| VISÃO DISTORCIDA DA PROSTITUIÇÃO | (continuação)
na coordenação nacional da CNBB. No 6º Encontro "ficou decidido que o Bispo Afonso Gregory, da Coordenação Episcopal da Pastoral da CNBB, vai levar à organização uma proposta para que uma representante da mulher marginalizada .... tenha assento nas reuniões da coordenação" (JB, 29-7-84).
D. Fragoso convida as meretrizes a participarem de uma revolução eclesiástica que modifique a face da Igreja através das CEBs. Após dizer que Deus chama para as CEBs os índios, negros, agricultores sem-terra etc., acrescenta: "É uma revolução que gesta um rosto novo de igreja. Do mesmo jeito, Deus chama também as prostitutas a se organizarem em Comunidades Eclesiais de Base com o povo do seu bairro ou de sua região. Igrejas vivas na base! As prostitutas fazem parte do grande povo oprimido. Elas têm de descobrir que a luta deve articular-se com a grande luta do povo oprimido" (op. cit., pp. 91-92).
Como se vê, é uma verdadeira convocatória feita às prostitutas para que se unam à propalada "igreja dos pobres", onde "pobre" não é quem não possui bens, mas sim uma classe - rotulada também de "marginalizada" ou "oprimida" - que se quer jogar contra outra classe carimbada de "opressora" ou "capitalista".
D. Pires torna ainda mais explícito este pensamento: "Eis que a Igreja começa a debruçar-se sobre sua opção preferencial pelos pobres e vai descobrindo que não há uma classe apenas de pobres, mas várias. Pobre não é só aquele que não tem o necessário para viver. Pobre, no sentido mais amplo do Evangelho, é todo aquele que é discriminado, rejeitado, desprezado. Pobre é aquele que, para ganhar o necessário para viver, foi obrigado a renunciar à sua dignidade. As vítimas da prostituição estão nesse número" (op. cit., p. 14).
Por sua vez, D. Fragoso quer para as meretrizes uma posição de privilégio: "Entre o povo oprimido, nossas irmãs prostitutas são das mais oprimidas. .... O Deus vivo escuta o clamor de suas queridas filhas prostitutas e decide libertá-las. .... Nossas irmãs prostitutas têm o primeiro lugar no coração de Deus. O Deus de Jesus Cristo se comprometeu com elas, antes de se comprometer com os outros" (op. cit., p. 87-88). Tenta ainda ele estabelecer uma absurda identificação entre Nosso Senhor e a prostituta: "A releitura da Palavra de Deus nos fez descobrir que a prostituta, a mulher da vida, hoje é aquele pobre com quem Jesus se identificou. .... Quando acredito na identidade entre Jesus e a mulher marginalizada, meu relacionamento muda totalmente" (op. cit., 105).
Em vista dos conceitos acima emitidos por D. Fragoso, parece que o filho pródigo teria feito mal em deixar as meretrizes e voltar à rica casa paterna. Ele deveria, segundo essa absurda concepção, ter organizado uma comunidade de base com as prostitutas, para jogá-las contra seu pai, um "opressor" e um "capitalista" da época, por definição. Esse mesmo pai, mediante o qual Nosso Senhor quis simbolizar Sua infinita riqueza e bondade!
Há até uma "oração da prostituta", composta... por um sacerdote. Trata-se do Pe. João Francisco Jobard, que, entre outras enormidades, afirma na tal "prece": "Estamos prontos, ó Deus, a te abraçar e te dar o nosso beijo de amor, como Maria Madalena. .... Senhor, nós te amamos e viemos fazer de tua casa a nossa casa" (op. cit., p. 168).
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Diante do que foi exposto acima, cabe-nos invocar confiantemente nossa Mãe Puríssima e pedir-Lhe que preserve nas almas a virtude angélica e predisponha à conversão e à penitência as que dela se afastaram. Que a Virgem das Virgens - nesta época em que a castidade é tão mal compreendida e o tema da prostituição é distorcido em ambientes católicos - ampare seus filhos e os fortaleça durante as provações ocasionadas pela crise que assola a Igreja de Deus.
