P.30-31

| [QUADRINHOS] | (continuação)

... onde recebe jubilosa acolhida.

– Vocês não sabem o que aconteceu...

Quando Alcides acaba de narrar a história:

– Olhe, domingo é Natal. E eu quero ter o prazer de receber vocês da TFP lá na fazenda.

Noite de bênçãos, noite de paz... Todos se reúnem aos pés do Divino Menino que veio ao mundo para nos salvar.

– Este foi um ano difícil, mas graças a Deus a paz voltou a reinar em nossa região, e sobretudo nos corações.

Na hora dos presentes:

– No ano que vem, logo que a situação permitir, todos terão seus salários aumentados.

– Deus abençoe você e a Mariazinha.

Também a TFP deixa uma recordação de sua visita:

– Oferecemos este quadro de Nossa Senhora de Fátima, pedindo que Ela ajude a todos e proteja sempre nosso querido Brasil.

– Leve um abraço da parte de todos nós ao Dr. Plinio, esse grande católico e ilustre brasileiro.

– FIM –


| ORGANISMOS RELIGIOSOS ARTICULAM AS AGITAÇÕES - SÃO PAULO | continuação da pág. 22

O clero sempre presente... Sacerdotes celebram Missa no terreno da Santa Casa de Misericórdia, situado na periferia de São Paulo, que foi invadido recentemente.

SÃO MANUEL

Piquetes, passeata... e capitulação dos usineiros

Inspirando-se nos métodos utilizados em Guariba, no mês de maio, canavieiros de São Manoel deflagraram greve no dia 10 de julho. Pela manhã, piquetes impediram a saída de caminhões que conduziam trabalhadores para o campo. Quando, por ação dos piqueteiros, aumentou o número de grevistas, foi organizada uma passeata até o estádio municipal, onde, através de discursos, os canavieiros foram informados do objetivo da greve.

Com as negociações realizadas com os usineiros, nesse mesmo dia, a greve chegou a seu fim.

Sertãozinho

A fim de pressionar os usineiros a cumprirem o acordo estabelecido em Guariba, dois mil boias-frias entraram em greve no dia 11 de agosto. A paralisação preocupou os comerciantes da cidade, que recearam a ocorrência de saques. Os usineiros aceitaram a maioria das reivindicações dos grevistas, e estes voltaram ao trabalho no dia 14 do mesmo mês. Em 18 de maio p.p., orientados pelo deputado estadual Waldir Trigo (PMDB), os boias-frias de Sertãozinho deflagraram uma greve, exigindo os mesmos direitos obtidos pelos canavieiros de Guariba (cfr. "Catolicismo", n° 402, jun./84).


Rio de Janeiro
CPT orienta, invasores pressionam, Brizola desapropria

HÁ ALGUMAS zonas de tensão no Estado, sendo que a mais crítica se localiza no distrito de Queimados, município de Nova Iguaçu, Diocese do Bispo esquerdista D. Hipólito Mandarino.

Conflitos de terra - com disputa entre posseiros (que vivem na terra há vários anos) e invasores recentes; como também entre estes e proprietários de áreas desocupadas - tornaram-se prática constante em nossos dias, no Estado do Rio de Janeiro.

Assim, constatam-se disputas em: Campo Grande (Fazenda Mato Alto); Maricá (Fazenda Inçã); e Jacarepaguá (área invadida por favelados e já desapropriada pela Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro).

Por outro lado, a greve dos canavieiros em Campos teve curta duração. Os cortadores de cana pararam um único dia (30 de julho), uma vez que chegaram logo a um acordo com os usineiros. As reivindicações dos canavieiros de Campos eram semelhantes às de Guariba (SP).

Invasão, acampamento... e desapropriação efetuada por Brizola

No distrito de Queimados, cinco posseiros ocupavam, há mais de 25 anos, a Fazenda Campo Alegre. No início deste ano. 300 famílias invadiram a propriedade. Em junho último, o Governador Brizola assinou decreto considerando a área, com extensão de 3.500 hectares, de utilidade pública.

O ato governamental deu-se depois que uma comissão dos invasores acampou, no dia 21 de junho, na entrada principal do Palácio Guanabara, num gesto bem característico de "conscientizados" pela CPT. Este órgão religioso tornou público seu apoio aos invasores no dia 10 de setembro. Nessa data, "assessorou" uma comissão deles que esteve no Palácio Guanabara para entregar ao Governo petição de afastamento definitivo dos antigos posseiros - agora considerados "fazendeiros" e até "grileiros" - da área desapropriada (cfr. "Diário Oficial", Rio de Janeiro, 11-9-84).

Mangaratiba: CPT "assessora" "posseiros"

Setenta e cinco famílias, "assessoradas" pela CPT, procuram evitar seu despejo de área que ocupam em Itucurussá, distrito de Mangaratiba. Essa área pertence a uma imobiliária. A 17 de setembro p.p., uma comissão dos "posseiros", acompanhada de Artur Alberto Marwell, da CPT, esteve no Palácio Guanabara, solicitando interferência governamental.

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Típico solar de grande fazenda, em Campos, no Estado do Rio de Janeiro. Século XVIII.