| SOCIALISMO AUTOGESTIONÁRIO FRANCÊS: ANACRONISMO POLÍTICO | (continuação)

Jacques Delors, ex-Ministro das Finanças no primeiro gabinete do atual governo, admitiu: "O vento não está conosco, seja no campo das ideias, seja no terreno dos fatos"

sociólogo Alain Touraine, da "desintegração da ideologia socialista" - causasse impacto no País, assim como o que se notou por ocasião do triunfo de Mitterrand em maio de 1981. Pelo contrário, parece que a grande maioria dos setores com ressonância pública está refratária aos acontecimentos franceses do presente.

As discussões sobre as propostas socializantes em curso entre nós ignoram a derrocada da experiência gaulesa atual, num estranho fenômeno de anacronismo político.

Sem um esforço de atualização e de adaptação ágil às lições propiciadas por outros, como se vê, corremos o risco de só aprender por experiência própria, num triste exemplo - queira Deus passageiro - de incapacidade de assimilação.

Lionel Jospin, secretário geral do PS, reconheceu: "Se a atual relação entre direita e esquerda não se modificar antes de 1988, nós vamos perder".

A Mensagem-denúncia do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Neste ponto, a equidade manda acrescentar que não há no quadro nacional somente cores negras. Partiu também do Brasil o primeiro brado de alarma, de repercussão mundial, contra o socialismo autogestionário do PS francês. Em dezembro de 1981 foi iniciada a publicação da Mensagem das 13 TFPs - "O socialismo autogestionário: em vista do comunismo, barreira ou cabeça de ponte?" - de autoria do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, nos principais jornais do Ocidente.

O hoje histórico documento, com argumentação serena e inconcussa, aliada à ampla documentação, mostrava que esta forma de socialismo era uma falácia propagandística cuja aplicação conduziria gradualmente a França ao coletivismo integral, à desorganização e à anquilose da economia. Provava também que o programa socialista contrariava os ensinamentos do Magistério tradicional da Igreja, em virtude de sua concepção da família, da educação e da propriedade, decorrente de uma noção da pessoa humana e da sociedade, de fundo ateu, laico, igualitário, relativista e amoral.

A Mensagem teve ampla difusão em todo o Mundo Livre. O texto integral foi publicado em 52 órgãos de imprensa de 20 países, totalizando uma tiragem de 10.942.000 exemplares. Seu resumo foi estampado em 39 publicações de 6 países, totalizando 2.044.500 cópias. Na revista Seleções do Reader's Digest atingiu 48 países, com 9.759.000 exemplares. O comunicado sobre a impossibilidade de ela circular na França saiu em 36 publicações de 19 países, com 7.558.800 exemplares.

Finalmente, a Mensagem foi difundida também dentro da própria nação gaulesa em vários órgãos de informação e por intermédio da edição francesa da revista Seleções.

Esta mensagem constituiu o maior golpe ideológico-publicitário sofrido pelo PS francês e o governo de François Mitterrand, que significativamente escolheram o silêncio como resposta.

Desde os fins de 1981, a opinião pública do Ocidente pôde informar-se assim da fraude e do perigo contidos na proposta aliciante de François Mitterrand, o que lhe minguava seriamente as possibilidades de repercussão internacional. As dificuldades internas acabaram por tornar inviável a exportação do "modelo" francês.

A não ser que haja uma surpresa, ou manobras malfeitas das forças conservadoras, o PS espera três derrotas consecutivas: nas eleições municipais deste ano, nas legislativas de 1986 e nas presidenciais de 1988, encerrando na confusão e na vergonha este ciclo do poder socialista na França.


P. S. - Este artigo já estava redigido quando se realizou, em 10 de março, o primeiro turno das eleições cantonais francesas. Como se previa, os partidos da oposição antissocialista obtiveram, no conjunto, expressiva vitória: 57% dos votos.