Revmo. Mons. Antonio Simon, Sorocaba (SP): "Objetivo, oportuno, sereno. Voz de alerta?
Parabéns pelo número de junho. Deus dê o fruto a essa pregação decidida. Continuar prevenindo contra a sandinização do nosso querido Brasil".
Da. Dulcita Mana Pisetta, Taió (SC): " 'Catolicismo' é o retrato autêntico da verdade, pois acho eu que a verdade deve ser dita. Deve continuar como está. É um jornal ótimo".
Da. Mônica Capanema Ferreira e Melo, Pará de Minas (MG):
'Catolicismo' é um jornal que testemunha a verdade com intrepidez, porque fundamenta todas as suas afirmativas, com argumentos convincentes".
Da. Maria Dulce Dourado Pereira, Recife (PE): "Leitura interessante sob muitos pontos de vista e, embora não goste de política ou de levantar qualquer polêmica, temos que admitir não ser o mundo de hoje muito fácil, fazendo-se necessário que alguém procure apontar os erros e as discrepâncias, para benefício de uma maioria indiferente ou, muitas vezes, ignorante, função que o 'Catolicismo' cumpre muito bem".
Da. Alzira de Fátima Werner Ventura, Lagos (SC): "Há nove meses sou assinante do jornal 'Catolicismo', e tenho a dizer que nele encontrei a resposta para tantas perguntas que angustiavam-me. Por vezes pensei que a santa religião católica estava sendo destruída sem que ninguém por ela tomasse a defesa. Meus parabéns, Srs., pela coragem e dinamismo como vêm defendendo a causa da fé católica".
Sr. Danilo Severi, São Sebastião (SP): "Muito bom o novo formato de 'Catolicismo'; os artigos também são muito bons. Desejo que continuem com o mesmo entusiasmo".
Sr. José Narciso Pires Passos, Rio de Janeiro (RJ): "Parabéns pela belíssima apresentação da nova feição de "Catolicismo", sempre na vanguarda pelo 'Bom combate'. Avante!"
Sr. Tancredo Salles da Silva, Brasília (DF): "Gostei muito da reportagem sobre os movimentos 'subterrâneos' que grassam pelo interior do País. Espero que estes 'alertas' sejam sempre difundidos para o conhecimento de todos".
Sr. Orlando Lira de Carvalho, João Pessoa (PB): "['Catolicismo'] é um jornal de grande valor moral e atuante em todos os aspectos benéficos de que necessitam a juventude e a sociedade em geral, especialmente no combate sistemático ao marxismo ateu".
Sr. Fausto Pinto Guedes, São Paulo (SP): "Muito bem elaborado, com artigos palpitantes. Gosto muito dos artigos do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Gostaria que em cada exemplar (ou alternado) publicasse a vida de um santo, santa, mártires etc., como já há algum tempo o fizeram, isto é, vinham fazendo".
Sr. Ernani Froehner, São Bento do Sul (SC): "Aprecio a franqueza e a coragem com que 'Catolicismo' revela a infiltração comunista em nossa querida Madre Igreja, assim como nos diversos segmentos da nossa sociedade, e das administrações públicas Quisera eu ver mais e mais dessa espécie de verdadeiros combatentes, e o mal seria definitivamente erradicado, no Brasil e no resto do mundo".
Sr. Valdeí Dias Nascimento, Belo Horizonte (MC): " 'Catolicismo' .... é digno de aplauso Seus artigos têm recuo histórico e profundidade de doutrina, e são escritos com tal clareza, simplicidade e naturalidade, que bem demonstram a sólida cultura de seus articulistas, que fazem por este lado um apostolado católico contra-revolucionário exemplar".
