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Hibernação e esfuziante colorido vegetal

À maneira dos contos de fadas, em meio ao bosque desfolhado pelo rigor do inverno, surge o palácio coberto de neve. Um profundo silêncio paira sobre as vastidões gélidas. Duas janelas de cristal, douradas provavelmente pelo crepitar das chamas de lareiras, parecem indicar que a vida se abrigou no interior aconchegante daquele belo edifício de pedra.

Onde estamos? No jardim da França? Nas florestas encantadas da Alemanha? Não, caro leitor. A uma hora de Manhattan, o agitado e poluído centro da capital financeira do mundo: Nova York!

Neste vale de sonhos, localiza-se a sede da TFP norte-americana, que aqui aparece sob ângulos e circunstâncias diversas.

Em pleno inverno, tudo parece inerte e sepultado por fria laje de gelo. Nesta estação do ano, a alma cristã tende naturalmente ao recolhimento e à reflexão. Acrisola no cadinho dos sacrifícios a têmpera necessária para enfrentar as adversidades da vida, mantendo acesa a chama da fé que alimenta a esperança em dias gloriosos.

As mesmas árvores, no inverno desfolhadas e cobertas por um manto branco, ostentam, na segunda foto, trajes bem diversos: o verde profundo da folhagem – indicativo da vida – é temperado, em parte, pelo esfuziante amarelo-fogo. Dir-se-ia que essa cobertura vegetal participa em algo das cores explosivas do sol, cujos ralos nela se cristalizaram.

É o início do outono. O espírito humano sente-se atraído pela intensidade e pelo contraste das cores. Embora sob o fascínio de tanta beleza, considera, entretanto, que dentro em pouco o inverno voltará e a morte parecerá de novo triunfar.

Fixa, então, piedosamente, sua atenção sobre o madeiro negro em forma de Cruz, na qual há dois mil anos foram vencidos a morte e o pecado, dissipadas as trevas do paganismo e inaugurada, pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, a aurora da vida eterna.