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Ventos desestatizantes bafejam a Europa

OS EUROPEUS cansaram-se de pagar pela pouca eficiência e prejuízos das empresas estatais. Estão exigindo que seus governos tirem esse peso de suas costas.

ITÁLIA - O setor público, em boa medida herança do fascismo, está sendo parcialmente vendido a particulares. O IRI (Instituto per Ia Riconstruzione Industriale), a gigantesca 'holding' estatal, nos últimos anos está perdendo 1,5 bilhões de dólares anualmente. A ENI (empresa pública de energia) e o IRI engoliram 7 bilhões de dólares de fundos públicos em 1984. Em consequência, o governo mandou transferir várias empresas à iniciativa particular. No ano passado foram vendidos 300 milhões de dólares de propriedades industriais do IRI. Planeja-se vender 500 milhões este ano.

ESPANHA - O governo procura livrar-se de algumas de suas indústrias. O Primeiro Ministro Felipe Gonzalez definiu o setor estatal como "cemitério de elefantes brancos".

ALEMANHA - Um dos compromissos da campanha eleitoral do atual Chanceler Helmut Kohl foi diminuir o setor público da economia. Já vendeu 300 milhões de dólares e pretende chegar a 700 milhões.

INGLATERRA - O governo conservador inglês promete vender a particulares, até 1990, empresas públicas no valor de 11 bilhões de dólares. O Tesouro já recebeu 4 bilhões com tais vendas.

SUÉCIA - O Chefe de Governo, Olof Palme, colocou à venda estatais no valor de 170 milhões de dólares.

TURQUIA - O Primeiro Ministro Turgut Ozal prometeu transferir a maior parte das estatais para mãos privadas.

FRANÇA - A oposição, majoritária, incluiu entre suas promessas um enérgico programa desestatizador, a ser executado logo que chegue ao poder.

Os governos da Suécia, Espanha e Itália, dirigidos por socialistas, estão agindo contra seus princípios coletivistas em virtude da pressão popular, irritada contra a necessidade contínua de pagar impostos para sustentar um setor que produz caro e mal.

Está aqui um bom exemplo para imitarmos, nós que somos tão facilmente mimetistas e seguidores da última moda (cfr. Newsweek, 8-4-85).


DROGA: ARMA COMUNISTA PARA DESAGREGAR O OCIDENTE

Bráulio de Aragão

Montes de coca são embebidos com querosene e queimados no Peru.

O COMUNISMO, como movimento internacional, visa conquistar todos os países do mundo. Para alcançar essa meta, decorrente dos imperativos de sua própria doutrina, os adeptos do credo vermelho não consideram obstáculos morais, uma vez que professam o mais crasso ateísmo. Bom é aquilo que favorece o partido.

Para realizar seu anelo imperialista, entretanto, o comunismo tem de enfrentar alguns óbices que ainda existem na mentalidade e nos costumes dos povos. Assim, por exemplo, "a resistência que ao marxismo opõe o fundo de bom senso natural que constitui o patrimônio milenar e comum da humanidade. Nos povos de civilização cristã, a esse fator se acrescenta a incompatibilidade da doutrina e dos métodos marxistas com a doutrina e os métodos da Igreja" (cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, "Baldeação ideológica inadvertida e Diálogo", Ed. Vera Cruz, São Paulo, 1965, p.4).

Além da violência, que tem ceifado tantas vítimas inocentes ao longo das décadas, o comunismo emprega outro eficaz meio de expansão: o entorpecimento moral do mundo livre. Minando por dentro a sociedade burguesa, os vermelhos conseguirão amolecer a resistência de numerosos adversários, acabando por anular o próprio instinto de defesa de nações inteiras.

Entre as múltiplas formas de degradação moral, talvez o consumo de drogas seja atualmente a mais eficiente para desestabilizar as instituições do Ocidente. Não estranha, portanto, que o comunismo procure fomentar o quanto possível o narcotráfico internacional.

Tóxicos e subversão castrista

Em 6 de maio de 1983, o Presidente Reagan afirmou: "Temos provas concludentes de que funcionários de alto nível do governo cubano estiveram envolvidos em contrabando de drogas para os Estados Unidos".

Esse envolvimento escandaloso do governo castrista no tráfico de drogas é revelado com abundante documentação em "Castro and the narcotics connection - special report", uma publicação da "The Cuban American National Foundation", que veio a lume em outubro de 1983. Destina-se a publicação a mostrar "o uso do tráfico de narcóticos pelo governo cubano para financiar e promover o terrorismo".

No prefácio da obra, a senadora Paula Hawkins, presidente da Comissão do Senado para a Repressão à Droga, declara: "Esta reportagem especial é a primeira documentação ampla sobre o uso extensivo que Fidel Castro fez dos narcóticos como arma contra os Estados Unidos e como meio para financiar e promover o terrorismo".

Extensas sessões de depoimentos no Congresso americano revelaram:

1. O governo de Cuba está diretamente envolvido na produção e tráfico de entorpecentes, com a finalidade de promover o vício, o crime violento, a corrupção, e obter, por tudo isto, alta remuneração.

2. Esta renda é utilizada para financiar e promover o terrorismo nas três Américas.

3. Em 1980, agentes do Serviço de Informações de Cuba (DGI) entraram nos Estados Unidos em meio a grande número de cubanos que deixaram o país através do Porto de Mariel com destino à Flórida. Tais agentes, infiltrados por Castro entre os emigrantes, tinham por missão estabelecer uma rede de tráfico de entorpecentes.

O embaixador Thomas O. Enders, no seu depoimento, declarou: "Desde 1980 o regime de Castro está usando uma cadeia colombiana de traficantes para fornecer armas e dinheiro ao movimento guerrilheiro M-19, naquele país".

