EXCERTOS
Brasil da bondade, afetivo e cristão

Plinio Corrêa de Oliveira

Movimentos esquerdistas procuraram no passado mês de maio convulsionar todo o Brasil, com protestos violentos, greves, inclusive invadindo e incendiando alguns prédios na Capital Federal. Neste clima de fúrias revolucionárias, recordemos um apelo(*) de Plinio Corrêa de Oliveira aos brasileiros, para não se deixarem arrastar pelas agitações subversivas.

(*) Plinio Corrêa de Oliveira, Agitação social, violência: produtos de laboratório que o Brasil rejeita, Editora Vera Cruz, São Paulo, 1984, p. 44.

O povo brasileiro sempre foi conhecido como afetivo, ordeiro e pacífico.

Tal feitio de alma lhe vem da tradição profundamente cristã e constitui um nobre obstáculo para que a Nação se deixe levedar pelos fermentos revolucionários indispensáveis ao êxito do socialismo e do comunismo.

É por isto que as forças da desagregação e da desordem deitam tanto empenho em criar a ilusão do contrário, apresentando nossa população como desordeira, agressiva, revoltada.

Lanço um apelo para que o Brasil da bondade, o Brasil afetivo, o Brasil cristão continue idêntico a si mesmo e não se deixe arrastar pelas solicitações da violência, seja física, seja moral. Nós brasileiros não somos afeitos à revolta e à subversão, ao contrário do que propalam os agitadores. E por mais razões que tenhamos para estar descontentes, procuramos resolver nossos problemas dentro da paz autêntica, da paz cristã que Santo Agostinho definiu lindamente como sendo a tranquilidade da ordem.

Nosso povo tem bem consciência dos imensos recursos e possibilidades do território nacional, e sabe que o aproveitamento de toda esta potencialidade através de um trabalho empreendedor e confiante pode tornar o Brasil uma das primeiras nações do mundo no século XXI.

Trabalho que exige esforço árduo, ânimo forte. Mas não foi assim que nossos antepassados dilataram as fronteiras do País? Embora sem a comodidade oferecida hoje pelo progresso, eles galgaram serras, venceram florestas, atravessaram rios e transpuseram pântanos. E extraíram da terra, pelo plantio, pela criação e pela mineração, os recursos de que hoje vivem os brasileiros. Por que não podemos recobrar essa fibra, essa força de alma que nasce da Fé católica que eles nos legaram?

Não será, pois, com revoluções mortíferas, dissensões internas, tensões estéreis entre irmãos, de que haveremos de aproveitar as vastidões ainda inexploradas de nosso território. Mas é com esse espírito empreendedor, ordeiro e cheio de Fé que podemos alcançar de Deus, por intermédio de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, a grandeza cristã que deve ser a nossa, nas novas etapas históricas que se aproximam. □