Escrevem os leitores
Escrevo-lhe, em primeiro lugar, a fim de cumprimentá-lo pelo artigo oportuno e pioneiro, sobre a influência nefasta da TV, publicado em CATOLICISMO, n° 452. Aproveito a oportunidade para lhe informar que, hoje cedo (23/4), a Rádio "Voz da América" - serviço castelhano - emitiu uma reportagem de cerca de dez minutos sobre o mesmo tema. Trata-se de uma entrevista com o Prof. Dr. Center Wall (ou Hall), Professor na Universidade do Estado de Washington D.C. Sua especialidade é a sociologia. Ocorre que o professor enumerou, a princípio, uma série de fatores que - no mundo contemporâneo - incitaria à violência. E através de amplas e sérias estatísticas, por um processo de eliminação, acabou restando ela - a "bête noir" - como a responsável pelo incrível e alarmante índice de homicídios nos EUA. As mais recentes investigações comprovam o fato, não só em relação aos EUA, mas também em relação à África do Sul e Canadá. Neste último país, por exemplo, onde a TV foi introduzida aproximadamente dez anos após o haver sido nos EUA, a constatação é flagrante. (Sérgio Luiz Tybor Camargo, Guarujá-SP).
Venho por meio desta enviar meus calorosos cumprimentos à redação de CATOLICISMO por suas reportagens tão atuais e completas. Gostaria de me referir, especificamente, à matéria sobre a Revolução cubana, saída em CATOLICISMO n" 457, de janeiro/89. Foi uma reportagem altamente esclarecedora, principalmente sobre os aspectos da mídia internacional e muitos setores da Igreja querem omitir e, até mesmo, dizer que a situação é diferente. A mesma reportagem mostra o fracasso do regime comunista, bem como a miséria em que Cuba se encontra devido às reformas ali operadas. É impressionante como em tão curto período de tempo Fidel Castro conseguiu transformar a outrora "Pérola das Antilhas" numa ilha miserável. É perplexitante que, diante de um quadro aterrador como este, dentro da própria Igreja Católica, Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, haja quem elogie o regime de Cuba - carta do Cardeal Arcebispo de São Paulo, D. Paulo Evaristo Arns, ao ditador cubano Fidel Castro, chamando-o de "queridíssimo Fidel" - e, mais ainda, deseje o mesmo para o Ocidente e (por que não?) para todo o mundo (Zuleida Vasconcelos Almeida Campos. Belo Horizonte-MG).
Peço que remeta uns 15 exemplares do CATOLICISMO de mar/89 e se já tiver o de abr/89, remeta também uns 15. O jovem José Gomes da Silva, universitário, simpatizante da TFP, tem-me comprado números avulsos de CATOLICISMO. Eu havia lhe dado há mais ou menos uns 4 meses atrás um exemplar de CATOLICISMO de dez/84, que tem na página 14 o artigo "Marx, este ídolo de pés de barro". No dia 16/4/89, ao visitar este jovem ele me contou que tirou um xerox deste artigo e o colocou no mural da Faculdade de Economia do Crato, onde ele é estudante. Então muitos estudantes desta Faculdade ficaram em frente do mural lendo este artigo e uns 10 deles ficaram tão interessados no artigo que o tiraram do mural e fizeram xerox-cópia para eles, depois o colocando no mesmo lugar. Disse-me também o Gomes que levou exemplares de CATOLlCISMO para esta Faculdade do Crato e os mostrou aos estudantes e eles ficaram impressionados (expressão do Gomes) com as matérias divulgadas e a impressão da revista. Peço que remeta cupom proposta de assinatura para este jovem pois é muito simpático à TFP. Continuo rezando pelos Srs. e pela Causa Católica tradicional defendida tão árdua e brilhantemente pelo mensário CATOLICISMO e assim fazendo tanto bem às almas que o leem (Francisco Tavares de Lima. Juazeiro do Norte-CE).
Sendo assinante da revista CATOLICISMO há vários anos, tenho-a na maior conta, haja visto as posições ali defendidas, sem exceção, estarem em perfeita consonância com os autênticos ensinamentos tradicionais do Supremo Magistério da Igreja. Trabalho como funcionário público exercendo a função de Secretário da Faculdade de Direito (Centro de Ciências Jurídicas) da Universidade Federal da Paraíba e tenho sempre a satisfação de divulgar no nosso mural livre artigos do ilustre pensador católico Professor Plinio Corrêa de Oliveira. além de outras matérias tratadas nessa conceituadíssima revista dentre as quais destaco as seções "Discernindo, distinguindo, classificando ... " e "A Realidade (concisamente)". As posições corajosas assumidas pelo ilustre Professor Plinio Corrêa de Oliveira são dignas de um verdadeiro Filho da Igreja soando como um hino de louvor a Deus os seus pronunciamentos em favor da Civilização Cristã na defesa intransigente dos interesses da Santa Igreja (Carlos Alberto Braz de Melo. João Pessoa-PB).