Os partidos de esquerda, que apoiam o Governo, alcançaram 41% da votação. O Partido Socialista conseguiu a porcentagem de 26% e o Partido Comunista, 12,5%.

Esses resultados constituem, pois, uma confirmação da tendência prevista no artigo.


Doenças da devassidão

NAS DUAS ÚLTIMAS décadas, pareceu a alguns que a impureza não tinha inconvenientes para a saúde. Numerosos meios de informação tratavam a liberalização dos costumes como algo inócuo e até aconselhável.

As consequências para a saúde do corpo (já que a da alma pouco conta para o homem materialista e pragmático) começam a ficar patentes no país da modernidade, os Estados Unidos.

Um em cada quatro norte-americanos contrai alguma doença transmissível sexualmente, em uma etapa de sua vida; 27.000 pessoas são infeccionadas diariamente por doenças venéreas, no país. Há 10 milhões de consultas médicas anuais a respeito dessas enfermidades. E os medicamentos comuns, eficazes para o combate de algumas delas, são inócuos para várias outras.

Muitas são incuráveis, causam câncer, dores crônicas, lesões cerebrais em crianças e esterilidade.

O Dr. Wendy Wertheimer afirmou que este ano haverá mais bebês sofrendo de doenças sexualmente transmissíveis do que o número afetado pela epidemia de pólio durante toda a década de 50. Centenas de crianças nascem anualmente com a terrível herpes. Os sobreviventes dela muitas vezes sofrem distúrbios neurológicos.

Assim como costumes puros facilitam o nascimento de crianças saudáveis, a devassidão tende a produzir bebês defeituosos e doentes. As crianças são as vítimas inocentes da libertinagem dos adultos.

O câncer dos homossexuais (AIDS) afetou 2.635 pessoas em 1983, 45.000 em 1984 e continua em ascensão. Não há cura à vista.

A profilaxia de tais doenças é facílima e viável: a pureza de costumes. Continência perfeita para os solteiros e fidelidade conjugal impediriam a transmissão dos vírus causadores das enfermidades. A escravidão ao vício está trazendo junto a proliferação das doenças. E os Estados Unidos estão perdendo a capacidade de preservar o binômio virtude-saúde. Eis um tema para séria reflexão, no Brasil...


SWAPO – CAVALO DE TRÓIA DO COMUNISMO

Livro da TFP norte-americana lança nova luz sobre o continente negro

Terroristas da SWAPO em sua base de operações em Cassinga (Angola).

"CATOLICISMO" publica abaixo a tradução de importante artigo estampado no boletim da TFP norte-americana "TFP Newsletter" (Vol. IV, n 6 - 1984). Desse modo nossa publicação apresenta a seus leitores uma documentada e objetiva visão a respeito da SWAPO e da Namíbia, temas frequentemente abordados de forma distorcida por órgãos de imprensa.

A "DÉTENTE" trouxe consigo uma nova era de "acordos negociados", que podem muito bem ser denominados de "rendições negociadas". Numa atmosfera de confusão e ambiguidades, os autoproclamados "movimentos de libertação nacional", utilizando a violência e o terrorismo, têm assumido o controle de seus respectivos países pregando "independência" e "democracia", mas na realidade impondo o socialismo e a ditadura coletivista.

Uma atmosfera de ambiguidade assim formou-se agora na Namíbia, no sudoeste africano, onde a organização SWAPO (South West Africa People's Organization) está engajada numa campanha para obter, pela força, a sua "independência" em relação à África do Sul.

A fim de mostrar claramente à opinião pública norte-americana as verdadeiras intenções da SWAPO, a TFP norte-americana publicou o estudo intitulado "Toda a Verdade Sobre a SWAPO - Cristãos Idealistas e Heróis da Liberdade e Justiça? Ou Instrumentos de Agressão Comunista Internacional?" Ao longo de 66 páginas, a publicação analisa mais de 200 documentos, a maioria deles editados pela própria SWAPO, que foram obtidos nos escritórios da organização e na ONU. Outra importante fonte de referência foi um estudo publicado em 1982 pela conceituada Fundação Heritage, de Washington, intitulado "Como a ONU ajuda os grupos guerrilheiros marxistas".

