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| EDITORIAL |
Ao Leitor
Muitos são os que, impressionados com a crise do mundo moderno, têm excogitado soluções para estes ou aqueles problemas que a integram. Mais difícil, porém, é apresentar um panorama global da crise e sugerir para ela uma solução abarcativa e cabal.
Ora, tanto o panorama quanto a solução acima aludidos se encontram admiravelmente delineados na notável obra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução.
Assim sendo, nada melhor para Catolicismo oferecer a seus leitores — ao comemorar com a presente edição seu nº 500 –– do que uma reprodução dessa luminosa obra que, como um farol, vem guiando nossa revista ao longo dos atribulados e caóticos dias em que vivemos.
Nesse estudo vêm se inspirando não só os sócios, cooperadores e correspondentes da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade brasileira, mas também, em 22 nações nos cinco continentes, eclesiásticos, civis e militares, professores, empresários, jornalistas e — em número crescente — jovens universitários, estudantes secundários e operários, que fundaram em seus respectivos países, mais 17 entidades autônomas, irmãs de ideal da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade de nossa Pátria, às quais vieram acrescentar-se oito escritórios de representação.
Todos esses idealistas e homens de ação têm em Revolução e Contra-Revolução o livro de cabeceira, insubstituível para lhes nortear as atitudes e atividades diante da grande crise do mundo moderno.
Nesse livro se entrelaçam organicamente princípios e observações da realidade atual, com vistas a expor a gênese, o significado e os rumos da grande crise do Ocidente ("Revolução") e os meios de resolvê-la ("Contra-Revolução").
Em abril de 1959, exatamente para comemorar nosso número 100, tivermos a honra de estampar em nossas páginas, com primazia, o recém-escrito ensaio Revolução e Contra-Revolução, composto então de duas partes.
Em 1976, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira acrescentou à sua já então famosa obra, uma terceira parte, versando fundamentalmente sobre uma nova etapa da Revolução, que parecia estar em gestação e à qual ele denominou IV Revolução (em continuidade às três Revoluções anteriores, analisadas em 1959, a saber: a primeira –– Revolução Protestante; a segunda, –– Revolução Francesa; a terceira –– Revolução Comunista). Catolicismo publicou esta terceira parte, dedicando-lhe o número de janeiro de 1977.
Chegamos a 1992. O acerto com que o Autor detectou e analisou a IV Revolução é agora patente. O grande, e em vários aspectos terrível, espetáculo proporcionado ao mundo em junho último pela ECO 92, com palco no Rio de Janeiro, é talvez o acontecimento mais rombudamente comprobatório de tudo quanto o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira diz na terceira parte de seus ensaio. Sua atualidade é, pois marcante, e ela poderia ser reproduzida agora tal qual foi escrita.
Pediu-se porém ao Autor que, em vista de novas edições de Revolução e Contra-Revolução já em andamento no Exterior, acrescentasse algumas observações a respeito dos acontecimentos-chave ocorridos no mundo de 1976 para cá, dentro do espírito e dos métodos daquele livro. Ao que ele felizmente acedeu.
Assim sendo, o que reproduz Catolicismo nesta edição? Se dependesse de nosso desejo, estamparíamos a íntegra do livro, com suas três partes e os atuais acréscimos. Mas, razões de ordem material facilmente concebíveis nô-lo impedem. Limitamo-nos pois a estampar a terceira parte (a de 1976) com os preciosos acréscimos, inclusive um Posfácio que lhe fez o Autor no presente ano. Para que os leitores possam identificar facilmente tais atualizações, que dizem respeito aos rumos tomados pela Revolução de 1976 para cá, elas virão em corpo maior e com margem maior do lado esquerdo da página.
Entretanto, não seria possível deixar o leitor privado de uma ideia ao menos –– ainda que sumaríssima –– do conteúdo da primeira e segunda partes (de 1959), absolutamente fundamental para se entender o processo revolucionário em seu conjunto. Dessa forma, logo na página três, é apresentado um aperçu muito geral desse conteúdo, mediante a publicação de uns tantos excertos capitais das referidas partes, com vistas a alimentar no leitor o desejo de conhecer a obra completa. E a prepará-lo, assim, para adequadamente proceder à leitura da terceira parte, que segue, com seus acréscimos.
Agradecendo a quanto nos acompanham no decurso desta longa caminhada que culmina hoje no número 500, bem como aos recém-ingressos no quadro de assinantes de Catolicismo, mas que já compartilham de nossas preocupações, quiçá de nossos ideais, pedimos que sobre todos eles desçam, superabundantes, as bênçãos de Nossa Senhora. E que Ela faça quanto antes raiar para o mundo inteiro o radioso sol da Contra-Revolução prometido em Fátima: "Por fim, meu Imaculado Coração triunfará".
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