subversivos que veem nessas reformas um meio de facilitar a convulsão social completa, por eles desejada".

Lances da ofensiva psicológica comunista

Mais adiante, numa clara advertência à Venezuela, o manifesto da TFP desse país mostra que o caso de El Salvador, mais do que uma luta armada, constitui "uma ofensiva psicológica a favor do comunismo". E nessa ofensiva os marxistas contam não só com a colaboração do regime vigente (socialista, de aparência cristã), mas também com importantes setores da imprensa internacional e com destacadas autoridades políticas e eclesiásticas do mundo livre. A sua ação tem-se desenrolado sempre no mesmo sentido, quer se trate de El Salvador, quer se trate de outros países recentemente conquistados pelo comunismo: Nicarágua, Moçambique, Angola, Etiópia, Vietnã ou Cambodge.

Em todos eles, os regimes vigentes começaram por ser alvos de ataques que, embora denunciassem por vezes aspectos realmente censuráveis, exageravam sobretudo as suas deficiências, bem como os resultados "vitoriosos" da ofensiva militar comunista. E, por outro lado, silenciavam as suas concessões ao marxismo, insinuando, simultaneamente, que "quaisquer que fossem os governos que os substituíssem, sempre haveria vantagens".

Uma vez levado o marxismo ao poder, "os mesmos elementos [imprensa, setores políticos e eclesiásticos] estavam encarregados de apresentar o incêndio marxista como irreversível e incontenível, augurando a outras nações um destino semelhante e incitando-as, direta ou indiretamente, a resignar-se a este".

Na análise do perigo que a eventual queda de El Salvador no comunismo representa para vários países da América, o documento da TFP venezuelana vai mais longe ao referir-se às declarações feitas pelo ex-chanceler daquele país, Dr. Arístides Calvani, secretário-geral da Organização Democrata Cristã de América (ODCA), no sentido de que o verdadeiro objetivo comunista em El Salvador é a Venezuela.

Resistência total ou resistência concessiva?

Como desviar esse perigo? A TFP responde com estas perguntas: "Evita-se o comunismo deixando de lutar, imitando-o e caminhando em direção a ele? Será com capitulações que se afasta o perigo marxista? De maneira nenhuma. Será, então, com uma resistência concessiva, que ao ceder procure diminuir os rancores comunistas, realizando simultaneamente alianças com os semicomunistas em torno de um programa intermediário, com vistas a impedir a vitória do marxismo radical?

"Ou será melhor uma resistência total ao comunismo, que inclua a recusa de todos os seus erros e o uso de todos os meios lícitos para combatê-lo?" — Esta última é, evidentemente, a solução que os verdadeiros anticomunistas devem procurar. Pois se aceitarem eles "um programa semicomunista ou socialista — são equivalentes — as concessões que se vão fazendo no campo psicológico, ao viver nesses regimes e resignar-se a eles, têm o efeito catastrófico [...] de destruir a sua resistência ao comunismo total. Adaptando-se em parte aos hábitos mentais e ao estilo de vida, à forma de sociedade propugnada por Marx, as pessoas perdem a vitalidade para resistir a futuras ofensivas vermelhas".

De concessão em concessão chega-se assim, insensivelmente, ao coletivismo total, conclui a TFP venezuelana. Em resumo, a efetivação de alianças com semicomunistas produz um duplo efeito: ao impedir que o comunismo se imponha amanhã, garante-o, entretanto, para depois de amanhã.

"Portanto, se El Salvador dispõe de recursos — ou seja, certeza nos princípios da civilização cristã e determinação de defendê-los — para empreender uma reação arriscada mas eficaz, simultaneamente contra comunistas e semicomunistas [...] tem aí a sua única saída".

"É ainda indispensável — prossegue o documento — que os anticomunistas venezuelanos estejam alerta para impedir que, de forma análoga ao que sucedeu em El Salvador [...], sejam introduzidas em nosso país reformas confiscatórias, igualitárias e estatizantes. Longe de favorecer a justiça, elas só poderão abrir caminho à penetração comunista".

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Depois de chamar a atenção para a importância e os efeitos da guerra psicológica revolucionária, da qual as alternativas demagógicas, as reformas de caráter socialista e o falso anticomunismo são aspectos frequentes, a TFP venezuelana encerra assim seu manifesto:

"Que Nossa Senhora de Coromoto conceda a nossa pátria sua insondável proteção, para que saiba resistir não só às ameaças violentas do comunismo, mas também a suas. enganosas maquinações, que tão eficazes têm-se mostrado para a sua expansão mundial".