O embaixador Thomas D. Boyat revelou que o governo cubano está diretamente envolvido no contrabando de entorpecentes para os Estados Unidos, enquanto contrabandeia armas e fornece guerrilheiros para os movimentos terroristas marxistas. Declarou: "Os Estados Unidos têm agora a mais detalhada e confiável comprovação de que funcionários do serviço de informações do governo cubano têm auxiliado traficantes de entorpecentes da Colômbia no transporte dessas drogas para os Estados Unidos; e utilizado esses mesmos traficantes, sua própria infraestrutura, seus barcos, aviões e seu pessoal para contrabandear armas e guerrilheiros para grupos terroristas marxistas dedicados a derrubar o governo colombiano livremente eleito".

Francis M. Mullen, administrador do setor de repressão à droga nos Estados Unidos, declarou que estava sendo observado um envolvimento crescente da parte de grupos terroristas no tráfico de drogas em todo o mundo, especialmente no Oriente Médio, Europa e Caribe. E que existe uma relação definida entre a atividade terrorista e o tráfico de drogas.

Na América Latina, entorpecentes favorecem subversão

Trabalhadores peruanos arrancam pés de coca.

A revista "Newsweek" de 25 de fevereiro p.p. apresenta extensa reportagem sobre a produção da droga e o narcotráfico na América Latina.

A publicação norte-americana refere-se a dois sequestros de agentes pertencentes ao corpo especial da polícia americana de combate à droga, ocorridos na cidade de Guadalajara, no México. Segundo "Newsweek", "Camarena e Salazar - os dois agentes sequestrados - são apenas as mais recentes vítimas da guerra movida contra o diabólico império da cocaína. Este império estende-se pelos campos do Peru, Bolívia e Equador, além das florestas que encobrem refinarias clandestinas de preparação do produto na Colômbia e Brasil".

O Ministro da Justiça da Colômbia, Enrique Parejo Gonzales, a respeito do papel que representa a droga em seu país, admitiu: "Dificilmente existe alguma área da vida institucional ou da atividade política que de algum modo não esteja afetada pela corrupção da droga".

Convém acentuar que, em muitas áreas rurais, os "reis" da droga procuram inculcar-se como "Robin Hood", espalhando demagogicamente benefícios por toda a parte em certos países da América Latina, sendo clara, porém, a ligação deles com movimentos revolucionários, tais como o M-19 na Colômbia e o Sendero Luminoso no Peru. E a polícia especializada americana de combate à droga possui provas do envolvimento de Cuba (conforme expusemos acima) e da Nicarágua nesse tráfico que, além de favorecer muito o comunismo enquanto promovendo a corrupção em massa, fornece também muitas divisas. Obviamente, estas são utilizadas para o financiamento da subversão comunista na América Latina.

O Brasil, infelizmente, está sendo envolvido gradativamente por esse mercado ilícito. O Dr. Juarez Tavares, promotor público federal no Rio de Janeiro, reconhece que nosso País se tem tornado "um centro de distribuição sul-americana de cocaína para fins de exportação" (cfr. "Time", 25-2-85).

Tanto o governo brasileiro quanto os de outras nações do continente, após sofrerem pressões desestabilizadoras provenientes do narcotráfico, vêm assumindo atitudes cada vez mais enérgicas no combate a este mal.

Nesse sentido, o Brasil e a Venezuela aprovaram em janeiro último, ao final de uma reunião mista sobre o tráfico de entorpecentes, a inclusão, nos programas de governo dos dois países, de iniciativas que visam a criação de um organismo policial para enfrentar conjuntamente o narcotráfico.

De qualquer forma, o problema na atualidade é alarmante. Evidentemente, tal situação só pode trazer benefícios para o comunismo internacional que consegue, mediante a droga e outros meios de desagregação, o entorpecimento moral do Ocidente.


NA AUSTRÁLIA, CRIANÇAS DROGADAS

FOTOGRAFIAS CHOCANTES foram estampadas nos jornais australianos "The Weekend Australian" de 29-30 de dezembro de 1984, e "Sun" de 28 de dezembro do mesmo ano.

Trata-se de um bebê, fotografado em três posições: com um cigarro de marijuana na boca; sentado em meio a folhas de marijuana e enfim segurando nas mãos uma porção deste entorpecente já preparado. Esse fato estarrecedor foi constatado pela polícia australiana em uma batida efetuada na localidade de Joyton, subúrbio de Brisbane.

Um porta-voz da polícia declarou que o flagrante ocorreu durante a festa de aniversário do bebê, que completava um ano de idade. As fotografias publicadas foram tiradas pelos próprios pais "em espírito de brincadeira", segundo declarações do progenitor, que ainda afirmou que a criança nunca foi coagida a fumar marijuana.

O chocante acontecimento provocou a seguinte reação de um policial participante da operação: "Eu nunca tinha visto algo assim. Ocasionalmente se encontram fotografias de crianças de 10 ou 11 anos já fumando, mas nada como esse caso"

Ainda o jornal "The Australian", em sua edição de 9 de janeiro último informa que pelo menos 500 crianças anualmente já nascem viciadas em heroína na Austrália. Em seus olhos percebe-se claramente a tragédia desse vicio, que tem afetado uma nova geração inteira de australianos. As autoridades do país, entretanto, mostram-se impotentes para combater o mal.

O problema atingiu tal gravidade que os especialistas nem podem calcular quantos são os bebês - ainda no ventre materno - afetados pelo vício dos pais.

Eis aí um dos mais impressionantes sintomas de degenerescência moral de nossa época E essas incríveis notícias indicam também o abismo em que se precipitam pessoas que repudiam a Deus e a Seus ditames.


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