CARTA DO DIRETOR

Caro leitor,

Três décadas seguidas nas vias da esquerdização provocaram no Brasil uma demolição em todos os campos, desde o psicológico e moral até o econômico-social.

Após longo trauma e grandes manifestações pacíficas contra o governo do PT, a Nação começava por fim a se recuperar quando de repente, alardeadas pela mídia, denúncias contra o novo chefe de Estado se alastraram como rastilho de pólvora.

Em meio à crise do País, no dia 24 de maio a situação se agravou. Pedindo a destituição do governo, militantes esquerdistas depredaram alguns prédios na Esplanada dos Ministérios em Brasília. Neste clima de agitação revolucionária, cabe a pergunta: A quem interessa consumar a obra da demolição, lançando o País no caos e na anarquia? Para ajudar a responder a esta grave questão, nossa revista publica como matéria de capa (p. 16) um oportuno comunicado do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, no qual propõe criteriosa solução e denuncia o "conluio espúrio entre a esquerda católica, a esquerda política e o macrocapitalismo de cunho socialista".

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Colômbia e Venezuela, países vizinhos e irmãos do Brasil, também atravessam grave crise, decorrente da atuação de seus governos socialistóides. Na seção "Internacional" (p. 26) é apresentada uma análise profunda dos recentes acontecimentos que atormentam suas populações.

A Colômbia com o problema da narcoguerrilha das FARC, devido a incríveis concessões do governo; a Venezuela, subjugada pelo regime bolivariano implantado por Chávez e continuado por Maduro, vai sendo conduzida para um regime coletivista e totalitário, deixando os venezuelanos numa situação verdadeiramente desesperadora.

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Diante do panorama político brasileiro, colombiano e venezuelano, não se pode deixar de evocar a profética advertência de Nossa Senhora de Fátima um século atrás: caso a humanidade não se convertesse e fizesse penitência, várias nações seriam aniquiladas.

Uma matéria sobre a canonização de Jacinta e Francisco de Fátima — da qual também nos ocupamos nesta edição (p. 5) — levanta temas de meditação que podem ser relacionados com a situação atual de muitos países, que afundam no caos e na catástrofe pela recusa da Mensagem de Fátima.

Rogando a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que conceda a todos o discernimento necessário para analisar a situação nacional com serenidade e visando unicamente o bem do País, faço votos que as matérias da presente edição sejam de proveito espiritual e intelectual para nossos caros leitores,

Em Jesus e Maria,

Paulo Corrêa de Brito Filho
Diretor


FÁTIMA

Santos Francisco e Jacinta de Fátima

Os pastorinhos, pequenos na idade e gigantes na santidade, são os mais jovens santos não mártires canonizados pela Igreja

Paulo Roberto Campos

Coincidindo com a celebração do 100º aniversário da primeira aparição da Santíssima Virgem aos três pastorinhos de Fátima, dois deles — Jacinta (falecida em odor de santidade aos 10 anos incompletos) e Francisco (aos 11 anos, também incompletos) — foram canonizados pelo Papa Francisco no dia 13 de maio último. Eles são considerados as crianças não mártires da mais tenra idade elevadas à honra dos altares. Fato inédito em toda a História da Igreja!

A grande cerimônia de canonização transcorreu na Cova da Iria, no mesmo lugar onde Nossa Senhora apareceu em 1917. Neste centenário, aproximadamente 500 mil peregrinos acorreram àquele local sagrado para rezar, agradecer as graças recebidas, suplicar por novas graças, e também para assistir à canonização de Jacinta e Francisco, que, juntamente com Lúcia, foram os confidentes da Santa Mãe de Deus nas aparições ocorridas de maio a outubro daquele ano.(1)

Assim, nesse último dia 13 de maio realizou-se uma das grandes expectativas da Irmã Lúcia, ao escrever sobre "a mais íntima amiga da sua infância", daquela que "deve, em parte, ter conservado a inocência". Ela afirmou: "Tenho esperança de que o Senhor, para glória da Santíssima Virgem, lhe concederá [à Jacinta, mas vale também para o Francisco] a auréola da santidade. Ela era criança só nos anos. No demais sabia já praticar a virtude e mostrar a Deus e à Santíssima Virgem o seu amor, pela prática do sacrifício... É admirável como ela compreendeu o espírito

(continua)