Sr. Dejair Luiz da Silva, Joinville (SC): "Parabenizo 'Catolicismo' pelo seu n° 400 e a nova forma que adotou, apresentando aos seus leitores excelentes artigos. Instruindo e informando os assinantes sobre a luta que trava contra a revolução gnóstica e igualitária. São 34 anos de lutas, a favor da civilização verdadeiramente católica. A vitória total ainda não veio, mas segundo a promessa em Fátima: 'Por fim meu Imaculado Coração triunfará', dá-nos Fé, esperança e mais ânimo para o bom combate".
Por ocasião do saque do palácio arquiepiscopal, efetuado por uma horda socialista, em 28 de setembro último, na capital maltesa, pelo menos 15 quadros de grande valor, focalizando temas religiosos, foram lançados ao solo e pisoteados.
A ESTRATÉGICA ilha de Malta, situada no meio do Mediterrâneo, entre a Sicília e a África, vem se tornando, nos últimos tempos, palco de intensa perseguição religiosa.
Há mais de uma década a ilha está dominada pelo Partido Trabalhista, vinculado à Internacional Socialista. O Primeiro Ministro Dom Mintoff aproximou-se bastante da Rússia nos últimos três anos, tendo os dois governos assinado recentemente contratos no valor de 260 milhões de dólares, para troca de produtos.
De outro lado, as relações entre a Igreja e o governo socialista vinham se tornando sempre mais tensas. O conflito, porém, tornou-se agudo por ocasião do saque do palácio arquiepiscopal, ocorrido em 28 de setembro pp.
Julgamos conveniente apresentar aos leitores de "Catolicismo" uma visão sintética da perseguição socialista movida contra a Igreja Católica em Malta, por duas razões.
Em primeiro lugar, para confirmar, uma vez mais, o caráter anticatólico, despótico e persecutório dos regimes socialistas. Tal constatação é particularmente oportuna em nossos dias, pois em alguns países como França e Espanha os socialistas afivelam no rosto a máscara de "democráticos", "tolerantes" e "liberais". Contudo, mesmo nessas nações, constata-se que a realidade, quando analisada com alguma atenção, é bem diversa da aparência "democrática" e "tolerante". Só para nos referirmos ao plano educacional, convém recordar o projeto de lei Savary - enviado por Mitterrand ao parlamento francês - que estrangularia o ensino privado, em larga medida mantido pelas escolas católicas. É também oportuno lembrar o projeto de lei educacional - LODE - que o governo socialista de Felipe Gonzalez enviou às Cortes espanholas, e que já foi aprovado por estas. À semelhança do projeto francês, a nova legislação ibérica sufoca os estabelecimentos educacionais católicos, eliminando inteiramente sua autonomia.
A segunda utilidade em noticiarmos os acontecimentos de Malta prende-se ao fato de que a imprensa brasileira praticamente os ignorou. E é sintomático que a grande imprensa de nosso País tenha silenciado precisamente sobre fatos que revelam a face autêntica do socialismo, seu caráter antirreligioso, tirânico e brutal. E assim "Catolicismo", mais uma vez, cumpre sua missão de publicar "notícias silenciadas".
Para redigir o presente noticiário, colhemos dados em escassa matéria estampada na imprensa norte-americana e europeia dos meses de setembro e outubro, especialmente nos diários madrilenhos "Ya" e "EI Pais".
As escolas católicas em Malta têm 22 mil alunos, o que corresponde a um terço da população escolar total.
O governo Mintoff exigiu que tais escolas oferecessem ensino gratuito, se quisessem continuar funcionando.
O Arcebispo de Malta, Mons. Joseph Mercieca, sustenta que a Igreja não pode manter seus estabelecimentos de ensino, caso não receba subvenção estatal ou não cobre dos alunos uma quantia mínima.
Em face dessa atitude do Prelado, o Governo Mintoff determinou o fechamento dos oito estabelecimentos católicos mais importantes do país. Em resposta, Mons. Mercieca ordenou a paralisação das 72 escolas católicas da ilha.
