saúde, além de reembolsar os que são realizados em clínicas particulares.
Se o nudismo e o seminudismo estão se difundindo cada vez mais, o Estado permite a prática do nudismo total em número crescente de locais e vai adotando e permitindo as modas sem nudistas nos ambientes profissionais e nos logradouros públicos.
Importa realçar ainda que todas essas alterações legais são feitas explicitamente no sentido de promover a liberdade e a igualdade, em detrimento da autoridade e da hierarquia.
Como exemplo significativo dessa atitude do Estado em face da revolução nos costumes, é oportuno lembrar a posição assumida pelo Estado, na França, muito bem descrita pelo Conselho Econômico e Social daquele país. Com as devidas adaptações, a descrição também é válida para mostrar a atitude de governos de outras nações diante do fato consumado da revolução nos costumes:
"Na França, a Revolução, e depois o Código Civil, deram uma existência jurídica precisa, fora de qualquer sacramento religioso, ao casamento. Este se tornou o fundamento institucional e moral da família e da sociedade civil. Entretanto, a partir de 1965, mais ou menos, os costumes mudaram apesar das leis. Os juristas e o legislador julgaram então que as leis que ignorassem os costumes se condenariam a perder seu sentido e a tornar-se anacrônicas. Assim, em poucos anos, eles reformaram profundamente o direito civil referente ao casamento e à família (como ocorreu em outros países ocidentais): Lei sobre os regimes matrimoniais (13-Julho- 1965); Lei sobre a adoção (11-Julho-1966); Lei sobre a autoridade paterna (4-Junho-1970); Lei sobre a filiação (3-Janeiro-1972); Lei sobre o divórcio (10-Julho- 1975). ( ...)
"Todas essas mudanças seguiram uma mesma evolução, ou seja, elas levaram ao abandono de certos princípios e à consagração de outros:
- Foram abandonados ou debilitados os princípios do respeito à hierarquia patriarcal, à instituição, à força da legitimidade em matéria de filiação e sucessão.
- Foram promovidos os princípios da liberdade pessoal; do respeito ao interesse particular de cada um dos membros do casal enquanto indivíduo; da igualdade entre os membros do casal durante o casamento (...); da equidade entre filhos naturais, adotivos e legítimos. (...)
"Porém (...) este `aggiornamento' liberal que desejava alcançar os costumes, foi ignorado e ultrapassado por eles. Este casamento igualitário (...) foi desprezado por uma fração importante das gerações jovens, que preferiu optar em massa pela união livre. (...) O divórcio facilitado não conseguiu persuadi-los a contrair laços legais" (4).
É interessante notar como o próprio Estado francês confessa ser o dinamismo da revolução nos costumes maior e mais rápido do que o da revolução nas leis e nas instituições. O que vem a confirmar, uma vez mais, ser a revolução tendencial o grande motor da Revolução universal, tal como foi constatado e denunciado, pela primeira vez na História, na consagrada obra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, "Revolução e Contra-Revolução", já mencionada anteriormente neste artigo:
"Essa Revolução é um processo feito de etapas, e tem sua origem última em determinadas tendências desordenadas que lhe servem de alma e de força propulsora mais íntima. ( ...)
"A mais possante força propulsora da Revolução está nas tendências desordenadas. (...) Essas tendências desordenadas se desenvolvem como os pruridos e os vícios, isto é, à medida mesmo que se satisfazem, crescem em intensidade. As tendências produzem crises morais, doutrinas errôneas, e depois revoluções. Umas e outras, por sua vez, exacerbam as tendências. Estas últimas levam em seguida, e por um movimento análogo, a novas crises, novos erros, novas revoluções. É o que explica que nos encontremos hoje em tal paroxismo da impiedade e da imoralidade, bem como em tal abismo de desordens e discórdias" (5).
Murillo Galliez
1)A família nuclear de nossos dias não consegue evitar o processo de sua própria desagregação.
É inegável que, em séculos anteriores, a vida familiar gozava de solidez e encanto. Exemplo disso pode-se observar, até na intimidade de um modesto lar de camponeses como o do quadro "Interior rústico" (1777), do renomado pintor francês Fragonard.
PUGILATO... Tapas, socos e pontapés, em meio à troca de insultos soezes, assinalaram o término do segundo debate entre os cinco candidatos à Prefeitura de Recife, promovido pela TV Jornal do Comércio. Cinco guarnições da radiopatrulha foram mobilizadas para conter os ânimos...
"Mantenha seu nome na boca do eleitor" — recomenda um anúncio veiculado nos principais jornais de Brasília. Objetivo: vender escovas de dentes com nomes de candidatos às eleições municipais; segue-se extensa relação de produtos que podem ser distribuídos como brindes para arrebanhar votos dos indecisos.
Em Curitiba, diretório local do PC do B anunciou que pretende encontrar-se com o Arcebispo D. Pedro Fedalto para propor-lhe a construção de capelas — principal reivindicação do eleitorado comunista (!) curitibano.
No Largo da Figueira, em São Caetano do Sul (SP),
PT pretendia, semanas atrás, organizar um comício. Armou barraquinhas para oferecer quinquilharias aos ouvintes, mas estes não atenderam ao chamado. Lula, o orador, increpou os ausentes em termos ferinos. Bradou em vão...
Exemplos colhidos a esmo na imprensa diária? Não, apenas manifestações eloquentes de como o chamado princípio da representatividade democrática se acha combalido entre nós.
