| O PAÍS, ANSIANDO POR CLAREZA E GARANTIAS, RECEBE CONFUSÃO E INSEGURANÇA | (continuação)
lúcido, honesto e sensato posicionamento do homem, segundo São Tomás.
Neste itinerário, está a TFP fazendo o cuidadoso cotejo entre o projeto do 1.° PNRA e o próprio PNRA.
Isto feito, terá chegado a vez de formar um juízo sobre o Plano recém promulgado.
E, por fim, formado esse juízo, virá o momento de o enunciar e difundir. Segundo já pudemos constatar em rápido relance, da eficiência dessa difusão nos fala – com implicitude paradoxalmente muito clara – o próprio documento firmado pelo Presidente Sarney e pelo Ministro Nelson Ribeiro. E disto também nos dá testemunho a excelente acolhida (10 mil exemplares vendidos em 52 dias) que está encontrando em todo o Brasil o livro A propriedade privada e a livre iniciativa, no tufão agro-reformista, de autoria do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP, e Carlos Patricio del Campo, Master of Science em Economia Agrária pela Universidade de Berkeley, Califórnia, bem como a edição extra do mensário de cultura "Catolicismo" que contém uma condensação desse livro (29 mil exemplares já difundidos).
O estudo agora em curso está sendo feito com toda a celeridade que a premência do assunto merece.
No momento em que a ação da TFP se vai desdobrando em toda a sua amplitude e firmeza, é o caso de dirigir, à margem do presente comunicado, uma interpelação a opositores ideológicos dela.
Veiculam esses opositores a ridícula balela de que a TFP é extremista de direita e, com base em tal, pleiteiam de quando em quando a adoção de medidas governamentais contra a entidade. O que também não se abstêm de fazer... os extremistas de esquerda!
Nesta campanha, têm tais opositores mais uma ocasião de observar a TFP "ao vivo". Interpelamo-los, pois, para que respondam definidamente: o que, nas doutrinas e nos métodos dessa campanha, é extremista? Porventura é extremismo defender a integridade da propriedade privada e da livre iniciativa, contra o atual tufão agro-reformista? E, acrescentamos, por que nossos opositores não qualificam por sua vez simetricamente de extremistas os propulsores da Reforma Agrária?
Numa palavra, por que dois pesos e duas medidas?
* * *
EM SUMA, mais uma vez, se Deus quiser, e com toda a brevidade possível, a TFP cumprirá cabalmente seu dever para com a civilização cristã e o Brasil.
Que assim a ajude Nossa Senhora Aparecida, Mãe e Rainha deste País, chamado a Lhe dar tanta glória no 3.° milênio da era cristã, o qual, por entre as amarguras e tragédias deste fim de século, já se faz entrever radioso.
São Paulo, 15 de outubro de 1985
Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade
Lúcio Mendes
Os garbosos estandartes da TFP espanhola alçados diante do Novo Monumento do Sagrado Coração de Jesus, durante recente manifestação no Cerro de los Angeles.
ENTRE AS DEVOÇÕES que a piedade católica presta ao Divino Redentor, a do Sagrado Coração de Jesus sobressai pela nota de bondade e misericórdia divinas.
Instituída por Nosso Senhor em aparições a Santa Margarida Maria Alacoque, esta sublime devoção - à qual se consagrou o mês de junho - encontrou uma acolhida especial entre os fiéis de todo o mundo. Expressa ela a misericórdia levada a limites que só a Sabedoria Divina poderia excogitar, tal a demonstração de amor aos homens, de ardente desejo pelo afervoramento dos bons e pela sincera conversão dos pecadores.
No século em que vivemos, porém, a perversidade humana parece querer sobrepujar a bondade divina, por meio de crimes de uma atrocidade quase inconcebível. O sacrilégio perpetrado por comunistas durante a Guerra Civil espanhola contra o Sagrado Coração é disso um exemplo doloroso e formativo.
Formativo? - perguntará alguém. Sim, formativo. Num mundo habituado a julgar que "no fundo todos são bons", a lembrança de certas maldades pode ser formativa e servir como preciosa lição.
No dia 28 de julho de 1936, um pelotão de fuzilamento constituído de milicianos comunistas alvejou a imagem do Sagrado Coração de Jesus!
Situado bem no centro geográfico da católica Espanha, está o "Cerro de los Angeles", pequena colina existente em Madri, que a piedade do povo espanhol escolheu para nela erguer um monumento nacional ao Sagrado Coração de Jesus.
No dia 30 de maio de 1919, na presença do Núncio Apostólico, do Cardeal Primaz, de 22 Bispos, numeroso clero, nobres, autoridades e uma entusiasmada multidão, aos pés da imagem desse monumento o Rei Afonso XIII consagrou oficialmente a Espanha ao Sagrado Coração.
A par do entusiasmo que percorreu a Espanha, ouviram-se de cá e de lá vozes liberais, socialistas e anticlericais de toda espécie, a vociferar contra tal "exagero".
Anos depois, quando ascenderam ao governo, esses inimigos da Fé católica permitiram que fossem lançados insultos contra peregrinos que, no "Cerro de los Angeles", iam rezar por si, pelos seus e pela Espanha.
Mas a sanha antirreligiosa não se deteve nisso. Em toda a Espanha centenas de igrejas e conventos foram saqueados, profanados e incendiados. Cerca de sete mil sacerdotes, religiosos e foram martirizados. Oitenta mil fiéis seguiram o seu exemplo, derramando o sangue em defesa da Fé católica e da Espanha.
Nessa convulsão, o Monumento ao Sagrado Coração não seria poupado: a 28 de julho de 1936, um grupo de milicianos comunistas formou um pelotão de fuzilamento e alvejou a imagem. A partir de então, foram quase diárias as profanações.
A imagem foi vítima constante de ultrajes. Atiraram-lhe imundícies, cuspiram-lhe e picharam seu pedestal com frases blasfemas.
Três dias depois, cerca de cem milicianos comunistas chegaram com alarido, trazendo explosivos. Espalharam-nos junto ao pedestal, ao altar e às imagens laterais. Tomaram distância e acionaram os detonadores. Ouviu-se enorme estrondo e levantou-se uma imensa nuvem de poeira.
Passados alguns instantes, dissipada a poeira, verificou-se