Por sua parte, os pais dos alunos que frequentam tais escolas opõem-se ao governo, recusando-se a enviar seus filhos aos estabelecimentos estatais de ensino e preferindo mantê-los em casa.
A perseguição contra a Igreja não se limitou às escolas católicas e ao seu direito de ensinar. Em setembro, o regime socialista de La Valette - capital do país - confiscou grande parte dos bens da Igreja. Esta apelou ao Judiciário, tendo o Supremo Tribunal maltês declarado anticonstitucional a lei mediante a qual o Executivo confiscou os bens eclesiásticos.
No dia 28 de setembro realizou-se uma manifestação de apoio ao governo e de repúdio à Igreja e ao Supremo Tribunal. Os manifestantes, concentrados no porto de La Valette, ouviram uma arenga do vice-primeiro ministro de Malta, Carmelo Mifsud-Bonnici. Segundo a rádio oficial da capital maltesa, o vice-primeiro ministro pediu aos presentes seu apoio ao governo, alegando que por trás da atitude assumida pela Igreja escondia-se "o propósito de subtrair o poder das mãos dos trabalhadores". Solicitou também que os manifestantes lutassem em nome do governo, "para evitar que as escolas da Igreja violem a lei".
Insuflados por tais palavras, os manifestantes subiram em caminhões e entraram na cidade em companhia de Mifsud-Bonnici. Dentre eles, umas 800 pessoas dirigiram-se ao Palácio de Justiça, invadiram-no e o saquearam totalmente.
Outro grupo de manifestantes encaminhou-se ao palácio arquiepiscopal, portando bandeiras vermelhas. Tendo invadido o edifício, o magote destruiu capelas, altares, imagens e valiosas pinturas recém-restauradas, devastando tudo quanto encontrou em sua passagem. Pelo menos quinze quadros de grande valor, que focalizavam temas religiosos, foram lançados ao solo e pisoteados. Em todos eles foi destruído o rosto de Nosso Senhor Jesus Cristo, o que revela um especial ódio à Fé Católica. O gabinete do Arcebispo e os escritórios do Arcebispado foram também depredados.
Os infaustos acontecimentos acima descritos constituem, por certo, um sinal de alerta para todos os católicos a respeito dos verdadeiros desígnios dos socialistas, em qualquer parte do mundo. Cabe recordar aqui - como demonstra o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira na célebre Mensagem das 13 TFPs sobre a doutrina socialista autogestionária - não ser o socialismo uma barreira, mas sim cabeça-de-ponte\em relação ao comunismo.
É profundamente lamentável que uma população quase unanimemente católica, como a de Malta, seja violentada em sua fé por uma minoria socialista, que logrou ascender ao poder. E tal fato é tanto mais deplorável quanto são admiráveis as tradições históricas da ilha. Seu território teve a honra de abrigar, de 1530 a 1798, uma Ordem Militar das mais gloriosas da Cristandade: a Ordem de São João de Jerusalém, constituída no século XI, na Palestina. Seus religiosos, de início, cuidavam dos doentes, originando-se daí sua primeira denominação: Irmãos Hospitalários de São João de Jerusalém. Posteriormente, a Ordem dedicou-se à defesa da Terra Santa assediada pelos muçulmanos, tornando-se uma Ordem Militar. Instalada na ilha do Mediterrâneo, passou a ser designada também como Soberana Ordem de Malta.
Constitui uma glória insigne para a população maltesa haver sido governada pelos Grão-Mestres da Soberana Ordem de São João de Jerusalém. Esse benéfico domínio explica o fato de terem os habitantes de Malta mantido até nossos dias uma ardente adesão à Fé Católica.
Roguemos à Providência Divina, que durante vários séculos manifestou tanta dileção para com os malteses, que os liberte quanto antes do jugo tirânico, anticatólico e ateu dos socialistas.