Na qualidade de assinante, leitor assíduo de CATOLlCISMO (há mais de 10 anos), e face à elucidativa entrevista concedida à mencionada revista pelo emérito cientista, Dr. Walter Demétrio Gonzales Alarcón, com destacada atuação no INPE de São José dos Campos. Sirvo-me da oportunidade para comunicar por intermédio de V.Sa. ao aludido cientista que em dezembro de 1988, através de uma série de cinco comentários sucessivos. defendi a tese da inaplicabilidade do "teste com o Carbono-14". que vinha sendo empregado nas investigações a propósito da "datação" do Santo Sudário de Turim ( ... ) considerado por Mons. Emílio Ricci como sendo o "Quinto Evangelho". tamanha é a massa de informes do mesmo deduzida. É, portanto, com imensa satisfação que vejo minha teoria sobre o Santo Sudário (a inaplicabilidade do mencionado teste) coincidir com as conclusões a que chegou esse autêntico cientista ( ... ). Solicito a V.Sa. a fineza de fazer chegar às mãos de Dr. Gonzalez a cópia desta carta (Raimundo Aristides Ribeiro. Fortaleza-CE).
Nota da Redação: Enviamos, pelo correio, ao Dr. Gonzalez, cópias da carta e dos anexos.
Sirvo-me da presente para encaminhar três assinaturas novas de CATOLICISMO. A revista está excelente. Continuem assim, que a vitória certamente será nossa. Nossa Senhora jamais abandonará quem batalha pela implantação do bem. Já estamos notando o que se passa no Brasil, pois o clero esquerdista há tanto lutando pelo comunismo, e no entanto o povo parece rejeitar candidatos da esquerda. É o manto da Virgem que não esquecerá do nosso Brasil (Dídimo Rolim, São José da Boa Vista-PR).
A "REVOLUÇÃO CULTURAL" é a atual roupagem do socialismo europeu.
A teoria marxista encarregou-se de desmascarar a si própria neste século: a ninguém convenceu duravelmente e por toda parte onde aplicada gerou miséria. Gorbachev é o mais recente e inesperado menestrel que choraminga sob a janela do capitalismo, implorando uma moeda. De ouro, por favor, pois o déficit é grande.
Cinicamente fazendo pouco caso de seu fracasso, e disposto a conquistar o Ocidente, o socialismo enceta sua "revolução cultural". Ela deve revolver os estilos de vida, os comportamentos - mudando consequentemente a moral. De tal modo que, habituando o europeu a novas formas de viver, ele possa também aceitar, logo depois, a completa revolução de todos os valores visada pelo marxismo.
Dentro do programa da "revolução cultural" a arquitetura, ao mesmo tempo viva expressão da cultura de um povo e ativo fator de modelagem dos espíritos, deve ser profundamente alterada.
Assim é que O governo francês programou um conjunto de realizações culturais com as quais o socialismo deseja marcar o país. A "Grande Arca" é um dos pontos fortes dessa ambição.
Imenso cubo de 110 metros de altura, posto em um dos extremos do eixo que liga as construções grandiosas de Paris: o palácio do Louvre, o obelisco da Praça da Concórdia e o Arco do Triunfo. A "Grande Arca é um monumento de prestígio, ao mesmo tempo simbólico e utilitário", segundo a intenção dos que o imaginaram.
O local de sua construção é o bairro ultramoderno de "La Défense", centro empresarial e comercial, cujos edifícios, gigantescos blocos de concreto de frias formas geométricas, se elevam às portas da elegante Paris como uma anti-Paris.
Segundo o arquiteto dinamarquês que a projetou, ela deve ser "um arco de triunfo dedicado à glória da humanidade".
De proporções inumanas, retilínea, de uma frigida monocromia, a "Grande Arca" é esmagadora pelo gigantismo e frustrante pelo imenso vazio interior: expressão exata do estado de espírito próprio ao totalitarismo socialista. O presidente Mitterrand escolheu pessoalmente esse projeto em uma seleção feita entre 424 outros.
A contradição do homem contemporâneo encontra-se aí expressa em muitas de suas peculiaridades: pobre em imaginação e dispendiosíssima na execução; vidro e aço são alternadamente utilizados em sua estrutura; o revestimento é feito ora dê vulgar alumínio ora de fino mármore de Carrara; sua monumental idade abstrata abrigará o utilitarismo pragmático de empresários, banqueiros, funcionários públicos. O metrô, bem como trens de longo percurso e pistas de alta velocidade cortarão seu subterrâneo. Na parte mais alta funcionará a Fundação Internacional dos Direitos do Homem e das Ciências Humanas, para que assim melhor corresponda à ideia primordial de fazer do edifício um "Arco do Triunfo do Homem".
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Seus construtores se gabam de que em seu imenso vazio interior caberia a Catedral de Notre-Dame com sua esbelta flecha. Chocante justaposição imaginária de monumentos antípodas: um voltado para a exaltação religiosa da excelsa Mãe de Deus; o outro para a glorificação materialista do homem, de suas técnicas e das doutrinas que engendrou em oposição a Deus.
Todas as vezes que os homens se voltam primordialmente para si, dando as costas a seu Criador, caminham em direção a sua ruína. Será hoje a "Grande Arca", como outrora o foi a Torre de Babel, um marco nessa caminhada?
Nelson Fragelli