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São João de Latrão e São Pedro

Duas Basílicas romanas – duas fases distintas da Igreja Católica

Plinio Corrêa de Oliveira

Quem visita Roma nota uma diferença que chama a atenção, entre a Basílica de São João Latrão e a Basílica de São Pedro.

A Basílica de São Pedro é gloriosa, magnífica, ostenta todo o esplendor da Renascença. Entretanto, depois que se examina bem, fica no fundo da cabeça uma impressão de festa de casamento.

A Basílica de São João de Latrão é mais discreta. Mas apresenta um tom de “grande dame”, de uma nobreza, grandeza e paz. Ela reflete a consciência de sua própria dignidade, predicado que não possui a Basílica de São Pedro. Esta parece aflita em se exibir para obter adesão daqueles que a contemplam.

Enquanto que na Basílica de Latrão isto está ausente. Esta é cônscia de si mesma, como que dizendo: “Em minha naturalidade sou assim. Não me enfeito, sou o que sou. Mas naquilo que sou, sou digna de respeito e veneração”. É outra a impressão que se manifesta em relação à Basílica de São Pedro.

São interessantes estas impressões, porque exprimem duas fases diversas da vida da Igreja. A Basílica de Latrão pode ser admirada em toda sua nobreza: representa a fase em que ficamos em presença de uma espécie de naturalidade, dignidade e compostura. Já a Basílica de São Pedro reflete o bafo ou hálito da Renascença, representando outro espírito e modo de se apresentar.