Necessidade de esclarecer

Jovens da Namíbia celebram o 112.º aniversário do nascimento de Lenin.

O estudo da TFP assinala que a imprensa, ao noticiar o que se passa na Namíbia - especialmente as negociações para a independência daquele território administrado pela África do Sul e as atividades terroristas da SWAPO - raramente traz à luz do dia os efeitos reais desses acontecimentos.

O quadro completo da situação envolve não apenas o vasto e pouco povoado território (aproximadamente do tamanho da França e Inglaterra juntas), mas também a desestabilização da própria África do Sul. Tal catástrofe colocará em risco não só o futuro da população na região, mas igualmente a fonte de suprimento para o Ocidente de 70 matérias primas essenciais, as vias marítimas em torno da África e os mercados de ouro e diamantes.

Sem entrar em soluções políticas específicas para a questão da Namíbia, o estudo da TFP afirma que antes de se adotar qualquer solução para o problema, o público precisa saber claramente:

1.º) Se a SWAPO é comunista ou não;

2.º) Se um governo da SWAPO seria comunista ou não;

3.º) Se a ameaça soviética à África do Sul aumentaria no caso de a SWAPO obter o controle da Namíbia.

Tal como muitos outros movimentos revolucionários por todo o mundo, a SWAPO procura apresentar-se como organização independente, sem ideologia definida, constituída por patriotas de boa-fé, cujo objetivo é expulsar todas as forças sul-africanas e instalar um regime democrático. Os líderes da SWAPO alegam que são forçados a pegar em armas e a aceitar a ajuda socialista e comunista. Como os terroristas da SWAPO são apresentados como "cristãos praticantes", em sua maioria, alega-se que não há perigo de o movimento ser influenciado pelo marxismo.

O estudo da TFP mostra documentadamente que a SWAPO se define a si mesma de modo bem diferente. Sua Constituição, aprovada em 1976, declara que ela é um movimento de libertação nacional, dedicado à "luta pela independência total e pela libertação social". Em seu livro "Para que nasça uma Nação", o grupo propõe uma "reconstrução econômica", que consistirá na "completa eliminação de todas as formas de dominação imperialista e na transformação da exploração capitalista numa genuína democracia socialista".

Tal transformação claramente socialista, modelada segundo os ideais comunistas, criaria o que o grupo terrorista chama de "uma sociedade sem classes, não exploradora e justa, que assegurará a restauração da propriedade social".

A organização não nega também sua adesão ao campo socialista. De acordo com Jesaja Nyamu, um membro do Comitê Central da SWAPO, "nós sempre obtivemos o apoio de nossos aliados naturais, a comunidade socialista de nações, liderada pela grande terra de Lenin e primeiro Estado socialista da Terra, a União Soviética" ("New Perspectives", 3-81).

Baseada em ampla e consistente documentação do grupo terrorista, a TFP demonstra que, apesar de a SWAPO frequentemente utilizar aliados "moderados" para disfarçar seus objetivos radicais, ela, não obstante, trabalha conscientemente como força auxiliar da agressão russa, lutando no contexto da guerra psicológica revolucionária.

Pais e "padrinhos"

O documento da TFP afirma que a SWAPO é um cavalo de Tróia do comunismo, produzido nos laboratórios da "psy-war" (*) revolucionária. A Rússia soviética é o pai dessa pobre fera, e a ONU está atuando como "padrinho", ao lhe dar uma tribuna internacional e ao defendê-la de seus adversários.

(*) Fórmula abreviada da expressão "psychological war" (guerra psicológica), utilizada por estudiosos norte-americanos.

Há anos a ONU reconhece o grupo terrorista como o "único e autêntico representante

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