— "Sejam cuidadosos, mais precisos e, acima de tudo, apoiem o que estou fazendo", exigiu Gorbachev em reunião com editores soviéticos. Segundo o dirigente russo, a liberdade de imprensa já foi longe demais no país (sic!). Mostrou-se muito irritado com a divulgação de uma pesquisa revelando o fraco apoio popular às "soi-disant" reformas — conhecidas como "glasnost" e "Perestroika" —empreendidas por seu governo.
Vitaly Korotich, da revista. "Ogonyok", compara essa escassa liberdade editorial à situação das mercearias estatais, "onde não se encontra uma salsicha passável ou frangos frescos, mas apenas latarias e cabeças de peixe de aspecto horroroso".
Não espanta o "diktat" do novo César vermelho. Desconcerta, isto sim, que as tubas da publicidade ocidental continuem a aclamar o raquítico "florescimento" da imprensa livre na Rússia.
— Se os fiéis soubessem, me abandonariam... Ninguém ignora que a autodenominada Igreja "Católica" Patriótica Chinesa é mero fantoche nas mãos do regime de Pequim. Neste sentido, importa conhecer o insuspeito depoimento de D. Jin Luxian, Bispo (ilegítimo) de Shangai, em recentes declarações à revista "Trenta Giorni": "Quero continuar nessa Igreja. Se eu me tornasse um membro do Partido Comunista perderia todo o meu passado. (...) Um Bispo que aderisse oficialmente ao comunismo seria inútil hoje, porque se os fiéis soubessem disso abandonariam esse Bispo. Alguns Bispos chineses se casaram e foram abandonados pelos fiéis. Repito: o comunismo é suficientemente inteligente para saber que um Bispo comunista é inútil. O Partido quer Bispos (...) que aceitem colaborar".
Vai aqui expresso com invulgar clareza o proveito que o comunismo aufere da "política de colaboração", promovida por eclesiásticos no mundo inteiro.
— Lição aos comunistas: Há comunistas pouco atilados que temem o "contágio" com não-ateus nessa colaboração. A estes Frei Betto adverte: "colocar o ateísmo" comunista como adversário das Comunidades Eclesiais de Base e da Teologia da Libertação "é, no mínimo, fazer o jogo do inimigo" (o capitalismo), pois ambos "se somam" na "construção do socialismo".
Essa "fraternal diretriz" do astuto religioso foi publicada no órgão oficial do PCB, "Voz da Unidade", e transcrita pelo boletim "Espalha Fatos" (agosto/88), órgão do Centro de Pastoral de Comunicação de Santo André.
— "Seria maravilhoso se um canibal também pudesse sentar-se em um restaurante para saborear, sem complexos, seus pratos preferidos. (...) Falei com muitos advogados, e sob esse ponto de vista (legal) meu projeto — abrir um restaurante com pratos à base de carne humana — não apresenta problemas"; aliás, "para demonstrar a todos que não há nada a temer, gostaria de abrir meu restaurante em frente ao Parlamento".
O autor desse comentário, Rick Gibson — canadense de 36 anos, residente em Londres — resolveu desde logo provar que suas aspirações são menos platônicas do que à primeira vista se poderia supor: entrou num "pub" (bar típico britânico), pôs as amígdalas, doadas por um amigo, sobre um prato e, depois de salpicá-las com algumas gotas de limão, comeu-as de uma só vez. Revelou, ainda, que em sua casa há potes de amígdalas conservadas em vinagre.
Projeto macabro de um psicopata em delírio? Mero extravasamento de um impulso torpe, indigno de fixar nossa atenção? Ou — pelo contrário — sintoma repulsivo do ritmo galopante em que se decompõe nossa sociedade ocidental, ex-cristã?
— A Constituinte, no Brasil, acaba de equiparar o concubinato ao casamento.
Na Suécia, onde já vigora tal dispositivo legal, vinte por cento dos casais sequer contraem matrimônio. Na faixa entre vinte e trinta anos, o número ascende a cinquenta por cento!
"Temos tantos casais vivendo em concubinato, que é problemático definir o que entendemos por família", observa um sueco ligado ao Departamento de Estatística...
Com efeito, metade dos recém-nascidos na Suécia e Islândia são filhos de mães-solteiras. Na Dinamarca, o total é apenas ligeiramente inferior: quarenta e cinco por cento.
Décadas de permissivismo e revolução sexual conduziram a isso. Comenta "Newsweek": "As mulheres estão abandonando o casamento, mas não deixam de ter filhos. A maior parte prefere tê-los num relacionamento estável, o que significa o casamento de fato". Ou seja, o amor livre, tendo como uma de suas variantes o concubinato.
No Brasil, as medidas recém-aprovadas pelos constituintes são de molde a produzir os mesmos desastrosos efeitos.
Saturada de banalidade, o homem moderno aspira pelo maravilhoso.
— Na Catalunha, após longa pesquisa sobre as preferências do público, um empresário decidiu erguer um edifício com mais de sete mil e quinhentos metros quadrados, contendo um castelo, arquibancadas para quase duas mil pessoas, bem como uma pista para torneios equestres, justas e representações teatrais, tendo como inspiração a Idade Média. Cavaleiros e damas vestem-se com os trajes característicos. Da mesma forma são ajaezados os cavalos. Pratos típicos daquele período histórico são servidos aos turistas — em número superior a mil e quinhentos por jantar. Tais espetáculos já foram presenciados por mais de um milhão de pessoas.
Saturado da febricitarão neurotizante generalizada, o homem moderno sente nostalgia dos esplendores épicos medievais. E não só em países da velha Europa como Espanha e Inglaterra, mas também em terras do Novo Mundo, como Canadá e Estados Unidos — considerados comumente paradigmas da modernidade!