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| REVOLUÇÃO E CONTRA-REVOLUÇÃO – PARTE III | (continuação)
estudo A Igreja ante a escalada da ameaça comunista—Apelo aos Bispos silenciosos (Editora Vera Cruz, São Paulo, 1976, pp. 37 a 53).
Hoje, decorridos mais de quarenta anos, a luta está no seu clímax, e deixa prever desdobramentos de amplitude e intensidade difíceis de medir. Nesta luta sentimos com alegria a presença, nos quadros da TFP e entidades afins, de tantos novos irmãos de ideal, em mais de vinte países, nos cinco continentes.
Também no campo de batalha é legítimo que os soldados do bem se digam uns aos outros: "Quam bonum et quam jucundum habitare fratres in unum" - Quão bom e quão suave é viverem os irmãos em união (SI. 132, 1).
C. Reações baseadas em "Revolução e Contra-Revolução"
À vista de tantas transformações, a eficácia de Revolução e Contra-Revolução ficou anulada? – Pelo contrário.
Em 1968, as TFPs até então existentes na América do Sul, inspiradas na Parte II deste ensaio – "A Contra-Revolução" – organizaram um conjunto de abaixo-assinados a Paulo VI, pedindo providências contra a infiltração esquerdista no Clero e no laicato católico da América do Sul.
No seu total, esses abaixo-assinados alcançaram durante o período de 58 dias, no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, 2.060.368 assinaturas. Foi, até aqui, ao que nos conste, o único abaixo-assinado de massa que – sobre qualquer tema – tenha englobado filhos de quatro nações da América do Sul. E em cada um dos países nos quais ele se realizou, foi – também ao que nos conste – o maior abaixo-assinado da respectiva história.(*)
(*) Posteriormente, em 1990, as TFPs então existentes, reunidas, levaram a cabo o maior abaixo-assinado da História, pela libertação da Lituânia, então sob jugo soviético, obtendo a impressionante cifra de 5.212.580 assinaturas.
A resposta de Paulo VI não foi apenas o silêncio e a inação. Foi também – quanto nos dói dizê-lo – um conjunto de atos cujo efeito perdura até hoje, os quais dotam de prestígio e de facilidade de ação a muitos propulsores do esquerdismo católico.
Diante desta maré montante da infiltração comunista na Santa Igreja, as TFPs e entidades afins não desanimaram. E, em 1974, cada uma delas publicou uma declaração (*) na qual exprimiam a sua inconformidade com a Ostpolitik vaticana e seu propósito de "resistir-lhe em face".(Gal. 2, 11)
(*) Sob o título A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas – Para a TFP: omitir-se? ou resistir?, essa declaração – verdadeiro manifesto – foi publicada a partir de abril de 1974, sucessivamente em 57 jornais de onze países.
Uma frase da declaração, relativa a Paulo VI, exprime o espírito do documento: "E de joelhos, fitando com veneração a figura de S.S. o Papa Paulo VI, nós lhe manifestamos toda a nossa fidelidade. Neste ato filial, dizemos ao Pastor dos Pastores: Nossa alma é Vossa, nossa vida é Vossa. Mandai-nos o que quiserdes. Só não mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho que investe. A isto nossa consciência se opõe".
Não satisfeitas com esses lances, as TFPs e entidades afins promoveram nos respectivos países, no decurso deste ano, nove edições do best-seller da TFP andina, A Igreja do Silêncio no Chile –– A TFP proclama a verdade inteira.(*)
(*) Esta obra, monumental por sua documentação, por sua argumentação e pelas teses que defende, teve uma precursora, e verdadeiramente épica, antes ainda da instalação do comunismo no Chile.
Trata-se do livro de Fábio Vidigal Xavier da Silveira, Frei, o Kerensky chileno, que denunciou a colaboração decisiva do Partido Democrata Cristão do país andino, e do falecido líder pedecista Eduardo Frei, então Presidente da República, na preparação da vitória marxista.
O livro teve 17 edições, transpondo a casa dos cem mil exemplares, nos seguintes países: Brasil, Argentina, Equador, Colômbia, Venezuela e Itália.