Policial morto por guerrilheiros. É curioso que o sentimento de compaixão dos progressistas não se manifeste também em relação aos combatentes governamentais tombados na luta, mas apenas aos guerrilheiros.

Patrulha do exército salvadorenho depara com um guerrilheiro morto.


Colômbia rompe relações com Cuba: TFP aplaude

BOGOTÁ - A TFP colombiana pronunciou-se a respeito do rompimento de relações de seu país com o regime cubano, enviando a seguinte mensagem de felicitações ao Presidente da República, Sr. Julio César Turbay Ayala:

"A Sociedade Colombiana de Defesa da Tradição, Família e Propriedade — TFP, ao inteirar-se da resolução de Vossa Excelência de cortar relações com o governo que oprime a nação cubana, por causa do apoio por ele prestado à subversão que vem transtornando nosso país, tem a alegria de felicitar a V. Excia. por tal medida. Ao mesmo tempo, a TFP expressa votos de que este seja um auspicioso primeiro passo para efetivamente livrar a Colômbia das infiltrações e doutrinas nela introduzidas de modo impune, durante a última década, pelo comunismo internacional. Agradecendo antecipadamente a V. Excia. a atenção que dê à presente, formulam atenciosas saudações (aa) Álvaro Mejia Londoño, Presidente / Juan Pablo Merizalde Escallón, Secretário."

O Presidente da Colômbia respondeu à TFP de seu país, mediante telegrama, nos seguintes termos:

"Agradeço-lhes muito sinceramente sua estimulante mensagem por ocasião da suspensão de relações colombo-cubanas, que uma vez mais faz presente sua resoluta vontade de servir aos altos interesses da Colômbia. Cordialmente / Presidente Turbay Ayala."

Cambodge: a Igreja em extinção

Durante os massacres realizados pelos khmers vermelhos, os católicos do Cambodge sofreram perseguição e morte, até quase o extermínio. Dos 60.000 existentes antes da queda do país no comunismo, não sobra mais do que um punhado insignificante.

Os Bispos e Padres foram mortos e os poucos católicos que sobreviveram à tragédia não recebem assistência religiosa.

Infelizmente não faltam entre os que restaram alguns colaboracionistas com o comunismo. Uma publicação francesa informa que o antigo secretário do Bispo de Battambang construiu uma capela em sua cidade, inaugurada no Natal de 1979, com a presença de autoridades comunistas.

Não será o regime comunista que perderá com essa aproximação. Os católicos incautos é que sofrerão as maléficas consequências de tal colaboracionismo. (Agência Boa Imprensa — ABIM)

Palermo volta ao lampião a gás

ROMA — Palermo, a simpática capital da Sicília, transfigura-se à noite. Os principais monumentos da cidade iluminam-se com tonalidades variadas, ressaltando o esplendor da igreja árabo-normanda, da catedral normanda ou dos antigos palácios.

Entre as inovações evocativas introduzidas recentemente na iluminação de Palermo, inclui-se a volta ao romântico lampião a gás, que a partir de dezembro último passou a iluminar algumas partes da cidade. A ideia de introduzir uma iluminação diferente da vulgar lâmpada elétrica ou da fria luz neon é do engenheiro Roberto Parisi, diretor da Icem, empresa encarregada dos serviços de eletricidade de Palermo.

Parisi, além de dotar sua cidade com um sistema de iluminação original, calcula que sua empresa permitirá uma economia de cerca de 400 milhões de liras anualmente, graças às inovações introduzidas. (Agência Boa Imprensa — ABIM)

Mártires da Ucrânia

De abril de 1944 até nossos dias, dez Bispos, 1.400 Padres, 800 religiosas e milhares de fiéis foram vítimas da feroz perseguição desencadeada pelo comunismo na Ucrânia. Essa monumental cifra dos que morreram pela Fé católica consta de um relatório divulgado em Roma, de autoria do Cardeal Josyf Slypij, Arcebispo-mor dos católicos ucranianos.

Há anos, enquanto aplicam a tática do sorriso em relação ao Ocidente com o objetivo de anestesiar sua reatividade ao comunismo, os títeres dê Moscou promovem perseguições àqueles que mantêm sua fidelidade a Deus e à verdadeira Igreja. (Agência Boa Imprensa — ABIM)