Em quase todos esses países, a respectiva edição foi precedida de um prólogo descrevendo múltiplos e impressionantes fatos locais consoantes com o que ocorrera no Chile.
A acolhida desse grande esforço publicitário pode-se dizer vitoriosa: ao todo foram impressos 56 mil exemplares, só na América do Sul, onde, nos países mais populosos, a edição de um livro dessa natureza, quando boa, costuma consistir em cinco mil exemplares.
Na Espanha, foi efetuado um impressionante abaixo-assinado de mais de mil sacerdotes seculares e regulares de todas as regiões do país manifestando à Sociedade Cultural Covadonga (*) seu decidido apoio ao corajoso prólogo da edição espanhola.
(*) Hoje se chama Sociedad Española de Defensa de la Tradición, Familia y Propiedad - TFP Covadonga.
D. Utilidade da atuação das TFPs e entidades afins, inspirada em "Revolução e Contra-Revolução"
Que utilidade prática tem tido, neste campo específico da batalha, a atividade contra-revolucionária das TFPs, inspirada em Revolução e Contra-Revolução?
Denunciando à opinião católica o perigo da infiltração comunista, elas lhe têm aberto os olhos para as urdiduras dos Pastores infiéis. O resultado é que estes vão levando cada vez menos ovelhas nos caminhos da perdição em que se embrenharam. É o que uma observação dos fatos, ainda que sumária, permite constatar.
Não é isto, só por si, uma vitória. Mas é uma preciosa e indispensável condição para ela. As TFPs dão graças a Nossa Senhora por estarem prestando, desta maneira, dentro do espírito e dos métodos da segunda parte de Revolução e Contra-Revolução, o seu contributo para a grande luta em que também outras forças sadias – uma ou outra de grande envergadura e capacidade de ação – se encontram empenhadas.
5. Balanço de vinte anos de III Revolução, segundo os critérios de "Revolução e Contra-Revolução"
Fica assim delineada a situação da III Revolução e da Contra-Revolução, como elas se apresentam pouco antes do vigésimo aniversário da publicação do livro.
De um lado, o apogeu da III Revolução torna mais difícil do que nunca um êxito da Contra-Revolução a breve prazo.
De outro lado, a mesma alergia anti-socialista, que constitui presentemente grave óbice para a vitória do comunismo, cria a médio prazo, para a Contra-Revolução, condições acentuadamente propícias. Cabe aos vários grupos contra-revolucionários esparsos pelo mundo a nobre responsabilidade histórica de as aproveitar.
As TFPs têm procurado realizar sua parte do esforço comum, difundindo-se ao longo destes quase vinte anos pela América, com uma novel TFP na França, suscitando uma dinâmica organização afim na Península Ibérica e projetando seu nome e seus contatos em outros países do Velho Mundo, com vivos anseios de colaboração voltados para todos os grupos contra-revolucionários que nele pelejam (*).
(*) Até a data da presente edição, existem TFPs e entidades afins nos seguintes países: Brasil, África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bolívia, Canadá, Colômbia, Chile, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. As quais também estabeleceram escritórios de representação nas seguintes cidades: Roma, Paris, Frankfurt, Londres, Edimburgo, San José de Costa Rica, Sydney e Wellington (Nova Zelândia). Do mesmo modo, formou-se recentemente nas Filipinas um grupo de amigos das TFPs, de sensível força germinativa.
Vinte anos depois do lançamento de Revolução e Contra-Revolução, as TFPs e entidades afins se acham ombro a ombro com as organizações de primeira fila, na luta contra-revolucionária.
Legendas desta página:
– No decurso de 1976, alcançou nove edições em diversos países o best-seller lançado pela TFP chilena "A Igreja do Silêncio no Chile - A TFP proclama a verdade inteira".
– Aspecto do IlI Encontro Internacional de Correspondentes e Simpatizantes das TFPs, que contou com participantes provenientes de numerosos países de todos os continentes, realizado em junho de 1984, na capital paulista.
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